Drama Class (Louis Tomlinson)...

By sofssss

230K 12.3K 571

“Cloe.” “Cloe?” “Sim, Cloe.” “… Como Lorena Cloe?” “Quantas Cloes é que conhece-mos?” O mais alto dos dois ra... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Epílogo

Capítulo 33

3.5K 218 5
By sofssss

“Eu preciso que saibas que… e-eu nunca dormi com mais ninguém a não ser o Flynn. Eu confio em ti.”

Eu tenho repetido esse par de frases – especialmente a ultima – por mais de uma hora, desde que chegamos ao dormitório da Lorena. Eu não a conseguia tirar da cabeça. Eu também espero que tenha conseguido realizar as suas expectativas; aquelas de confiar em mim.

Eu fui gentil com ela. Carinhoso. Altruísta. Não muito falador. Basicamente, algo que eu nunca era com as outras raparigas.

Eu não consigo acreditar o quanto ela me conseguiu mudar em um pequeno espaço de tempo. Apenas dois meses antes, tudo o que eu queria era tê-la na minha cama e depois expulsa-la dela. Agora? Eu nunca quis ficar tanto na cama como quero agora. Apenas deitado ao seu lado, sem conversa, sem fazer nada. Apenas ficar aqui.

Ela apertava o edredom contra o seu peito, só apenas os seus braços e ombros estavam expostos. Eu não fazia ideia que ela poderia ser tão envergonhada, mesmo depois do que fizemos há 20 minutos atrás. Talvez seja essa a razão da sua timidez, não sei. Nunca soube.

Estávamos ambos deitados de lado, podíamo-nos encarar-nos um ao outro mas ela não olhava para mim. Ela encarava algo atrás de mim, na verdade, não, ela encara através de mim. Provavelmente a pensar sobre algo. Como o fim da escola e como nos iriamos ver depois disso. Era sobre isso que eu estava a pensar.

Eu não tenho a certeza de como me sentia ao ela ir para Torpoint e eu para Doncaster durante o verão. Nós literalmente vivíamos em lados opostos da Inglaterra, e pelo que sei, demora pelo menos sete horas a ir de uma cidade à outra. O que é muito. Uma grande distância.

Isso não significa que eu vá desistir dela; não mesmo. Eu só tenho de arranjar uma maneira de passar mais tempo com ela no verão antes de a distância nos separar. Ela é a primeira rapariga que eu mesmo, verdadeiramente me importo há bastante tempo. E eu digo, bastante. E eu não ia deixar que algo idiota, como umas centenas de quilómetros, se metessem no nosso caminho.

Passei o meu dedo no seu braço e bastou isso para os arrepios aparecerem. Quando o fiz, a Lorena arrepiou-se e moveu-se para mais perto de mim, colocando o seu braço a volta da minha cintura e praticamente colada a mim. Foi o meu simples toque no seu braço que a fez fazer isto? Se foi, porque não pensei nisso antes?

Levei o meu braço para as suas costas e beijei-lhe a testa. Dormir sozinho vai ser tão deprimente a partir de agora, pensei enquanto ela entrelaçava as suas pernas nas minhas.

“Vou sentir a tua falta durante o verão.” Ela murmurou, pondo todos os meus pensamentos em uma pequena frase.

Abanei a cabeça e inclinei-a para que conseguisse ver a sua cara. A sua cara triste. “Não.” Disse, abandando a cabeça novamente. “Vou arranjar alguma maneira para ficarmos juntos. Pelo menos durante algum tempo.”

Lorena olhou para mim, surpresa e entusiasmo escrito por toda a sua cara. Aw. “Fazias isso? Ficavas aqui por mim?”

“Bem, aqui não, visto que moras em Torpo-“

“Não, não.” Ela meio que se sentou, sem perder o seu aperto no edredom. Bolas. “A Caitlyn e eu temos um apartamento aqui, podias ficar com a gente.”

Acho que nunca vi um olhar tão brilhante, mesmo que esteja bastante escuro no seu dormitório. “C-Contigo? Onde é que eu dormiria?”

O seu olha brilhante foi substituído por um perverso, sabia exatamente o que lhe estava a passar pela cabeça. “Comigo.” Ela murmurou, aproximando-se de mim. “Das duas maneiras.”

Sorri, mesmo sem saber se ela conseguia ver. “Gostei da ideia.” Disse quando a puxei para perto de mim. Quando o fiz, ela bocejou.

