The 2 Of Us - Livro 1. Duolog...

بواسطة FlaviaLobato

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Heather Colbert aprendeu a andar com suas próprias pernas e amadureceu da forma mais dura possível, perdendo... المزيد

Inspirações
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Extra - Por Dan
Capítulo 18
Capítulo 2 - Por Stephan
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Extra - Por Dan
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Coluna: Voce ouviu?
Capítulo 40
Extra - Por Dan
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Extra - Por Dan
Extra - Por Adam
Capítulo 46
Capítulo 47 (FINAL)
Epílogo

Capítulo 30

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بواسطة FlaviaLobato

Acordei sentindo meus pés gelados e me estiquei sob o lençol fino, que roçava delicadamente em meus pontos sensíveis. Abri os olhos, enquanto me espreguiçava e olhei para o lado, encontrando apenas o local onde Daniel descansou, deparando-me com uma cena quase comum, eu dormindo enquanto ele sumia. Sentei vagarosamente na ponta da cama, olhando através do imenso painel de vidro o lindo jardim colorido em torno da grande piscina, que refletia nas águas claras a luz do sol. Os raios entravam de forma preguiçosa, clareando o quarto e me dando uma sensação gostosa.

Alisei os cabelos, sentindo os fios negros passarem sedosos entre meus dedos, para prendê-los no topo da cabeça em seguida. Levantei da cama, deixando o único pano que me cobria cair e revelar meu corpo satisfeito, totalmente nu e, agora sem pudores. A vergonha à qual tinha direito era de não estar com meu loiro. Me dirigi ao banheiro e escovei os dentes, notando o cheiro fresco de sabonete e, só de imaginar o cheiro de Daniel naquele momento, borboletas se espalhavam por meu corpo todo, relembrando minha consciência de que eu tinha direito à tudo aquilo.

Voltei ao quarto, procurando minha camisola e a vesti, para sair rapidamente do cômodo e procurar meu algoz do sexo, louca para tocar sua pele quente e bronzeada, ouvir sua voz grave me chamar de "morena" e receber o olhar de adoração de suas íris azuis celeste, afetando todo o meu ser. Eu estava totalmente viciada.

Desci os degraus da escada, tão compenetrada em achar Daniel que não me passava pela cabeça a ideia de que poderíamos estar acompanhados, não até encontrar a mesma mulher que me recepcionou na primeira vez que estive na mansão. O cabelo castanho estava bem preso num coque perfeito e seus olhos quase soltaram das órbitas ao me ver no final da escada, na camisola curta e bastante reveladora, paralisada com o susto de vê-la.
— Me desculpe, eu. Eu já estou subindo.
Indiquei, ficando totalmente vermelha, dos pés à cabeça e fazendo menção de subir novamente.
Ela, tão sem graça quanto eu, negou e tentou sorrir.
— Não se preocupe, senhorita Colbert, estou de saída. Não precisa se dar o trabalho, eu que devo me desculpar.
— Só Heather, por favor. A senhora não tem culpa dessa pouca vergonha.
Praticamente enterrei meu rosto numa das mãos. Ela apenas meneou a cabeça positivamente e, antes de se despedir, me disse que Daniel estava na cozinha à minha espera.

Assim que a mulher, que eu não tinha certeza do que fazia e nem sabia seu nome, saiu, passei pela sala e me direcionei à cozinha, ainda constrangida com o episódio. Eu precisava consertar duas coisas para não sofrer mais esse tipo de situação, parar de pensar que Daniel era tão independente quanto eu e ensinar para ele que não dá pra fingir que não existem pessoas ao nosso redor, observando principalmente.

Quando cheguei ao portal que separava a sala de jantar da copa, senti meu corpo todo se eriçar e o ar se esvair lentamente, substituindo o oxigênio por líbido pura e tóxica. Daniel estava encostando na imensa bancada que ocupava o centro do ambiente, com uma das mãos apoiada na beirada e a outra levando uma garrafinha de água próximo aos lábios, para beber o líquido lentamente enquanto parecia tentar acalmar a respiração pesada. Seu peito estava nu, subia e descia de forma agitada, ao passo em que pequenas gotículas de suor acentuavam que fizera algum esforço físico. Ele trajava apenas uma bermuda preta, deixando que a natureza sexual destacasse tudo o que poderia, apenas para me secar a boca. Os fios loiros estavam desalinhados, como se tivéssemos acabado de transar novamente, tirando o fato de que eu estava sem seu cheiro e mais do que sensível, enquanto o abdômen bem marcado montava uma trilha irresistível, destacada por seus músculos oblíquos que formavam o "v" mais sexy que já tinha visto, exaltando seu membro potente, mesmo que ainda não estimulado.

