Guerreiros do Amanhecer

By AngelliqueHavens

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Guerreiros do Amanhecer - Trilogia Guardiões de Andrômeda Volume 2 *** Andrômeda está um verdadeiro cao... More

Sinopse
Prólogo
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
Agradecimentos

XI

3.5K 378 86
By AngelliqueHavens

Oie gente!

Hoje eu vim com mais um cap dedicado a ThaaisMartins. Feliz aniversário minha beta! Espero que goste do cap de presente!

Capa feita por Sheila_M_Alves muito obrigada mais uma vez ^^

E a todos, uma boa leitura e desculpe os erros :3

***

_Tá pra existir um vigia melhor do que você - uma das minhas melhores amigas do mundo todo disse com um quê de sarcasmo enquanto caminhávamos lentamente pela floresta coberta de neve.

_É? Então por que você não se ofereceu para vigiar?

_Porque eu preciso de no mínimo dez horas de sono para não ficar mal humorada e se eu me voluntariasse, obviamente isso não aconteceria - falou a loira como se fosse óbvio.

Soltei uma baixa risada irônica.

_Então acho que você precisa entrar em coma para isso funcionar - respondi no mesmo tom que ela havia usado anteriormente - Ei! Se você me cutucar com esse troço de novo eu vou quebrar ele na sua cara! - rosnei para um dos homens que me escoltava.

Ele havia me cutucado com o lado sem ponta da lança que portava, e ao ver a minha conversa "amigável" com Skye, ele me cutucou na minha lateral meio que pra me mandar calar a boca e eu obviamente o xinquei. Experimenta ser cutucado por alguém pra ver se você vai continuar calma. Lógico que não!

Ele franziu as sobrancelhas ao ver que eu dirigia a palavra a ele, mas como todos os outros, ele parecia não entender o que nós falamos - ou eles só nos ignoram mesmo, ainda não sei afirmar qual é a opção mais correta - mas pareciam entender muito bem as minhas expressões faciais e pareceu entender que eu prometia violência e imediatamente ele fechou a cara e segurou mais firmemente na sua lança, como que pra me dar mais um aviso, e por hora, eu decidi ficar quieta e focar no meu caminho.

Como se precisasse de tudo isso, afinal eu estou com as minhas mãos atadas!

A nossa grande... procissão, entrava cada vez mais na floresta congelada chegando a percorrermos partes muito fechadas e que eu tenho certeza que não há um grande número de pessoas que se arriscaria a vir por aqui e deixar a trilha, que era a que seguíamos anteriormente, e eu não posso culpá-los não é um caminho muito fácil e nem muito confiável.

Desde que fomos encurralados por esses homens estranhos, eu não fazia ideia de pra onde eles estavam nos levando, pra dizer a verdade, nenhum de nós faz realmente. Eles haviam aparecido tão de repente e tão silenciosamente que nem mesmo Anthony que tem os ouvidos mais apurados de todos nós, não os ouviu chegar até que fosse tarde demais e estivéssemos todos cercados.

Consequência: estamos presos, desarmados e sendo levados pra sabe se lá onde.

Eu mereço.

E ainda por cima tenho que aguentar Skye resmungando no meu ouvido boa parte da nossa trajetória. Por que esse cara do meu lado não bate com o bastão na cabeça dela? Tá certo que se acertasse com força suficiente e no lugar certo ela vai desmaiar, e eles iriam ter que carregá-la pelo resto do caminho, mas pelo menos, ela não ia estar falando e por consequência eu também não. Dois coelhos com uma única cajadada, um belo negócio não?

Suspirei ao me endireitar depois de tropeçar em uma pedra que estava coberta pela neve pela enésima vez hoje, sendo tirada dos meus pensamentos felizes em relação a Skye, e suspirei mais uma vez ao sentir o homem ao meu lado segurar no meu braço e começar a me puxar atrás dos outros.

Não sei a quanto tempo estávamos andando, mas todos esses homens que nos ladeavam pareciam bem tranquilos ao nos guiar floresta a dentro, todos pareciam bem imponentes e fortes ao caminhar, sempre retos e com o olhar confiante como se fossem os deuses do mundo, e talvez o fossem, porque eu desconfio que nem mesmo humanos eles são, não depois do jeito gracioso que eles nos encurralaram e nos desarmaram.

Todos são incrivelmente bonitos de uma forma assustadora, porque ao mesmo tempo que eu os admiro por suas belezas únicas eu lembro da forma sorrateira com que eles chegaram até nós. Letais, até o último fio de cabelo liso de suas cabeças. A sua maioria, eles são loiros ou platinados, mas havia aqueles que tinha a cor mais escura como o preto e o castanho, mas mesmo assim não deixavam de serem lindos. E talvez essa fosse mais uma de suas armas, eles enganam para depois acabarem com as pessoas quando elas se encantam com sua aparência. Inteligente muito inteligente.

_Pra onde vocês estão nos levando? - perguntei, tentando achar respostas, mas os dois homens ao meu lado continuaram impassíveis e olhando fixamente para o caminho a frente.

Junto com os meus acompanhantes, nós éramos os terceiros na "fila", sendo que na nossa frente estava Anthony junto com mais dois desses homens armados, e na frente, um deles meio que guiava todo o resto do grupo. Skye ia atrás de mim, e embora eu saiba que os outros estão atrás, eu não sei dizer a ordem, pois toda vez que eu me virava pra trás o cara chato do meu lado me cutucava com a lança dele e eu juro que ainda vou quebra-la na cabeça dele!

Nós continuamos andando e eles nos ignorando, até que o Guia - decidi chamá-lo assim já que não sei seu nome - parou e levantou a mão direita como um sinal, para logo depois fechá-la. Nossa comitiva parou e de repente um do homens que me ladeava foi para trás de mim e colocou uma venda nos meus olhos, amarrando-a fortemente antes de começar a me puxar novamente pelo caminho.

Se antes já era difícil caminhar na neve, agora então nem se fala, felizmente, não durou muito, até que eu sentisse os meus pés em algo diferente do que estávamos antes, e pelo barulho dos nossos sapatos no chão me fez pensar que estávamos em uma ponte ou algo parecido, principalmente pelo som que parecia ecoar a cada passo dado como se estivéssemos passando por um enorme buraco, ou talvez um penhasco, não sei, mas seja lá por onde estamos passando, obviamente eles não querem que a gente aprenda o caminho.

Alguns minutos se passaram depois que atravessamos o que eu acho ser a ponte, e dessa vez o lugar por qual andávamos não parecia ter tanta neve, o que de certa forma facilitou para mim que não estava vendo nada.

Nosso passo diminuiu aos poucos e eu escutei os homens conversando entre si, embora eu não conseguisse distinguir o que eles estavam falando, até que escutei um rangido, como se algo estivesse sendo tirado do lugar e depois escutei Anthony reclamando, para logo depois sua voz ir sumindo aos poucos como se estivesse se afastado rapidamente.

Mas o que diabos está acontecendo aqui?

Alguns segundos se passaram até que eles voltassem a me empurrar para me fazer andar novamente, e depois eu me vi sendo forçada a sentar em um pedaço de madeira aparentemente, e quando eu ia abrir a boca para reclamar que eles estavam sendo brutos demais, alguém me empurrou.

Incontáveis xingamentos passaram pela minha mente no momento que eu me senti ser empurrada para o que eu acho ser um buraco, para logo depois eu me sentir escorregando em uma espécie de rampa. O ar passava rapidamente pelo meu corpo e logo a possibilidade de que eu iria me estatelar no chão quando chegasse ao fim pelo fato de estar indo muito rápido passou pela minha cabeça, fazendo um pequeno pânico crescer dentro de mim.

Desesperada em desacelerar, eu firmei meus pés na lateral daquele escorregador e aos poucos senti meu corpo diminuindo de velocidade, aproveitando, retirei uma adaga que estava escondida no meio das minhas roupas e meio sem jeito e com um pouco de dificuldade eu soltei as amarras - é nessas horas que eu fico feliz por eles terem sido cavalheiros demais e não terem me revistado direito. Com as minhas mãos livres eu rapidamente retirei a venda que cobria os meus olhos e confirmei a minha suspeita: eu estava em um enorme escorregador todo tampado, não dando pra ver pra onde eu estava indo, e me deixando sem saber ou pelo menos tentar supor pra onde que ele dava. As coisas não parecem muito promissoras por aqui.

De repente me veio a cabeça que eles devem estar contando lá em cima antes e empurrar o próximo no escorregador o tempo gasto pra chegar ao final, então se eu continuar me atrasando com os meus pés dessa forma na lateral, é capaz da pessoa que vir atrás de mim acabar colidindo comigo e com certeza não vai ser nada agradável. Então, meio a contragosto, depois de esconder minha adaga na minha roupa de novo, eu juntei meus pés rente ao meu corpo e senti meu corpo começar a acelerar novamente.

