The 2 Of Us - Livro 1. Duolog...

By FlaviaLobato

218K 16.6K 6.8K

Heather Colbert aprendeu a andar com suas próprias pernas e amadureceu da forma mais dura possível, perdendo... More

Inspirações
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Extra - Por Dan
Capítulo 18
Capítulo 2 - Por Stephan
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Extra - Por Dan
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Coluna: Voce ouviu?
Capítulo 40
Extra - Por Dan
Capítulo 41
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Extra - Por Dan
Extra - Por Adam
Capítulo 46
Capítulo 47 (FINAL)
Epílogo

Capítulo 42

2K 171 151
By FlaviaLobato

Queridos, adianto que o hot é pesadinho para corações fracos. Coloquei uma marcação (✴) onde ele termina, caso prefiram não continuar...

Me estiquei sobre o lençol macio da cama de Daniel, praticamente afundando entre os travesseiros enquanto ele me encarava da porta do closet, já sem a camisa. Levantei meu rosto para vê-lo melhor e naquele segundo, constatei que o aquecedor não agia tão bem quanto meu Dan. Esfreguei lentamente uma coxa na outra, pouco me importando com a vermelhidão em minhas bochechas, enquanto o observava sorrir e voltar a se concentrar em sua calça, tirando rapidamente e revelando suas pernas firmes.

Daniel voltou para o closet, me dando a deliciosa visão de suas costas amplas, muito bem trabalhadas quanto todo o seu corpo, porém, ainda assim, aquela região era uma coisa a parte para mim. A box na cor vinho quase não marcava seu bumbum maravilhoso, mas eu o conhecia extremamente bem para que minhas mãos coçassem para tocá-lo.

Daniel voltou, andando daquela forma dominadora, sem se importar com o espaço que afetava e tirando minha razão diante a visão maravilhosa de sua definição e da tatuagem belíssima em sua lateral direita. Sua pele parecia ainda mais bronzeada, o que fazia com que os traços detalhados se destacassem em meio a músculos enrijecidos.

Dan abriu um sorriso maravilhoso, provavelmente se divertindo com o modo como me sentia a vontade em sua cama. Se ele reparara na leve fricção entre minhas coxas, em meus suspiros pesados ou como o frio dera lugar a um calor extremo em mim, então disfarçou muito bem.
— Vou tomar uma ducha. – Ele se direcionou ao banheiro sem se dar o trabalho de continuar a me olhar. – Como você sabe, a casa é sua também, então sinta-se a vontade...

Fiquei encarando a porta entreaberta por segundos intensos, até saltar da cama e me livrar rapidamente da blusa, da calça, da lingerie e, então prender meus cabelos num coque com a ajuda de um liga fina. Fui até o criado-mudo onde sabia ter proteção suficiente para uma vida toda e peguei um pacote de camisinha. Eu sabia o que queria e ele iria ceder...
Com cautela, abri a porta do banheiro e mesmo que o aquecedor estivesse ligado, parecia haver uma brisa gelada em qualquer lugar, deixando-me totalmente sensível, principalmente nos seios que já estavam arrepiados. O chão estava gelado e um pequeno tremor só me deixava mais ansiosa para alcançá-lo.

Daniel ligou o chuveiro e, como estava de costas para mim, perdeu a chance de me ver totalmente afetada pela visão de seu corpo enquanto a água escorria em toda a sua extensão. Ele levou as mãos aos fios loiros, fazendo com que a água passasse com mais facilidade e escorresse num jato maior, e eu já estava próxima o suficiente do box para tentar qualquer loucura, mesmo que minha indignação fosse imensa.

— Eu não acredito que você fez isso comigo, Daniel. – Deslizei lentamente a porta de vidro, mordendo o lábio numa tentativa de contenção ao passo em que Daniel se voltava para mim.

Então o safado me observou com um sorriso descarado, alcançando minha mão esquerda e me puxando com firmeza, chocando-me contra si num gesto despudorado. Arfei, sentindo meus mamilos roçarem em seu peitoral quente e algo realmente grande tocar meu ventre, fazendo-me gemer baixo. Sua mão soltou a minha, deslizando até minha cintura enquanto a outra me pressionava com certo cuidado, encostando-me na lajota fria da parede. Apoiei minhas mãos em seu peitoral, arranhando levemente e me inclinando para tentar chegar a seus lábios, que pareciam mais convidativos do que nunca.

— Achei que você quisesse descansar um pouco, já que sabe que uma foda rápida no banho não vai me saciar. – Seu rosto pendeu mais próximo ao meu, apenas provocando ao tocar seus lábios em minha face.

— Já esperei demais, Daniel, se prolongar essa tortura, será você quem lidará com alguma punição. – Raspei os dentes em seu queixo, começando uma trilha de beijos lentos na linha bem marcada de sua mandíbula.

Desci uma das mãos, contornando cada músculo do abdômen trincado de Daniel, sentindo contrações deliciosas em meus dedos enquanto seus lábios alcançavam os meus, trocando beijos lentos, cheios de sexo puro e saudades. Continuei descendo, passando pelo osso pubiano, e finalmente tocando seu membro já quase completamente rígido, que contorceu-se torturada em minha mão. Toquei toda a sua extensão, masturbando devagar e recebendo seu gemido rouco e baixo em meus lábios, suspirando enlouquecida para ter seu prazer novamente.

Empurrei Daniel com facilidade, que parecia estar num transe enquanto me observava ajoelhar diante o espetáculo que seu corpo e seu prazer eram. Seu peito subia e descia num ritmo acelerado, enquanto sua mandíbula cerrava com muita pressão, fazendo com que prestasse atenção a cada detalhe extremamente masculino de seu rosto ao levar seu maior prazer a minha vontade. Fechei os lábios ao redor da glande, deliciando-me com seu calor, com sua textura e comecei a trabalhar minha língua, de forma progressiva em seu comprimento.

Daniel fechou os olhos, jogando a cabeça para trás ao soltar um gemido rouco, que ecoou no banheiro a me enlouquecer. Grandes gotas de água escorriam em seu peitoral, descendo por seus músculos em passeios lentos e de causar inveja, trilhando caminhos na pele quente e perdendo-se ao chegar na virilha. Eu era incapaz de me mostrar sóbria diante suas reações, elas me afetavam diretamente e eu não me importava de gemer, inundada por seu prazer, em nome da satisfação que tinha ao provocar tais reflexos no meu loiro. No meu Daniel. Segurei sua base com mais firmeza, contornando seu pênis com a língua, torcendo o punho com leveza, sentindo seus tremores enquanto sua excitação escorria deliberadamente em minha boca. Eu amava me ajoelhar diante Daniel, sem nenhuma humilhação, sendo a dona de seu prazer e controlando totalmente o que poderia acontecer.

