Capítulo 33° - "Alimentação"

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Três meses

Eu batia o pé impaciente, esperando Dylan acabar de colocar seu sapato.

Teria a minha primeira ultrassonografia hoje e me sentia feliz em ver meu bebê pela primeira vez em três meses. Mesmo eu achando que deveria esperar até os cinco meses, para saber logo o sexo do bebê, Leandro disse que não era bom. Pois eu deveria ter feito isso, quando soube que estava prenha, para saber se o bebê não tinha nenhum problema e riscos por causa da minha alimentação e doença.

A partir do momento em que Dylan soube, ele ficou todo alegre e não parava de dizer o quanto isso era maravilhoso. Eu também achava, apesar da dificuldade que eu tinha em me alimentar e me acostumar com a rotina ultimamente.

- Estou pronto. - Exclamou, se levantando. Joguei as mãos no ar, agradecendo.

- Até que enfim. - Resmunguei, saindo porta a fora.

Dylan me seguiu, segurando minha mão. Entre corredores, fomos em direção a sala de ultrassom.

Lá estava ele, com seu semblante sério e cansado. Levantou o olhar e deu um meio sorriso.

- Bem na hora. - Cumprimentou Dylan.

Eu não sabia ao certo se eles se conheciam desde aquela época que eu fui pega no flagra pelo Dylan aos beijos com Leandro. Se eles tivessem se lembrado um do outro, apostava que continham a serenidade só na minha frente.

Me deitei em tipo uma cama, mas era acolchoada de um tom azul escuro.

Por estar usando uma blusa, eu levantei um pouco ela com o pedido de Leandro. Estranho era estar sendo consultada por um cara que já fiquei, e confessava que era esquisito ser tocada por ele.

- Vamos ver... - Passou um gel verde na minha barriga. Um gel gelado que me fez arrepiar. Após, passou tipo um mouse por cima de minha barriga.

Dylan estava do meu lado, segurando minha mão.

As batidas foram-se ouvidas por todos na sala. Olhei para o monitor e lá existia um ser. Pequeno, porém um pouco já formado. Sorri para a tela.

- Já dá para saber o sexo, doutor? - Perguntou Dylan, entusiasmado.

- Ainda não. - Ainda virado para a sua tela, disse. - Daqui à dois meses, vocês poderão saber o sexo do bebê. No momento, ele mostra desenvolvimento, e no terceiro mês da gestação é difícil saber o sexo. - Tirou o mouse da minha barriga e me deu um papel. Cujo identifiquei para poder limpar minha barriga. - O bebê está bem. Se desenvolvendo normalmente. O que me preocupa é a sua alimentação.

- Estou comendo bem. Diz á ele. - Cutuquei Dylan.

- Sim, sim. Fico no pé dela para que coma toda comida.

- Bem, isso não é o suficiente. - Comentou, assinando algo em um papel. - Vou te pedir para fazer um exame de sangue de novo, e lhe darei uma lista do que se deve ou não comer na gestação. Besteira de vez enquando, ou nunca. Fritura, manere um pouco. Legumes, frutas, bastante ferro e vitaminas. Entregou na mão de Dylan três papeis, assinados por ele. O último presumi ser a ultrassonografia.

O que me deixava curiosa era ele cuidar de dois casos meu. O câncer e a gravidez.

Olhei para sua mesa e vi um retrato em cima da mesma. Na fotografia, tinha uma mulher sorrindo, junto a um menino, que deveria ter meses, em seu colo. Ela parecia estar feliz. Seria seu filho?

Era irmã de Leandro? Esposa?

- Dy, eu preciso falar com o doutor. Pode me dar licença? - Falei carinhosa em sua direção, cochichando para que Leandro não ouvisse.

Ele assentiu, meio abobado. Presumi que estaria feliz por ter visto seu filho. Dylan saiu da sala e me deixou a sós com Leandro.

- Então...

Ele começou, esperando que eu falasse o que queria falar.

- Você sumiu. - Primeira coisa que veio em mente foram essas palavras.

Ele continha um olhar sério, porém com um sorriso debochado (?) no rosto.

- Prevejo que você vai acabar colocando toda a culpa para cima de mim. - Comentou, depositando as mãos no colo.

- Eu não ia dizer isso, só iria perguntar sobre seu sumiço.

- Trabalho. Só. - Ele não era o mesmo homem de antigamente.

- Você mudou... Sei lá. - Não tinha mais o que dizer. - Seu filho? - Apontei com a cabeça para o porta-retrato.

- É. - Ele olhou indiferente para a foto.

- Eu já vou indo. Foi bom falar com você, sem ser profissionalmente. - Sorri.

Ele nenhuma expressão esboçou. Se levantou e andou até a porta, abriu a mesma e balançou a cabeça em sinal de despedida.

Despedida, por que? Estava presa naquele hospital querendo ou não.

A Gravidez - Volume 2Where stories live. Discover now