Talvez, se eu não estivesse tão preocupada com o final do escorregador, eu poderia ter me divertido um pouco com todas essas curvas e voltas que eu dava, indo cada vez mais fundo e aparentemente mais rápido.

Pelos deuses, isso não acaba nunca?

Com um timing perfeito a resposta pra minha pergunta veio rapidamente com o final do escorregador, em um minuto eu estava deslizando e no outro eu estava no ar para logo depois despencar.

Nunca gritei tanto quanto agora. Juro. Se você está no ar e começa a cair sem saber onde vai cair e se vai sobreviver a queda, logicamente você vai gritar e é claro que eu não fiz diferente. Meus olhos estavam fechados, o vento batia contra o meu cabelo que ficava batendo conta o meu rosto, e eu fiquei agitando meus braços e pernas por ínfimos segundos que me pareceram uma eternidade agonizante, até que meu corpo se chocou com algo que me jogou pra cima novamente, e depois de novo e de novo até que eu percebi que era uma rede que aos poucos a força do impacto que estava me fazendo ir pra cima várias vezes foi diminuindo e eu consegui parar de ficar quicando nela.

Deitada tranquila naquela rede, eu respirei fundo algumas vezes e somente quando eu consegui me acalmar eu lentamente saí da mesma, sendo amparada por Anthony que estava ali do lado da mesma com um sorriso divertido no rosto.

Sinto que ele está rindo de mim.

Senti minhas bochechas esquentarem indicando que eu estava corando, quando ele me colocou no chão eu bati em seu braço o repreendendo por estar rindo de mim - provavelmente porque eu estava gritando que nem uma louca - e me afastei de braços cruzados, no mesmo instante que escutei a voz de Skye também gritando ao cair.

Bom, pelo menos eu não fui a unica a dar vexame assim.

Depois de mais alguns minutos de espera, todos haviam descido pelo enorme escorregador, Ally ainda estava tentando se recuperar do grande susto, e a qualquer momento ela pode ter um ataque cardíaco se se assustar com algo mais, então mais um tempo se passou até que ela estivesse parcialmente bem. Os homens que nos escoltavam pareciam entender que precisávamos de um tempo para nos recompormos, e só depois que todos já estavam mais calmos e menos descabelados foi que eles começaram a nos escoltar novamente.

Nenhum de nós estava com as mãos amarradas quando saímos do grande escorregador de madeira e eles pareceram não ligar pra isso, cada um havia dado o seu jeito para se soltar, além de que eles devem estar tranquilos que não poderemos fugir daqui, e de qualquer modo, duvido que encontraríamos uma saída desse lugar facilmente caso conseguíssemos.

Foi só quando eu estava mais calma ao segui-los que eu consegui reparar devidamente no lugar, parecíamos estar em uma grande e maravilhosa cidade subterrânea!

Apesar de estarmos à metros debaixo da terra - pelo menos é o que eu acho depois de ter descido durante um bom tempo naquele escorregador - o ar não era abafado e diferente de lá fora, aqui esta bem mais quente e não havia neve alguma. Grandes árvores tomavam conta de boa parte do terreno, e em cima dos galhos havia o que eu acho ser algumas casas, pontes de madeira e cordas ligavam uma árvore na outra e eu podia ver algumas pessoas transitarem entre essas pontes tranquilamente.

Uma grande cachoeira saía de um grande buraco da parte de cima desse lugar, o teto por assim dizer, e descia formando um rio que passava debaixo de várias pontes construídas para transitar entre os lados. Depois de passarmos por uma dessas pontes, eu pude observar algumas outras construções que pareciam ser feitas nas próprias árvores. É tudo tão bonito e harmonioso que eu me pergunto como que eles podem viver pacificamente assim e eu nunca ouvi falar deles? Será que alguém já ouviu falar desse lugar ou de qualquer outro lugar parecido com esse? Parece que nada nesse país é muito normal.

O nosso Guia virou o seu rosto na nossa direção ainda caminhando e dando um pequeno sorriso ele disse:

_Bem vindos a Terra de Baixo.

_Terra de Baixo? - Anthony indagou.

