Capítulo 22° - "Grávida?"

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- Victor? - Chamei a atenção dele que estava no celular. - Estou com fome.

- Você não pode ir lá comprar alguma coisa? - Perguntou como se fosse óbvio. Eu poderia sim ir sozinha comprar algo para comer, mas eu estava muito fraca.

- Posso, mas... - Não tinha argumento algum, então deixei o mas vagando.

- Tudo bem. - Se levantou e voltou a falar no celular. Deveria ser sua suposta namorada que conheceu em Orlando.

Victor tinha se tornado um rapaz muito bonito, havia amadurecido. Tudo nele mostrava um homem diferente. Os olhos azuis eram iguais aos meus, os cabelos dele tinha puxado mais o do meu pai, castanhos claros.

Eu tinha orgulho dele. Parecia até mais velho que eu.

- Marta? - Pousei minha mão no seu ombro.

Ela estava um pouco distante, porém consegui chamá-la e tocar.

- Sim? - Coçou os olhos.

- Desculpa. Não sabia que a senhora estava dormindo. - Disse envergonhada.

- Não estava dormindo, apenas tentando. - Suspirou, arrumando o cabelo.

Marta continuava com o cargo de diretora na universidade onde eu estudava.

Me impressionava dela ainda não tê-lo largado.

- Como ele está? - Perguntou. Sabia que ela mais do que ninguém estava preocupada com Dylan.

- Ainda não deram notícia. - Infelizmente, só se via os médicos passando, mas nenhum era o que cuidava do caso dele, e eu esperava que chegasse uma resposta logo e fosse boa.

Virei um pouco a cabeça e Victor trazia meu lanche.

Levantei, rapidamente, da cadeira e ao fazer isso, eu cai desmaiada no chão.

.....

Respirei com certa dificuldade, abrindo os olhos. Um clarão invadiu os mesmos e eu tive que fechá-los.

Ao me acostumar com a claridade do quarto de hospital, eu consegui ficar de olhos abertos.

- Até que enfim acordou. - Ouvi Bette resmungar e tomei um susto.

- Avisasse que tu estava aí, criatura.

- Nossa, que maravilha você. Mal acorda e acorda de mal-humor. - Reclamou, se esticando em uma cadeira que estava sentada.

- Estou com fome. - Reclamei, ouvindo meu estômago clamar por comida.

- O que você tem aí dentro é capaz de sentir fome á todo momento. - Eu ia perguntar o porque dela ter dito aquilo, mas quando viu que disse demais, meteu o pé porta a fora.

Aqui dentro?

Tenho um estômago, ué.

- Boa noite. - Meus olhos se esbugalharam ao ouvir a voz dele.

- Leandro. Meus Deus! - Estava feliz em vê-lo de novo. Fazia anos que eu não via e nem chegava perto de um hospital.

- Allyssa. - Balançou a cabeça em cumprimento. - Como você está?

- Estou bem e você? - Ele riu e negou com a cabeça.

- Estou aqui como médico, Ally. Quero saber como está em relação á horas atrás.

- Continuo bem, só estou morrendo de fome.

- Se acostume, pois irá sentir fome por mais um. - Leandro olhou a prancheta que estava em sua mão.

- Como assim? - Indaguei um pouco confusa.

- Você está grávida. - Meus olhos se encheram de lágrimas e em poucos segundos, derramei-as na minha blusa. - No máximo, duas semanas e meia. Te trago o exame assim que puder.

- G-grávida? - Gaguejei, sentindo aquela palavra me abater de uma forma descomum.

- Sim. Parabéns! - Deu um sorriso e disse que depois passava aqui para me dar alta.

Ele estava diferente. Sei que é cansativo ser médico, ainda mais fazer plantão, porém seu semblante era de uma pessoa muito cansada. Uma pessoa que virava noites acordado. Sentia um pouco da falta de Leandro. Ele se tornou um amigo, mesmo ele querendo algo a mais comigo e Dylan não concordando em me ver perto dele. Mal sabia ele que eu não mantinha mais contanto com Leandro, desde então.

Sequei as lágrimas e me lembrei qur estava grávida.

Meu Deus!

Eu tinha um bebê dentro do ventre.

Suspirei passando a mão por cima da blusa.

Seria estranho daqui a alguns meses sentir ela maior. O que Dylan acharia de ser pai?

Oh, não. Nós havíamos terminado.

Eu não iria voltar com ele por que estava grávida. Criança não segurava homem, e eu não iria fazer isso.

A Gravidez - Volume 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora