Capítulo 29° - "Leucemia"

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Minha mãe e Leandro entraram no quarto.

Eu havia acordado fazia minutos, só sei que a lateral da minha cabeça doía, me causando uma enxaqueca desgraçada. Lá estava eu, de novo, em cima de uma cama.

Percebi que o assunto era sério, pois nenhum dos dois esbanjavam sorriso nos rostos.

- Temos uma coisa séria a te dizer. - Minha mãe encarou o doutor, como se permitisse que ele dissesse.

- Então, Allyssa...

- Para de enrolar e me diz logo. - Reclamei por conta da demora.

- Você tem que aceitar isso, tudo bem? - Perguntou, me encarando. Balancei a cabeça, lentamente, não entendendo o que ele queria que eu aceitasse. - Minha equipe e eu detectamos uma doença em você...

- Doença?

Eu... Não tinha o que dizer.

- Um câncer. A leucemia. Analisamos que ela ainda está no primeiro estágio, e faremos o possível para que não avance e se torne pior para você.

Eu tinha leucemia. Mas, como...

- Sua mãe me disse que seu avô teve a mesma doença, então ela é hereditária. Não se assuste. Estamos analisando ainda o processo.

Eu não ligava para nada disso. Eu ligava para meu bebê.

- Meu neném... - Disse baixo, olhando para a barriga.

- Fique calma. Nada vai acontecer ao bebê. - De forma tranquilizadora, ele disse.

Minhas lágrimas derramaram em cima do lençol fino.

Abriram a porta e Victor adentrou. Ele olhou para mim e de maneira silenciosa, olhou para mamãe, como se dissesse; já contaram, não é?

Mamãe assentiu, chorando.

Via que ela estava tão mal quanto eu, e eu me via assim em relação ao meu filho. Eu não tinha ideia do quanto isso era ruim para mim, para as pessoas ao me redor, e a criança que tem em meu ventre.

Tinha chances de morrer?

Câncer tinha cura? Mesmo que não fosse maligno?

- Eu vou morrer? - Perguntei, olhando Leandro. Eu queria que ele não mentisse para mim. Queria tanto.

- Não tomaremos situações precipitadas. - Ele não disse um "não" confiante e firme. Aquelas palavras me fizeram acreditar, que não importasse o estágio que estava a leucemia, meses ou anos, eu teria pouco tempo de vida.

- Câncer? Ally... Eu... - Dylan se calou, não tendo o que falar. Sua expressão era impossível de decifrar. Ele não mantinha o mesmo sorriso de antes ou o semblante alegre. Ele estava triste, chateado, decepcionado...

- Não diga nada, Dy. - Chorei, me sentindo igual manteiga.

- E o neném? - Tocou minha barriga por cima da blusa.

- Ele está bem. Disseram-me que nada iria acontecer com ele. - Acalmei-o.

- Menos mal, mas e você? Como se sente? - Essa pergunta era, com certeza, uma das piores que eu odiava ouvir.

- Péssima. - Meu olhar parou em um canto qualquer.

Me sentia horrível por dentro, tanto por fora.

Seus braços quentes, me acolheram, e ali eu tinha certeza que eu teria abrigo.

- Eu vou cuidar de você e do nosso filho. - Beijou o topo da minha cabeça, uma forma de carinho para mim. - Prometo por você.

 - Prometo por você

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A Gravidez - Volume 2Where stories live. Discover now