Havia se passado uma semana. Uma semana de afastamento, de solidão, de cansaço, trabalho, muita dor de cabeça... Uma semana que eu estava afastada de Dylan. Quando nos víamos, trocávamos carinho e acabávamos por ir para a cama. Eu gostava de estar perto dele, mesmo que seja por pouco tempo por causa do seu trabalho.
Ainda não tive oportunidade de conhecer o chefe dele, o pai de Yolanda... Por algum motivo. Qual eu não sabia.
Alessandra e elas haviam se ajuntado com Elyse. Eu não confiava nelas, ainda mais juntas, muito menos Bette, que sempre que as via, dizia que agora era 3 contra 3. Uma para cada.
Obviamente, Lola começou a rir com as palavras de Bette, e eu não fiz diferente. Ela tinha uma mente muito diabólica. Elas não estão fazendo nada, foi o que eu disse para Bette e ela me respondeu com um vão fazer.
Me arrepiei toda com as palavras dela que decidi fazer alguma coisa para ocupar a mente e esquecer sobre esse assunto.
E, hoje, noite de sábado, haverá o desfile do ano. Um dos mais famosos feito por Matilde.
Desde que cheguei na agência, eu nunca vi nada parecido com o que estou a ver hoje.
O lugar estava lotado de pessoas, de jornalistas á fotógrafos, pessoas chiques e importantes, de sobrenomes importantes á estranhos.
Meus olhos brilhavam ao ver a passarela enorme e longa. Espreitei pela cortina Lola e Bette rondando o ambiente. Suspirei de não poder estar curtindo e fofocando com elas.
Peguei minha prancheta na mão, indo em direção aos vestuário.
Eu estava cuidando das roupas que as modelos iriam vestir. Era o trabalho menos vergonhoso que eu poderia ter, pois Fernanda falaria no microfone anuciando as modelos que entrariam em cena e ela tinha vergonha, que até tentou passar para mim, mas eu meti o pé e fiquei com o vestuário. Era mais fácil também.
Uma das modelos veio até mim e sorriu.
- Tem um moço ali te procurando. - Apontou para a parte detrás do evento.
- Moço?
- Sim! Um fortão, bonitão, charmosão... - Sai de perto daquela modelo, porque eram adjetivos demais.
- Oi, meu amor. - Dylan me deu um selinho e um abraço.
- Oi. O quê está fazendo aqui? - Perguntei, puxando ele para uma parte mais reservada.
- Meu chefe pratocina a agência da MáTilde. - Trocou a primeira sílaba por má. Se fosse em outros momentos eu até iria rir, mas eu estava nervosa com a presença dele.
- Um cara de advocacia pratocina uma agência de modelos? - Perguntei, cruzando os braços. Ele coçou a nuca e se distraiu olhando para o lado. - Dylan? - Chamei seu nome, esperando uma explicação.
Ele soltou o ar e falou de uma vez:
- Ta bem. Alessandra estava louca para vim, e com muita insistência, eu trouxe ela e...
- O quê? A louca da tua irmã está aqui? - Me desesperei, imaginando já várias coisas. Ela estava aqui para arruinar meu trabalho, minha vida...
- E... - Sua atenção foi tomada por mim.
- E o quê? Tem mais? - Senti um calafrio.
- A Yolanda também.
AI MEU DEUS!
Era hora de surtar por todo mundo junto.
- Por que você fez isso? Por que trouxe elas? POR QUE?! - Comecei a socá-lo e ele se afastou, segurando meus pulsos. - Você sabia que era importante para mim. Você sabia e trouxe elas para arruinar tudo. - Eu estava descontando a minha raiva em cima dele. Raiva que eu sentia, raiva dele, raiva da sua distância ultimamente.
- Allyssa, para. - Pediu, indo para trás. - ALLYSSA!
Eu parei, parei porque aquilo era muita humilhação. Quem passava por perto, achava que a louca era eu, e não a irmã dele.