Playing With Pleasure

By FlamesOnIce

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Fanfic de Cinquenta Tons de Cinza. Personagens de minha autoria, de E. L. James e Sylvia Day. PLÁGIO É CRIME! More

Playing With Pleasure
Welcome to Chicago
Poison
Burn
Thoughts
Begin
Lust
Red
Sweaty
Regret
Delight
Expectancy - POV NOAH PARKER
Stranger
Misfortune
Uncover
Surrender
Angel
TKO
Unconsciously
Consternation
Rehab
Disturbia
Passion
Love and Pain
True Love - POV NOAH PARKER
Complicity
Past is Past - POV NOAH PARKER
Hope - POV PHOEBE GREY
NOVIDADE!
Recovery
Don't be afraid
What 'll happen?
¡Bienvenido! - POV NOAH PARKER
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AVISO!
War is War
Doubts and choices
You love who you love
Your love is my turning page...
The beginning of the end
Agradecimentos

Trouble

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By FlamesOnIce

O garfo congelou na metade do caminho para minha boca. Meu couro cabelo se eriçou, eu realmente estava sendo observada.

Eu estava sendo observada por Charlie – Meu ex-partidor-de-corações-e-dono-do-melhor-sexo-que-já-fiz-na-vida. Ele estava sentado a três mesas de distância. Minha respiração ficou presa na garganta. Poxa, tantos lugares no mundo e eu tinha que encontrar com ele em Chicago? Nesse Bistrô? Realmente, a sorte não estava jogando no meu time de jeito nenhum. Ele se levantou e veio caminhando na direção da minha mesa, soltei meu garfo e sustentei seu olhar.

– Ora, ora... Veja só se não é a pequena Phoebe Grey. – Seu tom era interessado, o olhei de cara feia. Eu não queria ser abordada e principalmente, não queria ser abordada por ele.

– O que você está fazendo aqui, Charlie? – Minha voz saiu falhada, tive que pigarrear uma vez para conseguir concluir a frase. A humilhação ainda não estava completa?

– Eu que te pergunto, Phoebe. Esse bistrô é da minha família, eu achei que você se lembrasse ao menos o nome.

Dei uma olhada em volta e o nome do bistrô estava escrito em linhas finas e delicadas numa placa perto a porta.

Mason’s Bistrô

Tudo bem, é o sobrenome dele, mas quantas famílias Mason deveria existir nos EUA? Porque eu tinha que associar logo a família dele? Minha cabeça estava cheia de perguntas que com certeza não havia respostas, não respostas cabíveis.

– Eu estou morando em Chicago. – Agora minha voz foi dura e fria. Levantei o braço e fiz um gesto para o garçom trazer a conta. Minha primeira noite sozinha em Chicago e é isso que me acontece, vou torcer para ele não me seguir e descobrir onde moro. Pelo que me lembro de Charlie, ele consegue tudo que quer. Tudo.

– Mas você já vai? Ah, vamos lá, Phoebe. Vamos conversar, já faz tanto tempo. Eu sei que você me acha um cretino insensível – Mas ele era e eu não achava, eu tinha certeza. – Mas eu mudei, não sou mais aquele moleque de vinte anos que não queria nada mais que uma transa. – Ai meu Deus, a lembrança dele por cima de mim brincou em minha mente. E que transa, suspirei. – Eu estou assumindo o bistrô da minha família aqui em Chicago, então isso me dá algum senso de responsabilidade, você não acha?

– Sabe o que eu acho, Charlie? Eu acho que está na hora de eu ir embora e colocar um lembrete no meu celular para eu nunca mais passar na frente desse lugar. Agora, se você me der licença. – Olhei agoniada para o garçom, porque demorava tanto?

– Não Phoebe, agora que eu sei que você está aqui, tão perto de mim, eu não vou desistir tão fácil assim, vamos sair para jantar? – Um sorriso brincou em seu rosto e pela primeira vez na noite eu o observei atentamente. Ele ainda tinha o mesmo rosto, só que agora um pouco marcado pela idade e pelas experiências. Seus olhos eram de um azul tão profundo que fez minhas pernas ficarem bambas, ele estava realmente muito mais bonito do que cinco anos atrás.

– Jantar? – Minha voz saiu esganiçada. Mais um ponto para a humilhação. – Você está maluco? De jeito nenhum, Charlie. Já faz cinco anos desde a última vez que nos vimos e eu não vou sair para jantar com você, de jeito nenhum. – Essa última parte eu não sei se falei mais para mim e ou para ele, mas pelo menos ela ficou solta no ar, como um “... de jeito nenhum...” meio sussurrado. Que tendência ao fracasso.

– Porque não? Podemos jantar como velhos amigos. Não precisamos ter um encontro. Podemos comer um cachorro-quente, o que você acha? Ah, vamos lá, Phoebe. Você adorava comer cachorro-quente. – Agora ele me lançava aquele sorriso de “posso conseguir qualquer coisa” e tamborilava violentamente os dedos na cadeira.

– Olha só, eu não sou mais aquela garotinha de dezesseis, dezessete ou sei lá quantos anos eu tinha. Eu ainda gosto de cachorro-quente, mas isso não irá me fazer esquecer o que você fez ou quem você é, então, por favor, não insista. – O garçom depois de um mês apareceu com a conta na mesa, tirei o dinheiro de dentro da bolsa e coloquei dentro da conta. Mas antes de me virar para ir embora, resolvi deixar claro uma última coisa. – Finge que você não me viu hoje, Charlie. Para o nosso bem, porque você sabe muito bem que o nós – Fiz um gesto entre eu e ele – não funciona como o esperado.

– Por isso mesmo, Phoebe. “Nós” – ele fez um gesto de aspas com os dedos – éramos perfeitos por isso, nunca ninguém esperava nada de nós e mesmo assim, íamos lá e arrasávamos todos, todas às vezes, todas as noites – ele se aproximou um pouco, ele continuava com o mesmo perfume, o que fez meu cérebro derreter – você já se esqueceu da nossa química? O quanto nós nos encaixamos? – Sua voz agora era um sussurro.

Filho da puta. Isso é jogo baixo.

Ergui minha cabeça e tentei não respirar tão profundamente, cada inspiração era um tapa da minha cara. Eu só tinha que ter forças para juntar o resto da minha dignidade que estava caída aos meus pés e sair correndo dali, só isso. Mas como o esperado, meu cérebro não enviou nenhum comando para o corpo, então fiquei ali, na frente dele o observando. Absorvendo cada detalhe do seu rosto e nesse momento eu cheguei a conclusão que não tinha superado meu ex-namorado-partidor-de e bla bla bla.

– Vamos sair para jantar, Phoebe. Por favor, eu só estou te pedindo um jantar para provar que eu mudei. Depois disso, se você ver que realmente não vale a pena, eu te deixo em paz. – Charlie me olhava com expectativa, se aproximou mais um pouco. Por Deus!

– Tudo bem, Charlie. Me pega no sábado, eu te passo o endereço por Whatsapp. – Anotei o telefone dele e vice-versa. Meus braços penderam ao lado do meu corpo, legitima pose de derrota.

– Obrigada, Phoebe. Obrigada de verdade pela oportunidade, eu juro que dessa vez vai ser tudo diferente. – E parado diante de mim estava o Charlie brincalhão, aquele todo animado que fez eu me apaixonar perdidamente.

Sai correndo dali antes de dizer alguma coisa, eu já estava ferrada mesmo, um pouquinho mais de autodestruição não faria mal a ninguém.

Caminhei devagar para casa, as lágrimas que eu segurava desde o minuto que eu olhei para ele, agora caiam sobre meu rosto como uma cachoeira. Cruzei meus braços sobre o peito e apertei, tentando fazer aquela sensação ruim diminuir, mas ela só estava aumentando. Eu realmente aceitei sair com Charlie Mason? Eu não tinha pensamentos coerentes, só as palavras dele ecoando em minha mente, pequenos trechos da nossa conversa.

“... “Nós” éramos perfeitos...”

“... Eu sei que você me acha um cretino insensível...” – Ele não tinha idéia do quanto. Na verdade nem eu tinha.

Um homem passou por mim e me olhou com as feições torcidas, ele estava com pena? Encarei de volta com a maior carranca que consegui montar, acelerei o passo para chegar ao meu apartamento antes que mais alguém me olhasse, ou pior, me abordasse.

