LISA

By yayalane

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INTRO | LISA.
VIRGEM.
ESCONDE-ESCONDE.
TEMPESTADE.
LISA WENGROV.
IAN CASTELLI.
NINGUÉM.
DIFERENTE.
BEIJO.
HORINHAS.
MINDINHOS.
QUESTIONÁRIO.
LIVRE.
Capitulo 14.
Capitulo 15.
CAPITULO 16 - back in time.
CAPITULO 17 - back home.
CAPITULO 18 - w h o ' s s h e
CAPITULO 19- j e a l o u s
CAPITULO 20 - l i e t o m e
CAPITULO 21- b r e a k my h e a r t
CAPITULO 22- fantini.
CAPITULO 23- b r o k e
CAPITULO 24- w i t h o u t & w i t h
CAPITULO 25- a w a k e
CAPITULO 26- o v e r
CAPITULO 27- a filha do vento
CAPITULO 28- a s s h o l e
CAPITULO 29- d a i s y & m o r e n a
CAPITULO 30- surprise surprise
CAPITULO 31- take it back
CAPITULO 32- decisions to make
Capitulo 33.
CAPITULO 34- as the time goes by
Capitulo 35.
CAPITULO 36- l i s a b e l a
CAPITULO 37- diario de quando eu te deixei
capitulo 39
CAPITULO 39- w h e r e d i d y o u g o
CAPITULO 40- j o u r n a l
CAPITULO 41- d o n' t g o
CAPITULO 42 - t h e f i n a l l o o k | FIM
EXTRA 1 | bonus track
EXTRA 2 | to know us

BAILE.

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By yayalane

Sete horas e cinquenta e cinco minutos. Todas as partes do meu corpo estavam nervosas e, parada em frente ao salão de festas do clube que sou sócia, eu me senti tola. Tola porque, naquela tarde, eu quis implorar para Ian me tocar. Cada parte de mim se arrepiou quando ele abriu o zíper do meu vestido e precisei de alguns minutos extras para me recompor dentro daquele provador.
Tola porque eu não havia esquecido Pedro, mas estava disposta a dar uns beijos sem compromisso em Ian pra ver se isso acontecia.
E então ele chegou. Desceu de um carro preto e, parado a alguns metros de mim, me encarava. Ele sempre fazia isso. Eu precisei admitir, ele era o cara mais bonito naquele lugar. Com os cabelos loiros penteados pra traz e os olhos brilhantes, ele estava com as mãos no bolso e um leve sorriso no rosto. Se aproximou, me analisando e me fazendo corar.

- Eu te disse que esse era o terno certo. - Sorri.
- E eu te disse que esse era o vestido mais bonito. Vamos?

Ele me ofereceu o braço, e eu entrelacei o meu, grata por estar de luvas, assim minha mão não encostaria na dele e eu não teria outra surpresa como os arrepios de mais cedo.
Nós entramos no salão e eu não me surpreendi, era acostumada com todos aqueles olhares, mas Ian pareceu constrangido, então tentei amenizar a situação, chegando perto de seu ouvido e sussurrando:

- Eu os imagino de roupa íntima.

Ele deu uma breve risada, me perguntando em seguida:

- O que estamos fazendo aqui, Lisa?
- É um baile de apresentação do novo aeroporto e eu precisava de um acompanhante. Você serviu completamente. - Sorri.
- Estou sendo usado, Srta. Wengrov?
- Sim, Sr. Castelli, está. Ali está a minha mãe, venha, ela quer te conhecer.

Mercedes Wengrov estava parada em uma roda de mulheres bem vestidas, as quais eu já havia cumprimentado mais cedo. Minha mãe me dirigiu um olhar de aprovação, e eu agradeci, assentindo.

- Ian Castelli, não é?
- Sim, senhora. - Ele a cumprimentou com dois beijos no rosto.
- Me chame de Mercedes, eu e os amigos de Lisa já temos certa intimidade. - Minha mãe sorriu, demonstrando simpatia. - O que te traz aqui?
- Ele é meu convidado, mamãe, não faz parte da empresa.
- Ah, claro, que má interpretação a minha. Sinta-se em casa, Ian.
- Muito obrigado, Sra Wengrov.

