Capitulo 9° - "Noite das Meninas"

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- Alô? - Perguntei assim que atendi o telefone de casa.

- Ally, é o Dylan. - Sua voz estava um pouco chiada.

- Ah, oi? - Eu não sabia o que dizer.

- Então... É que sirgiu um imprevisto... e... ahn... - Ele enrolou entre as palavras, me fazendo se indireitar no sofá.

Eu nem havia ido trabalhar, avisei Matilde que estava com uma dor de cabeça insuportável, o que não era mentira, mas eu não tinha condições de ir trabalhar.

- E? - Comentei, incentivando ele a continuar.

- Não vou poder ir aí. - As palavras sairam da sua boca sem que quisesse.

- Não? - Indaguei um pouco surpresa, decepcionada, mal...

- Não! - Ele parecia um pouco para baixo ao falar no telefone.

- Mas, Dylan... Eu contava com a sua presença aqui.

- Eu sei, eu sei. - Suspirou. - Só que é importante... Eu preciso, amor. É o meu trabalho.

- Você está escolhendo o trabalho, ao invés do nosso relacionamento?! - Exclamei em pergunta, e em afirmação.

- NÃO! De jeito nenhum! Ally, eu juro que não estou escolhendo o trabalho, mas é que, se eu não for, irei perder o meu cargo na empresa.

- Logo às dez da noite? - De forma escandalosa, gritei.

- Não tenho hora para trabalhar, você sabe disso. - Explicou-se.

- Dylan, me diz, me diz não... Me confesse que a Yolanda não está com você.

- Ally... - Deixou meu apelido solto no ar, me fazendo ter a certeza que eles estavam juntos.

Eu não esperei mais nada sair da boca dele, eu apenas desliguei o celular, taquei ele longe e me isolei de tudo.

Desliguei as luzes de casa, pedi para que o porteiro dissesse aos que viessem à perguntar por mim, que eu não estava em casa, e que se eles persistissem em subir, não era para deixar.

Me deitei no sofá e fiquei à olhar para o teto escuro.

Eu tinha noção de que eu iria fazer uma guerra mundial, senão colocassse o rosto por dias nas ruas.

......

Não havia me isolado da maneira que eu pensei. Depois de algumas horas, eu tinha dormido e acordado na manhã. Por mais que eu quisesse só mais uns dias de descanso em casa, sem ir para o trabalho, eu tinha que pisar os pés na agência, senão, adeus emprego. Bem que eu queria parar de ver a cara de Matilde o dia todo, SÓ que, eu não queria perder o emprego e dar vitória à Fernanda, que adorava puxar o saco da sua "chefinha".

Ao acabar de me arrumar, tomei um pouco de café e escovei os dentes. Meus cabelos estavam em um rabo de cavalo, meio que desarrumado. Eu vestia uma calça jeans apertada e uma blusa de tecido grosso. Fazia muito frio, e eu apostava que eu tinha que pôr uma jaqueta por cima da blusa, após sair de casa.

Peguei minha bolsa e tranquei à porta.

Ao descer, me deparei com Dylan parado no portão.

- O quê você faz aqui? - Perguntei, dando uma ombrada no seu ombro, seguindo meu caminho para o trabalho.

- Vim ver como você está. - Eu parei de andar, me virando, totalmente, incrédula para ele.

- Veio o quê? - Perguntei, pois parecia que eu não tinha ouvido direito.

- Te ver. - Ele respondeu meio incerto.

- Tivesse vindo ontem, pois eu estava muito bem. Agora... - Dei de ombros, incomum sobre o assunto.

- Já te expliquei. Não vamos começar uma nova discussão. Pelo menos hoje não. - Indagou cansado. Parece que a noite dele foi cansativa. Oh, se foi. - Vamos dar uma trégua agora. Por favor! - Dei um longo suspiro e me dei por vencida. - Irei te levar até o trabalho.

Passou os braços por cima do meu ombro.

Ta, hoje ele estava sem a roupa social, então quer dizer que ele não iria trabalhar?

E, porque ontem, de noite ainda por cima, ele foi?

Ou eu estou criando coisa na minha mente e ficando paranóica, ou o Dylan está me fazendo de idiota.

O resto da manhã e da tarde correram super bem, tirando meus pensamentos, eu estava fazendo tudo certo, ou quase.

Tinha uns e-mails nada a ver que eu escrevia e apagava de novo, por conter formação de palavras sem sentido.

De certa forma, eu estava envolvida demais com Dylan para pôr um fim no nosso relacionamento. Eu o amo tanto para desistir de nós logo agora.

Meu celular tocou em cima da mesa, chamando minha atenção. Ele havia trincado à tela noite passada.

O nome "Bette" acendia na tela.

- Oi! - Atendi.

- Oi para você também. - Disse animada e irônica. - Topa sair mais tarde comigo e com as meninas? - Meninas. Sério. Eu sabia que envolvia apenas a Lola, de resto eu não fazia ideia de quem ia.

- Que meninas? - Perguntei, interessada e ao mesmo tempo desinteressada. Afinal, nem estava afim de sair.

- Você vai saber se estiver aqui. - Exclamou como se fosse óbvio.

Bufei. Bette era insistente, se eu não fosse ela ficaria jogando na minha cara depois que, eu nunca fiz nada do que ela pediu.

- Tudo bem! - Insatisfeita, respondi.

- EBA! - Festejou do outro lado da linha. - E só mais uma coisa... Sem garotos. NOITE DAS MENINAS!!! - Gritou, antes de desligar o celular na minha cara.

Agora eu sabia como Dylan se sentia em relação à isso.

A Gravidez - Volume 2Where stories live. Discover now