Meus pés me guiaram de modo automático ao loiro que, ao me ver, colocou a garrafinha sobre a bancada e cruzou os braços sobre o peitoral, sorrindo para mim. Toda vez que o via, eu tinha a sensação de que nunca poderia me satisfazer, de que nada era o suficiente e que sempre iria precisar de mais dele. Toquei seu peitoral e espalmei minhas mãos, enquanto me colocava na ponta dos pés para beijá-lo, deslizando meu toque para seu abdômen, que se contraiu, deixando-me sentir seus músculos perfeitamente divididos. Daniel soltou os braços e me colou contra seu corpo, pressionando minha lombar e me envolvendo, o que me fez facilitar a entrada de sua língua em minha boca. Gemi, apertando minhas coxas uma na outra no momento em que sua língua encontrou a minha, enrolando-se sensualmente e descobrindo meu gosto. Dan virou meu corpo rapidamente, invertendo nossas posições ao me encostar na bancada, ainda me segurando e me beijando com calma, extraindo tudo o que podia de mim. Nossos lábios eram lentos e as mãos desenhavam linhas imaginárias com rastros de desejos por onde podiam, as dele no meu corpo e, as minhas no corpo dele.

Sua boca se separou da minha,  enquanto eu me inebriava em seu cheiro masculino e tentador, subindo por meu nariz, apenas raspando levemente, e finalmente pousou um simples beijo demorado em minha testa. Daniel mordeu o lábio inferior, mantendo os olhos fechados e colocou as mãos em meu rosto, para finalmente me observar com seus olhos azuis, dessa vez escurecidos.
— Você tá fodendo a minha cabeça, morena.
Eu só queria ter Daniel, para mim bastava, e meu desejo estava atormentando minha razão, colocando uma venda que me permitisse apenas as sensações prazerosas mais primitivas que alguém poderia me proporcionar, com um bônus assustador dos sentimentos que Dan despertava em mim.

— Eu queria mesmo era que você o fizesse. Comigo. Mas, querer não é poder, certo?
Sorri para Daniel, vendo sua mandíbula retesar. Seus braços, que me circulavam, posicionaram-se em meus quadris, para me erguer sobre o balcão. Numa fome descontrolada, despertada por um desejo que eu era capaz de provocar, Dan atacou meu pescoço, beijando selvagemente e me causou arrepios na nuca, mostrando que coisa alguma, muito menos uma frase, era capaz de controlar o que poderíamos fazer.
— Você pode tudo, Heather.

Ergui minimamente meu corpo, puxando a camisola para cima e despindo, enquanto Daniel se afastava para abaixar sua bermuda, expondo seu membro no início de sua excitação. O loiro voltou a beijar meu corpo, começando pela barriga, fazendo meu ventre se contrair de alegria ao pedir para que ele entrasse, e subiu, parando entre meus seios, brincando com os mamilos entumescidos entre seus dedos e beijando apenas minha pele próxima, deixando só a vontade. Levei minha mão ao seu pênis, deliciosamente firme, e o massageei enquanto ganhava rigidez em minhas mãos. Daniel segurou minha mão ao redor de sem membro, que o masturbava lentamente, apoiou a cabeça na curva do meu pescoço e começou a se movimentar, grunhindo, roçando muito perto da minha entrada. Suas mãos seguravam meus seios e a minha mão livre pousou em seu rosto afagando sua pele levemente áspera pela barba que crescia.

Ele estava duro quando puxou meu corpo para a beirada da bancada, ampliando a abertura de minhas pernas, para me penetrar lentamente. Toquei seu peitoral, tentando lutar contra meu desejo e sua necessidade masculina.
— Dan. – Seu olhar capturou o meu, enquanto ele se enterrava em mim com lentidão, me fazendo gemer mais alto. – Espera.

Arfeei, rolando os olhos ao sentir sua pele na minha, sem poder controlar minhas ações. Daniel não pareceu me ouvir, nem eu parecia que sabia o que estava falando, estávamos sob o efeito de uma droga poderosa e inebriante, que me deixava totalmente embargada e descontrolava meu loiro. Para nós dois, não existia mais reabilitação.

...

Passava das cinco e meia da tarde e estávamos no sofá da sala há mais de duas horas, apenas conversando sobre banalidades. Minhas costas estavam apoiadas no peitoral de Daniel, e eu podia sentir seu coração bater decidido, claro, não no sentido literal, mas não era ritmado e por vezes acelerava, principalmente quando eu ria de suas besteiras. Me encontrava confortável entre suas pernas, sentindo seu calor, com seus braços ao meu redor de modo protetor e minha cabeça apoiada em seu ombro esquerdo. Eu não cansava de acariciar suas coxas, ou raspar minhas unhas, e senti-lo se arrepiar. Dan apenas suspirava.

— Suas costas não estão doendo?
Perguntei sorrindo, afinal o braço do móvel não era alto e eu não queria lhe causar incomodo por ser mimada.
— Minhas coxas estão doendo, Heather. – Daniel comentou relaxado, me fazendo soltar um "Ah, me desculpe" e parar de atormentá-lo. Seus braços se apertaram mais ao meu redor, enquanto eu sentia sua respiração pesada em meu pescoço quando ele riu, para em seguida beijar meu ombro. – É brincadeira, isso me dá uma sensação gostosa. Um arrepio.
— Talvez não sejam as unhas, talvez seja eu.
Sorri, apenas brincando, mas Dan se calou por um momento e juro que o que senti me causou vertigem, era como se o único órgão que estivesse funcionando fosse meu coração e as batidas estivessem mais intensas, ecoando por cada pedaço da minha carne.
— É, talvez seja você.