Puxei Ian pelo braço, parando ao seu lado num canto do salão:

- E então? - Dei um giro - O que achou?
- Está perfeita, Lisa.
- Eu preciso de uma bebida. O que acha?
- Não bebo nada com álcool, mas te acompanho.
- Argh. - Revirei os olhos - Você é entediante, Castelli! - Dei uma risada e segui em direção ao bar, puxando Ian pela mão.

E então meu mundo caiu. Eu travei, minhas pernas tremeram e minha visão embaçou. Eu engoli em seco ao vê-lo na minha frente. Ele estava ali. Pedro Galharte estava ali. O grande ex amor da minha vida estava ali. E meus olhos marejaram.
Demorei alguns segundos para retornar, já que o olhar fixo de Pedro em mim me trouxe sensações inexplicáveis.

- Lisa? - Ian tocou meu braço, me fazendo lembrar de sua existencia. - Está tudo bem?
- Sim. - eu pigarreei, forçando um sorriso logo depois - Está tudo ótimo.

Ignorei o olhar de Pedro e continuei meu caminho para o bar, entrelaçando minha mão na de Ian na tentativa de me sentir mais segura. Sem sucesso. Apenas Pedro possuía esse poder.

- Um whiskey duplo, por favor - pedi ao barman.
- Uau. Quem diria. - Ian disse, ganhando minha atenção. - Whiskey duplo? Não seria melhor uma caipirinha?
- Nunca diga a uma garota o que ela deve ou não beber, Ian, e eu, provavelmente, aguento algumas doses a mais que qualquer homem.
- Não está mais aqui quem falou. - Ele deu risada. - Uma água com limão, por favor - Pediu.
- Olha, meu amigo, eu te indicaria uma marguerita, eles fazem uma sensacional nesse lugar.

Todos os pelos do meu corpo pareceram enrijecer ao ouvir Pedro se digirindo a Ian.

- Sem bebidas alcoólicas por hoje. Ian Castelli. E você é? - Ian estendeu a mão direita e eu continuei virada para o bar, me recusando a ver aquela cena.
- Pedro Galharte. Lisa, você esqueceu de nos apresentar, onde foi parar sua educação?

Mas é claro que ele ia falar assim comigo na frente de Ian. Era o Pedro, ele jamais ia mudar.

- Perdão. - Dei um leve sorriso, finalmente me virando para vê-lo.

Ele parecia o mesmo desde que terminamos, quando ele resolveu evoluir dos xingamentos para os apertos no meu pulso e eu tive o suficiente para pular fora. Bonito, alto e musculoso, Pedro era o oposto de Ian. Moreno, olhos azuis bem destacados e uma barba pra lá de bem feita, ele exalava arrogância e dinheiro, as duas coisas que me fizeram ser apaixonada por ele durante quatro longos anos da minha vida. Nós estudamos juntos desde o pré, mas apenas no segundo ano do Ensino Médio, quando minhas primeiras doses de vodka fizeram efeito no acampamento da escola, nós nos beijamos. Pedro tirou minha virgindade e eu a dele. E eu fui apaixonada por ele dos 16 aos 20. Vi Pedro passar na faculdade, participei de quase todos os seus porres e vi o doce menino pelo qual me apaixonei dar lugar a um homem machista e agressivo.

- Perdoada, Lisa, me concede essa dança? - Ele pediu, galanteador.
- Estou acompanhada, caso você não tenha olhos.
- Eu prefiro ignorar suas companhias, Lizzy.
- Para você - empurrei meu dedo indicador em seu peitoral - é Senhorita Lisa Wengrov. Retire-se.
- Voce já foi mais educada, Lizzy. - Ele me olhou feio, me fazendo engolir em seco. Ian, percebendo aquela agitação, levantou e colocou-se entre eu e Pedro.
- Eu assumo daqui, parceiro.
- Você que sabe. - Pedro deu de ombros e saiu andando.
- Babaca - Ian murmurou, mas eu estava em choque. Apenas virei meu whiskey e pedi outro. - Você está bem?
- Por que não estaria? - Respondi rapidamente.
- Parece nervosa.

