Neutro

By -Tanchi

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Se meter com as pessoas erradas tem as suas consequências. Falyn Lake conheceu um rapaz. E tudo o que ela que... More

notas.
epígrafe.
um.
três.
quatro.
cinco.
seis.
sete.
oito.
nove.
dez.
onze.
doze.
treze.
catorze.
quinze.
dezasseis.
dezassete.
dezoito.
dezenove.
vinte.
vinte e um.
vinte e dois.
vinte e três.
vinte e quatro.
vinte e cinco.
vinte e seis.
vinte e sete.
vinte e oito.
vinte e nove.
trinta.
trinta e um.
trinta e dois.
trinta e três.
trinta e quatro.
trinta e cinco.
trinta e seis.
trinta e sete.
trinta e oito.
trinta e nove.
quarenta.
quarenta e um.
quarenta e dois.
quarenta e três.
quarenta e quatro.
quarenta e cinco.
quarenta e seis.
quarenta e sete.
quarenta e oito.
quarenta e nove.
cinquenta.
cinquenta e um.
cinquenta e dois.
cinquenta e três.
cinquenta e quatro.
Tem algum sobrevivente?
quarenta e cinco.

dois.

26.1K 2.1K 816
By -Tanchi

Cheguei na escola de Anabel mais tarde do que deveria. Tudo isso por ter perdido o meu tempo a tentar ser simpáticaa com aquele estranho e idiota no cemitério.

Suspirei e atravessei a rua que me levaria até a escola dela. Entrei no lugar com pressa e sem querer acabei por esbarrar nas crianças que estavam a sair e sussurrando um pedido desculpas para as mesmas enquanto olhava em volta a procura de uma criança de cabelos loiros, quase brancos.

O desespero de ela ter desistido de esperar-me e ter ido embora sozinha começou a crescer dentro de mim quando não a encontrei no lugar onde combinávamos até que, num sítio um pouco distante das outras crianças a vi sentada no relvado debaixo de uma árvore com um garoto moreno.
Eles estavam a olhar para todo canto exceto um para o outro enquanto conversavam.
Balancei a cabeça em negação enquanto os encarava com um sorriso porque era nítido o afecto que tinham um pelo outro.

Cruzei os braços de forma paciente enquanto esperava pelo momento em que ela me notaria. Sempre que voltava do meu colégio tinha que passar por ali para a poder levar. Anabel tinha apenas sete anos e não possuía uma boa memória para poder voltar ao orfanato, sozinha, mas isso não era um grande sacrifício sendo que ela era adorável e uma boa campainha.

Quando ela finalmente notou a minha presença o seu rosto pequeno e delicado assumiu um tom vermelho e ela despediu-se do seu amigo com um abraço desajeitado e sem esperar por uma resposta do mesmo andou até o meu encontro.

— Desculpa por ter-lhe feito esperar, Falyn. Não vi você — disse assim que chegou ao pé de mim. Ainda com o rosto vermelho.

Olhei para o garoto de cabelos pretos pela última vez e por uma fração de segundos ele lembrou-me o rapaz do cemitério, mas tirei esses pensamentos da minha cabeça. Aquela criança tinha um ar angelical demais para parecer-se com o imbecil do rapaz do cemitério.

— Não se preocupe com isso — digo assim que atravessamos os portões de ferro. — O seu namorado é bonito — a provoco e a mesma fica sem graça.

— Ele não é meu namorado. Somos apenas amigos.

Anuí, a achar graça o seu constrangimento.

— E como ele se chama? — perguntei a tentar criar uma conversa para evitar que ficássemos caladas durante o caminho até o orfanato.

— Luke.

— É um nome bonito — elogiei e ela concordou.

— E você, tem namorado? — perguntou de repente e eu cocei a garganta sem jeito por ter sido pega desprevenida.

— Não. Não tenho tempo para isso.

E não tinha mesmo. Namorar para mim era uma perca absoluta de tempo.

Ela concordou e mudámos de assunto para o teste de matemática que teria na próxima semana e o quanto ela precisaria da minha ajuda com alguns apontamentos.

Quando chegamos no orfanato Colombus ela despediu-se de mim com um beijo na bochecha e foi para o jardim cumprimentar umas amigas suas.

E eu fui para o dormitório porque estava cansada e precisava dormir um pouco.

Eu partilhava o quarto com uma garota chamada Maxine. Tinham outras duas garotas que partilhavam o dormitório connosco que eram gémeas e para a sorte delas foram adotadas ano passado juntas.

