Sr. Professor

By KetieOliveira

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Alicia é a típica nerd que faz o último ano do ensino médio. Sua meta é se formar e ir para uma faculdade de... More

APRESENTAÇÕES
CAPITULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16 -Regras
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
LEITORES!
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
Retirado

CAPÍTULO 14

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By KetieOliveira


Depois que o diretor Willian confirmou os boatos de que abririam um novo projeto de dança liderado por uma tal de Fátima, a loira que vi conversando com ele, era a vez dela de se apresentar e foi um pouco difícil parar os murmúrios e comentários insanos em relação a loira enquanto ela lutava para achar a voz em meio a tantas outras. Não era para pouco, ela realmente era linda... Uma coisa que me chamou um pouco a atenção, mas também o interesse, foi o fato de Jefferson não estar na sala enquanto ela se apresentava. Mas não era só isso, em todo o lugar que Fátima estava, Jefferson parecia evitar estar e como se minha desconfiança já não surgisse interesse eu os peguei discutindo no corredor vazio. Nenhum dos dois me viu, mas eu sentia que precisava fazer alguma coisa, já que a situação estava ficando meio tensa ali. Antes de intervir, observei o quanto aquilo não fazia absolutamente nenhum sentido.

Apesar de eles estarem falando bem baixo, eu podia ouvir algumas coisas. Uma hora Jefferson parecia dizer que não queria ela ali naquela escola. Era como se ele estivesse irritado e talvez furioso. Em outro momento, Fátima dizia com convicção que o meu professor era só dela. Acabei deduzindo que ela poderia ser um tipo de ex-namorada perseguidora que foi deixada por Jefferson mais nunca de fato aceitou isso. Quando o ambiente fechou e o clima pareceu ter ficado ainda mais tenso a ponto de Jefferson talvez já pensar em poder agredi-la, me interferi na discussão sem nem pensar direito. Me senti uma completa intrometida na mesma hora. Mas era como se eu precisasse fazer isso naquele momento. Eu precisava saber a história de como eles chegaram a este ponto, já que eu tinha certeza de que eles se conheciam, algo dentro de mim precisava saber como.

-Com licença, am... -Gaguejei e me repreendi porque as poucas palavras que saíram da minha boca foram tão baixas e falhas.

Os dois me olharam e, diferente de Fátima que estava sorrindo tão relaxada como se a poucos segundos toda aquela discussão não tivesse acontecido, Jefferson estava a ponto de cuspir fogo.

-Posso falar... Am... Com você um minuto? É sobre as aulas. -Pedi a Fátima.

Ela arqueeou uma sobrancelha e olhou para Jefferson. Fiz o mesmo. Ele ainda estava com a expressão furiosa, mas ao mesmo tempo preocupado. Era como se ele estivesse pronto para avançar nela a qualquer momento. Sua apreensão me fez franzir a testa.

-Quero você na sala, Alicia, agora! -Ordenou ele.

Confesso que encolhi um pouco com o quanto aquele tom de voz fez meu corpo estremecer. Ele nunca havia falado assim comigo. Nem nas vezes em que me encurralou ou quanto me prendeu na parede outro dia. Eu me sentia em uma silada e a culpada era a minha curiosidade.

Fátima sorriu ainda mais, como se fosse possível, e entrelaçou seu braço ao meu de forma teatral.

-Não seja bobo, professor Jefferson. Não vamos demorar. -Sua voz era baixa e tranquila, assim como seu comportamento.

Antes que ele respondesse, Fátima começou a me puxar em direção ao pátio, para longe dele. O olhei antes de atravessar a porta e Jefferson estava parado no mesmo lugar, porém seu corpo estava mais tensionado e seus punhos estavam cerrados de forma que me fez ficar preocupada. Se ele era tão preocupado por ela estar ali, significava que eu também devia me preocupar?

Fátima desvencilhou o braço do meu e se virou para mim. O sorriso e o seu humor sarcástico foram substituídos por pura desconfiança. Seus olhos estreitaram em minha direção e suas mãos pararam em seu quadril.

-Então, o que tem as aulas? -Perguntou e eu ponderei antes de responder.

-Estou interessada... eu gosto bastante de dançar e ainda não sei  quando serão as aulas e quais os horários.

-Amanhã terá um cartaz colado na parede do lado de fora da sala. -Falou e me olhou de cima a baixo.

Me senti pequena diante sua luxúria e beleza. Ela olhou em volta antes de se voltar para mim e suspirou.

-Você conhece o Jefferson fora da escola? -Perguntou e eu quase engasguei com a minha saliva.

-Eu o conheço como outro aluno qualqier. Porque a pergunta? -Me embolei um pouco com as palavras.

-Só estava curiosa -Deu de ombros -Sabe, Alicia, -Houve uma breve pausa para citar meu nome e quando ela o fez, tinha desdém e mais sarcasmo na voz -Ninguém cruza o meu caminho sem se dar mal. Eu gostei de você, é um concelho de amiga.