Não respondi, apenas agradeci o barman e passei a beber minha outra dose.

- Quem era ele?
- Meu ex namorado.
- Não parece um cara gente boa.
- Você já amou alguém, Ian?
- Não dessa forma.
- Reze para nunca amar. Essa merda corrói. - Venha - me levantei - vamos dançar.

Ser a única herdeira dos Wengrov tinha seu lado bom, mas também inúmeras desvantagens. Era ser alvo de olhares, como fui naquela noite, era ser tratada como inferior, ser analisada apenas por ser uma garota, futuramente diretora dos aeroportos e empresas Wengrov. Mas eu não era apenas uma garota. Eu era Lisa Wengrov e tudo aquilo seria meu. Não existe Pedro Galharte no mundo que tirasse meu dinheiro de mim.

                                ***

Eu tive que aguentar os olhares do ex namorado de Lisa por vários minutos, e aquilo não teria me incomodado se eu não tivesse notado o estado dela em sua presença. Ela corava, seu corpo endurecia e estava sempre engolindo em seco. Pude perceber que Pedro não era só parte de seu passado, era presente também. Ele era um tipo de cara que eu jamais seria. Tinha tudo pra ser, mas não seria. Era elegante, passos calculados e estava com uma bela moça loira ao seu lado. Não era uma Lisa Wengrov, mas era uma bela garota. Ela parecia desconfortável, como eu, e tive dó dela, já que Pedro não parecia dar a mínima para a pobre coitada. Seus olhos não saíam de Lisa, e até eu já estava me sentindo incomodado.
Mas foi só voltar meu olhar para ela que Pedro desapareceu completamente da minha mente. Provavelmente bêbada, ela sorriu enquanto colocou seus braços na minha nuca. Coloquei os meus ao redor de sua cintura e ela começou a se mexer, colada comigo. Olhando nos meus olhos, Lisa parecia distraída, mas fazendo esforço para se manter ali comigo. Eu sabia que aquilo não daria certo, mas a ideia de ter mais momentos como aquele com ela era boa o suficiente para não me deixar larga-la.

- Ian. - Ela sussurrou, me trazendo de volta pro mundo real.
- Diga.
- Venha comigo.

Assenti enquanto Lisa me puxou pela mão por um corredor no fim do salão. Sorrindo como criança fazendo coisa errada, ela entrou em uma salinha repleta de espelhos e luzes brancas, trancou a porta e, puxando uma mochila debaixo de um balcão da sala, disse:

- Espere aqui.

Ela entrou em um compartimento da sala, fechando uma cortina atras dela, mas deixando um pequeno espaço aberto, suficiente para que eu pudesse ver Lisa me encarando pelo espelho e puxando o vestido para baixo.

- Ian - ela disse, me fazendo respirar fundo - o zíper.

Empurrei a cortina e puxei o zíper pra baixo, sendo mais rápido dessa vez, pois não aguentaria muito tempo ali sem começar a suar frio.
Saí da cortina para que ela pudesse tirar o vestido. Eu não tinha a mínima ideia do porque dela estar fazendo aquilo, mas não quis perguntar.
Olhando pelo pequeno espaço que ela deixou aberto, pude ver Lisa puxar o vestido pra baixo, mas sem me encarar. Quando ele finalmente caiu no chão, ela apenas ficou parada ali.

*dá play*

O corpo dela era a coisa mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida.
Ela estava de sutiã branco, de renda e uma calcinha pequena, mas não fio dental. Lisa era bem branca, mas possuía algumas pintinhas marrons pela extensão de seu corpo. Eu me imaginei as beijando. Sua cintura era bem desenhada, como o resto do seu corpo e eu só consegui pensar em como minhas mãos encaixariam perfeitamente ali. Tentei não encarar, mas sua bunda e seios eram redondos demais para eu conseguir me conter. Seus cabelos presos em um penteado deixava seus olhos a mostra, e eu não pude não olhar para eles. Ela tirou o salto e voltou a me encarar pelo espelho.