Joguei a chave em cima da mesa e fui deixando uma trilha de roupa no caminho para o banheiro, olhei o chuveiro um longo tempo e optei por usar a banheira, não tinha utilizado-a ainda. Estava calor em Chicago, então deixei a água mais para fria do que para morna, joguei os sais com cheiro de baunilha e entrei na água. Meu corpo estava tão quente que o toque da água me fez tremer, isso mesmo. Um desconforto exterior para abafar o interior. Quem eu queria enganar? Deitei e deixei os pensamentos fluírem até conseguir uma linha de raciocínio.

Charlie foi meu primeiro e único namorado até hoje, ele tirou minha virgindade então eu fiquei ligada emocionalmente a ele. Quando estávamos na escola, vivíamos juntos. Charlie era o combustível que faltava na minha vida, como ele mesmo disse, éramos perfeitos. Nossos pais ficaram amigos, meu pai aceitou o namoro, tínhamos até plano de nos casarmos. – Grunhi alto, puxei a toalha que estava do lado e me enrolei. Isso não vai funcionar sem uma dose cavalar de álcool. Peguei uma garrafa de vinho na geladeira e uma taça, apoiei na borda da banheira, tirei a toalha e voltei para a água, depois da terceira taça seguida eu encostei a cabeça e voltei a raciocinar.

Numa festa que meus pais estavam oferecendo junto com os meus avos, ele estava lá comigo. Teve uma hora que ele desapareceu por mais de uma hora, então eu comecei a procurar, procurei em cada quarto da minha casa, em cada cômodo, menos no meu quarto.

Então decidi ir pegar meu celular no meu quarto e mandar uma mensagem para ele, foi quando eu descobri Charlie transando com Katherine, uma amiga minha. A cena não foi que nem aquelas de filme, ele por cima e ela gemendo baixinho. Não, eles realmente estavam se comendo, a transa estava tão intensa que eles só notaram minha presença quando eu comecei a gritar e a chorar histericamente. – Tomei mais uma taça e tornei a encher. – Nos dias que se passaram depois disso, eu não consegui comer, beber, fazer qualquer coisa que não fosse chorar. Se minha mãe não estivesse ali, eu juro que eu teria morrido. Charlie tentou me ligar uns três dias seguidos e depois disso desapareceu. Nunca mais eu o vi até a noite de hoje.

Quando eu o conheci, nós ficamos amigos de cara. Ele foi meu primeiro beijo, ele tirou minha virgindade. Meu primeiro e único anel de compromisso foi ele que me deu. Como ele mesmo disse – Éramos perfeitos.

Até hoje eu não sei se ele me traia constantemente ou foi só aquela vez com Katherine. Se houve outras vezes, ninguém teve coragem de falar e se me falassem naquela época, eu acho que teria cometido suicídio. – Outro longo gole de vinho – E eu acabei de aceitar sair com o cara que quase acabou com a minha vida. – Levantei a taça e falei com a voz embargada pelo álcool – Um brinde a falta de amor próprio – e tornei a virá-la novamente.

Depois de uma garrafa vazia de vinho, uma mente confusa e um oceano de lágrimas, eu decidi ir para a cama. Deitei por cima da colcha mesmo e tampei os olhos com braço.

Eu só falei meia dúzia de palavras com ele e fiquei desse jeito, imagina se eu sair no sábado?

Vou ter que juntar os cacos do meu coração partido e esconde-los, ou posso cortar a cara dele e rir maldosamente. Tanto faz. As duas opções não vão apagar tudo que ele fez.

Antes de pegar no sono, eu decidi que não iria de forma alguma mandar meu endereço para ele, ou sair com ele para qualquer lugar no mundo. Não iria atender suas ligações e desviaria de todas as suas investidas – se é que ele fosse investir em algo.

Deitada na minha cama, fitei a janela do meu quarto. Chicago estava toda acesa, um mundo de possibilidades aos meus pés e eu aqui, presa ao passado, chorando e ficando bêbada em plena terça-feira.

Quando a luz matinal chegou, eu percebi que não dormi a noite toda e a imagem de Charlie com Katherine não saia da minha cabeça.

Eu com certeza não iria sair com aquele filho da puta.

Levantei-me e fui para o banho, me lavei, sequei, arrumei o cabelo tudo automaticamente, calcei uns saltos nude com um vestido azul claro com decote quadrado. Hoje eu iria conhecer o meu chefe. Lucy disse que ele não era totalmente ignorante, mas também não era um amor de pessoa. Antes de ir para a editora, passei no Starbucks e comprei o maior café que estava disponível. A ressaca estava batendo com força a minha porta e só a cafeína poderia talvez resolver o problema da minha cabeça dolorida. Mas e do meu coração despedaçado? – Engoli o choro novamente e me escondi atrás dos óculos escuros.

