Duas Metades {HS}

By harry_crush

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" Tu és diferente. O diferente acaba por assustar as pessoas. " Skylar era apenas uma rapariga de sete anos... More

Informações
Prólogo
|1| lift ✅
|2| universe ✅
|3| again ✅
TRAILER ✅
|5| numbers ✅
|6| toy ✅
|7| sad ✅
Olá!
|8| paralyzed ✅
|9| fear ✅
|10| love
|11| princess
|12| happy
Desabafo...
|13| problem
|14| lie
|15| girl
|16| pain
|17| courage
|18| heart
|19| life
|20| monster
|21| different
|22| revelation
|23| yes
Nova fic! Ajudem-me
|24| boy
|25| tired
|26| pub
|27| drunk
|28| perverted
|29| weak
|30| feelings
Nova Fanfic
|31| greens
|32| mom
|33| kiss
|34| secrets
|35| stars
|36| likes
|37| brother
|38| Prom
|39| hospital
|40| childhood
|41|goodbye
|42| first love
|43| letter
|44| dad
|45| ignorant
|46| changes
|47| home
|48| risky plan
|49| new
ESTA CONTA VAI SER ELIMINADA

|4| books ✅

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By harry_crush

S k y l a r

Depois de termos feito tal acordo, ele seguiu-me por tudo o que é sítio: quando estava a comer, o seu olhar estava fixo em mim, e até quando eu respirava. Quer dizer, parece que falta a respiração quando o seu olhar verdejante se cruza com o meu. Parece que quando o nosso olhar se cruza, um mar de emoções verdejantes, é transmitido para cada um de nós. É algo que não consigo explicar, algo que só se for sentido, pode ser entendido.

Encontro-me agora a caminhar sozinha para o refeitório, já que o Harry ficou a falar com um rapaz, que não faço a mínima ideia de quem seja.

A minha primeira manhã do décimo ano, passou rapidamente e já sei algumas coisas que não devo repetir nem fazer nunca mais. A primeira e a mais importante, é não olhar diretamente para alguém que tenha mais idade que eu. À meros trinta minutos atrás, eu olhei para uma rapariga diretamente, mas não foi por nenhuma razão. É normal nós olharmos uns para os outros, é algo inevitável, porém essa tal rapariga começou logo a mandar-me bocas, e eu ignorei todas elas. Aprendi a lição. A segunda e também importante, é nunca esperar para que o professor passe algo no quadro, porque isso não vai acontecer. Na escola básica isso acontecia, porém na secundária, estou por minha conta. O professor dita, e nós escrevemos. É algo complicado, porque eu não apanhei praticamente nada. O professor falou bastante rápido. Mais tarde copio a matéria pelo Harry ou por outra pessoa qualquer. A terceira e menos importante, é nunca tentar sequer interromper um professor a meio de uma explicação que ele esteja a fazer. Eu fiz isso na aula de geometria descritiva, e aquela professora rechonchuda quase mandou-me para a rua. Ela começou a gritar comigo feita louca, e eu pedi mesmo muitas desculpas. Na escola básica, quando eu interrompia algum professor, nada disto acontecia. Nem nada parecido. Quer dizer, podia acontecer, mas não que chegasse a este estado de uma professora passar-se dos carretos comigo. A quarta ainda não aprendi, mas devo aprender em breve. Nós estamos sempre a aprender coisas a todos os momentos. Especialmente lições, como as três que eu já aprendi em meros minutos.

Chego ao refeitório, que está apinhado de adolescentes. Até parece uma reunião de trabalho, ou até um funeral. Ou um casamento. Um evento que acabe por abranger muita gente. Algo que tenha um objetivo, porém o objetivo daqui é a comida, literalmente.

Dirijo-me para a grande fila de adolescentes e olho para a das funcionárias, do outro lado. Elas estão a distribuir carne para os pratos, algo que eu não sou muito fã, na verdade. Muito menos de carne com brócolos. Isso é algo que eu não como, nem tampouco tento.

" Anda para a frente, não temos o dia todo! " Um rapaz atrás de mim grita-me, e eu apresso-me a andar para a frente.

A quarta lição, é sem dúvida, esta. Nunca mais ficar a pensar em outras coisas enquanto estou na fila para o almoço, se não quero levar com um grito no ouvido ou algo do género.

" Tu és surda?! Anda para a frente, já estás servida! " Outro grito impertinente ouve-se do fundo da fila e é aí que me dou conta da comida no meu prato.

Quinta lição. Não decidir a quarta lição enquanto estou na fila do almoço. Esta é oficialmente a lição mais importante de todas.

Saio da fila de adolescentes impertinentes e excessivamente impacientes, e encaminho-me para a mesa livre ao pé da janela. Quando lá chego, meto a minha mochila nas costas da cadeira e sento-me.

Agarro no garfo e remexo na comida com ele. Eu não vou comer isto, nem tampouco esforçar-me para isso. Pouso o garfo encima do guardanapo e dou uma dentada na maçã vermelha e deliciosa.