                                  ***
Eu provavelmente me arrependeria daquilo, mas o álcool em meu sangue e o transtorno que Pedro causou em mim me fizeram perder um pouco a noção.

- Ian - chamei. Ele continuou calado. - Vem aqui.

Ele entrou e fechou completamente a cortina atras de si, sem falar uma palavra, parando atras de mim. Eu me virei para ele. Sem salto, a diferença entre era de uns vinte centímetros, então eu conseguia sentir sua respiração acelerada. Peguei suas mãos com as minhas e coloquei uma na minha nuca e outra em minha cintura, e ele me puxou pra perto.

- Me beije, Ian.

Senti sua respiração acelerar ainda mais.

- Lisa, você está bêbada, não sabe o que está fazendo.
- Eu sei exatamente o que quero agora, Ian, me beije. Não me faça pedir novamente.

Ele então me puxou ainda mais, fechando seus olhos e apenas sentindo seu rosto colado no meu. Sem fechar os meus, pude encarar Ian. Ele era lindo. Completamente e perfeitamente lindo. Cada traço de seu rosto era desenhado, os cílios grandes e loiros deitados sob sua pele me fizeram reparar em poucas sardas espalhadas por sua bochecha. A boca dele, chegando cada vez mais perto da minha, me causava arrepios.

- Você é tão... - Ele sussurrou. - tão linda.
- Ian, eu...

~ você já sabe o que fazer ~ ~da play~

Ele me interrompeu colando seus lábios nos meus. Calmo, no começo, a língua dele passeava dentro da minha boca e cada vez que ela tocava na minha, minha calcinha tinha problemas com o vazamento que ele provocava. Ian me puxava cada vez mais pra perto, como se quisesse que nós nos tornássemos um só, e quando desceu sua mão pra minha bunda, ele me empurrou contra a parede, me levantando um pouco. O beijo se tornava cada vez mais rápido, me deixando nervosa e ofegante. Eu queria tirar sua roupa e deitar em cima dele ali mesmo.

- Lisa... - Ele começou a falar quando eu tirei a mão dele da minha bunda, a trazendo pra frente. - Você não está em si.
- Cale a boca, Ian.

Eu coloquei sua mão por dentro da minha calcinha para que ele percebesse o quanto eu precisava dele naquele momento e, rapidamente, seus dedos começaram o trabalho que eu esperei que eles fizessem, enquanto ele me beijava devagar.
Não pude deixar de soltar um gemido quando senti seu dedo indicador entrar em mim, enquanto os outros passeavam por dentro da minha calcinha. Ninguém jamais tinha me feito ficar daquele jeito apenas com um beijo, e eu fui afastando Pedro da mente a medida que Ian me tocava.
Sua boca saiu da minha e desceu pro meu pescoço, me fazendo arrepiar e afundar minhas unhas em sua nuca enquanto ele trazia sua língua pra perto da minha orelha.
Ele foi descendo, beijando meu pescoço até chegar nos meus peitos, deixando um chupão no lado direito.
Quando me dei conta, Ian estava ajoelhado na minha frente, beijando minha barriga e a frente da minha calcinha.
Eu precisei pará-lo, pois eu tinha horário e se começássemos aquilo, eu não conseguiria parar, abandonando todos os meus compromissos.

- Ian. Eu preciso ir.
- Como? - Ele perguntou, levantando-se incrédulo.

Segurei seu rosto com minhas duas mãos e sussurrei:

- Eu prometo que a gente continua de onde parou, mas eu preciso ir agora.

Ele abriu a boca, mas a fechou logo em seguida, sem falar nada. Abriu a cortina e saiu, enquanto eu coloquei a roupa que estava na mochila, soltei o cabelo e saí também.
- O que...
- Você vai ver. - Eu o interrompi.

