{ P.S : mudei o meu nome de utilizador aqui no wattpad, se isso vos fizer confusão! Boa leitura ❤️ }
S k y l a r
O tempo foi passando rapidamente, e quando olhei para as horas, já era meia-noite. A feira encerrou e o aglomerado de pessoas começou a sair de lá, assim como eu e Harry. Nós os dois andámos em todas as diversões, e posso admitir que nunca me diverti tanto em toda a minha vida.
Eu nunca tinha sentido tanta felicidade dispersada por todo o meu corpo, e nunca tinha sentido a adrenalina a fluir por todos os cantinhos do meu corpo. Eu pensava que depois de uma pessoa ter o coração partido, desfeito num caco, é impossível alguém restaurá-lo, reconstruí-lo, até hoje. Hoje, a minha opinião acerca disso, mudou. Dei-me conta que um coração partido pode ser reconstruído, assim como um prédio que se desmorona. Só é preciso minutos, anos ou séculos para isso acontecer. E eu sei que, demore os anos que demorarem, ele irá ficar novamente inteiro. Eu sei que sim - ou pelo menos, quero acreditar nisso.
Olho sem nenhum motivo aparente para o céu nada estrelado, e uma gota de água cai em cima da minha face. Uma imensidão de gotas começam a cair por todo o meu corpo, e eu e Harry aumentamos o passo.
- Eu gosto da chuva. - Harry quebra o silêncio já presente entre nós.
Os nossos passos fazem eco por todo o lado, e as nossas vozes igualmente. A chuva aumenta de tamanho e de intensidade, e sou obrigada a entrelaçar os meus dedos nos de Harry para conseguir acompanhá-lo. O contacto das nossas mãos e o calor que transmitem uma para a outra, faz-me corar ligeiramente. Nunca me senti tão bem em toda a minha vida.
- Eu também. - Finalmente respondo.
- E porquê? - Ele pergunta.
Existem muitos porquês para alguém gostar da chuva. Algumas pessoas simplesmente gostam dela para conseguirem ter terrenos férteis para cultivarem. Outras, porque gostam de senti-la descer por cada parte do seu corpo, para se sentirem bem - acho eu. Eu gosto da chuva, por um simples motivo. Gosto dela porque ela faz-me ver o quanto eu sou pequena, perante todas aquelas gotas. Gosto dela porque faz-me entender que eu não sou a única a chorar, a desmoronar-me.
- Porque ela faz-me sentir minúscula. - Admito.
- Como assim?
Ele pára de correr e nesse momento dou-me conta que estamos abrigados dentro do nosso prédio. Enrolo o meu cabelo para não escorrer mais água dele, e começo a subir as escadas, juntamente com Harry a meu lado.
- Ainda não respondeste à minha pergunta. - Ele quebra novamente o silêncio.
- Se reparares bem, nós entre a chuva somos minúsculos. Já viste quantas gotas de água saem de uma simples nuvem? - Finalmente respondo e suspiro.
- Não, a chuva perante nós é que é minúscula. Já viste o nosso tamanho ao pé de todas aquelas gotas?
- Talvez. - Faço uma pausa. - Talvez tu sejas grande e eu minúscula perante a chuva. Afinal, somos diferentes.
Nunca entendo as minhas conversas com Harry. São sempre estranhas e quase, sem sentido nenhum. O que eu disse, é verdade. Eu e ele somos diferentes, muito diferentes. Eu sinto-me minúscula entre a chuva, porque ela é mais corajosa que eu, e mais destemida. Quer dizer, as nuvens é que são corajosas - literalmente. Elas choram para pedirem-nos ajuda, e eu não. Eu choro por dentro, e não peço ajuda. É por isso que sinto-me minúscula entre a chuva. Então quer dizer que, quando o Harry diz que se sente grande entre ela, quer dizer que ele está a pedir ajuda diretamente, mas ninguém percebe?
Finalmente chegamos à porta do meu apartamento, e Harry fica estático à minha frente. Cruzo os braços à espera que ele diga algo, e suspiro pessdamente. Os seus olhos verdejantes fixam-se nos meus sombrios e sem nenhum brilho, e nesse momento, senti um calafrio invadir todo o meu corpo. Mas o que é que se está a passar comigo?
Harry aproxima-se de mim e deixa-me um beijo na bochecha, fazendo com que eu sorria abertamente. Depois de ele ter feito isso, eu inclino-me até à sua face e ele vira-a repentinamente. Nesse momento, os nossos lábios quase rasparam um no outro, e os nossos narizes chocaram-se. Sinto rapidamente a sua respiração acelarada embater nos meus lábios, e rapidamente afasto-me dele. Eu estava preparada para ir embora, mas ele agarra no meu pulso, fazendo-me parar.
- Sky?
- S-Sim? - Olho para os seus olhos reluzentes.
- Obrigada por teres vindo comigo à feira.
- De nada. - Faço uma pausa. - E também tenho de te agradecer.
- Pelo quê?
- Por teres feito esta noite valer a pena.
Baixo repentinamente o olhar para os meus pés, e afasto-me dele, caminhando até à porta do meu apartamento. Olho sorrateiramente para trás e ele ainda se encontra ali, a olhar para mim. Os nossos olhos cruzam-se novamente, e eu engulo em seco.
- Adeus, Hazza.
- Adeus, Sky.
Entro dentro do meu apartamento e dirijo-me rapidamente para o meu quarto, espirrando várias vezes sem parar. Tranco a porta e encaminho-me para a casa de banho, entrando lá dentro furtivamente. Dispo morosamente toda a minha roupa, e depósito-a no cesto da roupa suja, que já estava apinhado de roupas.
Entro dentro do duche e pela primeira vez, deixo a água quente escorrer por todo o meu corpo. Sempre tomei banho de água fria, para ela fazer contacto com a minha frieza interior, porém isso mudou completamente hoje. Hoje, sinto a minha alegria interior, fazer contacto com a água quente.
Depois de alguns minutos a pensar na vida, e em como hoje estou estranhamente feliz, saio do duche e trato de vestir o meu pijama rapidamente, e seguidamente, ato o meu cabelo. Arrumo a casa de banho e depois trato de me deitar na minha cama confortável.
Fico a fitar o teto branco e sem brilho algum por alguns minutos, e depois olho para a paisagem através da janela. Um sorriso ganha forma na minha cara, ao relembrar-me de Harry e na noite maravilhosa que nós dois pássamos juntos.
O Harry consegue fazer-me feliz, mesmo que eu não o admita. Quer dizer, se não fosse ele a convidar-me para sair, eu ainda estaria fechada no meu quarto a chorar sem parar. Posso dizer que ele foi capaz de acabar com a minha tristeza temporariamente, porque sei que ela, mais cedo ou mais tarde, irá voltar mais forte que nunca.
Suspiro pesadamente e enrolo-me por entre todos os meus cobertores, espirrando várias vezes de seguida. Acho que estou a ficar doente, e isso não é de todo, algo que eu goste, já para não falar do quão vulnerável e fraca fico. Pouco a pouco, os meus olhos vão fechando morosamente, e o sono apodera-se de todo o meu corpo.
Acordo com o barulho impertinente do meu despertador, e resmungo com ele mentalmente. Abro os olhos morosamente e fico a olhar para a paisagem através da minha grande janela. Os pássaros encontram-se felicíssimos a vaguear pelo céu aparentemente ensolarado, e um som melódio adentra por todo o meu quarto.
Bocejo rapidamente, e levanto-me, encaminhando-me rapidamente para o meu armário. Tiro de lá a primeira roupa que agarro, e visto-a num ápice. Desato o meu cabelo, fazendo os meus cabelos ruivos cairem pelos meus ombros.
Depois de estar completamente despachada e de ter ido três vezes à casa de banho - para verificar se estava aparentemente apresentável - saio do meu quarto furtivamente e dirijo-me para a cozinha, tirando uma maçã avermelhada da fruteira.
- Bom dia, Skylar. - Allison aparece na cozinha e eu sorrio abertamente para ela.
- Bom dia, Alli. - Respondo toda contente.
- Estás muito contente. - Ela faz uma pausa, aproximando-se de mim. - É a segunda vez que me tratas por Alli.
- Isso é bom, certo? - Mostro-lhe a língua na brincadeira.
- Foi aquele rapaz, não foi? - Ela diz e eu engasgo-me com a maçã. - Oh meu deus, tu gostas dele!
- O q-quê? Nada d-disso. - Gaguejo nervosamente.
- Não mintas. Os teus olhos estão a brilhar, Skylar. É sinal de que estás apaixonada. - Ela suspira pesadamente e começa a rir que nem uma criancinha.
- Estão a brilhar, porque eles são brilhantes. - Digo.
- Ou talvez porque estás caidinha por ele! - Ela dá um berro esganiçado.
- Podemos parar de falar sobre ele? - Suspiro fundo. - Já te disse que não gosto dele, e nunca vou gostar.
- Eu também dizia que nunca iria namorar com o Christopher, e agora estou casada com ele. - Um sorriso de troça ganha forma na sua cara e eu reviro os olhos.