Sorri, mesmo sabendo que ele não veria, enquanto tentava recuperar todo o fôlego que ele me tirou desde a primeira vez que nos vimos. Virei o rosto em direção ao painel de vidro do lado da porta de entrada, para observar além da vidraça a entrada bem cuidada, vendo ao longe os grandes portões com o brasão dos Fountain.
— Porque você mora sozinho nessa mansão, Dan?

— No papel, essa casa é dos meus pais, eu cresci aqui e fiquei para manter o patrimônio. Meu pai sofre de problemas cardíacos e resolveu se mudar com minha mãe, para um lugar mais calmo.

— E aqui não é?
— Não para um velho rabugento.
Sua risada baixa e grossa preencheu meus ouvidos, me fazendo sorrir, e seu peito vibrou em minhas costas, movimentando-se devagar.
— E você não se sente sozinho com todo esse espaço, tendo apenas os empregados como companhia? Não lhe falta privacidade?

— Eu me sentia só no começo, mas depois me acostumei e, até umas semanas atrás eu precisava viajar o tempo todo. Você conheceu Leopold? – apenas acenei que sim, lembrando-me do chofer que me sequestrou. – Ele pode ser uma ótima companhia quando quer ser. Erin também é.

— Erin?
Franzi o cenho, acabando por soar preocupada até demais com esse nome.
— Minha governanta, morena. – Eu poderia imaginar seu sorriso convencido só de ouvir sua voz. – Ela é como uma segunda mãe para mim, mesmo que eu não precisasse, só pra garantir que eu seria mimado. Não lembro de um dia sequer sem ela, Erin está aqui desde que eu era um bebê.

Bebê.

— Daniel. – ele me respondeu com um "Hum?". – Nós precisamos parar de agir como se fôssemos estéreis.
— Como assim?
Ele se mexeu embaixo de mim, me fazendo levantar, apenas para olhar bem em seus olhos e tentar colocar um pouco de controle em sua cabeça.

— É a segunda vez que a gente transa sem camisinha e isso é perigoso. Já pensou se um de nós tivesse algum problema ou se eu fosse uma golpista? – ele desviou o olhar, umedecendo os lábios com a ponta da língua, com uma expressão séria que teria me fascinado se eu não estivesse tão determinada. – Ou você quer um bebê Dan? Porque, sinceramente, eu não estou muito disposta a isso ainda.
Repentinamente, Daniel começou a rir, me deixando com cara de tacho.
— Ei, eu tô falando sério!

— Você é engraçada. Que tipo de pessoa fala "um bebê fulano"? – Dei de ombros e o encarei, irritada. – Tudo bem, fique calma. Na passagem nós podemos parar numa farmácia e você compra o seu medicamento, está bem?
Ele me puxou de volta para seu peito, praticamente me obrigando a relaxar.

— Daniel, não existe um método que seja mais eficaz que a prevenção. Eu não vou sair correndo por aí de repente deixando você na mão e, se quiser, posso até andar com um estoque de camisinhas no sutiã, porque do jeito que você é...

— Eu já disse, você fode a minha cabeça que eu acabo nem ligando.
— Mas deveria.
O cortei, ainda chateada.
— Se você não fosse naturalmente irritada e se eu não fosse tão bom, diria que isso é falta de orgasmo.

— Você não é bom, você é autoconfiante até demais.
— Então eu sou ótimo?
Revirei os olhos, negando com a cabeça ao dizer "Convencido", fazendo meu loiro rir.

Relaxei novamente, recostando em Daniel, e observei suas mãos em meus braços, seguras e quentes como se nada pudesse afastá-las de mim. Fechei os olhos e me concentrei em sua respiração próxima ao meu ouvido, gravando quão suave era seu toque e me lembrando de todas as vezes em que senti medo ao pensar em perdê-lo. Será que Daniel se sentia do mesmo jeito sobre mim?

Talvez eu nunca soubesse isso, mas era só uma hipótese. Meu pior defeito, com toda certeza, era tentar prever o futuro, não só o próximo, mas até o final dos meus dias, que eu não fazia ideia de como seria. Bem, eu sempre fui ansiosa. É isso, só pode ser ansiedade. Afinal, que motivos eu teria para ser insegura? Minha família? Talvez.

Talvez. Essa é uma daquelas palavras que servem para resumir algo, nesse caso, a vida, e você só descobrirá o que realmente pode acontecer se tentar. Estou tentando tantas coisas diferentes há pouco mais de três semanas, saí da minha "zona de conforto" – que estava mais para zona de sofrimento – e tentei tantas coisas. Eu quebrei a cara um pouco, sim, porém, até o momento, nos braços de Daniel, tudo parecia valer a pena. Ele me fazia valer a pena.