“Vamos dormir sim?”

Sorri. “Claro linda.”

*******

Assim que acordei, sai da cama. O que, surpreendente, pareceu-me super normal.

Vesti-me. Hum, um fato? A sério Louis? Vais a um baile ou assim?

Quando andei até ao grande espelho do quarto desconhecido, gritei por dentro; eu definitivamente não ia a um baile. Ao não ser que eu fosse algum professor.

Eu via um professor de 40 anos.

Eu parecia cansado e a minha expressão estava mais vaga que nunca. Eu tinha a porra de um bigode. E uns cabelos brancos e uma pela flácida. Era surreal o quanto isto não me afetava nem um pouco. Como se eu estivesse habituado.

Passei uns minutos na casa de banho, antes de descer as escadas da casa que penso nunca ter estado. E mesmo assim, parecia que eu conhecia cada canto. E mesmo que fosse muito bonita, eu parecia não gostar. Estava a… faltar algo. Algo crucial.

Ah, agora sei o porquê; não parecia estar em casa. E isto era um sonho. Yey.

Mas o quê é que estou a fazer numa casa destas? Vivo aqui ou assim? Estou a visitar um amigo, ou um familiar, ou…? Eu não me lembro de ninguém que vivesse num sítio como este.

Assim que cheguei à parte de baixo da casa, vi umas quantas fotos em uma cômoda. Não foi a madeira branca polida da cômoda que me chamou a atenção; as fotos sim. Havia uma família numa delas. Eu mal conseguia perceber as caras, por isso só olhei para elas, mas uma das caras parecia-me estranhamente familiar. Havia duas raparigas na foto; eu definitivamente que conhecia a mais velha.

Arrastei-me para outra divisão e reconheci a cozinha. Uma bastante limpa, também; estava um bocado desarrumada. Nada que rottweileres esfomeados não pudessem resolver.

Olhei para os dois pacotes de batatas fritas e os meus olhos caíram numa rapariga, na verdade numa mulher, que estava de costas para mim. Ela tinha o seu cabelo preso em um coque despenteado e usava um casaco bege. Eu não conseguia ver o resto das suas roupas por causa do balcão que nos separava.

Se eu tivesse de dizer o nome de alguma coisa, apenas uma coisa que eu absolutamente desprezo, eram cigarros. Fumar. Fumadores. Enfim. Eu odeio o fumo e o cheiro dos cigarros. Raparigas que fumavam nunca foram interessantes para mim, nunca.

E, o facto de eu ter acordado em uma casa desconhecida e que deveria de viver com uma mulher que fumava, não me estava a irritar nem um pouco. Nada mesmo.

“Lorena?” Disse com uma voz que mais pareceu o meu pai. Eu não sabia como deveria de me sentir; perplexo, por causa da minha própria voz, ou chocado, por eu a ter chamado de Lorena, como se ela fosse a mulher que estava a fumar. Ha. Como se fosse.

A mulher deu um pulo do lugar onde estava, tirando-me dos meus pensamentos e foquei-me nela. Ela rapidamente apagou o seu cigarro, parecendo um pouco assustada, e tentou domar os fios de cabelo que saiam do seu coque antes de se virar para mim.

Eu juro que morri nesse momento porque… era a Lorena. A mulher das fotografias do hall, era ela. Lorena, Lorena Cloe. A minha Lorena.

Não era bem ela, no entanto; pelo menos não aquela que conheço.

Esta Lorena, parecia ser 15 anos mais velha, e parecia cansada. Exausta. Além disso; ela parecia que ia desmaiar a qualquer momento. A sua pele estava tão branca, tinha escuras olheiras debaixo dos seus olhos e estava magra. Bastante magra. Ela não devia de pesar mais de 45 quilos. Era uma visão triste.

 “B-Bom dia.” Ela limpou os lábios com a manga do casaco e deixou-se cair para trás, olhando para mim. Que olhar é aquele? Ela parece tão… aterrorizada. Como se estivesse com medo de mim.

Pela quinquagésima vez, porquê? Porquê?

“Há alguma coisa para comer?” Perguntei, ignorando o seu ‘bom dia’, lentamente andei pela cozinha e baixei-me até um minibar que havia no canto. Lorena ficou em biquinhos dos pés por um segundo antes de nervosamente olhar em redor.

“H-Hum…” Ela gaguejou, o que, por alguma razão, me irritou. Eu parecia não gostar quando não me falavam corretamente, mesmo que estivesse a falar com a minha mulher.

