The 2 Of Us - Livro 1. Duolog...

Por FlaviaLobato

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Heather Colbert aprendeu a andar com suas próprias pernas e amadureceu da forma mais dura possível, perdendo... Más

Inspirações
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Extra - Por Dan
Capítulo 2 - Por Stephan
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Extra - Por Dan
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Coluna: Voce ouviu?
Capítulo 40
Extra - Por Dan
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Extra - Por Dan
Extra - Por Adam
Capítulo 46
Capítulo 47 (FINAL)
Epílogo

Capítulo 18

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Por FlaviaLobato

-Não se preocupe com ela. Te garanto que o loirinho já se livrou daquela praga siliconada.

-Hum.

Levantei as sobrancelhas, tentando esboçar algum interesse, ainda prestando atenção aos dois que "conversavam" exasperados. Não que eu estivesse ignorando Angie, mas eu não conseguia assimilar nada além da cena que se desenvolvia diante dos meus olhos. Segurei na beirada do balcão, na tentativa de me acalmar, mas não dava certo. Eu queria ser uma mosquinha para saber o que se passava naquele momento.

-Ei, gata. Calma.
Senti a mão de Angel apertar carinhosamente meu braço.

-Eu estou calma, Angie. Não tem motivo para preocupação.
Disse, apreensiva. Eu não poderia estar menos tensa, não sabia o que havia entre os dois e essa conversa parecia mais uma discussão de casal.

No segundo instante Dan se levantou, aparentemente irritado; eu e Angie prendemos a respiração, tensos sobre o que estava por vir; olhei para a ruiva perfeita que retribuía meu olhar de forma intensa, como o irmão sempre fazia. Eu queria tanto arrancar aqueles fios vermelhos e sedosos à unhada...

Seus olhos, verdes como esmeraldas, brilharam perigosamente, anunciando a tragédia iminente e o início da destruição. Dayse Gilbert enlaçou Daniel com suas mãos pálidas e delicadas, puxando-o para um beijo de tirar o fôlego de qualquer um que visse a cena, inclusive o meu. Um grupo estacionado ao meu lado manifestou-se a favor daquela pegação, entre gritos de apoio e falas cheias de sacanagem que só me fizeram parecer menor diante da situação.

Sentia minhas mãos tremerem e uma agitação nada amigável, mas eu não poderia me abalar. Não naquele momento. Peguei a bandeja de prata à minha frente, que continha o coquetel de alguém que eu nem lembrava mais quem era, mas antes que eu pudesse voltar ao meu trabalho, Angel segurou meu pulso, impedindo que eu levasse a bebida.

-Não precisa, gata.
Seu olhar era calmo e compreensivo, talvez comovido com meu estado de choque.

Eu não queria ver o fim daquele show, então saí do ambiente sem dizer uma palavra. Adentrei o corredor escondido e, automaticamente, fui até o escritório. Bati à porta e parei para pensar no que eu diria a Adam. "Ah, vim fazer uma reclamação: sua irmã está agarrando Daniel, será que você pode fazer aquilo parar?". Pelo meu santo amor próprio, eu deveria voltar e fazer meu trabalho. Não estávamos juntos de qualquer jeito, só ficando. Acabou. Estava agindo com infantilidade, eu sabia que uma hora iria acabar. Eu sabia. Então, por quê doía tanto?

Pus a mão sobre a boca, tentando conter um soluço involuntário, quando a porta abriu. Vi Adam com um lindo sorriso para me recepcionar, que logo se desfez ao ver meu estado.

-Heather, você está bem?

Você acha que eu pareço bem?

-Hum. Não. Adam, eu. Eu preciso ir, não estou me sentindo bem.
Minha voz saiu estranha, meio robótica, confirmando o que foi dito.

-Tudo bem, vou chamar um dos seguranças para te acompanhar, ok?

Apenas confirmei com um balançar de cabeça, como uma criança que estava aceitando o único doce que sobrara. Adam pegou seu celular e mandou uma mensagem rápida, depois voltou sua atenção à mim. Ele se aproximou e, pela primeira vez, eu não queria visualizar aqueles oceanos esverdeados. Tanto por lembrar a irmã quanto pelo o que ele fez mais cedo. Quando suas mãos tocaram meus ombros senti uma insegurança estranha, só para piorar a situação.