Minha mente estava tão irrequieta que, ao pensar em minhas inseguranças, lembrei-me de Bruce. Eu não sabia se ele ainda estava na cidade, só tinha a certeza de que precisávamos conversar e acertar os pontos. Não seria fácil, iríamos tocar em feridas, mas, droga!, ele é o meu irmão, deveríamos estar juntos em todas e a nossa ligação consanguínea era mais forte do que qualquer divergência, porém, mais forte ainda era a amizade que tínhamos. Nada disso morre facilmente, nem o amor, nem a dor. Principalmente o primeiro, que adora ser maltratado.

— Aconteceu alguma coisa, morena? – Levei minhas mãos até as suas, verificando distraidamente seus dedos, notando como eles eram cumpridos, suas unhas bem feitas, e lembrando de como era ter, pelo menos dois, me dando prazer. Dan virou as palmas para cima, conseguindo segurar minhas mãos com facilidade. – Quando está distraída assim, alguma coisa está errada. Não me deixa de fora, por favor, eu já disse tantas vezes que estou aqui por você, Heather. Não se fecha com seus problemas, às vezes só precisamos ser ouvidos.

Suspirei audivelmente, provocando um aperto mais fechado de sua parte, como se seu corpo inteiro me acolhesse e eu amava aquela sensação. O calor, a proteção, a preocupação, ele me tratava como se eu fosse importante.
— Estou pensando em meu irmão, em Bruce.

— Me conte mais, não quero agir feito um idiota novamente. Até intervir, se for preciso, porém, ficar parado enquanto você se chateia, nunca mais.

— Eu já disse para você que ele foi embora há mais de cinco anos e o motivo, minha mãe parecia sempre incomodada com tudo o que ele fazia. A pior parte era que Bruce sempre foi o melhor que pôde e ela só implicava porque ele parecia demais com nosso pai.

— E o que aconteceu com seu pai?
Me encolhi de modo instintivo. Esse sempre foi minha área mais sensível, mesmo que eu falasse sobre o assunto com segurança e me fizesse de durona, mas nesse momento era quase impossível. Até desnecessário, dentro da minha bolha garantida por Daniel.

— Sumiu quando eu era mais nova. Simplesmente disse que precisava sair, mas voltaria e, bem, até hoje eu não tenho um bom exemplo masculino. Na verdade, nenhum. Bruce era apenas um adolescente quando resolveu partir.

— Muitas vezes somos obrigados a fazer escolhas e, em outras situações, simplesmente escolhemos o que parece ser melhor, de modo espontâneo e até aléatorio. Tanto o seu irmão quanto o seu pai podem ter sido egoístas, morena, mas você só pode condená-los quando se colocar no lugar deles e, principalmente, quando souber a história por trás de cada um desses... Acontecimentos.

— Sei disso, mas você ja pensou em se colocar no meu lugar, Dan?
Senti meu nariz ficar mais quente enquanto minha visão ficava levemente turva. Pisquei algumas vezes e engoli o nó que se formou em minha garganta, espantando o choro.

— Acho que nunca realmente.
Só então percebi que sua mão segurava a minha de forma que nossos dedos se entrelaçassem. Daniel as levou aos lábios, beijando a minha com cuidado. Ele nunca aprenderia que eu era mais forte do que parecia.

— Você nasceu numa família boa, Daniel, pode não ser perfeita, mas é boa e, com certeza, seus pais se esforçaram para você estar onde está. Meu pai resolveu que precisava ir, minha mãe estava praticamente viciada em medicamentos, eu fui um apoio para meu irmão e meu primo, e ainda assim consegui não acabar como um caso totalmente perdido. Não estou tentando compaixão, eu só quero o meu próprio apoio.

— Eu sei disso e admiro você. – Daniel suspirou e soltou minha mão, apoiando seu braço em minha coxa. – Na primeira vez em que te vi, eu só pensava no meu próprio pau. Acabei descobrindo quão sensível você era e, agora sei quão forte é. Não estou te julgando, muito pelo contrário, morena. Posso estar muito fodido, mas estou aqui para você e em todas as horas, Heather.

— Pode ser.
Me levantei, sentindo que precisava de ar depois dessa conversa. Com certeza, minha resposta era não pensar antes e fazer só na hora, afinal, eu disse tantas coisas que estavam guardadas no meu subconsciente sem precisar de esforço. No momento certo eu diria as coisas certas para quem quer que fosse.

Daniel levantou também, parecendo mais sério e me segurou.
— Pode ser a milésima vez que eu repito isso, mas foi só na centésima que eu te conquistei, pelo menos eu acho, mas eu não sou o seu irmão, nem o seu pai. – Ele me puxou para mais perto, segurando em meus ombros e fixando seu olhar com firmeza no meu. – Não sou ninguém que você tenha conhecido antes, então não esqueça nem ao meu lado e muito menos quando estiver longe, eu sou o seu Dan, morena, e... Puta merda, eu nunca fui de ninguém assim antes.

Pisquei algumas vezes, usando a mesma tática de segundos atrás, porém, dessa vez não deu certo. Desviei o olhar, querendo que ele não notasse quão vulnerável eu estava. Querendo que Daniel não notasse quão apaixonada por ele eu estava.

...

20/07/2015

Era a primeira vez em bastante tempo que eu me lembrava de um final de semana com um sorriso idiota no rosto e sem esquecer de um detalhe sequer. Não apenas por ter transado horrores com Daniel –no seu quarto, na bancada da pia do banheiro e na sala–, mas pela companhia deliciosa que ele foi para mim e, tenho certeza que também fui aprazível à sua altura. Tirando o sexo, conversamos muito, ou pelo menos o suficiente, e pude conhecer um pouco mais da intimidade do meu loiro, explicar minha relação conturbada com minha família e encontrar nele o que eu estava procurando há muito tempo nas pessoas ao meu redor. Sentia que poderia confiar em Daniel, mas iríamos dar um passo de cada vez, sem nos precipitar em momento algum. De tudo o que aconteceu, minha descoberta mais importante foi a definição da palavra "fodido" para ele, uma constante em seu vocabulário que eu poderia aplicar com facilidade no meu, já que eu também estava.

Fazia pouco mais de nove horas (sim, eu contei mesmo) que meu loiro havia se levantado do meu sofá (meu novo móvel favorito, tanto o dele como o meu), com muito esforço, para ir embora e eu já sentia sua falta. Passava da meia noite e estávamos entre os beijos mais deliciosos na minha sala, porque ele não resistiu ao meu convite de me acompanhar até o apartamento, apenas aproveitando nossos últimos minutos antes de voltar a realidade, ao nosso dia a dia, afinal, tínhamos apenas um caso cheio de declarações ao qual poderíamos nos segurar. A sensação de estar em seus braços, sentindo seu cheiro delicioso – tão masculino naquela pele quente!– e degustando seus lábios estava tão viva em minha mente que eu ainda podia sentir suas mãos me acariciando com delicadeza. No meu peito, eu ainda sentia aquele aperto estranho, uma insegurança fodida, totalmente, ao pensar em Daniel.

O loiro estava rasgando minha película de segurança aos poucos e com cuidado, mas o suficiente para se atrelar facilmente e, meu maior desejo era de que não fosse em vão. Eu finalmente queria que ele entrasse e também que cumprisse o que me dizia, que não me deixaria de repente, que não era como os outros e todas as suas garantias ditas em momentos de prazer e perto do que quase foi o nosso fim.

Verifiquei a hora no monitor do computador da empresa, marcava nove e meia, e no mesmo instante o telefone tocou. O número era do último ramal, provavelmente o andar de Adam.
— Heather Colbert, ConstruVille Incorporated. Posso ajudar?

Protocolos.

— Heather, o senhor Gilbert quer que você agende uma reunião com os acionistas, às 14:00, na sala 1. Ah, e avise o pessoal da computação para preparar o material, se não me engano, há um cabo defeituoso. Não entendo disso, então verifique.

— Tudo bem.
E foi tudo o que consegui dizer, pois a secretária logo desligou na minha cara. Foi tudo tão impessoal, tão frio que me perguntei se havia fofoca para fazer minha caveira quanto minhas reuniões estranhas com o poderoso bonitão.

Agendei a reunião e liguei para os acionistas da empresa, cumprindo meu papel e, por fim, entrei em contato com o setor 4, o da computação. Harriet estava tão atarefada quanto eu, trabalhando com documentos e atendendo a maior parte do pessoal que chegava ao balcão, então não tivemos tempo para conversas que iam além do trabalho. Ela parecia bem, na verdade parecia normal, o que me fez questionar se ela e Neville Tamer ainda estavam saindo. E assim, me lembrei que fazia dias que eu não preparava seu café ou que não o via agitado, na verdade eu quase não o via. Adam parecia ter mudado não só a minha vida, mas a de todos ao seu redor e a sua administração deixava tudo muito mais calmo, afinal, ele era bom. Para mim, nunca passaria de bom.

Recebi uma notificação na minha conta de email e logo verifiquei, esperando que não fosse algum problema. Era Stephan.

*

De: <stephanmeyer@ua.com>
Para: <hcolbert.cvi@gt.com>

Eu sei que você não vai atender o telefone agora e nem quero causar problema, então lê e apaga logo.
Podemos almoçar juntos hoje? Pode ser naquele restaurante que você gosta tanto, o do chili, perto do seu trabalho.
Não precisa responder, estarei lá te esperando.

Steph ;)

*

Li aquele email, sentindo que Stephan havia lido meus pensamentos e acabei sorrindo. Claro que eu iria, tanto pelo chili quanto para conversar com Steph, eu tinha certeza que chegaríamos no ponto em comum, que era o meu problema e, ao mesmo tempo, a esperança dele. Apaguei o email e voltei ao trabalho, novamente concentrada em meus afazeres, já preparada para o que poderia sair desse almoço.