Espera, mulher? A Lorena é minha mulher?

E, mais importante, porquê é que pensar nisso me deixa pior? Porquê é que não estou animado ou feliz? Eu tinha a Lorena como minha mulher!

Aqui estava aquele sentimento de novo, aquele que parecia ser de desapontamento ao pensar que sou casado com a Lorena. Já o disse milhares de vezes, e vou voltar a dizer, e depois provavelmente mais uma vez; porquê?

“Há, hum, asinhas de frango da última noite?” Ela sugeriu, apoiando-se no balcão atrás dela.

Bufei. “Do KFC?”

Lorena pressionou os lábios antes de falar, parecendo estar prestes a começar a chorar. “S-Sim.”

Bufei novamente, desta vez com um pequeno sorriso na cara. “Eu nunca vou comer nada que venha de lá, não é?” Disse rudemente e levantei-me abruptamente, fazendo com que o banco produzisse barulho, um ruido rangente, e a Lorena guinchou com medo.

“Desculpa, desculpa!” Ela exclamou, quase sentando-se no balcão com a sua tentativa de se afastar de mim. Apenas abanei a cabeça, e andei até ao frigorífico par ver o que lá havia.

Mas porque raio é que eu estava assim por não ter um pequeno-almoço caseiro? Por amor de Deus, eu nunca gostei de nada para o pequeno-almoço a não ser café! De onde é que vem este disparate todo?!

Fechei a porta do frigorífico com força, parecendo como se eu estivesse pronto para partir alguma coisa. Não havia nada para comer.

E então?! Compra algo no caminho para o trabalho, estupido!

Espera, tenho um emprego também?

O que é que estou a dizer, claro que tenho, eu tenho a porra de 40 anos.

“E-Eu vou fazer ovos mexidos ou assim, apenas, apenas sentas-te por favor? Por favor? Vais?” Lorena disse, dando passos hesitantes até mim. E enquanto o Louis normal se desculparia por agir como um lunático, este Louis queria atirar um calhau a alguém.

A Lorena tocou-me no braço, e surpreendentemente, eu não a afastei ou assim. Pela primeira vez, eu estava a comportar-me como qualquer outro humano normal.

Lentamente virei-me para ela; ela continuava assustada, como uma criança no seu primeiro dia de escola, e como se ela estivesse à beira das lagrimas. Incomodou-me bastante vê-la assim mas esse sentimento pareceu ter sido empurrado para o fundo do meu cérebro, e apenas raiva e rancor se encontravam à superfície. Eu mal podia esperar para descobrir a razão.

Assenti brevemente e, sem dizer nada ou sem olhar para ela, voltei a sentar-me onde estava. Com as mãos tremulas, a Lorena tirou uma frigideira e dois ovos, trabalhando no meu pequeno-almoço o mais rápido que conseguia, enquanto eu ficava aqui sentado e não fazia mais nada senão ler o jornal. Unf. Que bom marido que sou.

Uns minutos depois, ela pós os ovos em um prato e lentamente andou até ficar ao meu lado. Quando ela bloqueou a luz que vinha lá de fora e ficou a olhar para a janela, eu olhei para ela, irritado.

“O que é?” Estalei.

“H-Há uma coisa que preciso de te dizer.”

Revirei os olhos e deixei cair os papéis há minha frente. “O que é?” Repeti.

Lorena piscou e andou para o outro lado da cozinha, onde estava a mesa e remexeu numa mala que devia de ser dela. Ela tirou uns papéis de lá.

“Hum…” Ela começou, andando de volta até mim. “O Clint entrou em uma briga com um aluno ontem. O diretor quer-nos lá, hoje.”

Arranquei o pequeno pedaço de papel das suas mãos para dar uma olhada e senti o meu sangue fervilhar quando li as palavras da Lorena escritas de uma maneira mais sofisticada.

“Aquele pequeno cabrão.” Murmurei.

“Oh, e…” Lorena começou, mas parou para engolir em seco assim que virei a minha cabeça para ela. “A T-Tania tentou roubar uma garrafa de tequila daquela loja de bebidas no final da rua e foi apanhada.” Ela disse o mais rápido possível, e tentou afastar-se o máximo possível de mim.

Levantei-me da mesma maneira que antes, e andei até à porta. “Clinton! Tatiana!” Gritei, quase fazendo um buraco na porta. O que é que se está a passar? Quem raio é o Clinton e a Tatiana?!

