Duas Metades {HS}

By harry_crush

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" Tu és diferente. O diferente acaba por assustar as pessoas. " Skylar era apenas uma rapariga de sete anos... More

Informações
Prólogo
|1| lift ✅
|2| universe ✅
|3| again ✅
TRAILER ✅
|4| books ✅
|6| toy ✅
|7| sad ✅
Olá!
|8| paralyzed ✅
|9| fear ✅
|10| love
|11| princess
|12| happy
Desabafo...
|13| problem
|14| lie
|15| girl
|16| pain
|17| courage
|18| heart
|19| life
|20| monster
|21| different
|22| revelation
|23| yes
Nova fic! Ajudem-me
|24| boy
|25| tired
|26| pub
|27| drunk
|28| perverted
|29| weak
|30| feelings
Nova Fanfic
|31| greens
|32| mom
|33| kiss
|34| secrets
|35| stars
|36| likes
|37| brother
|38| Prom
|39| hospital
|40| childhood
|41|goodbye
|42| first love
|43| letter
|44| dad
|45| ignorant
|46| changes
|47| home
|48| risky plan
|49| new
ESTA CONTA VAI SER ELIMINADA

|5| numbers ✅

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By harry_crush

S k y l a r

Ele estava pronto para responder ao que eu disse, mas a voz esganiçada de uma mulher interrompeu-o.

" Se querem falar, saiam daqui. Isto é sítio para ler, e não para falar. " A bibliotecária de cabelo encaracolado e a mastigar uma pastilha, informou-nos.

Encaminho-me para a mesa perto da janela com o livro de romance, e Harry faz o mesmo procedimento que o meu, porém traz consigo aquele tal livro de terror. Ele senta-se a meu lado e os nossos corpos ficam bastante próximos. Só uma pequena linha invisível é que nos separa.

Tiro o telemóvel da minha mochila, e encaixo os fones nele. Meto-os nos meus ouvidos e seleciono uma música da minha lista ao acaso. Comecei a pensar ao som da música se é possível amar alguém que não existe, indiretamente. Só existe dentro de nós. E eu pergunto-me: como é que uma rapariga pode amar algo que não sabe sequer da sua existência? Eu amo a minha mãe e o meu pai, mesmo depois de tudo o que eles fizeram-me. Mesmo depois de eles me terem destruído, eu amo-os. Afinal são as coisas que mais amamos, que nos destroem. É algo inevitável. E eles nem tampouco existem, como eu disse. Existem somente dentro de mim.

A música The Beach dos The Neighbourhood começa a soar pelos meus ouvidos, e eu começo a ler a primeira página daquele livro. Sinto que estou dentro deste livro, sinto-me no corpo daquela personagem, que se encontra tão despedaçado por ser rejeitado por alguém que ama. O motivo de ele estar despedaçado, e com uma dor imensa no seu coração, é por causa de uma simples rapariga. O meu tipo de dor é diferente. Não é uma dor suportável. É uma dor que se alastra por cada membro do corpo e consome-me aos poucos. Algo angustiante e excruciante. E o motivo não é um rapaz, mas sim uma família que sempre me rejeitou. Não daquela maneira direta, mas sim da indireta. Eles nem se apercebem do quanto me magoam só com atitudes. Do quanto me matam por dentro.

Estava tão entretida no meu mundo, um lugar que eu adoro estar, até que o fone do meu ouvido esquerdo é retirado. Obviamente por Harry. Quem mais poderia ser?

" O que pensas que estás a fazer? " Fuzilo-o com os olhos.

" Posso ouvir contigo? " Ele pergunta a fazer beicinho.

" Esse beicinho não vai convencer-me. " Faço uma pausa. Está bem, aquele beicinho até pode convencer-me. Só porque é fofinho, para que conste. " Tudo bem. "

Ele aproxima-se mais de mim, e os nossos braços tocam-se. A linha que nos separava anteriormente, desapareceu. Não que eu esteja incomodada, mas nunca estive tão próxima de um rapaz em toda a minha vida. Não ao ponto dos nossos braços tocarem-se. Ele coloca o fone no seu ouvido, e a sua reação à música não é surpreendente, algo que me fascinou. Pensava que ele iria criticar a música.

" Gostas da música? " Pergunto olhando para o fundo dos seus olhos.

" É a minha música preferida. " Ele sorri e os seus olhos voltam a centrar-se no livro.

Um sorriso estupidamente idiota ganha forma na minha cara, e volto a tomar atenção ao livro de romance que está entre os meus dois braços. Eu e Harry temos muitas coisas em comum. Nunca imaginei que isso fosse possível.

Começo a folhear cada folha, começo a asborver cada letra e também a ficar emocionada, de uma certa forma. Estou com pena do rapaz deste livro. Nada na vida lhe corre bem. Especialmente se esse assunto forem raparigas chamadas Katherine. O quão uma pessoa pode ficar destruída, quando dezanove pessoas te deixam? E mais. E se essas dezanove pessoas, terem o nome de Katherine? Que coisa de loucos.

" O que fazias se tivesses namorado com dezanove Katherines, e todas elas acabassem contigo? " Fecho o livro, e olho para Harry.

" Primeiro, quem é louco o bastante para namorar com pessoas com o mesmo nome? Aliás, quem namora dezanove vezes? " Ele fecha igualmente o livro e olha fixamente para mim.

" Existem pessoas que conseguem ultrapassar os limites. " Começo a rir e ele acompanha-me.

" Deveriam ser vinte Katherines, e não dezanove. "

" Porquê? " Ergo uma sobrancelha.

" O número dezanove é uma incerteza, não é um número certo. "

" Não estou a entender. " Tiros os fones dos nossos ouvidos e meto-os dentro da mochila, juntamente com o telemóvel. Depois disso, volto a olhar para ele.

" Quando vais a um supermercado, e o que vais comprar custa dezanove euros.- Ele faz uma pausa. " Tu vais pagar com uma nota de vinte, ou com moedas , certo? " Assinto e ele continua. " dezanove é um número que anda numa corda bamba, é algo indecifrável. Tipo um enigma. É um número ímpar, algo que não se encaixa.

" Exatamente. " Faço uma pausa. " É por isso que após dezanove namoradas, à vigésima, ele encontra o amor da sua vida. Porque vinte é um número par, é uma certeza. "

" Não me digas que a vigésima rapariga também se vai chamar Katherine. "

" Não. É isso que faz o livro ser engraçado. " Ele franze o sobrolho.

" Como assim, engraçado? " Ele olha diretamente para os meus olhos.

" Porque ensina-nos que temos deixar ir as coisas que nos puxam para trás. E temos de nos agarrar a uma coisa que nos puxe para a frente. " Faço uma pausa. " Já para não falar que o número dezanove fica antes do número vinte. Como algo já sem nenhuma utilidade.

Ele estava pronto para responder-me, até que aquela bibliotecária chatíssima grita alto e a bom som.

" A hora de almoço acabou. Têm de ir para as aulas! "

Levanto-me da mesa e pego rapidamente na minha mochila. Encaminho-me para as estantes e deixo este livro de romance lá arrumado. Harry faz o mesmo, porém o seu livro fica entre os livros de terror e ação. Nós saímos da biblioteca lado a lado, e eu não faço a mínima ideia de que aula vamos ter agora.

" Que aula vamos ter agora? " Eu pergunto, quebrando o silêncio.

" Educação Física. " Ele responde e eu suspiro pesadamente.

Educação Física é algo que eu não gosto de fazer nem um bocadinho. E é por uma coisa bem simples - Não gosto desta discplina, e não é pelo facto de já ter partido um braço a jogar futebol. É pelo facto de que, eu não sei fazer praticamente nada. Na maioria das vezes, fico petrificada a observar todos os outros a fazerem os exercícios perfeitamente bem - Perfeitamente não é a palavra correta para definir isso. Eu diria melhor que eu. Mas isso também não é muito difícil. Todos conseguem ser melhores que eu. E quando me refiro a todos, estou a ser sincera.

Caminhamos até ao pavilhão, e entramos, encontrando uma auxiliar velhinha sentada numa cadeira que está num estado lastimável.

" Qual é a vossa turma ? " A mulher pergunta arrogantemente.

" Décimo B. " Harry responde rapidamente.

" Espaço A. " Ela diz e nós ficamos a olhar um para o outro, realmente confusos.

" O espaço A é aqui. Podem ir equipar-se no balneário. " Ela responde à nossa confusão, literalmente.

Acabamos por nos dirigir para o balneário, e é aí que nos separamos. Ele entra para uma porta e eu para outra.

Observo o balneário e este encontra-se vácuo. Não está aqui ninguém e ainda bem. Não me iria equipar à frente de tantos olhares de raparigas. Sou tímida e é algo que quero manter como um defeito meu- até porque a timidez pode ser um benefício. Às vezes mais vale ficarmos calados no nosso canto, do que sermos regateiras e falarmos mais do que devíamos. Agora que reparo, timidez pode ser uma qualidade.

Tiro da minha mochila, as minhas calças desportivas cinzentas, e o meu top preto, vestindo-os logo de seguida. Pouso a blusa do Harry encima do banco do balneário e as minhas restantes roupas. Deixo todo o meu material direito e apresentável. Não quero que me achem desarrumada, porque é algo que eu não sou.

Encaminho-me para a saída do balneário e nesse momento, várias raparigas começam a entrar nele. Todas elas passam por mim e ignoram-me, mas eu não me importo. Prefiro ter uma amiga, do que muitas. Prefiro ter dois ouvidos para me ouvirem, do que seis.

Entro no pavilhão enorme. Enorme é algo que não dá para definir isto. Eu diria gigantesco. Não, assim estou a exagerar. Posso dizer que é um lugar espaçoso. Na escola básica, o pavilhão era muito mais pequeno. Não é nada comparado com este.

O professor encontra-se sentado numa mesa, e sou a primeira a chegar à aula. A sério que hoje tenho de ser a primeira a fazer tudo, a começar tudo?

" Boa tarde. " O professor cumprimenta-me com um sorriso e eu faço o mesmo.