- Mas isso já estava destinado. - Faço uma pausa. - Vocês tinham que casar, e estão casados. É simples.
- Eu não acredito no destino. - A Allison faz uma pausa. - Eu acredito em acasos.
Reviro os olhos pela milésima vez hoje, e vou buscar a minha mochila ao quarto, encaminhando-me depois para a porta de entrada. Cruzo os braços enquanto espirros saídos do meu nariz ecoam por todo este cubículo.
- Estás constipada? - A Allison pergunta, abrindo a porta.
- Provavelmente. - Faço uma pausa. - A Jasmine?
- Fui levá-la mais cedo à escola. Ela tinha um trabalho importante para fazer com a turminha.
Assinto com a cabeça e a Allison e eu saímos do nosso apartamento, e caminhamos até ao parque de estacionamento rapidamente. No meio desse caminho, eu relembrei-me de todos os momentos que eu e o Harry passámos ontem, e um sorriso apatetado ganhou forma na minha cara.
Nunca soube o que era felicidade, nem tampouco soube o quanto uma amizade de um rapaz poderia ser mágica e verdadeira, de uma certa forma. Sempre lidei com rapazes rudes toda a minha vida, e por esse motivo, é que tento afastar-me ao máximo deles. Sempre pensei neles como seres cruéis e sem coração, mas enganei-me momentaneamente nisso.
O Harry não é rude nem tampouco malvado. Para ser sincera, ele é o rapaz mais carismático que eu conheci em toda a minha vida. Ele fez-me ver que a felicidade existe e pode predominar em nós para sempre ou por momentos. Afinal, somos nós quem decidimos isso. Ele fez-me ver que a não é só a dor que existe; a felicidade também existe. Descobri que no meio de tanta dor e no meio de um coração partido, existe espaço para a felicidade, mesmo que seja pequenino.
- Vais entrar no carro, ou não? - A Allison faz-me acordar novamente para a vida.
Dou-me conta que já estava à frente do carro, e entrei lá velozmente, sem nada dizer. A Allison começou a conduzir e eu abri o vidro do meu lado, deixando o vento forte brincar com os meus cabelos ruivos. Os meus espirros recomeçaram novamente, e fui obrigada a fechar a janela rapidamente. Um grunhido de insatisfação sai dos meus lábios, e a risada de Allison começa a ser ouvida por todo o carro, fazendo-me cruzar os braços e franzir a testa.
- Chegámos, Mr.Apaixonada. - A Allison pronuncia e eu reviro os olhos.
- Até logo, engraçadinha. - Mostro-lhe a língua e saio do carro, fechando a porta brutamente.
O meu corpo dirige-se apressadamente para dentro da secundária, e quando lá entro, recebo olhares de desaprovação da parte de toda a gente. Ando cabisbaixa e franzo a testa, não percebendo nada do que se passa.
Talvez isto seja algo da minha mente, mas alguma coisa não está bem. Nunca ninguém desta escola notou muito em mim, e do nada começo a receber olhares repletos de nojo e insatisfeitos?
Os meus passos são ouvidos por todo este espaço, e só consigo ouvir as pessoas a tagarelarem umas com as outras coisas sobre mim. Não entendo o que estão a falar, só sei que estão a dizer algo a meu respeito, pois, quando o fazem, os seus olhares cruzam-se com os meus.
De um momento para o outro, uma mão forte agarra a minha anca, e o meu corpo é impulsionado contra os cacifos, fazendo uma dor excruciante dispersar-se por toda a minha extensão de costas.
- Podes explicar-me que merda é esta?
Quando ouço aquela voz rouca, abro os olhos repentinamente e arregalo-os, sem saber o que fazer. O Harry está à minha frente e o seu semblante encontra-se tão sombrio e sério, que por momentos, medo passou pelo meu corpo. As veias do seu pescoço e da sua testa estão salientes, e os músculos dos seus ombros estão tensos, bastante tensos. Engulo em seco vendo aquela imagem, e quando ele dá um murro enorme no cacifo mesmo ao lado da minha cabeça, começo a tremer repentinamente.
- Tu és igual a todas as outras. - Ele faz uma pausa, encostando-me mais contra o cacifo. - O problema, é que pensei que fosses diferente.
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• OLÁ e desculpem! Sei que tive muito tempo sem publicar, but aqui está o novo capítulo!
• Então Hazza o que se passou contigo? :(( ahaha eu disse que a felicidade de eles dois iria acabar rapidamente!
• Espero que tenham gostado!