Em um minuto, dois adolescentes, um rapaz e uma rapariga, entraram na cozinha. Eles pareciam ter a mesma idade e eram bastante parecidos; provavelmente eram gémeos.

“Tu.” Apontei para o rapaz. “Que merda é esta?!” Abanei o papel na sua cara, deixando o rapaz um pouco irritado como é óbvio.

“Bati num miúdo que me chamou de Cliton. Clit-on! E é tudo culpa tua! Se não me tivesses dado este estupido nome, onde toda a gente também me chama de Hilary ou Bush, nada disto tinha acontecido! Eu juro, assim que fizer os 18, saiu daqui!” Ele exclamou, abanando a cabeça no final, e marchou para fora da divisão.

Virei-me para a rapariga, a Tatiana, que tentava parecer má ao cruzar os braços no peito, mas eu consegui ver que estava assustada. Não faças nada estupido Loui-

“Tentas-te assaltar a porra de uma loja, que merda é que há de errado contigo?!” Raios.

“Os m-meus amigos desafiaram-me.” Ela gaguejou, olhando em volta.

“Olha-me nos olhos quando estou a falar contigo.” Estalei, a Tatiana suspirou tremulamente antes de encontrar os meus olhos. “Que tipo de amigos é que tu tens?”

Uh oh. Eu ia fazer outra rapariga chorar. “Olha para mim pai! Quem, no seu perfeito juízo, quereria sair comigo? Sou gorda e feia e nunca ninguém me vai amar!” Ela gritou, já a chorar. Observei-a dos pés à cabeça; ela podia ser modelo. Eu conseguia imaginar o quão bonita ela poderia ser por baixo daquela maquilhagem toda.

Eu prometi a mim mesmo que nunca faria a minha meninha chorar ou pensar que não era bonita; e aqui estava eu, parando em frente a minha filha, quase a gostar de a ver chorar por algo que eu lhe disse.

“O que é que lhe contaste mãe?” Tatiana disparou para a sua mãe. “Concordamos que eu ficaria de castigo só por um mês!”

Olhei para a Lorena, que aparentemente estava mais ocupada com os meus ovos mexidos para prestar atenção em mim ou na sua filha. “Eu decido qual é o teu castigo, sou quem manda nesta casa!”

“Oh, a sério?” A Tatiana gritou, virando-se para mim. “Não era isso que a mãe estava a gritar na noite passada enquanto tu estavas no trabalho!” Ela disse e correu para fora da cozinha enquanto eu fiquei congelado.

Lorena…? A minha Lorena? Não, ela não faria isso. Ela nunca me trairia.

“Tatiana!” A Lorena gritou, fazendo-me olhar para ela. “Porque é que tu… ela… eu… Louis não é verdade, isso não aconteceu, eu juro!”

Ignorando a sua voz quebrada, marchei até ela e encostei-a ao canto perto do fogão. “Não Louis.” Ela respirou ofegante, tentando fugir de mim desesperadamente, parecendo estar prestes a ter um ataque de coração.

As minhas mãos agarraram os seus braços com força, e violentamente a abanei até se parar de mexer. Lorena parou e olhou para o chão, um quase inaudível soluçar escapou dos seus lábios.

“Tu sabes o que te aconteceu da última vez que te apanhei, não sabes?” Disse calmamente. “Lembras-te, não te lembras?” Adicionei e a Lorena deu-me uns rápidos acenos.

Espera, o que aconteceu? Eu fiz algo? Eu bati-lhe?

“Nós não queremos que isso volte a acontecer, pois não?” Soltei um dos seus braços e levantei a sua cabeça para que me olhasse. Ela engoliu e abanou a cabeça. “N-Não.”

“Ótimo.” Assenti, e larguei-a completamente. Andei até a mesa do outro lado da cozinha e agarrei na minha pasta antes de sair de lá.

“Espera, Louis?” Lorena chamou-me, a sua voz mais firme do que há pouco quando falei com ela. “Não vais comer?”

Olhei para a cozinha por cima do meu ombro. “Na, compro algo na pastelaria.” Disse e sai de casa.

Que boa maneira de seres um idiota Louis.

Havia mesmo uma pastelaria logo a seguir à casa onde vivia. Depois de comprar um pastel, andei de volta para o meu carro e conduzi até ao trabalho.