Sexta lição, e importantíssima para eu não sofrer nenhum dia uma intoxicação-alimentar ou algo parecido: Nunca, mas nunca provar a comida da secundária. Pode gerar graves problemas de saúde. Eu não estou a brincar. Aliás, nunca falei tão a sério em toda a minha vida.

" O que fazes aqui sozinha? " Harry aparece de repente, fazendo com que eu dê um salto da cadeira, com o susto.

" Queres que eu morra antes dos dezassete, não queres? " Acalmo-me e suspiro.

" Não. " Ele faz uma pausa e senta-se. " Posso almoçar contigo, certo? "

" Já estás a fazê-lo. " Dou outra mordida na maçã, ao mesmo tempo que balanço a minha perna de um lado para o outro. " Mas isto também é temporário. Eu vou ganhar o acordo. "

" Eu já não tinha tanta certeza. " Ele sorri matreiramente, no mesmo instante que mastiga um pedaço de carne enorme.

" Porque dizes isso? " Ergo uma sobrancelha e aproximo mais a minha cara da sua.

" Porque eu vou ganhar. " Ele aproxima-se mais, e os nossos olhos quase se consomem um no outro. " Aliás, eu tenho acerteza disso. "

" Estou à espera para ver. " Sorrio francamente.

Nunca tive tão empenhada para fazer alguma coisa na minha vida, tirando o facto de que quando eu era pequena, colecionava nenucos e era empenhada para fazer isso, porém a minha irmã conseguiu estragá-los todos. Acho que só sobrou um, porém sem um braço. Tirando isso, estou bastante empenhada para ganhar este acordo. Eu já sei que vou ganhar. Ou pelo menos estou convencida disso.

" Então espera de pé, para me aplaudires. " Ele diz convencidíssimo e uma risada irónica sai dos meus lábios.

" Sim, eu vou esperar de pé. " Faço uma pausa. " Mas é para eu esperar pela minha vitória, e quando isso acontecer, rir na tua cara. "

" Nesse caso, eu vou esperar pela tua vitória sentado. " Ele faz uma pausa. " Mais vale apodrecer sentado, do que em pé. É mais...eficaz? "

" Deixa-me comer. " Reviro os olhos e concentro-me na maçã vermelha que está na minha mão direita.

Faltam-me argumentos para responder-lhe, porque desta vez, ele conseguiu calar-me. Só desta vez, porque quando eu ganhar este acordo, ninguém vai conseguir calar-me. Nem um apocalipse zombie. Nada. Nem se um meteorito colidir com a terra. Absolutamente nada vai manter-me calada.

" Tu não estás a comer nada. " Ele afirma enquanto olha para mim com a testa franzida.

" Secalhar porque não quero ter uma intoxicação-alimentar. " Afirmo para ver se finalmente ele se cala.

" Mas secalhar queres ter uma quebra de tensão, e desmaiar, correto? " Ele ergue uma sobrancelha.

Sétima lição e muito importante: não expor um assunto para o Harry, porque ele tem sempre uma maneira de dar uma volta ao assunto. Aliás, ele tem sempre uma resposta melhor que a minha. E também uma resposta verdadeira, já que as minhas não fazem às vezes nenhum sentido.

" Queres uma sandes, ou algo assim? " Ele interrompe os meus pensamentos.

" Se tiveres uma sandes, eu aceito. " Confesso.

Harry tira da sua mala, uma sandes embrulhada com papel de alumínio. Ele entrega-ma e eu franzo o sobrolho.

" Isto não tem nada de droga, ou algum explosivo, pois não? " Pergunto.

A sua gargalhada estende-se por todo o ar do refeitório, e a melodia que ela transmite, é lindíssima. Vai ser o meu novo toque de telemóvel.

" Não Sky. " Ele diz, limpando os seus lábios com o guardanapo.

Desembrulho a sandes e vejo fiambre e queijo a sobressair dela. Levo-a à boca e mastigo-a descontraidamente. Gemo em apreciação, e depois é que apercebo-me da presença de Harry.

Oitava lição e pouco importante: nunca mais esquecer-me da presença de alguém, enquanto estou a comer, para evitar vergonhas, e para evitar também que essa pessoa fique traumatizada. Eu tenho uma forma estranha de comer, e quando estou com fome, isso transforma-se em algo que ninguém quer ver, concerteza.

" Estás suja. " Ele faz uma pausa e aproxima-se de mim com o guardanapo. " E não é só nos lábios. "

Ele pousa o guardanapo na minha cara, e limpa-a logo de seguida. Neste momento, senti-me uma bébe autêntica. Lembrei-me rapidamente do meu pai e das vezes que ele limpava a minha boca, quando eu sujava-me de cerelac. Bons tempos.

" Eu sei limpar-me sozinha. " Tiro-lhe o guardanapo bruscamente da mão e limpo a minha cara.

" Tudo bem. " Ele apenas responde.

Olho em volta, e o refeitório já está mais esvaziado. O empilhamento de adolescentes desapareceu tão sorrateiramente e instantaneamente, que eu não dei por nada.