-Heather, nós podemos jantar amanhã? Eu quero conversar com você.

-Tudo bem, vamos ver.
Ele não iria perguntar o que aconteceu?

Adam sorriu satisfeito.
-Agora vá para casa e descanse.

Deu um beijou um tanto bruto na minha testa, que seria fofo se não tivesse sido irritante. E eu achava que ainda poderia ter esperanças. Com certeza o tal jantar seria para me persuadir a algo, a me deixar ser usada novamente.

Dei meia volta e arrastei meus pés até o corredor principal. Minha vontade de agir era zero, eu só queria me sentar em um canto e ficar quietinha, tentando digerir tudo aquilo e, quem sabe, rir um pouco da situação. É aquela história, quando se consegue o que quer o encanto acaba. Daniel só queria sexo.

No momento em que virei acabei tombando com alguém muito apressado e quase caí, se não fosse pelas mãos que me seguraram com firmeza. Levantei o olhar e encontrei a paz que eu não queria, por ser, ironicamente, motivo de tormenta para minha mente e coração. Eu precisava me afastar, antes de ceder ou piorar tudo.

-Heather.

-Com licença, senhor Fountain.
Me soltei de seu aperto e logo me arrependi. Por quê tudo parecia tão frio longe dele?

-Senhor Fountain?- ele fez uma pausa dramática, parecendo perplexo.- Porra... Heather, me ouve, por favor.

Daniel parecia implorar minha atenção, mas eu não conseguia. Não poderia forçar aquele momento antes de me acalmar. Sempre tinha que ter aquele demônio de cabelos vermelhos e seios fartos entre nós dois e se ela estava lá, era porque tinha motivo.

Seus lábios estavam mais avermelhados que o normal e o cabelo dourado todo desgrenhado, trazendo novamente o momento atroz há pouco vivido. E depois a lembrança do dia perfeito que tivemos. Dos beijos, dos abraços e das carícias mais íntimas que trocamos.

Droga. Droga. Droga.

Enchi o pulmão em uma inspiração profunda, mas foi dolorido me livrar do ar sem deixar que o nó formado em minha gargante se apertasse cada vez mais. Continuei minha caminhada, só que dessa vez muito mais rápida. Se eu continuasse lá iria chorar novamente. E por ele outra vez. Porque ele era um impiedoso senhor que me deixou terrivelmente feliz, mas não era meu.

Sua mão engatou em meu braço com firmeza, deixando-me em alerta. Eu precisava que ele me deixasse sair para não falar nada que ele não quisesse ouvir, então acabei sendo mais rude do que deveria.

-Me solta Daniel! Me deixa em paz! Volta para sua ruiva perfeita e para sua vida perfeita e me deixa em paz!

Daniel olhou-me espantado, seus olhos azuis pareciam cansados, mas não tanto quanto eu estava de sofrer pelos motivos errados, por coisas que eu não merecia sofrer.

-Por favor, me ouve. Você sabe que eu não faria aquilo. Você viu, morena.

Sua voz calma e dolorida fez com que eu me arrependesse de gritar com ele. Ele era solteiro mesmo, não merecia ouvir minhas baboseiras. Era por isso que eu deveria ir embora antes de qualquer coisa. Baixei o tom de voz e quase desabafei.

-Não me chame assim, Daniel. Eu não sei de nada, não sei sobre mim, imagina sobre você, um cara qualquer que entrou na minha vida um dia desses e acha que tem o direito de me...

Me calei antes de falar qualquer outra besteira. E antes de deixá-lo mais surpreso do que estava. Ele não era um cara qualquer.

O maldito não era um cara qualquer.

Eu queria ter uma pouco de sorte em minha relações, como com Adam, que claramente só que queria se beneficiar de mim, ou com Daniel, que apenas me fez bem e, como todos que me faziam bem, uma hora ele iria embora e me deixaria em cacos, como todos os outros. E olha que eu não estava muito longe de tal situação no momento.

Continuei meu caminho, praticamente correndo para longe de tudo aquilo, até chegar à entrada, onde um dos seguranças me aguardava pacientemente.

-Vamos senhorita?

-Por favor.

Atravessamos a rua e eu já me sentia muito mais tranquila, apesar de que a brisa já não era a mesma, na verdade chegava a ser sufocante. Havia muita gente nas calçadas e mesmo assim tudo parecia tão vazio.