Ergui meu olhar, encontrando seus olhos intensamente azuis a me fitarem com um desejo insano, que parecia me preencher antes mesmo do ato. Lentamente, aprofundei seu membro em minha boca, acariciando com meus lábios e língua, deixando que meus gemidos reverberassem em meu peito, causando vibrações em meu corpo todo. Eu estava quente, e pior, queimando na vontade de tê-lo a me possuir, e na satisfação de enlouquecê-lo. Relaxando, coloquei o máximo que pude em minha boca, sentindo os dedos de Daniel agarrarem meu coque de forma bruta, como se o toque fosse prendê-lo na sanidade.

Suguei à minha vontade, começando a ditar um ritmo mais leve para mim e, claramente, mais intenso para Daniel, que só fazia rosnar meu nome e me apertar mais. Deslizei a língua por sua extensão, subindo e descendo, passeando pela base, sentindo o gosto delicioso de sua pele macia e prosseguindo até os testículos pesados de Daniel. Levantei o olhar, me aproveitando de todos os artifícios que tinha para levá-lo ao extremo e Daniel estremeceu por inteiro. Estava fazendo jus a todas as coisas que ele me fazia sentir, enquanto o beijava da forma mais pecaminosa que poderia e pressionava seu membro em meus dedos, domando meu homem, totalmente excitado e perdido no que eu estava a impor.

— Não pare... – Daniel sibilou enquanto seus olhos brilhavam intensamente, escrutinando-me com uma máscara de controle que eu queria arrancar.

— Não se controle, então. – Ronronei, voltando a degustá-lo como se fosse a coisa mais saborosa que já havia colocado na boca. E, de fato, era. Potente, duro, maravilhosamente tentador e muito bem usado, como eu não iria gostar de beijá-lo?

Daniel enrolou com mais força meus cabelos em sua mão, fazendo com que a liga soltasse, ergueu-me com um jeito certeiro, levantando meu rosto e quase me colocando nas pontas dos pés, para tomar meus lábios com sofreguidão ao passo que meus dedos continuavam a tocá-lo, agora sem conseguir conter com tanto jeito seu tamanho. Sua língua pressionou meus lábios, me provocando a abrir passagem para recebê-la sem delicadezas, explorando a minha em deliciosas chicotadas, que traziam meus gemidos de satisfação. Seus dentes prenderam meu lábio inferior, mordiscando a carne e voltando a beijar sem medo de me marcar.   Daniel afastou-se, deixando-me ofegante e com um sorriso nos lábios, daquele que já previa o que eu teria durante a noite.

— Quero trocar esse sorriso ousado por gemidos descontrolados, durante a noite toda, e só vou parar quando não tiver mais forças para marcá-la como minha. – Seus beijos alcançaram meu pescoço. Mais roxuras para esconder...

— Você não me deixou fazê-lo gozar agora, como sei que vai aguentar depois? – Provoquei, umedecendo meus lábios ao sentir quão inchados estavam.

— Não me provoque dessa forma, Heather, você bem sabe quanto podemos estender isso e, eu realmente não me importo de demorar um pouco mais apenas para ouvi-la implorar por mim.

Os dedos de Daniel pressionaram meus quadris, descendo até alcançarem as curvas entre meus glúteos e as coxas, para me erguer e contornar sua cintura com as pernas. Arfei, sentindo sua ereção tocar meu ventre, e pulsei desejosa com o calor e a firmeza brutais do membro imponente de Daniel. Suas mãos me sustentavam com firmeza, eu me sentia imensamente grata por isso, porque a sua mercê naquele instante, minhas pernas eram incapazes de se firmar corretamente. Seus lábios chegaram ao meu pescoço trilhando beijos que desciam perigosamente e quando finalmente chegaram a meus seios, não me privei do prazer que tinha em puxar seus fios dourados.

Um arrepio maldito me percorreu quando seu hálito atingiu com delicadeza torturante o mamilo direito, fazendo com que me contorcesse em seus braços, murmurando xingamentos. Seus dentes o rasparam devagar, aumentando as pontadas em minha intimidade, então sua língua o rodopiou como se testasse os efeitos de tal estímulo. Gemi, empurrando sua cabeça como um pedido por mais, porém Daniel nem cogitou a ideia, passando para o outro e trabalhando da mesma forma, elevando minha vontade de maneira cruel. Encostei minha cabeça na lajota fria, sentindo seus lábios se fecharem no primeiro, sugando com uma determinação que me desarmou completamente, tirando toda e qualquer força futura para resistência. Eu apenas o queria e queria a noite toda e queria seu prazer. Eu exigia o meu prazer.

— Você joga baixo e eu sou fraca demais, então apenas não pare, Daniel. – Minha voz, embargada, e os arrepios constantes denunciavam minha tormenta enquanto o sorriso de Daniel exibia seu contentamento.

Sua boca cobriu a minha, tomando meus lábios sem nenhuma resistência.
— A única coisa que eu não vou fazer – Daniel respirou devagar, sussurrando contra meu rosto, com a voz baixa. – é parar. – Daniel soltou-me devagar, ajudando a firmar os pés no chão. – Coloque o preservativo.

Com uma pressa desgraçada, rasguei o pacote e fiz o processo com uma habilidade duvidável, mas boa o suficiente para, em meio minuto, Daniel me virar para a parede do chuveiro, me empurrando até a mesma onde apoiei as mãos. Senti o fio de água que ainda escapava descer em minhas costas, morno, aumentando de alguma forma minha excitação ao passo em que Daniel roçava sua ereção no meio da minha bunda, colando seu peitoral quente em mim. Sua respiração atingiu a minha nuca e denunciou quão ansioso ele estava, enquanto sua mão esquerda segurava meu pulso na parede, ao meu lado e pouco acima da minha cabeça. Seus dedos transmitiam ondas elétricas que aceleravam meu coração e me faziam rebolar contra seu membro.

— Por favor, Daniel... – Ele continuou me torturando, pulsando com meus movimentos.
— O que você quer, morena? – Sua voz ao pé do meu ouvido me fez estremecer, e eu já não tinha uma linha. – Quanto você quer, gostosa?

Suspirei, trêmula e totalmente molhada.
— Quero que me foda, Dan. Muito.

Seus dedos se apertaram ao redor do meu pulso, enquanto sentia seu membro deslizar devagar entre meus glúteos. Empinei a bunda, facilitando o acesso a minha entrada, onde Dan deslizou com extrema facilidade, preenchendo-me numa estocada única e generosa, que me fez fincar as unhas nas palmas das mãos. Sentia o som deixar meus lábios, mas minha audição estava concentrada no gemido profundo de Daniel, e eu entendia exatamente sua perdição.

Sua mão livre segurou minha cintura, me fazendo permanecer no mesmo lugar enquanto ele tirava seu membro e me preenchia novamente, trazendo sensações de perda e, em seguida, de plenitude, traduzidas num prazer carnal indescritível. Se houvesse algo tão gostoso quanto sexo com Daniel, eu não queria nem ouvir, estava completamente satisfeita em tê-lo. Gemi alto enquanto​ Daniel abria um espaço exigente em minha carne, parecendo ir cada vez mais fundo, com um força que progredia. Seu corpo parecia arriscar unir-se ao meu e, quando as estocadas se tornaram mais curtas e mais fortes, eu tinha certeza de que estava tentando se fundir a mim.

Suas duas mãos seguraram meus pulsos na parede, deixando-me agoniada por não poder tocá-lo com a exigência que ele me penetrava, tornando os estalos de sua pele batendo na minha cada vez mais altos e rápidos. Cerrrei a mandíbula, gemendo por entre os dentes e encostei a cabeça no ombro de Daniel, quando o sentia me invadir como nunca antes e me jogar num prazer enlouquecedor. Seu corpo praticamente não se afastava do meu e, com a força que investia, não precisava, socando com firmeza num ponto extremamente preciso, num momento onde minha boca já estava seca, mas eu não conseguia parar de exigir mais.

Estava cada vez mais molhada, pela água, pela minha excitação, porém nem assim parecia o suficiente. Se Daniel não queria me dar um orgasmo, eu não conseguia ter, já que seus movimentos tinham a constância e força quebradas, variando entre o momento que eu poderia sentir o calor no ventre se expandir e, em seguida, ele me afastava do êxtase. Daniel começou a investir com força e cheguei a estremecer na borda, porém, antes de qualquer coisa, ele parou e me ergueu em seu colo. Enquanto respirava com dificuldade, ele me levou com cuidado para sua cama, me ajudando a deitar de bruços.

Apoiei os cotovelos e ergui o tronco, vendo Daniel andar até a cômoda esquerda. Enquanto admirava seu corpo, seu membro totalmente duro, sua rosto com as expressões animalescas, desacreditava que o pico do meu desejo pudesse ser ainda maior. Ele voltou rapidamente com um frasco transparente em mãos, subindo na cama e sentando sobre mim, antes do início da minha bunda, com as pernas de cada lado do meu corpo. Comecei a me esfregar em sua ereção, ansiosa para tê-lo em mim. Daniel riu, uma risada rouca que arrepiou cada fio de cabelo meu, inclinando-se para beijar minhas costas. Suspirei, sentindo seus lábios subirem e o último beijo foi depositado em meu pescoço, no exato momento em que senti algo frio escorrer entre meus glúteos, deslizando por toda a minha intimidade.

— O que é isso? – Apertei as coxas, sentindo o líquido trazer uma sensação estranha, onde depois do frio começou a esquentar. Poderia ser aliviante se não me deixasse ainda mais excitada.

Continuava a sentir o líquido viscoso escorrer mais e mais, até o momento em que as mãos de Daniel se espalmaram sobre minha pele, causando um frisson com o contato de seus dedos a massagear carinhosamente, espalhando o líquido. Meu corpo todo se arrepiava com aquela sensação e meu coração já não tinha ritmo certo, enquanto minha mente tentava desvendar quais eram suas intenções, mesmo que eu já fizesse ideia e, no fundo, não me opunha...

— Eu quero experimentar você de todas as formas possíveis. De todas as formas que você queira se entregar para mim, Heather. – Sua ereção pulsava em minha coxa, deixando-me ainda mais aberta a qualquer coisa que viesse.

Sua mão direita escorregou entre minhas pernas, deixando o dedo do meio alcançar meu clitóris e massagear com delicadeza extrema, perturbando meus sentidos. Seu indicador me penetrou lentamente e segurar meus quadris foi impossível, ainda mais quando o atrito deixava-me à beira do prazer. O líquido voltou a escorrer entre meus glúteos e meu coração já não cabia em mim, tamanha era minha ansiedade quanto os próximos passos. O polegar de Daniel começou a acariciar uma área nunca antes explorada de tal forma, massageando meu anel, fazendo-me contrair de modo instintivo, estremecendo com sua carícia ousada.

Daniel trabalhava triplamente, estimulando meu clitóris inchado, provocando um atrito delicioso no início da minha entrada e massageando meu anel de forma inédita para mim. Seu dedo espalhava o líquido viscoso na região, tocando com cuidado e, conforme meus reflexos o estimulavam, Dan evoluía o contato sem hesitar. Receio, claro que havia, mas a curiosidade diante a excitação causada só me permitia incentivar Daniel, levando-me para um lado que nunca havia visitado anteriormente e, confesso que se mostrava extremamente interessante. Ele pressionou seu dedo, deixando-me irrequieta embaixo de seu corpo.

— Dan... – Não sabia bem o que dizer, então apenas deixei que meu tom o adverter. Não queria que parasse, de qualquer forma.

— Quero que confie em mim, morena, me deixe levar você. – Ele sussurrou em meu ouvido, com a voz mais grave do que o comum, e, como minha capacidade de formar frases parecia ter evaporado, assenti. – Relaxe, Heather. Eu prometo que a única coisa que quero fazer você sentir essa noite, é prazer, então é isso o que você vai ter.

Engoli em seco, apertando os lábios, antes de relaxar o corpo e me permitir sentir cada sensação que seu corpo transpassava ao meu. Suas coxas quase abraçavam as minhas, pelo tamanho de seu corpo, enquanto sua ereção roçava gentilmente próxima à minha virilha e sua mão direita me tocava com maestria. Daniel estava me levando ao ponto de ebulição, meu corpo aproveitava tudo que tinha, mesmo que ainda não fosse o suficiente, e já estava amando a prévia. Estiquei o braços mais para a frente e empinei o bumbum para ele.

— Me leve, Dan. – Murmurei, sentindo meu ventre contrair quando seu toque voltou a me pressionar.

Gentilmente, Daniel empurrou seu polegar minimamente na entrada do buraquinho, trazendo uma queimação gostosa, proporcionada em parte pelo líquido viscoso, enquanto um gemido rouco se perdia em minha garganta, já que me dedicava a morder o lábio inferior. Daniel conseguiu ir um pouco mais fundo, ao mesmo tempo em que tentava não apertá-lo, porém o reflexo ainda era inevitável, mandando contrações musculares em toda região inferior do meu corpo. Seu lábios tocaram minha lombar, em seguida, seus dentes rasparam em descida e morderam minha carne, fazendo-me esticar meu corpo, entorpecida pelas sensações, e afundando mais ainda tanto o indicador, na frente, quanto o polegar, atrás.

— Estou perdido em você, Heather. Totalmente fodido e não quero me recuperar de nós dois, nunca!