Sentei-me pesadamente na minha cadeira e escondi o rosto com as mãos. Hoje eu iria para academia e coitado de quem passasse no meu caminho. Depois de alguns minutos afundada no meu martírio sem fim, eu notei que a porta da sala do Sr. Parker estava entreaberta, ajeitei minha postura, terminei o meu café e decidi ir me apresentar para o meu novo chefe, tentar ser cordial, vai que ele gosta da minha cara e me deixa sofrer calada durante o dia. Passei as mãos pelo meu vestido, ajeitei meu cabelo que hoje estava solto, respirei fundo e andei decidida até sua sala. Bati na porta e só escutei um “Entre” seco e profissional. E sensação de familiaridade tomou conta do meu corpo. Eu conheço essa voz, mas naquele breve segundo eu não consegui identificar da onde.

Empurrei a porta devagar e murmurei um “com licença” educado, quando levantei os olhos, meu coração parou de bater e eu tive que segurar na parede para não cair no chão.

Sentado atrás da mesa pesada e luxuosa de carvalho, estava o gostosão-desconhecido.

Ele ainda estava com os olhos grudados na tela do computador, então não conseguiu visualizar minha expressão de assombro e minha quase queda. Na última tentativa daquilo tudo estar errado, eu ajeitei minha postura e chamei seu nome.

– Sr. Parker?

– Sim? – Ele levantou os olhos do computador e sua expressão tranquila passou para assombro, depois indignação e por último curiosidade. – Phoebe? – Ele se levantou da cadeira e meu Deus! Ele ficava gostoso mais ainda de terno e gravata, os ombros largos e a cintura mais fina. – O que você está fazendo aqui? Como descobriu aonde é o meu escritório?

Levantei os olhos até os seus e fiquei sem ar para responder, seu cabelo estava ajustadamente desalinhado, sua barba feita e seus olhos... Eram de um azul tão profundo que parecia que ele estava enxergando além de mim. – Eu trabalho para você. – Foi só isso que eu consegui dizer, meu pulmão começou a queimar e meu sexo latejou quando me lembrei da sensação de suas mãos, seu cheiro másculo misturado com suor e sua voz em meu ouvido, tive que me conter para não gemer na frente dele. – Eu não quis assustá-lo.

– Como assim você é Phoebe Grey? – Ele passou as duas mãos pelo cabelo e me olhou assustado, vi que seus olhos passeavam pelo meu corpo e instintivamente inclinei o quadril um pouco para trás, seus olhos voltaram ao meu e sua expressão era de puro desespero.

– Era você na boate no sábado? Lógico que era você, eu me lembro. – Ele encostou o quadril na mesa e cruzou os braços diante do peito, sua expressão se suavizou e tenho certeza que a minha se carregou completamente, eu olhei bem para o rosto dele e o imaginei entre minhas pernas me olhando com aqueles olhos... Nossa, hoje o dia estava realmente quente. – Eu até diria que é um prazer conhecê-la, mas como eu acredito que conheci o seu melhor lado no sábado, não vou cometer esse perjúrio.

– Eu...É...Você sabe..Só queria...Hmm – Gaguejei e gaguejei feio na frente dele. O Sr Parker agora estava com as duas sobrancelhas erguidas, evidentemente segurando uma risada, pigarreei para encontrar a voz. – Eu só vim me apresentar, mas como já nos conhecemos... Se precisar de algo, Sr Parker, é só me falar. Obrigada e tenha um bom dia. – Consegui sair da sala dele sem tropeçar ou cair de pernas bambas ou melhor, consegui sair sem implorar para ele me comer ali mesmo. Que coisa deprimente.

Sentei-me pesadamente na minha cadeira e a sensação de que tudo tava dando errado tomou conta do meu corpo. Meu ex namorado traidor esta na área cheio de garra, o meu chefe é um gostosão que me fez gozar encostada na parede de uma boate na minha primeira noite em Chicago, minha cabeça doía tanto que nem que se eu tomasse vinte comprimidos de Advil eu acho que resolveria. Inspirei fundo algumas vezes e voltei ao meu trabalho. Hoje tinha uma pilha de manuscritos que eu deveria entregar até o final do dia para ele. As duas da tarde teríamos uma reunião com um autor que já estava a dez semanas no The New York Times e depois disso nós revisaríamos a agenda e os eventos para o resto da semana. Lucy fez tudo isso parecer muito fácil, na verdade era fácil, mas era o gostosão que não era mais desconhecido que estava complicando a minha vida. Suspirei e aceitei minha derrota diante tudo isso, peguei o primeiro manuscrito e deixei a estória entrar na minha cabeça me fazendo esquecer todo o resto.