" Boa tarde. "

Sento-me nos bancos de madeira e começo a balançar a perna de um lado para o outro. Algo que faço regularmente. Não sei se vim bastante cedo para a aula, ou se são os outros que estão atrasados. Espero mesmo que seja a última opção que eu referi.

Passados uns vagos minutos, raparigas com roupas bastantes justas, começam a entrar. Arregalo os olhos e começo a pensar que em vez de eu estar numa aula de educação física, estou num desfile de modelos, ou até na entrega de óscares. No meio daquele amontoamento de raparigas, Harry aparece com um tóto a prender todo o seu cabelo e com umas calças desportivas pretas a descaírem na sua cintura. Através da sua T-shirt branca, consegue ver-se as diversas tatuagens que ele possui. Em vez de eu ter visto um rapaz, eu vi um anjo momentaneamente. Foi algo passageiro.

As raparigas começam a olhar para ele, mas não de uma maneira normal. Não estão a olhar para ele de uma maneira como quem olha para alguém momentaneamente, mas sim com desespero. Elas estão, para que conste, a comê-lo com os olhos. Claro que ele é bonito, quer dizer, absurdamente bonito, mas também não é preciso fazerem aquilo que estão a fazer. Mas eu também não me importo.

Harry senta-se a meu lado e eu olho fixamente para si. Um sorriso torto e covinhas ganham forma no seu semblante, e é inevitável não sorrir também.

" Bom dia, Amc. " O professor diz e eu franzo a testa, olhando na sua direção.

" O que é que isso quer dizer?" Uma rapariga pergunta.

" Alunos mal-comportados. " Ele faz uma pausa. " Eu podia-me referir a vocês como Abc, mas vocês revelaram-se cedo demais. "

" O que quer dizer Abc? Tipo o abecedário? " Um rapaz tenta fazer uma piada, que, não teve absolutamente piada nenhuma.

" Alunos bem-comportados, algo que o menino não é. " O professor diz.

Risinhos expandem-se pelo ar deste pavilhão, e eu ainda não descobri qual é a piada. Eles estão a rir-se do que o rapaz disse, ou do que o professor referiu? Estou confusa.

" Continuando, eu sou o professor Thomas, e eu não facilito as coisas. Vocês vão perceber isso agora. Aliás, podem começar a correr à volta do campo. "

Todos começam a fazer o que o professor mandou, e eu também. Harry está a meu lado. Para já, quem deveria de estar do meu lado, era a Bella, não este rapaz. Na realidade, eu estou a adorar o tempo que estou a seu lado, mas nunca irei admiti-lo. Nunca vou contar sobre a existência dele à minha melhor amiga, mesmo que ela vá descobrir isso mais cedo ou mais tarde.

" Venham para aqui. " O professor manda e assim o fazemos.

O homem de olhos azuis intensos começa a fazer o aquecimento, e cada um de nós emita os seus gestos. Depois de uns minutos de silêncio, ele finalmente fala.

" Estão ali os coletes que vão precisar para formar duas equipas. As raparigas ficam com os coletes brancos, e os rapazes com os pretos. Podem ir buscá-los. "

E é como se o mundo estivesse a acabar e tivessem de se salvar. E o salvamento fossem meros coletes. Raparigas e rapazes quase se matam por causa de uma simples peça de roupa. Algo extremamente estúpido.

Quando o empecilho de rapazes e raparigas se dispersa, só sobram dois coletes: um preto e outro branco. Harry agarra no colete preto, e eu no branco. Olho para o número que está nas costas deste. Não que eu costume fazer isso. O número dezanove encontra-se mesmo à frente dos meus olhos. Isto não será coincidência a mais? Só faltava o número do colete de Harry ser vinte.

" Qual é o número do teu colete? " Pergunto com a testa franzida.

Ele olha para as costas do colete, e um sorriso esplendoroso ganha forma na sua face. Depois olha para mim e lambe os seus lábios com a língua. Ele está por acaso, a tentar provocar-me?

" Número vinte. "Ele mostra-me o seu colete e eu arregalo os olhos. " Tens o dezanove, não é? "

" S-Sim. " Apenas respondo.

Isto é coincidência a mais. E eu não acredito muito no destino. Está bem, talvez possa acreditar minimamente. Eu só acho isto quase impossível de acontecer na vida real, até parece coisa de um filme, onde dois jovens estão destinados a ficar juntos. Eu e Harry somos exatamente diferentes, mas ao mesmo tempo, iguais. Como o número dezanove e vinte. Diferentes e iguais. Sim, isto não faz sentido. Eu vou calar-me. Só acho que estas coisas têm de acontecer. Estão predestinadas e não podemos fazer nada para alterá-las.

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Hey loves! Meu deus, tive mesmo muita imaginação para escrever este capítulo. Demorei duas horas para fazê-lo. Estava sempre a eliminá-lo, a reescrevê-lo, idk, queria que estivesse dentro dos possíveis.

Espero que gostem. E beijinhos, amo-vos muitíssimo.

Amanhã tentarei publicar dois capítulos, mas não prometo nada!

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