Ele deu de ombros - É o nome da nossa cidade na língua vulgar de vocês.

_E quem é você? - Elric questionou, e só nesse momento eu percebi que ele estava ao meu lado.

_Todas as suas perguntas serão respondidas se tiverem paciência - respondeu ele com a voz arrastada denotando o seu sotaque e mostrando que mesmo sabendo falar nossa língua fluentemente, ele não tem o hábito de usá-la.

O Guia é um homem bem alto e musculoso, de cabelos longos e lisos negros que batem na metade das suas costas, vi seu rosto só de relance, mas posso dizer que é muito bonito e seus olhos afiados cor de prata só acentuam isso.

_São...elfos - escutei meu irmão murmurar ao meu lado parecendo totalmente surpreso, da mesma forma que eu fiquei ao perceber que era verdade.

Os homens que eu percebi serem elfos, andavam pelas ruas daquela cidade calmamente parando somente para dar espaço para a nossa comitiva passar, e eu juro que eu vi a maioria deles reverenciar o homem que nos guiava. Será que ele é alguém importante? Ótimo, alem de descobrirmos que seres místicos que achávamos estar extintos estão vivos nós nos topamos com vários deles aparentemente em seu território e com um de seus líderes, ou no mínimo alguém com um cargo alto na hierarquia deles. Somos de fato muito sortudos, justo quando eu achei que mais nada de ruim iria acontecer até chegarmos na nossa nova base.

Todos os elfos, sem exceção são muito bonitos, com corpos esguios, no caso dos meninos musculosos e no caso das mulheres com curvas generosas, a maioria com cabelos longos embora eu possa ver que alguns detinham os cabelos um pouco mais curtos que os outros, mas sempre lisos. Todos trajavam roupas bem simples e leves com cores bem discretas em sua maioria bem neutras, talvez mais pelo fato de só ter algo para se cobrirem do que pra ter um luxo de fato.

Passamos por diversas construções e por diversos elfos e nenhum deles me deixou desapontada, realmente, são tão maravilhosos e vivem de uma forma tão simples e boa que causa inveja em qualquer um. Não andamos durante muito tempo, o que eu agradeço aos céus porque os meus pés estão me matando, e paramos em frente a enormes portas de madeira que se abriram com um estrondo quando estávamos terminando de subir as escadas. Elfos trajando armaduras muito brilhantes com lanças e escudos em mãos estavam em guarda na porta, sérios e compenetrados em olhar para o nada, mesmo quando eu passei do lado de um deles e fiz caretas na sua frente ele continuou com sua expressão impassível. Eles me lembram aqueles homens que faziam da guarda real da Rainha britânica da Terra que nunca se mexiam ou alguma coisa assim, me lembro muito pouco do que estudei da história da Terra não sei afirmar com precisão essa história.

Mais guardas com armaduras apareceram, o que me fez pensar que estávamos em uma espécie de castelo provavelmente da pessoa que comandava tudo isso aqui, e a luxuosidade dos corredores e salões por qual passamos só serviram para confirmar as minhas suspeitas. Mais uma enorme porta surgiu na nossa frente e foi preciso de dois guardas de cada lado para abri-las quando nos aproximamos revelando a mais linda sala do trono que eu já vi em toda a minha vida. Não que eu tenha visto muitos, mas dá pra entender mais ou menos o que eu estou tentando dizer, não é mesmo?

Como tudo que há aqui em baixo, a sala é feita toda de madeira dando a impressão que o castelo foi construído e esculpido em uma grande árvore, com diversos desenhos e arabescos em suas paredes que me deixou de queixo caído. E o trono em que o grande rei estava sentado também não era diferente de todo o resto, tudo era tão bonito que parecia ter saído de um conto de fadas ou de uma pintura muito bonita pintada por um grande artista com uma habilidade impressionante, o fato, é que não parecia real.

A não ser pelo olhar frio que o rei nos direcionava.

Todos os elfos que nos acompanhavam se ajoelharam quando chegamos perto o suficiente do trono, e somente nós sete ficamos em pé, e eu sinceramente não estou afim de me curvar para alguém que eu não conheço, e olhando discretamente a minha volta eu percebi que nenhum deles estava. Bom, pelo menos concordamos todos nós em uma coisa.