As onze e meia da manhã, o Sr. Parker saiu do seu escritório com uma maleta de couro na mão, parou de frente a minha mesa e disse num tom tão descontraído que parecia até sacanagem.

– Você sabe que não vai conseguir fugir para sempre, né? – A risada dele era tão gostosa que fez meus pelos da nuca eriçarem de tesão. – Vamos lá, Phoebe. Você trabalha para mim, vamos ter todo o contato possível, uma hora o que aconteceu na boate vai vir à tona e eu vou lhe avisando, quando vir realmente a tona, esteja preparada. – Ele piscou e saiu andando, mas antes de sair completamente do escritório falou por cima do ombro – Vou sair mais cedo para o almoço, não transfira minhas ligações, voltarei antes da reunião das duas.

E sumiu, me deixando boquiaberta e totalmente excitada.

Resolvi pular à hora do almoço, meu estômago estava totalmente enjoado por causa da bebedeira de ontem e não tentei arriscar nada, tomei um copo de suco de laranja e fiquei vagando pela internet enquanto aguardava a tão esperada reunião das duas.

Não sei por que não procurei quem era Noah Parker antes da internet, o Google está cheio de fotos dele com autores, diretores, empresários, até foto com o meu pai o cara tinha. E a cada foto descoberta, minha surpresa aumentava, meu chefe era um verdadeiro gato, seu cabelo preto, seus olhos tão azuis quanto do céu, seu corpo sarado. Teve uma foto que eu quase salvei no meu computador, ele num Iate com várias mulheres ao redor, exalando masculinidade. Mas que merda estava dando na minha cabeça? – Fechei a página depressa e deitei a cabeça sobre meus braços.

Meu corpo estava dolorido e estava tanto calor que só de pensar em sair do escritório com ar-condicionado minha cabeça já começava a rodar.

Fui até a cafeteria, como era horário de almoço, estava abarrotada de funcionários e eu não consegui esconder minha raiva por ter levado quase meia hora para comprar uma maldita garrafinha d’água.

Não Phoebe, o mundo não tem culpa do seu dia está sendo uma merda, não grite, não grite...

Voltei para minha mesa e fiquei aguardando o gostosão do meu chefe voltar, depois de uma garrafinha d’água e uns xingamentos mentalmente, ele deu o ar da graça, mas agora estava todo sério e com a postura mais rígida que eu já tinha visto na vida.

– Phoebe, quando o Dylan chegar, por favor peça para ele me aguardar na sala de reuniões, eu preciso que você esteja presente para transcrever as informações obtidas. – Sem mais ele saiu da minha frente e entrou batendo a porta da sua sala. Esse cara é maluco?

As duas e quinze, quando o tal do Dylan chegou, levei-o para o sala de reunião e bati na porta do Sr Parker para chamá-lo.

Ele estava parado com as duas mãos no bolso observando Chicago abaixo de nós, teve um sobressalto quando bati em sua porta.

– Sr Parker, o Sr Dylan já esta na sala aguardando-o. – Abri mais a porta e fiz um gesto para ele passar quando veio em minha direção. Corri até minha mesa e peguei o tablet, consegui chegar a tempo de entrar atrás dele.

Sentei-me numa cadeira mais afastada e comecei a digitar tudo que eles falavam. Levantei os olhos algumas vezes para fitar o meu chefe-gostosão e fui surpreendida no ato. Abaixei os olhos e não tornei a levantá-los até a reunião estar terminada.

As quatro da tarde – já em minha mesa concentrada em uma planilha enorme sobre todos os possíveis livros de sucesso enviados no ultimo mês – meu telefone tocou, atendi no primeiro toque.

– Parker Publisher, boa tarde.

– Srta Grey, venha até minha sala, por favor. – E sem esperar minha resposta ele desligou.