Perto do horário de intervalo para refeição, recebi outro telefonema do andar de Adam, porém, dessa vez era o próprio e sem formalidades ou ou receios, não tive tempo nem de jogar meu discurso automático.
— Heather, você está livre para almoçar comigo hoje?
Sua voz me causou um calafrio, mesmo soando como sempre, justamente por eu ter descoberto aos poucos que existia muito mais por trás dos olhos verdes e da lábia ofensiva de Adam Gilbert.

— Na verdade, não, senhor Gilbert. Eu já marquei com uma outra pessoa e não acho que poderia ser uma boa ideia, de qualquer jeito.

— Eu ficaria feliz se você pudesse desmarcar, porque preciso muito falar com você. Eu sei que me excedi, mais uma vez, e queria me desculpar por isso, já disse que só quero o seu bem.

— Já se desculpou, não é? Eu não posso julgá-lo e também não vou lhe dar essa liberdade de me tratar como bem entender. O senhor é meu patrão, na empresa, e nada mais.

E ainda estávamos no mesmo prédio, não poderia me dar o luxo de jogar para Adam tudo que eu queria falar, ele era o patrão, então, quanto mais objetiva e distante eu fosse, melhor. Outra coisa que me incomodava era ter vivido os últimos dois dias de forma intensa, mas, por fim, conseguindo um sossêgo com Dan, onde aproveitamos para nos dar atenção e apenas, para em seguida ouvir Adam. Não seria assim e eu precisaria conversar com Daniel sobre nossos pequenos problemas.

— Tudo bem, então. Bom almoço, senhorita Colbert.

Respirei fundo e chequei, mais uma vez, o horário. Faltava vinte minutos para o fim do primeiro turno e nesse tempo, rabisquei um bloco de notas e atendi um empresário que precisaria de um horário com engenheiros, lembrando-me que o que dissesse para qualquer um, dali em diante, faria muita diferença. Minha vida estava dando um salto, eu não me sentia tão ferida por minha mãe e minhas emoções estavam mais calmas, isso me tirava o direito de magoar Stephan, com a desculpa de estar abalada e necessitar de compreensão, e mais ainda, o de me deixar levar por qualquer manipulador que, felizmente, não me pegara durante meu período mais frágil.

...

Com o calor infernal que precedia o inverno maçante de Roilsville, precisei chamar um táxi para não morrer desidratada no caminho, composto por quatro quarteirões, respirando aliviada diante o ar gelado do veículo confortável. Eu não era preguiçosa a esse ponto, até porque, desde que saí da universidade, reprimi minha vontade sobre um veículo próprio, pois não via necessidade quando precisava ajudar minha mãe. Perdi muitas oportunidades boas desde que ela foi internada, mas o que me importava era o seu bem estar, porém, no momento em que "nós" se tornou "apenas eu e eu mesma", deveria voltar a pensar no meu umbigo depois de tanto tempo cuidando dos outros. O passo inicial seria sair de trás do maldito balcão de mármore da grande ConstruVille Inc, mesmo que eu precisasse mudar de empresa.

O motorista estacionou dois estabelecimentos antes do restaurante que era meu ponto de encontro com Steph, paguei o valor mínimo da corrida e desci, caminhando despreocupada até as grandes portas de vidro do local. Uma moça que aparentava ter a minha idade, toda sorridente, veio ao meu socorro, era uma espécie de maître, só que de restaurantes acessíveis aos meros mortais da plebe. O crachá simples em sua camisa de botão indicava que se chamava Cindy, tal que me guiou até a mesa do meu "acompanhante", após minha breve descrição do "rapaz diferente", segundo ela.

Stephan estava de costas para nós, com os braços apoiados na mesa, parecendo perdido ao observar uns quadros abstratos na parede dos fundos. O cabelo castanho estava arrumado e ele usava uma camisa social clara, que se apegava muito bem ao seu corpo, indicando que, provavelmente, já havia pedido o afastamento do time de basquete da universidade para dedicar tempo integral à residência. Ele dizia que a bolsa ajudava muito, mas que poderia sobreviver sem a integral por ter economias generosas. Ele era o cara perfeito, mesmo com seus defeitos, também o orgulho da família, seguindo os passos do pai por paixão.

Saí da fase em que toda vez que o via sorrindo do jeito que só nós dois entendíamos, e sempre para mim, eu desejava, mais do que a minha própria felicidade, poder amá-lo como ele me amava, não poderia deixar que me prendesse pela culpa. Eu mesma havia dito que não seria mais que um atraso.
Stephan direcionou o olhar para mim quando cheguei ao seu lado e abriu um sorriso digno das propagandas de creme dental, enquanto Cindy dizia que poderíamos fazer nosso pedido a qualquer momento, bastava chamá-la.