O rei parece ser um homem assustadoramente forte, com uma aura poderosa ao seu redor que eu não consigo explicar, embora sentado ali, com o rosto pousado em sua mão direita que estava descansando no braço de seu trono parecesse ainda mais com uma pintura ou uma estátua de tão parado que estava. Seus cabelos lisos - uma característica aparentemente comum entre os elfos - e loiros quase brancos caíam suavemente em seus ombros, sua roupa, apesar de ser de uma mistura de vários tons de verdes e aparentar ser simples de longe eu posso falar que eram roupas finas e bem trabalhadas, diferente das roupas mais simples dos outros elfos lá fora. E juntando tudo isso mais as pernas cruzadas elegantemente, mais a linda coroa reluzente em sua cabeça, montava perfeitamente o quadro de um soberano extremamente poderoso.

Ele não se mexeu desde que entramos a não ser os seus olhos que passavam de rosto em rosto nos avaliando, parecendo tentar achar o ponto fraco de cada um, depois de um tempo, eu acabei trocando o peso de uma perna pra outra incomodada.

_Arathron - a voz poderosa do rei ecoou pelas paredes ao pronunciar o nome que soou estranho aos meus ouvidos.

Seus olhos se fixaram em mim e não desviaram nem mesmo quando o nosso Guia se levantou e fez um gesto com os dedos no coração e depois apontaram para o rei.

_Quem são eles? - indagou curioso sem desviar o olhar que eu sustentava.

_Encontramos eles acampando perto da trilha principal quase perto dos nossos portões principais - relatou o Guia ao qual agora eu sei que se chama Arathron com as mãos cruzadas nas costas - Os interceptamos, os desarmamos e os trouxemos para cá.

Um silêncio se instalou enquanto o rei parecia ponderar o que lhe foi dito, seus dedos começaram a tamborilar no braço do seu trono e o som parecia ecoar pelo salão. Ele desviou o seu olhar e eu contive um suspiro de alívio quando me vi livre do seu olhar penetrante.

_E por que os trouxe até mim e não seguiu o protocolo como normalmente faz? - sua voz calma inquiriu sem demonstrar nenhum sentimento em relação ao assunto, a não ser pela sutil levantada de una de suas sobrancelhas.

Como Arathron estava na minha frente eu tive a impressão que vi seus músculos das costas se retesarem e foi com surpresa que eu ouvi a sua fala seguinte:

_Creio que sejam assuntos que devemos conversar a sós...pai.

Elric que estava ao meu lado discretamente mudou o peso da perna se aproximando um pouco mais de mim, sua mão tocou a minha e eu quis entrelaçar a sua mão na minha para me sentir um pouco mais confortável sobre o olhar vigilante do rei, mas só de sentir meu irmão ali eu me sentia mais tranquila.

Os guardas ainda estavam ajoelhados e pareciam nem respirar direito, principalmente quando o rei abaixou o seu braço que estava apoiando o seu rosto e lentamente e com mais graça que um homem deveria ter ele se levantou. Uma capa que eu não havia percebido antes esvoaçou ao seu redor enquanto ele descia as escadas do patamar elevado em que seu trono estava. Ele colocou as mãos nas costas e parou perto do que agora eu sei que é o seu filho. Eles trocaram um longo e significativo olhar durante um longo tempo e até mesmo eu prendi a minha respiração com o pequeno momento tenso que se instalou no ar.

_Levem eles para seus devidos aposentos - Arathron mandou se virando e passando o seu olhar por cada um de nós - Mais tarde o Rei irá para ter com vocês.

Só eu que não tô entendendo mais nada do que tá acontecendo?

Os guardas se levantaram todos ao mesmo tempo e bateram uma continência estranha, pondo a mão direita fechada em punho nos seus corações, para logo depois em uma sincronia assustadora eles se virarem e indicaram o caminho da porta para nós e só se mexeram quando nós começamos a andar.

As portas se abriram novamente com um estrondo e nós passamos por ela lentamente, se fechando lentamente atrás de nós, mas não antes de eu conseguir escutar mais uma frase do rei dirigida a nós:

_Sejam bem vindos ao meu reino, crianças.

***

Espero que tenham gostado! Comentem o que acharam, fico muito feliz quando vocês comentam ^^ E obrigado a todos que estão lendo e acompanhando.

Vocês viram que GdA chegou a 1k de votos??? Tô muito feliz e por isso obrigada a todos que votaram! Agora, bem que podíamos chegar a 1k de comentários não?

Bom, vejo vocês no próximo cap!

Bjss da Angel

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