Eu não queria conversar com Daniel naquele momento, já que eu virava uma bomba sob tensão. Não queria sentir o olhar "compreensivo" de Angel novamente ou o escárnio de Dayse. Também não queria ver Adam, que me assustou, ou jantar com ele, mas não consegui dizer não.

Porque eu aceitei aquele cargo? Nada naquele lugar tinha a ver comigo, a não ser a festa, mas eu já nem era aquela garota louca de poucos meses atrás, ela até podia estar guardada em algum lugar. Toda a situação vivida me fez amadurecer muito mais rápido e, sinceramente, como eu desejava ter de volta a vida que vivia antes da doença dominar a minha mãe.

-A senhorita está bem?

A voz grossa e gentil do segurança me pegou desprevenida com aquela pergunta que comumente queria ouvir e quase sempre não sabia responder. Só então percebi que as lágrimas já escorriam, acostumadas a rotineira libertação de qualquer sentimento ruim.

-Claro que estou, sinto-me maravilhosamente ótima.
Limpei minhas bochechas úmidas e frias, tentando absorver um pouco do calor que meu corpo desperdiçava.

Eu não perdi nada. Eu não perdi nada.

O homem sorriu.
-Mulheres. Se choram é de felicidade e se riem é de raiva. Como espera que vos entenda?
Ah, o sarcasmo alheio. Como é bem vindo na hora da dor, pois além de nos colocar no chão, mostra quão indiferentes somos.

-Me desculpe, eu não 'tô bem. Na verdade, estou péssima. Você já perdeu alguém importante?

Seu olhar se tornou mais tenro.
-Já. Na verdade, perdi muitas pessoas importantes. Se é por isso que está chorando, meus pêsames.

Eu não falava da minha mãe, eu não a perdi, ela simplesmente quis partir.
-Bem, agora faço pelos mais perigosos, os vivos. Sabe, eles conhecem meios terríveis para machucar de verdade.

Angel e seu olhar de pena. Dayse e sua raiva sem sentido. Adam e seu dom de me surpreender. E Daniel, simplesmente Daniel, o que já era muito e ao mesmo tempo insuficiente para mim, dele eu sempre queria mais.

-Os vivos? Você não se sente viva?
Foi uma pergunta retórica, mas a resposta eu só poderia dar quando enxergasse os lindos olhos azuis e sentisse o calor daquele corpo novamente.

Eu não me sentia morta, claro que não, mas quando eu estava com Daniel era algo além de viva, algo que me deixou mal acostumada. Eu não queria estar longe, mas depender era foda. Tão foda que me fazia desabafar e filosofar com um segurança da noite depois de ver aquele beijo.

Chegamos à portaria do prédio e paramos um de frente para o outro. Ele era muito maior que eu e parecia mal, com todos os músculos e a expressão zangada, mas não era. O jeito como me tratou, sem ter receio de mecher em uma ferida foi o suficiente para eu sentir sua verdade. Devia ser porque mal nos conhecíamos e, quando mal conhecemos alguém, nos sentimos mais à vontade do que quando estamos com quem queremos impressionar ou agradar. Penso em terceira pessoa porque é verdade. Os seres humanos sempre agem de acordo com o que os outros esperam e isso acaba se tornando um ciclo irritante vivido em conjunto.

Queria ter usado meu filtro quando estava com Daniel. Muitas coisas não seriam ditas em voz alta e me pouparia dos sentimentos que acabaram se aflorando.
-Porque os homens sempre fazem tudo errado?

-Nem sempre é nossa culpa.- Ele olhou profundamente através dos meus olhos, procurando o que dizer.- Às vezes não sei que estou machucando uma pessoa importante e o que me faz corrigir o erro é o momento em que me conta. Seja lá o que for que aconteceu, não deixe de ouvir o outro lado, ou então você perderá uma grande história.

○○○

Seis horas da manhã. O dia provavelmente seria mais frio, sabia porque meus dedos estavam congelando e meu queixo batia levemente, mesmo que eu usasse minha roupa fitness adequada para o inverno.

Saudável e com estilo.