                                 ***
É incrível a rapidez com a qual um homem pode ir do céu ao inferno. Em um momento, estava engolindo a cena de Lisa constrangida por seu ex namorado, no outro estava tendo o melhor beijo da minha vida e logo depois estava sendo afastado por ela. Embora ela tenha prometido continuar depois, algo me dizia que aquilo não ia acontecer, então quando ela saiu de trás da cortina com uma roupa de bailarina cor de rosa e espalhafatosa, eu parei na frente dela e depositei um beijo curto em seus lábios, apenas para não me esquecer do gosto dela.
Ao entrar no salão novamente, Lisa foi alvo de olhares mais uma vez. Todos no salão se viraram para ela e, automaticamente, para mim. Ela me entregou sua mochila, agora com o vestido que ela estava antes, e foi se juntar a mais umas 10 garotas com roupas parecidas com a dela.
Apenas quando uma música começou a tocar que eu entendi o que estava acontecendo.

A música começou e uma criança se dirigiu ao meio do salão, na ponta dos pés, com a graça de um pássaro. Outras se juntaram a ela e logo Lisa ficou sozinha, então imaginei que ela fosse a principal. Foram 5 longos minutos de ansiedade antes de ver a mulher mais bela desse mundo entrar calmamente pelo salão, tomando seu lugar no meio de outras garotas.
Se eu não soubesse o quanto ela não gostava de dançar, eu a consideraria a pessoa mais feliz do universo naquele momento, pois a expressão em seu rosto era tão leve, mesmo que concentrada, ela estava com um sorriso aberto. Lisa se movia na ponta dos pés como se aquilo não fosse grande coisa, rodopiava como se não percebesse que ela era arte pura. Pura, inocente, tranquila como inspiração que bate as três da tarde, mas enérgica como a que bate as três da manhã...eu quis guarda-la, tê-la, cada pincelada dela, cada linha do seu rosto e cada palavra que formava o seu dia. Naquele momento, ao ver Lisa dançando, eu quis cada ponto de fuga dela e tudo que tivesse ao redor, quis contornar seu corpo como quem contorna um desenho antigo, tentando reforçar as cores, quis arrepiar cada nota que compunha a melodia que era Lisa Wengrov.
Quando a música terminou, eu não percebi, porque olhando pra ela eu perdi noção do tempo e do espaço. Ela agradeceu ao público e passou a tirar fotos com a mãe e com as colegas bailarinas. Apenas quando ela acenou para mim, me chamando, foi que eu consegui me recompor.

- Ian, fique ao lado de Lisa, quero tirar uma foto de vocês - Disse Mercedes, tirando a mochila de Lisa da minha mão.

Lisa sorriu, colocando meu braço ao redor de sua cintura. Eu não consegui evitar, ela estava linda, precisei olhar pra ela e só percebi que estava a encarando e sorrindo igual um bobo quando o flash da câmera de Mercedes registrou aquilo.
Mas nenhuma foto jamais seria tão linda quanto ver Lisa sorrindo daquela forma do meu lado.
Eu a conhecia por menos de 48 horas e com certeza havia um livro sobre Lisa o qual eu não tinha lido nem 100 paginas, mas eu estava me apaixonando por ela.

- Lisa! - Ouvi uma voz feminina chamando por ela e quando me virei, era a garota loira e gordinha que estava com Pedro. Diferente do que eu achei que ela faria, Lisa deu um sorriso e abraçou a garota.

- Mariana! Quanto tempo!
- Você estava tão linda, Lisa, me fez lembrar dos meus tempos de ballet
- Por que não volta? A companhia sente sua falta!
- Com Pedro e o bebê não estou tendo tempo. - ela sorriu, mas o sorriso de Lisa desapareceu.
- Bebê?
- Pedro não te contou? Aquele esquecido! Ele jura que vocês ainda são melhores amigos e que contam tudo um pro outro, mas eu sabia que ele ficaria relutante em te contar uma coisa assim, mesmo que vocês já tenham terminado a quase um ano...eu estou grávida, Lisa. - Mariana pareceu não conseguir conter a felicidade, e Lisa tentou abrir um sorriso, sem sucesso.
- Você... Uau! Uau! Mariana, parabéns! Isso é tão... Uau! - Ela abraçou a amiga e eu pude ver seus olhos encherem d'Água. Aquilo me matou por dentro.
- Muito obrigada! Agora eu preciso ir, ainda preciso visitar minha mãe hoje... não vejo ela desde que me mudei para o apartamento de Pedro.

