Capítulo 28° - "Câncer"

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Dylan



Minha mãe me levou até a porta do quarto, onde Ally se encontrava. Disse que ficaria no meu quarto, caso precisasse de alguma coisa.

Bati antes de entrar e a porta foi aberta pelo irmão de Ally, Victor. Sua cara não era uma das melhores. Adentrei sem questionar o silêncio que ali pairava.

A mãe de Ally, chorava, enquanto sua filha tinha o rosto encostado no seu peito, fungando. Percebi. Vi o doutor, que, provavelmente, cuidava do caso dela. Não me era estranho o seu rosto.

Porém resolvi deixar isso para lá e me focar na Ally.

Ela chorava.

Levantou seu rosto, me olhou e suas lágrimas caiam incessantemente. Quando me viu, piorou.

Olhei para a mãe dela, mas a mesma nada disse.

Gostaria de saber do porque da melancolia dentro daquele quarto.

Sua mãe tirou o rosto dela de seu peito, e a encarou.

- Filha, acho que você e ele precisam conversar. - Ela disse, e deu um olhar sugestivo para Victor e o doutor.

Saindo, eles disseram e qualquer coisa era para chamá-los.

Eu não estava entendendo nada.

- Pode me explicar o que está acontecendo? - Me movimentei até seu lado.

Ally me olhou de um jeito. Um jeito anormal. Um jeito que eu não sabia explicar.

Allyssa


Meu coração batia de uma forma rápida. Minha respiração estava rápida. Meus pensamentos iam e viam de forma rápida, me fazendo quase enlouquecer. A notícia que recebia agora, me matou por dentro e estava quase a me queimar por fora.

Meus olhos queimavam por causa da vista cheia de lágrimas que eu tinha vontade de deixar cair.

Mas, não queria. Queria ser forte para explicar as coisas, como me explicaram. Confessava que seria mais fácil para ele aceitar, do que para mim.

- Então? - Deu um leve toque no meu rosto, que me fez acordar do transe. Olhei assustada para ele. Mal via a hora de chorar.

- É... Muito complicado, Dylan. - Exclamei chorosa.

- Quero que me diga tudo. Irei te ajudar no que for que esteja passando. - Chorei. Desabei. As lágrimas que não gostaria que caíssem, caíram. Eu me via fraca. Fraca pela situação e pelo susto. Na gravidez, eu não podia estar passando por isso.

- Infelizmente, - Parei, sentindo minha garganta queimar, e continuei. - Nesse caso não tem ajuda, apenas apoio.

- O que está acontecendo, Ally? Estou começando a ficar preocupado. - Pode ter certeza que vai ficar muito mais.

Via desespero em seus olhos, algo que eu não via nele. No momento.

- Eu não sei como dizer isso, mas você precisa ser forte por mim, e por todas as situações que virão. Não diga nada, apenas me ouça. - Eu disse, antes que ele abrisse a boca. - No momento, tenho passado mal. Enjoos, cansaço, dor de cabeça... - Suspirei, tentando tirar forças do buraco para continuar. - Isso são sintomas...

- Da gravidez. - Concluiu, me olhando de olhos esbugalhados. - Eu vou ser pai. Meu Deus, Ally. Isso é maravilhoso. Era tudo o que eu mais queria na vida. - Me deu um abraço super forte que eu retribui. Chorei tanto de felicidade por saber que ele aceitou isso da maneira que eu não esperava, e de tristeza, por saber que eu não havia só isso para contar.

- E... - Me separei do abraço e peguei em suas mãos. - O motivo pelo qual pedi para você ser forte, não era só por isso, e sim, porque eu tenho outra coisa para te dizer. - Respirei, soltando o ar em seguida.

- Diz logo. - Sustentou um sorriso gigantesco na face. Eu sabia que ele estava feliz, sabia que tinha aceitado tão bem o fato de eu estar grávida e não ter levado isso para o lado grosseiro, eu sabia que seu sorriso de felicidade sumiria quando eu contasse a pior parte do sonho. O pesadelo. Fechei os olhos, com as seguintes palavras que me causariam um baque pela segunda vez.

- Tenho câncer.


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