Não estava acordada tão cedo porque era esperta, apenas porque não consegui dormir direito, nada além de cochilos doloridos. Sabia que se tentasse dormir a manhã toda, a semana inteira sentiria sono nas horas mais inapropriadas. Em homenagem à minha mãe em seus dias de glória, antes de Bruce partir, resolvi me exercitar mais que o normal e de um jeito diferente. Aprendi muitas coisas em prol da saúde com minha mãe, não por querer, mas por ser forçada, e estava na hora de por em prática. Se tem uma coisa que Suzan Colbert me ensinou bem foi que uma caminhada muito hidratada e de quebra um suco natural faziam uma grande diferença.

Alonguei minhas pernas no meio da calçada praticamente deserta, puxando-as o máximo que podia para trás. Depois os braços, levantando no meu limite muscular. Soltei tudo, relaxei e meus músculos seguiram leves e prontos para uma bela caminhada.

Depois do aquecimento, comecei a andar para esquentar o corpo. Concentrei minha atenção na respiração, para mantê-lá regular, e nos obstáculos a frente. Depois de andar por três quarteirões, trotei e comecei a corrida. Meus batimentos aceleraram e o ar entrava e saía rapidamente dos meus pulmões. Eu podia sentir meu rosto quente e a nuca mais ainda, já que o rabo de cavalo batia nessa área constantemente.

Um calor desconcertante começou a brotar no meu corpo, como se eu fosse derreter, e o mais estranho era a excitação que crescia em mim, deixando-me vermelha. Não conseguia perder o ritmo, já fluía naturalmente.

Em 15 minutos já havia percorrido o dobro do que normalmente fazia quando era mais nova com minha mãe.
Nada havia sido tão intenso como fora nas últimas vinte e quatro horas. Ou como nas últimas duas semanas.

Inspirei o ar da maneira mais calma que pude.
Quem diria que eu conheceria um homem que me ofereceria um emprego em uma boate?

Expirei, sentindo que estava chegando ao meu limite. Precisava fazer uma parada.
Quem diria que eu aceitaria?

Encostei-me na parede de uma loja de doces que, graças às forças do universo, não abria tão cedo e não faria da minha caminhada um desperdício de tempo.
Quem diria que eu, Heather Colbert, iria chamar a atenção alguém como Daniel Fountain?

Peguei a garrafinha de água no cinto que minha mãe utilizava quando corria, um onde podemos armazenar coisas de auxílio, como uma garrafinha de água. Estava muito agitada, então respirei algumas vezes antes de abrir a garrafa e beber a água.
Quem diria que eu iria me apaixonar por alguém tão... Tão... Tão ele? Aconteceu. Claro que não iria dar certo.

Senti os goles de água aliviarem cada célula do meu corpo. Hora de continuar. Não faltava muito para a orla, talvez uns dois quilômetros. Do prédio onde morava até o começo do litoral havia uma distância de cinco quilômetros, então o único problema seria voltar. Um táxi?
Era isso! Eu já sabia o que Daniel tinha de errado. Ele era bom demais para mim.

Não iria desistir assim, eu voltaria correndo mesmo. Mais tarde estaria toda dolorida, mas satisfeita e feliz com meu desempenho. Como aconteceu com Dan. Daniel.

Olhei para o céu, dando uma última respirada profunda antes de continuar.
O azul estava tão intenso quanto os olhos dele. Porquê estava em todos os lugares?

Comecei a sentir o ambiente mais fresco e ventilado. Estava perto. Vi uma cafeteria muito mais movimentada do que o normal para o horário. Desacelerei para não derrubar ninguém e logo vi aquele rapaz inconfundível sair do lugar com um copo de café em mãos. Eu, praticamente, forcei ele a gostar de café.

Seus olhos escuros me encontraram no mesmo instante. OK. Mantenha a postura Heather e vá falar com ele normalmente.

-Heather, você caiu da cama?
Stephan sorriu.

●●●

Olá pessoas lindas e maravilhosas! Como estão?

Eu estou ficando louca depois de ter escrito três capítulos seguidos! Vou tirar umas férias mentais hahaha <3

Espero que tenham gostado do capítulo. Heather não diz besteiras por mal, apenas por ser impulsiva. Coitado do Dan, mas é aquela história: vamo fazer o que.

O que vocês acham de voltar alguns capítulos para acompanhar um Senhor Gostoso e fofo? Surpresinha quarta-feira, hein!

Como estou sem criatividade para uma mensagem mais legal, me despeço por aqui.

Música: Linger - The Cranberries </3

Até quando vocês quiserem falar comigo! 💕

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