Movimentei em círculos lentos minha pélvis, caindo num abismo de prazer proporcionado pela nova experiência, onde Dan apenas me testava, louca para que pudéssemos avançar para o finalmente. Minha excitação chegava à virilha sem dificuldade, meu clitóris pulsava ansioso e a leve queimação em meu traseiro era substituída pacientemente pela vontade de mais, tal que não passava despercebida pelo meu loiro. Seus dedos começaram a estocar sem pressa, mostrando-me um pouco do que poderia proporcionar, então seus lábios alcançaram meu brotinho, prestes a explodir.

Sua língua me torturou por longos minutos, rodopiando, acariciando e chicoteando de formas que a intensidade ampliava cada toque, levando-me a um paraíso desconhecido, pecaminoso e proibido. Mais do líquido viscoso e um segundo dedo. Agarrei um dos travesseiros a minha frente, apertando com veemência enquanto as estimulações aumentavam a ponto de me deixar a implorar pelo orgasmo em murmúrios. Daniel segurava meu quadril com a mão livre, impedindo que com meus movimentos acabasse por​ sair de seu domínio. Eu agradecia por isso, afinal minhas forças se resumiam em senti-lo, em me deliciar com seus dedos, em me acostumar com mais. Ele me levou até um ponto onde já conseguia receber um pouco mais sem resistência física, onde dor não se encontrava na definição daquele momento.

Daniel me soltou e nem assim recuperei a linha da razão, eu só desejava que ele acabasse com minha tortura de uma vez.
— Vire-se para mim, Heather. – Engatinhei rapidamente, ajustando-me em sua direção e deitando com as costas no colchão, apoiando a cabeça no mesmo travesseiro que usei para expressar meu prazer. Daniel encaixou-se entre minhas pernas e apenas nesse momento pude notar quão enlouquecido seu olhar estava sobre mim, fervendo, com expressões duras que pareciam me rasgar. Sua ereção roçou em minha intimidade, banhando-se na excitação que demonstrava o quanto eu precisava dele e quanto queria aproveitar do que mais ele tivesse para me dar. Daniel levou suas mãos ao meu traseiro, segurando as nádegas de forma precisa, ainda friccionando em minha intimidade e no clitóris, trazendo suspiros ansiosos de meus lábios sem controle. Ele inclinou sobre meu corpo, deixando que meus mamilos tocassem seu peitoral e pontadas sensíveis me tomassem, enquanto seus lábios experimentavam os meus de forma lenta, sensual. – Está tão molhada, morena, tão deliciosa. Porra, não me canso do seu corpo, é uma delícia, minha perdição...

Suspirei.
— Você está me torturando, Daniel... – Ele sorriu, beijando meu pescoço e afastando o tronco, posicionando-se novamente.

Com uma das mãos, ele conduziu sua ereção para baixo, apontando onde antes estiveram dois dedos a me testar. Segurei o fôlego e toquei suas coxas, com a curiosidade a me guiar na expectativa de uma experiência tão surreal, até então deliciosa. Daniel empurrou sua ereção devagar e, obviamente a queimação foi diferente de quando seus dedos me penetraram, a sensação foi muito mais intensa. Incomparável. Gemi, sentindo-o como nunca antes, e absorta num prazer obscuro levei uma das mãos ao clitóris que exigia a mesma atenção, cerrando os dentes e pressionando a os músculos quentes de Daniel com a outra mão, a mostrar que havia atingido meu limite.

Sua voz ecoava ao fundo da minha mente, totalmente afetada em murmúrios de prazer, porém estava concentrada demais na elevação do meu próprio gozo. Daniel afastou minha mão que usava para estímulo, segurando meu pulso contra o colchão com força, deitando seu tronco sobre o meu e traçando uma trilha de beijos lentos em meu busto. Sua mão livre alcançou minha intimidade, massageando com precisão e a pressão que eu achava ser necessária enquanto me contorcia sobre sue corpo, entorpecida.

— Você é deliciosa, Heather. Me aperta tão gostoso, não sei se posso me conter dessa forma... – Enfiei meus dedos entre as mechas loiras, arrepiando, e seus beijos subiam. Respeitando meu limite, Daniel começou a se movimentar devagar, arrancando meus primeiros gemidos de puro prazer. Nesse instante, eu comecei a sentir como achava que deveria e não trocaria a sensação, não quando estava perdida nos braços do homem que eu amava. Seus lábios cobriram os meus arrancando beijos longos e carinhosos, seu quadril movimentava-se gentilmente e seus dedos atendiam a minhas súplicas. – Você me tem, morena. Totalmente.

Seu calor me cobria e o líquido viscoso ainda se fazia presente, mas a sensação de alívio não chegava nem aos pés do que meu loiro trazia.
— É tão bom, Dan! – Minha voz soou arrastada e pude sentir seu músculos se retesarem, seu pulsar em mim. Seus reflexos aos meus gestos, a minha voz, eram mais explícitos, Daniel não escondia o que eu poderia fazer com ele e esse era só mais um motivo que fazia jus ao meu orgulho de tê-lo totalmente para mim. – Marque-me, Daniel. Mostre-me mais uma vez porque sou sua.

Daniel rosnou em meu ouvido, alcançando um ritmo mais ágil e a rapidez em seus dedos não me permitiam reclamar, de modo algum. Sua voz acabava por testar ainda mais meu controle, soando grave e retumbando de forma animalesca em meio a meus gemidos e tentativas de súplica. O calor subiu por entre minhas pernas, ampliando ao chegar em minhas coxas e mandando ondas de aviso ao resto do corpo, fazendo com que meu ventre contraísse em resposta ansiosa, sôfrega. Desci a mão por sua nuca, chegando as costas e fincando as unhas no ombro direito, quase não agarrando com firmeza nos músculos definidos, enquanto seu corpo contraía junto ao meu.

— Juro que estou perdido, caralho! – Daniel avançou um pouco mais e gemi, alto o suficiente para que pudesse discernir o prazer da necessidade. – Eu quero tudo que possa me dar, Heather... Quero seu controle. Quero o seu prazer. – Seu ritmo transpassava qualquer barreira da razão. Dan gemeu em meu ouvido quando permiti que me invadisse, sibilando palavras que pareciam não ter mais contenção. – Eu quero o seu amor.

Ele estava tentando me guiar enquanto retardava seu gozo, pulsando e limitando-se a me satisfazer.

— Daniel... Por favor! – torci os dedos dos pés, apertando seu membro e recebendo um rosnado grave, ele tornou-se ainda mais intenso.
— Goze para mim, minha morena! – Um de seus dedos deslizou em minha entrada úmida, sem que o trabalho no clitóris cessasse. Meus sentidos pareciam abandonar meu corpo num arrebatamento em êxtase, levando tremores que antecederam espasmos.

