A Gravidez - Volume 2

Capítulo 27° - "Ir vê-la"

Dylan

Ao acordar, os raios de sol invadiam o quarto, por causa das cortinas abertas, e eu me permiti levantar e sentir o quente entrar em contanto com a minha pele.

- Bom dia. - Minha mãe saudou solene, colocando uma mochila em cima da cama.

Sorri, movimentando a cabeça na sua direção.

- Achei que estaria dormindo ainda. - Disse, tirando uma blusa e outra sacola da mochila.

- É. - Disse, me virando novamente para a janela.

Eu estava meio confuso em relação à Ally. Eu pensei que ela viria me ver, me animar e me fazer esquecer de que eu estava em um hospital, por ter sofrido um acidente de carro, me fazer esquecer o machucado que tenho na minha barriga, que logo irá se tornar uma cicatriz, me fazendo lembrar da burrada que fiz em beber. Eu pensei que ela viria me visitar e dizer que podíamos pensar em reatar, criar um futuro juntos, como planejávamos pela webcam, quando eu voltasse.

Se ela não via um futuro, eu via. Eu via um futuro ao lado dela, mas ela não apareceu, me levando a crer que queria um tempo para pensar. Para pensar em si.

- Eu trouxe um sanduíche de presunto e queijo. - Me virei para a minha mãe não acreditando.

- Não acredito que a senhora fez isso. - Peguei o sanduíche de sua mão, mordendo-o, após tirar a embalagem do mesmo.

- O que a gente não faz por um filho. - Acariciou a lateral do meu rosto, me encarando serenamente.

Não podiam entrar com outra comida dentro dos quartos, pois os pacientes não podiam ingerir outra comida, sem ser a do hospital. Minha mãe infringiu isso.

Tinha algo batucando na minha cabeça, e se eu não perguntasse isso á minha mãe, eu ficaria mais confuso do que já estou.

- Mãe? - Capturei sua atenção que já estava em mim. - E a Ally? - Perguntei, sem cerimônias ou enrolações.

- Bem... - Começou a se interromper, e eu sabia que não vinha coisa boa. - Ela voltou para o hospital.

- Como assim? - Estava mais confuso.

- Ela teve uma febre alta, e acabou voltando de novo. Eu não sei qual é o estado dela agora, pois não tive oportunidade de perguntar à mãe dela.

- Mãe, eu preciso ir ver ela. - Indaguei, me sentindo estranho.

- Irei perguntar se já estão permitindo visitas. - Disse, saindo do quarto.

Eu assenti para o vento, absorto em pensamentos.

Esperava que Allyssa estivesse só com febre. Uma coisa chamada preocupação, me encheu o peito. Me apertou o coração saber dela.

Não me atreveria a chorar, até porque eu não conseguia esse ato. Era difícil chorar desde que meu pai faleceu. Era difícil muita coisa para mim desde então.

- Podemos ir.