E se...

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 Manoel os recebeu na porteira. Logo em seguida, Nicolas e Frank seguiram sozinhos até a floresta para trabalhar com as podas, enquanto Fernanda e Manoel foram cuidar das mudas. Manuel a levou por um caminho diferente, até os galpões que abrigavam as mudas temporárias. Explicou como funcionava esse processo transitório até que elas definitivamente fossem plantadas na terra.

Fernanda prestava atenção nas explicações minuciosas de Manoel, mas no fundo, estava ansiosa para saber notícias de Patrick. No entanto, achou melhor segurar sua ansiedade. E se Manoel contasse para Patrick? Mas para sua sorte, no final do dia Frank se incumbiu do ato. Para sua surpresa, Manoel disse que ele já estava voltando.

De repente escutaram um barulho de filhotes chorando. Fernanda saiu correndo, puxando Frank pela mão. Chegando lá, Nicolas estava sentado no chão, dentro de uma espécie de canil, com quatro filhotinhos dependurados nele. Fernanda abriu a portinhola e se agachou no chão:

– Meus deus! Que fofos! De quem são?

Nicolas não respondeu, só ria, tentando se desvencilhar das mandíbulas pequeninas, que insistiam em morder seu queixo.

Em instantes, os outros três filhotes partiram para cima dela. Frank também entrou, e em alguns instantes, os três estavam completamente enfeitiçados pelos filhotes.

Manoel se aproximou, achando graça:

– Tão gostando dos lobinhos?

Fernanda estranhou e Manuel completou:

– São lobos guará, e tão órfãos desde hoje cedo.

– Você que tá cuidando?

– Ah, num aguento ver criação passando fome, né? Mas não posso cuidar, tava sem sabe o que fazer.

Fernanda olhou para os dois e balançou a cabeça, rindo:

– Me arruma uma caixa de papelão, Manoel?

Frank comentou:

– Você está certa disso? E o Panda?

– Ah, sei lá. A gente deixa eles dentro de casa. Pelo menos no início...

Os três se despediram, levando a caixa de papelão com os quatro lobinhos... Fernanda estava feliz com a ideia. Criar lobos e domesticá-los não era má ideia. Ao menos enquanto eles fossem muito pequenos. Quem sabe depois, iriam voltar para a floresta.

...

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