Respirei fundo três vezes antes de ter força nas pernas para levantar, uma cócega crescia em meu peito e um sorriso brotou em meus lábios. Fechei-o antes de se transformar em uma gargalhada. Eu estava ficando louca. Sinceramente louca.

Bati na porta e enfiei a cabeça dentro de sua sala novamente. Agora com mais calma deu para reparar nos detalhes. Mesa de carvalho no centro, a cidade aos seus pés pela janela que pegava a parede toda e brilhava atrás dele, as paredes eram creme só com alguns quadros pendurados.

– Entre, Srta Grey. – Sua voz foi tão firme e monótona ao mesmo tempo, a carne no meio das minhas pernas se contraiu.

– Pois não, Sr Parker. – Ele fez um gesto para eu me sentar, quando o fiz, ele se virou e me encarou com os olhos sem brilho. Abaixei meus olhos para minhas mãos.

– Preciso que organize minha agenda, não estarei no escritório o resto da semana, anote todos os meus recados e cancele qualquer reunião que eu tenha. Vou estar fora do país até domingo.

Senti uma sensação estranha na barriga, pra onde ele iria? É claro que eu não me atrevi a perguntar.

– Sim, Sr Parker. – Levantei os olhos e o fitei demoradamente, ele fez o mesmo. Sua expressão não demonstrava nada, mas percebi que ele estava tão nervoso quanto eu, pois não parava de balançar a caneta que estava em suas mãos. Arqueei uma sobrancelha e voltei a encarar seus olhos, não pude esconder um sorriso de lado. O meu chefe gostosão desprendeu seu olhar do meu e voltou a fitar o computador.

– Você já esta dispensada por hoje, Srta Grey. – E sem mais palavras ou despedidas, sai do seu escritório, desliguei meu computador e fui em direção ao elevador sem olhar para trás.

Fui para academia aquele dia, coloquei meus fones de ouvido e só parei de correr na esteira quando senti minhas pernas e pulmões queimando tanto que quase chorei de agonia. A academia era ampla e continha todos os aparelhos de ginástica possíveis. Era o paraíso dos bombados. Eu ri, pela primeira vez no dia.

Fiz de tudo para fugir de Josh hoje, nem troquei de roupa na academia, deixei para tomar banho em casa evitando ficar o máximo de tempo possível e quando eu estava correndo e ele veio me abordar, apenas apontei para o fone de ouvido e fiz cara de “lamento, eu não posso te ouvir”.

Enchi a banheira novamente e entrei na água gelada, dessa vez a sensação foi menos forte, fechei os olhos e senti cada músculo do meu corpo relaxar vagarosamente. Que sensação boa...

Depois que eu descobri quem era o meu chefe, não tive tempo para pensar em Charlie, o que fez meu dia melhorar alguns por centos.

Eu nem estava acreditando quem eu iria dar de cara praticamente todos os dias com ele, mordi os lábios em expectativa. Ele disse para eu estar pronta, mas será que ele vai estar? Ah...Com certeza vai sim. A sensação do seu membro intumescido formigou em minha mão e meu ventre se contraiu em antecipação a sua ameaça tão bem vinda.

No meio do meu devaneio sexual, o telefone tocou. No segundo toque eu sai da banheira enrolada na toalha para atender.

– Alô?

– Srta Grey? – Era o porteiro, qual era o nome dele mesmo? Hmmm...

– Pois não?

– O Senhor Noah Parker esta aqui e insiste em subir até seu apartamento.

Meus olhos quase saltaram da órbita e minhas pernas ficaram inquietas enquanto eu pensava se deixava ou não ele subir.

Não seja idiota, Phoebe. Deixá-lo subir é o que você mais quer na vida.

– Pode deixá-lo subir, obrigada por avisar.

Calculei que ele levaria menos de um minuto para subir, então corri até o quarto, joguei um vestido pela cabeça, soltei o coque mal feito e passei os dedos para tentar ajeitá-lo e antes que eu pudesse decidir qual sapato colocar, minha campainha tocou. Olhei para os meus pés e decidi ir descalço mesmo, afinal ele está batendo na minha porta numa hora que era meu descanso, correto? Assenti para mim mesma e fui atender a porta.

E diante de mim, estava o cara mais gato que eu já tinha visto, usando camisa pólo e calça jeans, seu sorriso era tão intenso que se eu estivesse usando calcinha, ela estaria molhada. Merda, eu estou sem calcinha!

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