Meus dedos voltaram a apertar, arranhei suas costas, o puxei para mim, o apertei, movimentei meu corpo em busca do seu prazer, lutei por ele. Finalmente, senti suas mãos me apertarem, assegurando que estava em seus braços, a sua mercê, sua respiração atingia meu pescoço como provocação, totalmente irregular, enquanto seus lábios beijavam minha pele com adoração, seus músculos enrijeciam e seu membro pulsava fortemente. Pude sentir seu calor e, caramba, cada segundo valia a pena quando seus braços me apertavam, quando Daniel murmurava meu nome, perdido em sua libertação e levando-me como seu maior motivo.

Suspirei, ainda trêmula, abraçando meu loiro de volta, sentindo a umidade e o calor de nossos corpos se misturarem, quando ainda erámos um em carne, numa união plena e nova, extasiados. Fechei os olhos, inalando seu cheiro masculino, resquícios de um perfume e degustando sua naturalidade enquanto seus braços contornavam meu corpo com cuidado num aperto que não media esforços para acabar com qualquer espaço entre nós dois. Daniel estava ainda mais ofegante do que eu, beijando a curva do meu pescoço, enquanto seu corpo relaxava sobre o meu. Um sorriso sem descrição, sem rótulos, dominou meu rosto, era um sorriso para Daniel, causado por ele e movido por tudo que ele era.

Ele levantou o tronco, deslizando as mãos nas laterais do meu corpo, e finalmente pude contemplar meu oceano particular, meu paraíso, o olhos extremamente azuis de Daniel a me encararem com um brilho espetacular. Suas mãos alcançaram meu rosto, segurando de cada lado, e ao aproximar sua face, roçou seu nariz no meu, aquecendo meu coração de uma forma tão boa que chegou a doer. Seus lábios degustaram com um prazer mais pacífico os meus, aproveitando a carne do inferior para prolongar as carícias. Daniel encostou sua testa na minha, escrutinando-me com um olhar que me derreteu mais ainda, provando ser possível que aquele sentimento se expandisse.

— Eu sou louco por você e nenhuma palavra é capaz de descrever o que sinto agora. – Sua mandíbula tensionou e não resisti ao impulso de tocar suas feições, duras, masculinas e as mais bonitas que eu poderia admirar. – Você merece tudo de mim da melhor forma possível, mas, porra, me leva a um extremo que me faz agir feito um animal. Me diga se eu a machuquei.

Seus dedos deslizaram em minha face com extremo cuidado, fazendo-me sorrir feito uma boba e puxar seu rosto para um beijo mais demorado, suspirando e arrancando um sorriso convencido do loiro.
— Daniel, o máximo que sinto é que você se aproveitou de todas as formas possíveis...
— Não ouvi reclamação da sua parte quanto isso, morena. – Ele deslizou seu nariz em meu pescoço, eriçando os pelos da minha nuca. Raspei seu pescoço, passeando pela nuca, acariciando-o de forma relaxada e gravando cada traço de sua pele na minha, quente e macia, guardando sua musculatura rígida e definida. – Espero que não esqueça do prazer que lhe dei como o primeiro a mostrar a luxúria do anal e, que fique gravado que serei o único a tê-la completamente.

Ronronei, sentindo meu humor flutuar juntamente com o prazer e a satisfação que sentia sobre meu ser, era algo forte. Daniel sabia que eu não esqueceria, porque ele também não conseguiria tirar de si, pertencíamos um ao outro e isso nos entrelaçava de modo que não funcionaria com outras pessoas.

— Daniel, você é o primeiro em muitas coisas e nada vai tirá-lo desse lugar, bem como eu sei que tenho algo desse poder sobre você. – Seu sorriso se ampliou e meu coração acelerou, aquecendo internamente. Juro que se tivesse forças, me entregaria novamente e me banharia em prazer, então para provar mesmo que um terço, levei uma de suas mãos ao meu peito. Daniel respirou fundo, sentindo meu coração martelar pesadamente sob seu toque. – Nenhum outro homem jamais fez eu me sentir dessa forma, Daniel. Por mais vulnerável que eu me torne, preciso que você saiba o quanto é importante para mim, o poder que tem em suas mãos e o estrago que causou no primeiro olhar. Não foi pouco e não é.

Seus lábios roçaram gentilmente nos meus. Eu adorava quando ele fazia isso.
— Eu quase fico sem palavras quando consigo tirar um pouco de romantismo de você, Heather. – Acabei rindo, observando seus lábios repetirem o movimento ao me observar. – Eu a trouxe para a minha vida e não foi a toa, nem sem propósito, só não sei se pareceria cedo demais para dizer que você é a mulher da minha vida, Heather. Eu tenho a convicção de que é, mas não preciso anunciar aos quatro ventos, basta que você saiba disso e não hesite quanto a nós dois. Você não está vulnerável, eu sou sua fortaleza, quero ser onde você possa se apoiar quando as pernas fraquejarem, não o receio de um coração partido. – Engoli em seco, respirando com certa dificuldade com o nó que ser formava em minha garganta. – Eu quero ser o cara em que você pensa e sorri sem motivo aparente, a pessoa que faz as dores de cabeça valerem a pena quando chegar em casa e encontrá-la de braços abertos. Eu quero ser para você o que você é para mim, Heather.

Qual é a diferença de encontrar alguém com que possa contar num momento difícil e se perder em alguém que faça a vida parecer fácil e os obstáculos diminuam com essa força? Dependendo do ponto de vista, é enorme, e Daniel situava-se melhor no segundo caso. Eu nunca achei que alguém fosse me fazer valer tanto a pena, nem cheguei a imaginar uma ideia dessas, era algo totalmente fora de contexto. Quando a gente vive uma experiência desse tipo, poucas são capazes de superar e o medo de perder tudo é sempre crescente. Eu o queria ao meu lado, como meu apoio, como ele quisesse ser, porque sabia que Daniel só ambicionava o melhor para mim.

Enterrei meu rosto em seu pescoço, soluçando ao tentar conter as lágrimas que se acumulavam em meus olhos, tornando minha visão turva e, quanto mais eu piscava, mais elas brotavam.
— Você já é... – Afirmei entre soluços leves, sentindo seus braços me apertarem mais ainda.

— Heather, por favor, não chore! Eu não sei o que fazer quando isso acontece, você me deixa preocupado. – Sua voz soou confusa, o que me fez rir em meio às lágrimas. Eu não estava chorando de tristeza ou sofrimento, estava emocionada, apenas. – As planilhas da empresa são muito menos complicadas do que você, Heather...

— Você não me trocaria por planilhas, Daniel! – Ele sorriu e o som de sua risada vibrou seu peitoral. Como eu amava aquele som... – Não faça tanto drama quando eu estiver chorando feito boba ou vamos parecer dois idiotas. O que acontece é que gosto de como me trata, Daniel, me mostra o quanto sou única e quanto precisa de mim.

— São apenas verdades. – Daniel deslizou os dedos pelas minhas bochechas, limpando resquícios de lágrimas. – Não sinto vontade de levantar, sabia?

Sorri, então me lembrei de Wanda. Ela simplesmente brotou em meus pensamentos.
— Precisamos de um banho, sabia? Acho que ainda dá tempo de mandar uma mensagem para Wanda e marcar alguma coisa.

Ele se esticou preguiçosamente, fazendo uma careta adorável depois de me beijar.
— Tudo bem, vamos lá. – Daniel esgueirou devagar sobre meu corpo, levantando da cama e me ajudando, em seguida.

Seus dedos seguraram os meus com firmeza, guiando-nos até mais um momento de intimidade, onde meu coração palpitava como se dependesse de Daniel para isso. Suas mãos não se mantinham longe de mim e o mesmo poderia dizer das minhas. Estávamos esgotados demais para passar das carícias, não que o sexo definisse, mas lembranças faziam as pernas formigar de vontade.

Saí antes de Daniel, enrolada num roupão branco felpudo, saltitando no chão frio enquanto procurava meu celular e, logo que achei sobre uma bancada com decorações, mandei uma mensagem para Wanda. Comecei a digitar, então me lembrei de que não fazia ideia dos planos de Dan. Senti sua presença atrás de mim, logo seus braços me envolveram, transmitindo um calor no qual fiz questão de me aninhar.

— O que digo para Wanda? – Daniel me apertou, beijando meu pescoço e me fazendo sorrir, arrepiada.
— Diga que irá buscá-la pela manhã para me conhecer num passeio leve. – Arqueei as sobrancelhas, observando seu sorriso maroto. – Irei na frente, Leopold as levará ao meu encontro e lá saberão do que se trata.
— Por mim, tudo bem.

Digitei uma mensagem simples, dizendo o que sabia e Wanda não demorou a me responder com um "combinado" e um coraçãozinho.

Daniel me deu uma de suas camisas para vestir, uma preta básica. Sentia seu perfume leve me inebriar, mas o melhor de tudo foi poder me aconchegar em seus bracos, onde nem mesmo o frio, cada vez mais cruel, poderia me atingir. Ele era a minha fortaleza, o meu apoio. Daniel era a minha certeza de que, no final, tudo ficaria bem.

...

Tirei a camisa de Daniel e dobrei com cuidado, colocando sobre minha cama e rindo da situação. Não queria nem imaginar o que Bruce faria se me visse usando a camisa de um homem. Preferi usar a sua, para ter um motivo para chamá-lo para meu apartamento depois e ainda deixei minha linda blusa vermelha em sua casa, mas por esquecimento mesmo. Daniel e eu tomamos café juntos e me senti em casa, no sentido de estar ao lugar a que pertencia, depois ele saiu, deixando Leopold a minha disposição. Claro que não iria me aproveitar, então pedi que me trouxesse em casa para pegar roupas mais apropriadas diante a temperatura, antes de buscar Wanda e seguirmos para onde quer que fosse.

Vesti uma calça jeans skinny, uma blusa de lã esmeralda, de mangas longas e gola alta, e calcei a mesma bota de cano curto, sabendo que se optasse pela sapatilha, meus pés congelariam. Soltei os cabelos, deixando a cascata negra se estender pelas costas e bustos, não deixando de reparar quão longos estavam, já cobrindo os seios. Estavam lindos, mas sentia uma vontade imensa de mudá-los radicalmente. Fui até a cozinha e peguei meu celular, discando o número de Wanda.

— Olá, minha princesa! – Sua voz soou carinhosa ao me atender, fazendo um sorriso praticamente rasgar meu rosto.
— Oi, Wanda! Já está pronta? Posso passar aí a qualquer momento...
— Heather, estou pronta desde a seis. Sabe que aproveito cada segundo da manhã e bem que você podia fazer o mesmo! – Ri, verificando o horário. Oito horas da manhã, em ponto.
— Chego aí em dez minutos, no máximo. Beijos!

Encerrei a chamada e corri até a porta, trancando o apartamento e me dirigindo até os elevadores. O meu lado prático era ótimo, quando estava pronta, estava pronta e era isso. Guardei o celular no bolso traseiro, andando em passos firmes pelo saguão, cumprimentando algumas pessoas que via quase que diariamente. Leopold apareceu ao meu lado enquanto saía, alcançando rapidamente a porta traseira do veículo, de modo extremamente elegante.

— Por que eu acho que você é a personificação de agilidade e competência? – Brinquei, reparando verdadeiramente em seu esforço.

— Porque sou pago para ser, Senhorita Colbert. – Ele sorriu gentilmente.

Entrei no veículo, me acomodando e ajustando o cinto, esperando que ele fizesse o mesmo para continuar mais uma de nossas conversas simplistas.
— Ora, Leopold, pensa que não sei que não precisa dessa formalidade nem com Daniel? Me chame de Heather, apenas.

Ele sorriu abertamente, exibindo marcas de expressão em seu rosto firme e harmonioso, de expressões sofisticadas.
— Se tanto insiste.

Leopold dirigiu até o endereço de Wanda, atento a minhas instruções e, em pouquíssimos minutos, pude vê-la na frente de sua casa de portão vazado, conversando calmamente com uma de suas vizinhas. Seus olhos quase saltaram das órbitas enquanto escrutinavam a grande BMW rubra, acontecendo o mesmo com a mulher ao seu lado. Nem eu havia me acostumado, mas era engraçado notar reações como essa. Abaixei o vidro, sorridente, vendo um sorriso travesso estampar o lábios da bela mulher de meia idade e o brilho de divertimento iluminar seus olhos verdes.

— Bom dia! – Sorri para ambas, vendo que sua vizinha me respondia quase num sussurro, ainda prestando atenção ao veículo. Sorri para Wanda. – Vamos, tia?

Ela despediu-se com um aceno rápido e entrou, crispando os lábios ao me olhar.
— Menina, você está aprontando! Há quanto tempo não me chama dessa forma, dez anos?

Sorri e a abracei.
— Não faz diferença, eu ainda sou eu. Pronta para conhecer meu namorado? – Qualquer um perceberia minha felicidade exacerbada numa simples palavra.

— Esse carro – Wanda olhou para Leopold pelo retrovisor, que a cumprimentou com certo cavalheirismo. – esse homem, são dele? – Assenti, achando graça. – Minha nossa, Heather... Vamos logo, quero ver no que você se meteu!

— Ok. Leopold, vamos à surpresa agora, antes que uma de nós duas passe mal!