É impressão minha ou aquela garota estava provocando Lisa?

- Claro, vai lá!

Assim que Mariana deixou o lugar, Lisa saiu em direção ao bar.

- Lisa - Parei ao lado dela enquanto ela pedia mais 3 doses de whisky para o barman - Lisa, não beba mais. - Ela ignorou minha presença, virando duas doses de uma vez só e segurando a outra na mão.

Lisa se levantou e, para o aumento do nível do meu stress, foi em direção à Pedro com sua última dose de whiskey na mão. Ela parou na frente dele e jogou todo o conteúdo do copo em sua cara, sem sucesso, porque por ser bem mais baixa que ele, o máximo que ela conseguiu alcançar foi seu pescoço.

- Você tá louca, sua filha da puta? - Pedro limpou o líquido que espirrou em seu queixo, e foi pra cima de Lisa, mas ela não se mexeu.
- Eu espero que você se case, seu desgraçado, e que você tenha uma filha, pra ver se assim você passa a respeitar mulher e nunca mais meta a mão na cara de uma quando ela discordar de você.
- Você vai pagar por isso, Lizzy.

Quando ela levantou a mão pra ele eu percebi que precisava intervir e a segurando pela cintura, fui arrastando Lisa dali.

- Me solta, Ian!!!!! - Ela gritava, formando um escândalo ao redor dela - Você vai pro inferno, Pedro! Tem um lugar especial para pessoas como você! Bastardo! Maldita a hora que os Galhartes te acharam na porra do lixo!

Pedro não fazia nada além de xingar Lisa de vadia na frente de todos, já que ele era um belíssimo cavalheiro.
Quando consegui arrastar ela pra fora do salão, tirei meu paleto e coloquei ao nos ombros dela, e só assim pude ver o quanto minhas mãos estavam marcadas, porque Lisa me batia e arranhava enquanto eu tentava puxa-la.
Eu encostei na parede da área da piscina do salão e cruzei os braços, enquanto ela andava de um lado pro outro xingando até a terceira geração de seu ex namorado.

- Que é, merda? - Ela me encarou.
- Pensei que não falasse palavrão.
- Pensei que não se metia na vida alheia.
- Ok, eu já tive o suficiente. - Comecei a sair andando, eu não aguentaria aquilo nem por mais 2 minutos.
- Vai, porra! - Ela gritou e assim que eu percebi o choro em sua voz eu me virei pra ela. - Ele vai casar, Ian.

Eu comecei a me perguntar se aquilo era só um teste ou se ela realmente estava chorando pelo ex na cara do garoto que ela acabou de dar uns beijos no vestiário.

- E o que você tem com isso, Lisa? Vocês já terminaram tem meses. Qual é, não superou?
- Superar? O caralho que eu não superei. Ele me bateu, Ian! - Ela jogou meu paletó no chão e levantou o braço direito, mostrando uma cicatriz perto da axila. - Isso é de quando eu estava caída no chão e ele jogou um copo, na tentativa de me acertar.
- Lisa, eu...
- Ele vai fazer isso com Mariana. E ele me superou tão rápido... eles vão casar, merda!
- Você devia dar graças a Deus por não ser você, Lisa! Talvez ele não a trate assim... Foda-se eles, eles não tem mais nada a ver com você!

Ela se sentou na beira da piscina e começou a chorar. Me sentei ao lado dela, pegando sua mão.

- Deixe ir, Lisa... esquece isso.
- Não é justo, Ian. Eles vão formar uma família e eu não tenho nada além de sessões com psicólogos nas minhas costas porque ele fudeu com a minha vida. Eles têm paz, grana , porra, eles são felizes...
- Então se deixe ser livre, Lisa.
- Eu sou toda fodida da cabeça, Ian, saia disso enquanto você pode, enquanto você só me conhece a dois dias.
- Eu quero te conhecer.

Lisa retirou os pés da piscina e, sem se importar com nada, deitou a cabeça no meu colo e fechou os olhos.

- Não vá a guerra por mim, Ian.

Ela respirou bem fundo e caiu no sono ali mesmo.

- Eu iria a qualquer lugar por você, Lisa Wengrov.

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