— Heath. – ele levantou da cadeira, meio desajeitado. Talvez aquele tenha sido o momento mais constrangedor depois da troca de nomes, pois não sabíamos como nos cumprimentar. Steph fez menção de abrir os braços e eu me encolhi, um pouco confusa. Ele colocou uma das mãos no bolso da calça e estendeu a outra, com um sorriso brincalhão à mostra. – Como você está?
— Bem. Na medida do possível, claro. – Me referi, indiretamente, à toda situação que acabamos criando desde o "término". – E você, aproveitando muito?
Sorri enquanto nos acomodávamos, um de frente para o outro, nas cadeiras.

— Talvez não mais do que você.
Minhas bochechas queimaram no mesmo instante, reagindo ao seu tom de voz estranho e mais do que sugestivo. Ignorei o comentário e, ainda que com um sorriso sem graça, mantive a postura.
— Você já pediu algo?
— O chili para nós dois. Aquela tal de Cindy só quer um motivo pra voltar.

Ri baixo, para não chamar atenção. Diferente de Daniel, Stephan era mais do que modesto, chegando a ser ridículo, mas até ele percebeu o jeito da moça e isso o irritava um pouco. Eu não fazia ideia do motivo, afinal, os homens gostam de chamar atenção, não é?

— Já iniciou a residência? Quero dizer, agora é exclusivo?
— Sim, eu estava morrendo com o tempo de treino pesado, principalmente aos finais de semana, e, pegando plantões, só restava um caco estressado. – Ele abaixou os ombros e fez uma careta cansaço que chegava a ser teatral e, de modo repentino, ergueu sobrancelha modo sugestivo, me fazendo sorrir. – Estava pensando que, quando eu abrisse meu consultório, você poderia ser minha secretária.

Semicerrei os olhos, encarando Stephan com um pouco de ironia.
— Muito engraçado, rapaz. Hilário. – ele levantou as mãos, como se não ligasse. Era a minha vez de fazer uma gracinha e lembrar que ele já tinha uma ótima candidata ao cargo. – Aquela moça, Julie, é muito bonita, Stephan, e simpática também, tenho certeza que ela se sairia melhor com o chefe.

— O quê? – Trocamos olhares estranhos, ele parecendo se lembrar de algo e eu, duvidando que ele esquecera. – Ah, sim. Julie é... Legal. É apenas uma caloura, precisa ficar esperta para a vida na Universidade.
— Vamos lá, Steph. Vocês formam um belo casal.
— Casal? – Stephan perguntou, sorrindo, eriçado, como se eu tivesse falado a maior besteira. – Que casal o quê, Heath! Eu já disse, ela é legal, mas, eu não sei bem, parece que falta alguma coisa. Sabe aquele frio na barriga e o nervosismo? – concordei, mas não foi na Julie e falta de efeito que eu pensei e sim no meu loiro, totalmente o oposto disso. – Não tem. É algo idiota de se falar, mas é pior ainda eu não me sentir um idiota perto dela. Como eu me sinto perto de você.

Chegamos no ponto.
Toda vez que Stephan começava esse assunto, muito delicado aliás, eu me sentia desconfortável, vulnerável até, porém, dessa vez, iria ter mais paciência e passar pelo campo minado com o maior cuidado do mundo.
— Steph. – Suspirei antes de continuar, medindo cada palavra. – Você deveria ao menos dar uma chance à ela ou qualquer outra pessoa que tentasse algo. Eu não sei se você sente, mesmo que lá no fundo, raiva de mim, também não quero saber porque me basta a culpa. Mas eu tentei tanto que, toda vez que penso em nós dois, eu me sinto cansada. Eu não me arrependo dos cinco anos, eles foram ótimos para mim, incríveis na verdade, mas eu não posso fingir algo para a vida toda e você sabe do que eu estou falando.

Stephan se recostou na cadeira, brincando com o cartão de visitas do restaurante na mão direita sobre a mesa, parecendo uma criança emburrada.
— Para de pensar que toda vez que eu digo para você o que sinto eu estou te pressionando. Heather, a minha única intenção nesse momento é não facilitar para o tal de Dan.

Stephan sorriu, de modo triunfante.

— Você foi terrível, sabia? – ele acenou que sim, parecendo cada vez mais satisfeito. Como se minha escolha dependesse de um teste de testosterona. – Você sabe também que essa birra não vai influenciar em nada, não é?

— Você deveria me tratar como um troféu, não como um empasse.
— Mas está agindo exatamente como um. Stephan, eu realmente amei quando você fingiu que poderíamos ficar só na amizade e, pode até não estar me pressionando, mas o efeito é contrário. Eu estou bem, Steph, como há muito tempo não ficava e não é possível que você não perceba. Se algum dia acontecer de funcionar para nós dois, juntos, não vai ser diante uma disputa.

No fundo do meu coração, possivelmente na superfície também, eu esperava que não funcionassemos juntos, porque outra pessoa já estava exercendo o poder sobre mim.

— Eu sei disso, Heath, e posso aguardar.