Durante o caminho, conversamos sobre assuntos leves, como meu novo emprego, a filha de Wanda e sua namorada talentosa, entre outras besteiras. Nossa atenção foi capturada quando Leopold entrou numa área privada, passando por um acesso para um clube chamado Golden Garden Soc. Ele parou diante uma entrada com grandes portões de ferro, numa espécie de bosque, calmo pela geada que oprimia a flora local e, pela força, ameaçava expandir. Um homem fardado, com um uniforme azul e boné, veio até o carro, verificando um cartão que Leopold mostrou e liberou o acesso, acionando os portões eletrônicos. Wanda e eu tínhamos algo em comum, minha mãe dizia que acabei pegando isso pela convivência e que era bom por não me tornar escandalosa, éramos curiosas e concentradas. Cheguei a sorrir com a lembrança, recordando também que o inverno era a época favorita de minha mãe, pelo chocolate quente, biscoitos e pistas de patinação. Senti a mão de Wanda apertar a minha confortavelmente, e me virei em sua direção.

— Mamãe iria adorar isso, ela amaria Daniel nesse momento! – Rimos juntas e senti meu coração aquecer, independente do frio externo.

— Esse rapaz está me deixando curiosa com – Wanda interrompeu a si mesma – É um rapaz ou é um homem mais... maduro?

Arregalei os olhos e soltei uma gargalhada, sentindo Wanda me apertar e dessa vez, por impaciência.
— Vou dizer que ele ainda tem muita potência a ser aproveitada. – Ela rolou os olhos, mostrando outro hábito que compartilhávamos e esse minha mãe já não gostava tanto.

Quando o curto bosque encerrou, um campo aberto, gramado se estendeu, com inúmeras construções simples e reconfortantes, que também gritavam "luxo" nos detalhes. Plaquinhas charmosas nos gramados diante as construções indicavam nomes elegantes que precediam suas finalidades. Spa, buffet, casa de jogos, piscina olímpica etc. Parecia um condômino e as pessoas circulavam com certa pressa, agasalhadas e sorridentes. Com dinheiro para gastar num lugar desses, quem não sorriria? Podia ver a distância um campo de golfe e suspirei. Eu não sabia se em algum momento me acostumaria totalmente com esse lado de Daniel e seu berço generoso, era surreal.

Leopold estacionou em frente à uma construção imponente, parecia uma chácara gigantesca, tendo uma calçada de acesso às grandes portas de entrada. Sua plaquinha dizia "Union Heartwood". Era a sede do local. Observei a entrada, ainda deslumbrada com a beleza, então meu coração acelerou quando o vi atravessar as portas, em passos elegantes e com aquele sorriso ousado nos lábios. Suspirei, ansiando por cada passo confiante que ele dava em direção ao veículo, enquanto Leopold saia e contornava para abrir a porta.

— E que potência... – Wanda piscou para mim, saindo logo que Leopold a auxiliou, percebendo meu olhar.

O sorriso de Daniel se expandiu quando se aproximaram, e com seu jeito galante, segurou as mãos de Wanda e as beijou. Ela as abanou, respondendo algo que ele dissera e os dois riram. Dei de ombros. E ele ainda tinha dúvidas sobre conquistá-la com facilidade. Os dois olharam pelo veículo, e meu olhar encontrou com aquele mar azulado pela fresta que se matinha, enquanto segurava a porta sem prestar atenção de fato. Dan veio até mim, segurando minha mão e me puxando para fora, transmitindo um calor descomunal e me fazendo rir.

— Nossa, obrigada meu cavaleiro dourado. O que seria de mim sem suas mãos?
Ele sorriu, me puxando contra seu corpo. Não fazia nem uma hora desde que nos separamos e já sentia necessidade de tudo o meu Dan.
— Não tão feliz quanto está agora, princesa. – Senti arrepios quando suas mãos tocaram minha lombar, adorando ouvir um clichê de modo tão cordial, principalmente em sua voz para mim. Seus lábios tocaram os meus por longos segundos, aquecendo-me. – Já nos demos bem nas primeiras palavras. Definitivamente, tenho minha morena para mim.

Sorri enquanto seus dedos se entrelaçavam nos meus, nos virando para Wanda enquanto caminhávamos lado a lado pela passagem de concreto.

— Heather sempre me falou muito de você e eu não poderia deixar de fora uma mulher com uma fama culinária tão boa quanto a sua. Juntar o útil ao agradável não faz mal, não é? – Wanda riu do comentário bobo, enquanto apenas acompanhava Daniel a usar de suas estratégias com ela.

— Também ouvi bastante de você e espero que faça jus a sua reputação, como faço da minha. – Ele percebeu o tom ameaçador, tanto que apertou levemente meus dedos, mas decidi não aliviar e verificar como se sairia dessa.

— É exatamente por isso que estamos aqui. Sei que comecei pelo lado errado, mas vou me redimir e conquistar a permissão. Você sabe, já tenho a garota... – Ele sorriu galante, me apertando contra seu peito. Mas era descarado!

Adentramos o grande salão, com vários ambientes dispostos, com Daniel a nos guiar para uma varanda cheia de mesas elegantes, com a belíssima visão dos jardins. Wanda riu, dando leves tapinhas no ombro de Daniel.
— Não conte com a mesma facilidade, querido. Não é porque estou rindo que estou amando você, quero que me prove que merece minha menina.

Ela sentou numa das cadeiras acolchoadas, enquanto Daniel olhava para mim, um tanto surpreso, deixando uma expressão devassa dominar seu semblante lentamente. Minhas bochechas esquentaram, lembrando de nossas palavras na noite anterior e o que fizemos.
— É uma ótima oportunidade de mostrar o que quero para Heather. Começamos bem, visto um objetivo comum, o melhor para ela.

Eram quatro lugares na mesa de tampa de vidro circular, assim, sentei de frente para Wanda, com Daniel arrastando discretamente sua cadeira para perto da minha.
— Eu estou aqui, não falem na minha frente sobre a minha pessoa como se fosse uma boneca de porcelana. Sei me cuidar muito bem.

— Daniel, acho que você a conhece o suficiente para concordar comigo quando digo que Heather é teimosa. – Ele acenou veementemente, deixando-me pasma quando começaram a jogar comentários desse tipo. – Pensa numa pessoa difícil é cuidar e é a minha menina. Quando era pequena, deixá-la sozinha por alguns minutos era uma tragédia! Sua mãe enlouquecia quando ela corria atrás do irmão, irritada porque ele tentava ajudá-la a força...

Wanda riu, acompanhada por Daniel, que esticou a mão direita e segurou na minha, lançando-me o olhar que me fez deixar qualquer vergonha de lado, com o coração apertado. Seus dedos acariciavam os meus enquanto sorrateiramente, ele invadia mais uma parte da minha vida, dominando sem ter a intenção e sem se importar em fazê-lo com tanta maestria. Um rapaz, vestindo uma calça básica e camiseta pretas, de avental vermelho, chegou ao nosso lado.
— Pode trazer as reservas, por favor. – O rapaz assentiu à Daniel, que voltou seu olhar sobre nós, notando minha curiosidade. – Um lanche leve antes de começarmos devidamente o passeio.