Com toda a honestidade, eu pensei que fosse ter um acidente de carro. Porque é isso que acontece a merdas como eu, em sonhos como este. Mas não, parei o meu carro em frente ao edifício dez minutos depois. Fiquei meio desapontado por ainda estar vivo.

Andei para dentro do edifício e imediatamente soube que era professor do ensino secundário. Bem, é uma coisa boa. Ao menos tornei-me naquilo que queria.

Fiz o meu caminho pelas escadas até a sala dos professores, que estava bem vazia. Havia só duas pessoas lá, um homem de meia-idade, como eu, e uma jovem rapariga. Não jovem o suficiente para ser estudante. Ela devia de ser alguma professora nova.

Sentei-me no final da longa mesa, bem longe do homem e da rapariga, e fingi estar ocupado. No entanto, eu parecia estar excitando por alguma coisa. Conhecendo-me, não seria nada de bom.

Um minutos depois, o homem saiu, e a rapariga imediatamente se levantou e começou a andar até mim. Por alguma razão, tive de conter um sorriso por isso.

“Olá babe.” A rapariga sussurrou ao meu ouvido, e virei-me para encara-la. E mesmo que eu tivesse sorrido ao vê-la, eu estava a gritar por dentro. Loira de cabelo encaracolado, olhos verdes, nem um dia mais velha desde a última vez que a vi quando tínhamos 21; Monique.

“Olá para ti também.” Disse enquanto a minha mão ia para o seu pescoço, para a puxar para mim. Lentamente fechamos os olhos e eu sabia o que ia acontecer; eu ia beija-la.

Não. Louis não faças. Não o faças. Não. Não! NÃO!

“Não!” Gritei assim que me sentei, todo suado, a minha respiração ofegante e o meu coração mais acelerado que nunca. Foi só um sonho, disse a mim mesmo, tentando acalmar o meu coração. Apenas um sonho muito, muito mau.

Tentei olhar em volta mas estava escuro. Lentamente, comecei a lembrar-me de onde estava e no que aconteceu na noite antes… Lorena. Eu estava com a Lorena e nós tinh-

A minha cabeça virou-se para poder olhar para o lugar ao meu lado; de certeza que a minha namorada estava lá deitada.

É isso mesmo, a minha namorada. Não a minha mulher, com quem tive gémeos adolescentes e com que vivia numa grande casa. Era a minha namorada, que partilha a mesma aversão por crianças e pelo tabaco, e que não estava a viver comigo. Nada daquilo foi verdade. Foi só apenas um mau, mau pesadelo.

Mas por outro lado… pareceu tão real. Eu juro que se me aproximasse, seria capaz de tocar em algo.

E se eu previ alguma coisa? E se previ a minha vida se continuasse com a Lorena e casasse com ela? Iria mesmo ser assim? Amargo, e cheio de ódio, até mesmo pelos meus próprios filhos?

Não, não podia ser. O nome dos meus filhos eram Tatiana e Clinton, eu nunca daria esses nomes a eles. Não depois disto. E a M-Monique também lá estava, parecendo ainda estar nos vinte enquanto eu já estava nos quarenta. Para não mencionar que eu traia a Lorena com ela. Não. Não, não podia ser. Repeti para mim mesmo.

Mas….

E se isto foi só uma pista do que a minha vida poderia ser? Eu tinha o emprego que sempre quis mas também tinha uma mulher que me traia e até eu mesmo a traia também. Um filho violento e uma filha suicida. Tudo porque eu fiquei com a rapariga que estava deitada ao meu lado.

Eu precisava de ir embora, pensei. Agora mesmo.

Continue Reading

You'll Also Like

581K 30.5K 125
Nós dois não tem medo de nada Pique boladão, que se foda o mundão, hoje é eu e você Nóis foi do hotel baratinho pra 100K no mês Nóis já foi amante lo...
3K 224 13
Meu mais querido amor, > Esta história não é minha, ela pertence a @malfoyuh. • Estou apenas traduzindo. • Versão original em inglês: "Dear Draco pt...
6.7K 727 38
Piper Mclean só tinha uma ambição na vida...ser invisivel. Ela sempre fora a estranha da turma, a garota cleptomaniaca, a que sempre estava quieta. M...
15K 1.4K 27
Seria o sonho de toda fã encontrar o seu ídolo? Pois é, Anna teve essa sorte... ou nem tanto. Quando seus pais se divorciaram Anna não achava mais o...