E eu esperava que ele encontrasse um lugar confortável para se acomodar enquanto esperava, porque, naquele instante, eu não me sentia minimamente disposta a ceder o lugar de Dan para "qualquer um".

Desviei o olhar, fingindo que aquilo não me afetava de forma alguma, e desconversei.
— Quando será a sua formatura?

— Em dezembro, não sei exatamente o dia, mas você já pode garantir seu vestido. É sério, Heath, quero você e meus pais lá. Sabe quanto isso é importante para mim, e você me apoiou desde o começo.

— Como todo mundo ao seu redor.
Sorri, oferecendo meu olhar "Lembra de como você é importante?".
— "Todo mundo", na tradução livre, "os puxa-saco". Meus pais me apoiaram porque são meus pais e queriam isso tanto quanto eu e, você é um caso à parte.

Se algumas pessoas me chamavam de palhaça, pelas brincadeiras e gracinhas que eu fazia, mesmo sem graça em sua grande maioria, Steph me superava e esse era mais um ponto que eu não queria estragar.
— Que coisa! – Finalmente nosso almoço chegou, pelas mãos de um garçom educado e rápido, que não foi inconveniente como a Cindy, fazendo charme ao anotar o que pediriamos para beber. – Não se preocupe, você sabe que eu estaria lá de qualquer jeito, eu não resisto à uma pressão emocional, ainda mais sendo tão importante.
Minha expressão afetada e convencida, que aprendi com Dan, fez Stephan sorrir, afirmando de maneira fingida também.

— Claro, senhorita Colbert.

Fomos servidos de nossas bebidas, para mim água e, para Stephan, uma limonada, e acabei me lembrando de uma "nova" preocupação, tal que eu gostaria de compartilhar com ele por fazer parte da minha vida a tanto tempo e conhecer a peça.
— Bruce está na cidade, o encontrei esse fim de semana. E foi uma coincidência.

— Sério? – Afirmei enquanto levava a primeira prova do chili à boca, ansiosa pela ardência característica, já que no restaurante em que estávamos o chef não poupava em seus pratos picantes. – Espera, é sério que você encontrou o seu irmão desertor por coincidência? Heather, o que tá acontecendo na sua vida?

Os homens que restaram na minha vida notavam de isso de forma convincente, digo, demonstrando que eu não era um vegetal que andava por aí com a mesma cara e as mesmas preocupações em suas concepções. Fui de um extremo ao outro em menos de três meses e acabei me envolvendo em tudo, sem pensar no que fosse o "agora" e, talvez, estivesse tudo na ordem correta se eu visualizasse minha situação com menos cuidado e mais prática.

Pensar menos antes e fazer mais.

— Uma bagunça, Steph, e acho que estou um pouco perdida nisso.
— É mesmo? – Ele arqueou as sobrancelhas, me lançando um olhar irônico, ainda brilhante, mas irônico. – Ninguém percebeu isso, principalmente porque é normal responder seus amigos dois ou três dias depois. – Imitei sua cara de cansado, acabando por esquecer que era Daniel quem se preocupava quase o tempo todo e era primeira vez que Stephan se permitia me chamar a atenção. – Espero que voce ainda saiba que pode contar comigo e com todos os outros, não precisa nos trocar tão rápido por seu Dan.

Se ele soubesse...

— Não fale assim, você sabe que isso não é verdade. Esse ano foi difícil pra mim e eu já superei muita coisa, tantas mudanças estão acontecendo e eu estou me adaptando. Você é paciente comigo, Steph, como a Wanda e o Rick e a Louis, eu só quero que continue assim até tudo se ajeitar.

— É por isso que eu estou aqui. Para reforçar que sempre estarei aqui, porque eu sou idota.
Ele piscou, voltando a sorrir compreensivamente e me tranquilizando. Stephan fazia parte de um grupo que foi – e é– minha família por muito tempo, mais do que a biológica até e, pensar em perdê-los me trazia uma agonia profunda, porque foram tudo o que me sobrou de mais concreto e eu os amava, Wanda era como uma mãe e os outros três eram como irmãos, mesmo Stephan nao querendo ser.

O almoço foi tranquilo e não houve mais menções a tentativas de reatar algo no qual eu não via mais jeito. Stephan foi brincalhão e fofo na maior parte do tempo, muito diferente das últimas semanas, e conversamos sobre seu último ano na universidade. A partir de minhas conclusões, o único acontecimento futuro que eu planejava era estar na formatura de Stephan e, o resto que viesse.
.

...

Como havia dito, está aí minha recompensa para vocês, escrita com todo o carinho do mundo (principalmente aquela conversa).

Daniel e Heather estão cada vez mais próximos, minha gente e só será daí em diante. ❤
Ah, e não esqueçamos que Adam ainda está na cola, mas por quanto tempo mais?...

O que acharam? Comentem, votem, vocês não sabem a alegria que é ver cada comentário, a menos que escrevam, claro.
Até mais. ❤

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