Maxine era lésbica e viciada em drogas. E a mesma não se importava em consumi-las porque depois de tanto tempo no orfanato acabamos com a ilusão de um dia podermos ser adotadas e o nosso perfil, deixou de ter importância. Ela não respeitava o meu espaço pessoal e deixava o dormitório uma confusão com as suas roupas espalhadas por tudo que era canto. Eu preferia não discutir com ela e ficar na minha porque Maxine não era uma das pessoas mais calmas do mundo.

Mas, quando ela passava dos limites, como trazer uma das suas namoradas as escondidas para o quarto enquanto eu queria estudar ou dormir o orfanato inteiro escutava as nossas discussões.

Não gostava quando abusavam da minha bondade ou paciência.

Quando abri a porta do dormitório a encontrei sentada na sua cama com os olhos vermelhos e um cigarro nos lábios. Em seguida ela tirou um isqueiro do bolso e acendeu-o.

Ignorei a sua presença e sentei-me na minha cama. A primeira coisa que tirei foi a gravata porque já não estava a aguentar ficar com ela presa em meu pescoço.

Ela analisava cada movimento meu, numa forma de irritar-me. Ela sabia que eu odiava ser o centro das atenções de qualquer pessoa.

— Para de me olhar — resmungo incomodada.

— Olhar não mata — ela responde a soltar uma fumaça da boca e eu reviro os olhos.

— Mas, deixa-me desconfortável — rebato encarando-a séria.

— Tudo bem, princesa Falyn — ela jogou as mãos  para trás em sinal de rendição. — Não a irei encarar.

— Não me chame de princesa.

— Voltou irritada hoje — ela riu nasalado. — O que aconteceu?

— E, porque lhe contaria? — contravi a tirar os meus sapatos e antes que ela respondesse completei. — Nós não somos amigas.

Ela estreitou os olhos na minha direção.

— Não precisa responder-me assim — o seu tom de voz soou irritado. — E se vai continuar a agir como uma idiota, deixa para lá.

Parei os meus movimentos e soltei um suspiro profundo. Ela tinha razão. Era estúpido estar um pouco encolerizada por causa da briga com um desconhecido que provavelmente nunca mais veria em toda a minha vida.

— Desculpa — digo baixo, mas alto o suficiente para ela ouvir. — Tive um teste surpresa hoje e ele correu mal — menti.

— A sério? — ela riu, desacredita. — Você estuda todos os dias. Desculpa, mas não acredito nisso. Prefiro acreditar que o diabo pediu perdão a Deus pelos seus pecados.

Semicerrei os olhos na sua direção.

— Desde quando pensa que me conhece tão bem?

— Nos conhecemos a dez anos — diz como se isso explicasse tudo.

Apesar de nos conhecermos a tantos anos, nunca fomos próximas uma da outra. Partilhávamos interesses distintos e tínhamos opiniões completamente opostas sobre tudo. Antes nós não conversávamos, ela e as gémeas eram mais unidas e excluíam-me propositalmente das conversas.
Nunca me importei com isso. Se as pessoas não iam com a minha cara eu também as ignorava.

E como eu só estávamos nós as duas num dormitório com mais de cinco camas vazias a sua única opção era tentar conversar comigo para o clima não ficar muito pesado. Porque seria estranho nos ignoramos sendo que partilhávamos o mesmo ambiente vinte e quatro sobre vinte e quatro.

— Nos conhecemos a dez anos, mas nunca tivemos uma relação boa.

— Passado é passado, Falyn — murmurou. — Ainda não é tarde para tentarmos de novo.

Dei de ombros enquanto me levantava e procurava pela minha toalha para poder ir ao balneário. Levei o meu shampoo e um sabonete que havia conseguido comprar com o dinheiro que ganhava numa lanchonete que trabalhava, mas ela acabou por fechar e tive que ser despedida. A verdade era que eu já tinha dezassete anos e em poucos meses faria dezoito e era óbvio que já não seria adotada, então eu precisava precisava aprender a ser independente.

Quando conferi que não faltava nada sai do dormitório e fui para o balneário. Assim que lá cheguei tinham duas garotas conversando sobre alguma festa que havia acontecido na noite passada.

No momento em que elas notaram a minha presença me olharam de cima para baixo e viraram os seus rostos para o lado contrário ignorando a minha existência.

A verdade era que a maioria das pessoas do orfanato não ia com minha cara. Enquanto eles saiam as escondidas para festas e outras coisas, eu preferia ficar em meu quarto estudando e por isso me intitularam como "a garota que se acha melhor que todos", mas não me importava. Se me preocupar com o meu futuro me fizesse aquilo que eles me intitularam então sim, admito. Eu era melhor que todos eles.





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e então? O que estão a achar da nova versão até agora?

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