— Você é esperto, nem todos pensam direito e esquecem de conquistar o estômago. – Wanda riu, lembrando-me que Daniel uniu sexo e comida de modo traiçoeiro, principalmente quando começamos a nos entender.

O rapaz voltou com um carrinho, onde pães, bolos, sucos e frutas cortadas caprichosamente enfeitavam uma bandeja grande. Havia comido feito uma rainha em sua casa, mas parecia que um ser imensamente guloso me habitava, então apenas sorri e concordei com tudo que diziam.
— Mais comida... – Murmurei, para depois me deliciar com um croissant.

— Ninguém me disse como se conheceram, é o momento oportuno, queridos. – Wanda sorriu.

Apertei os dedos de Daniel, crispando os lábios e tentando não rir.
— Durante uma comemoração pessoal, saí e, digamos que o acaso nos colocou de frente. Heather não facilitou comigo, mas o destino trouxe uma situação, alguém em comum, e eu não pude deixá-la escapar, por mais difícil que fosse fazê-la ficar.

Observava seu rosto, fascinada, enquanto Daniel contava sua visão da história. Seus lábios repuxavam em pequenos sorrisos, vez ou outra. Seu polegar traçava lentos desenhos em minha pele, agindo como um calmante, uma droga viciante. Daniel virou para mim e sorriu, inclinando-se​para roubar um beijo casto demais. Wanda sorriu a me observar, não insistindo em mais detalhes e tomando um gole do suco.

O assunto se desviou facilmente e, quando percebi, falavam sobre culinária. Preferi observar a interação, deixando que fluíssem sem minha mediação ou palpites, queria que se conhecessem mesmo. Além de tudo, estava mais do que satisfeita comendo sem ser notada, beliscando um pouco de cada coisa. Daniel compartilhava experiências gourmets de viagens ao exterior, falando de pratos exóticos e ouvia sobre Wanda e sua experiência, suas especialidades, seus méritos. Eu estava me divertindo e não me incomodei quando estendiam outros assuntos.

Quando finalmente me dei por satisfeita, fazendo breves comentários no momento em que Daniel percebeu o que eu deixava acontecer, senti meu celular vibrar no bolso traseiro. Quando se distraíram novamente, peguei para verificar a notificação da mensagem de um número desconhecido. Franzi o cenho, estranhando a situação. Apenas pessoas próximas tinham o meu número e porque eu tinha o número dessas, além de que até a parte profissional era restrita.

Abri a mensagem, sentindo meu corpo enrijecer e meu sangue descer, totalmente confusa. Perturbada.

09:10-08/08<De: Desconhecido>
O que há de tão divertido, afinal? Só consigo ver suas curvas e verde lhe cai muito bem, imagino que seja esse motivo do sorriso de seu querido Dan. Quão segura você pensa que ele pode te manter? Imagino que confie sua vida cegamente ao mocinho, mas me pergunto se já refletiu se seria o certo a fazer...

Engoli em seco, tentando não olhar ao redor, enquanto gotículas de suor brotavam nas palmas das mãos. Respirei fundo, bloqueando a tela do celular e olhando para Daniel. Que merda era essa? Wanda disse algo que o fez rir e olhar para mim, arqueando as sobrancelhas enquanto eu puxava minha mão da sua, tentando evitar que ele percebesse meu nervosismo. Estremeci quando Dan se esticou, sentindo seu braço contornar o encosto da minha cadeira, acariciando-me. Minha respiração saiu entrecortada, exigindo fôlego demais dos meus pulmões, e por um instante, senti minha visão embaçar. Levei a mão direita a têmpora ao passo em que Daniel me tocava, travando uma luta entre meus sentidos.

— Heather​, você está bem? – Virei meu rosto para encará-lo, ciente de que Wanda nos observava e seu nervosismo chegava em mim. O rosto de Dan tensionou, seus olhos demonstravam alerta. Daniel xingou baixinho, retesando e levando suas mãos às minhas bochechas. – Olhe para mim, me responda, morena. Você está me entendendo?

Pisquei rapidamente, assentindo.
— Minha pressão... Caiu. – Respondi devagar. – Foi um mal-estar passageiro. – Peguei um copo de água, servido para mim e traguei um longo gole, ignorando seus olhares atentos para me manter controlada. – Eu estou bem, é sério, deve ser esse frio. – Olhei para Wanda. – Sabe que nunca reagi bem a essa época do ano.

Ela confirmou, desconfiada. Olhei de soslaio para Daniel, que ainda estava tenso. Disfarcei, passeando o olhar pela paisagem e virei meu rosto para o lado, encarando o saguão na parte interna. Havia gente andando de um lado para o outro, outras pessoas estavam acomodadas em sofás luxuosos, funcionários passavam apressadamente. Tudo parecia normal. Respirei fundo sabendo que havia algo de muito errado e eu arrancaria de Daniel, ele estava me escondendo algo. Só não queria parar para pensar no que poderia ser porque um sentimento profundo me dizia que não chegava à sombra de ser bom.

— Há uma exposição de especiarias no buffet no prédio ao lado. O chefe conhece de tudo, imagino que gostariam de conhecer. – Daniel falou cuidadosamente, prestando atenção a minha reação.

— Você está bem, Heather? – Wanda perguntou calmante.

— Já disse, foi apenas um mal-estar. Vamos logo, Wanda adora esses eventos culinários. – Me levantei rapidamente, tentando não demonstrar os resquícios de tontura ou a preocupação que me consumia devagar.

Daniel iria me contar, de uma forma ou de outra, o que estava acontecendo.

.
...

.
Olá, gente! Como estão?
Que loucura esse capítulo, hein! O que acharam da nova experiência da Heather? Foi intenso, né? Kkkk

E essa mensagem agora? Quanto Daniel vai conseguir enrolar a morena? Essa gula e todos os outros sintomas deixam as evidências tão na cara, que Heather só não vê porque não lembra de uma falha, lá atrás, quando não usaram a camisinha... Pois é!

Vejo vocês no comentários ❤
Até a próxima! ;*

Continue Reading

You'll Also Like

8.5K 501 32
🔞 Clarificação +18 🔞 Depois que a mãe de Marcella Sinclair morre, ela não consegue deixar de se sentir um fardo para o irmão de dezoito anos. Algo...
647 134 46
Até onde a vida te levaria para fazer você encontrar o caminho da felicidade? Destino? Esse tal não existe nessa história, mas que tal um Rei? Um Rei...
12K 1.6K 50
O que pode acontecer antes do Felizes Para Sempre? Cristal Reese é a princesa da família Reese, doce, meiga, centrada e a melhor gemologa que a empr...
242K 22.6K 35
Leonel Viorelle, tinha criado um legado dentro da máfia italiana. Seu nome era conhecido nas ruas da Italia, muitos o temiam. Leonel vivia sua vida s...