Levanto-me da mesa e entrego o tabuleiro à auxiliar que está na cozinha. Harry faz o mesmo processo e eu reviro os olhos. Já sei o que vai acontecer a seguir. Ele vai acompanhar-me para todos os sítios, mas se eu fosse a ele, não o fazia. Eu vou para a biblioteca, e sou praticamente a única pessoa que vai para lá. Os adolescentes de hoje em dia preferem ficar agarrados aos telemóveis e tirar selfies. Eu não. Eu gosto de estar no meu canto sossegada a ler uns bons livros, ou a desenhar. Os meus dias são passados assim. E sim, eu já fui ver onde era a biblioteca desta secundária. Aliás, já bisbilhotei cada cantinho dela.

Agarro na minha mochila e ponho-a nas minhas costas. Ele faz o mesmo e finalmente, nós saímos do refeitório.

" Vais mesmo seguir-me? " Olho na sua direção e ele já se encontrava a olhar para mim.

" Sim. Não posso? " Ele sorri maliciosamente.

" Gostas de ler? " Pergunto instantaneamente.

" Porque perguntas isso? " Ele ergue uma sobrancelha e nós começamos a subir as escadas que vão dar à biblioteca.

" Porque eu vou para a biblioteca. " Faço uma curta pausa. " Tu não és daquele tipo de rapaz que é obcecado por video-games e adora futebol? "

" Não. " Ele suspira pesadamente e olha para o teto branco. " Eu gosto de ler. É algo que eu faço regularmente. "

Arregalo os olhos com a sua confissão. Ele é o primeiro rapaz que diz que gosta de ler. Não que eu tenha conhecido já muitos rapazes para saber do que eles gostam ou não, mas nunca pensei que Harry fosse este tipo de rapaz. Isto quer dizer que ele prefere um bom livro, do que futebol? Aliás, ele é como eu. Prefere um bom livro, do que estar na internet. Temos algo em comum.

" É bom saber que temos algo em comum. " Quebro o silêncio.

" Talvez tenhamos mais coisas. " Ele sorri francamente.

" Talvez. " No momento em que profiro tal coisa, abro a porta da biblioteca morosamente, para não atrair nenhum olhar reprovador.

Apresso-me a olhar para todos os cantinhos deste lugar magnífico. Eu tive aqui à bocado, como eu já confessei. Isto é simplesmente lindo, é a vista do paraíso. Tantas estantes cheias de livros. Todo este silêncio que paira pelo ar, transmite todas as palavras destes livros, transmite tantas histórias ainda para contar. Tantas histórias inacabadas.

Apresso-me a ir para a estante onde os livros de romance se encontram. São tantos que não sei por onde começar. Observo Harry a ir para a estante oposta ao romance. A de ação e de terror. Claro que ele não iria gostar de um livro de romance, mas sim de um de terror. Algo que eu nunca na minha vida me atreveria a ler.

Tiro o livro O Theorema De Katherine da estante e começo a dar uma vista de olhos nele. Disseram-me que este livro é magnífico, e conta uma história bastante engraçada. Tenho de levá-lo para casa e lê-lo no meu cantinho.

" Aconselho-te a leres este livro. " Ele aparece à minha frente e mostra-me um livro, cujo é de terror e eu não consigo decifrar o seu nome, pois, está escrito de uma maneira estranha. Acho que o seu nome é a rapariga da casa ao lado, não tenho bem acerteza.

" Eu nunca na minha vida leria algo desse género. " Reviro os olhos e mostro-lhe o livro de romance que tenho na mão. " Tu devias de ler este. "

" Não gosto de romance, nem de histórias clichês. " Ele faz uma pausa e franze a testa. " Essas histórias nunca têm um final exato. Sabe-se lá o que acontece depois. "

" Por isso mesmo, é que são magníficas, porque muitas delas não têm fim e deixam-nos na dúvida. Deixam os leitores, que somos nós, inventarmos o final que quisermos e bem entendermos. " Admito.

" Mas e se o final da história, não for o final que tu inventaste? E se o final que o escritor decidiu, for completamente diferente do teu?" Ele olha diretamente para mim.

" Nesse caso, rasgo a página onde o final se encontra e faço o final que eu bem quero. Como podes ver, as coisas são simples. " Admito.

" Se fizesses isso, estarias a mudar o destino dessa história. Achas isso correto? " Ele franze a testa.

" Sim. O destino de um livro pode ser mudado a qualquer segundo. E até o destino de duas pessoas. "

" Tu não podes mudar o que já está feito, o que já está destinado. " Ele franze ainda mais a testa.

Sorrio para ele e encosto a minha mão ao seu ombro, fazendo com que ele olhe para mim.

" Nós podemos fazer qualquer coisa para mudarmos o nosso destino, ou até o destino de um livro. Para mudarmos o destino de um livro, basta rasgarmos uma folha dele e para mudarmos o destino da nossa vida, basta mudarmos o seu rumo e fazer novas decisões. É simples. "

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Olá babes, meu deus, eu adorei fazer este capítulo. Senti-me mesmo no corpo da personagem, idk.

E então vocês gostaram? Espero bem que sim, ehehe

Meu deus, amanhã tenho teste de fqa e ainda não estudei, para fazer este capitulo. Eu sou realmente louca.

Beijinhos e vocês já sabem que eu vos amo. ❤️

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