Quando Fernanda e Patrick acordaram, foram para a piscina e se encontraram com Frank de frente á churrasqueira. O americano riu, debochando:
– Você soube da noite de Nicolas? Pareci que parou o cidade quando notaram que era ele. He's a pop star!
Fernanda ficou surpresa. Não imaginou que era tão famoso assim. Isso justificava as duas meninas com ele...
Depois do almoço, todos foram descansar e Patrick teve que sair, porque tinha coisas para resolver. Fernanda estava deitada, quando Nicolas bateu na porta e entrou:
– Fe? Pode falar?
– Ah, você finalmente voltou?
– É. Eu fui levar minhas amigas pra casa.
– O que houve, Nic? Que cara é essa?
– Ah, Fê. O que eu tenho para te dizer não é muito legal...
Fernanda sentiu um gelo cobrir seu corpo inteiro:
– Fala logo.
– Agora mesmo, quando eu estava voltando da cidade, passei pela avenida principal, e vi Patrick conversando com uma mulher. Ela parecia estar chorando.
– Nossa, mas ele acabou de sair daqui.
– Foi tudo muito rápido, mas me pareceram bem íntimos. Vi ele pegando na mão dela e depois a abraçando.
– A gente não tem nada, mas obrigada por me contar, Nic.
– Pois é. Mas é bom você saber que ele tem outra.
Fernanda se sentiu uma idiota. O sangue subiu e ela entrou no quarto e mandou uma mensagem para ele.
– Patrick? Quero te agradecer por tudo. Sem palavras para descrever sua ajuda na fazenda. Acho que me precipitei e prefiro que não sigamos adiante com esse envolvimento. Por favor, não me procure mais.
Patrick sentiu um gelo percorrer seu estômago, e respondeu imediatamente:
– Como assim? O que houve?
– Não insista, ok?
Patrick caminhava de um lado para o outro, inconformado. O que poderia ter acontecido? Justamente hoje, que ele tinha passado na casa de Margarete, a moça que vinha saindo, para dizer que estava apaixonado.
Decidiu ir vela pessoalmente. Queria olhar em seus olhos e entender o que diabos estava acontecendo.
Em instantes estacionou seu cavalo e subiu as escadas rumo ao casarão. Ela estava deitada, chorando, pensando em como a vida se incumbia de lhe fazer sofrer ultimamente.
De repente, ouviu passos largos e pesados se aproximarem, e a voz de Nicolas parecia alterada.
– Mas é muita cara de pau você vir aqui. Deixa ela em paz.
– Olha, rapaz. Não sei do que você está falando.
– Já contou pra ela que você tem outra? Eu vi vocês abraçadinhos hoje...
– O que você viu, foi um término com a pessoa que eu estava saindo...Só isso. Não tenho nada a esconder. Estou apaixonado pela sua irmã.
– Era só o que faltava...merece uma porrada na cara.
Fernanda abriu a porta do quarto, irritada:
– Ah, não! Eu não quero saber de brigas. Ok?
Frank se meteu. Não concordava com a postura de Nicolas. Em nenhum momento, Patrick tinha sido hostil, pelo contrário, estava apenas querendo conversar. O americano então falou:
– Acho que você dois tem muita do que conversa sozinhos. Venha, Nic.
Patrick se aproximou de Fernanda, calmo e sereno, como sempre:
– Se você não quer conversar, não vou insistir.
Ela respirou fundo, lembrando-se do julgamento errado que tinha feito contra Romeu...
– Tudo bem, Patrick. Pode entrar.
O holandês se aproximou da janela, e disse:
– Eu precisava avisar Margarete, que a gente não iria mais sair, porque eu estou apaixonado por outra pessoa.
Fernanda ouviu em silencio e depois comentou, irritada:
– Ah, que saco! Nem sei por que eu tive essa reação de ciúmes. A gente acabou de começar a sair.
– Eu entendo sua reação. Você não quer estar com alguém mentiroso... eu também não gostaria.
Fernanda baixou a cabeça, nervosa.
– O jeito que Nicolas me contou... a gente tinha acabado de transar, sei lá...
– Não sei mais o que dizer. Isso foi o que aconteceu, Fernanda. Agora é com você, acreditar no que eu digo, ou não...
Patrick caminhou para perto de Fernanda e ela estendeu a mão, o impedindo de se aproximar. Ele então, suspirou, dizendo:
– Se você mudar de ideia, me procure. Não quero insistir se você não quer...
Ela sentiu ódio. Não era isso que queria escutar naquele momento. Seu lado mimado, queria desesperadamente, que ele insistisse, implorasse, se ajoelhasse, pedindo perdão, mas ele não fez nada disso, apenas olhou em seus olhos e disse:
– Não entendo porque essas coincidências acontecem. Mas hoje estou muito triste. Um dia você vai saber que estou falando a verdade...
Saiu e fechou a porta, deixando Fernanda sozinha no meio de suas confusões. Não era possível que a vida não lhe dava uma trégua? Deitou, fechou os olhos e começou a inspirar e expirar, pra ver se conseguia aceitar aquele momento, sabendo que tudo, absolutamente, tudo iria passar.
...