Eu não tinha gostado nem um pouco dela. Talvez desde que a vi. Ela era bonita e parecia inteligente, mas era apenas isso. Fátima tinha um olhar perdido, faltava brilho nos olhos. Talvez fosse amargura... E eu, por mais que fosse um peixe pequeno naquela escola ou em toda a cidade, não gostaria de ser humilhada ou ameaçada por ela. Por isso eu sorri por perceber que aquele comportamento era apenas ciúmes.

-Então aí vai outro concelho, amiga -Me endireitei e olhei no fundo de seus olhos azuis. Não faz mal botar lenha na fogueira, faz? -Eu não me preocupo com concorrência, até gosto disso. O que é meu, é meu e eu luto por isso. Espero que não tenha problemas em lhe dar com essa situação.

Eu não acreditava em absolutamente nada do que havia dito. Mas ela não precisava saber.

-Isso não foi um concelho. -Disse, cética.

-Tem razão. -Dei de ombros -Entenda mais como um aviso. Não se deixe enganar pelo meu rosto de boa moça.

Sem esperar mais, me virei para sair, mas ela segurou o meu braço com suas unhas vermelhas e me fez voltar.

-Não cruza o meu caminho, garota, ou vai se arrepender! -Indagou e eu gostei por agora ela ser mais direta.

-Oh, eu por acaso pisei no seu calo? -Deixei todo sarcasmo e ironia transportar de mim e me soltei de seu aperto.

Quando saí, soltei toda a minha respiração que eu nem tinha percebido que estava prendendo. Meu Deus! O que diabos foi que eu fiz? Eu só esperava não ter me metido em coisas grandes. Se com caminho ela quis dizer meu professor, eu nem precisava me esforçar, aliás, ela é uma mulher adulta e linda. Eu era apenas uma aluna que como todos já sabiam, nerd.

...

Quando eu voltei para a sala, quase meia hora depois das farpas que havia trocado com Fátima, Jefferson manteve a aula normalmente e nem se quer me olhou. Por um lado foi bom, assim eu não me sentiria envergonhada e nem distraída. Por outro lado foi terrível. Jefferson devia estar com furioso, como sempre. Eu me intrometi em uma discussão e desobedecido a uma ordem direta dele quando mandou que eu voltasse pra sala. Pelo menos ele não me expulsou para fora da sala quando voltei...

Quando a aula terminou, foi fácil me livrar de Mayra. Ela tinha um compromisso e nem precisei me esforçar para dizer que eu iria embora sozinha. Já não havia mais nenhuma pessoa na sala além de mim e de Jefferson e, mesmo com medo de ele estar com raiva, me aproximei de sua mesa, uma vez que tinha guardado meus materiais e ele também.

-Mudou de ideia a respeito das aulas? -Tomei coragem para perguntar, mesmo temendo a resposta. Eu estava começando a me convencer de que não era o medo dos meus tios que me fazia estar tão desesperada assim por aulas particulares com o meu professor.

-Porque eu mudaria? -Ele deu de ombros e me senti vermelha. É, sua burra! Porque ele mudaria?

Engoli em seco e forcei um sorriso.

-Então... Sobre o que as damas conversaram? -Ele recostou na mesa e cruzou os braços casualmente.

Me distraí um pouco com aquele movimento e passei a língua umidecendo os lábios.

-Sobre as aulas de dança. Mayra praticamente me forçou a participar junto com ela.

-Ah. -Ele se endireitou e pegou seus  livros da mesa. -Vamos?

Antes que começássemos a andar, a porta se abriu e infelizmente era Fátima. Eu estava começando a pensar que ela seria uma cola no meu sapato depois de ter me metido em um assunto que definitivamente não era da minha conta.

-Ora, ora se não são os dois safadinhos depois da aula. -Ela disse, apesar de sorrindo, havia fúria transparente em sua voz.

Contive a vontade de me esconder atrás de Jefferson. Que tipo de idiota seria eu se sentisse medo de todo mundo que alterasse a voz perto de mim?

-Nós... Am... -Comecei a formular qualquer coisa, mas fechei a boca. Não me sinto na obrigação de explicar nada a essa "sinha".

-Essa cena me lembrou uma coisa  bem distante. Cuidado com os seus desejos, professor. -Fátima disse e no mesmo instante que fechou a boca houve um estrondoso ruído furioso que saiu do fundo da garganta do Jefferson.

Tanto ela quanto eu nos assustamos.

-Não venha com suas ameaças, Fátima ou eu não me responsabilizo por nada que eu fizer com você! -Olhei para ele e foi quase irreconhecível. Jefferson estava fora de sí!

Engolindo em seco, Fátima recuou até que estivesse entre a sala e o corredor.

-Só cuidado com as escolhas. Você já sabe onde isso vai dar e te garanto que agora não vai ter nenhuma fiança. -Com isso, ela fechou a porta e se foi.

Como assim escolhas e fiança? Esperei uns segundos até que Jefferson estivesse um pouco mais relaxado e me virei pra ele. Eu queria entender, mesmo que me custasse um grito daqueles vindo dele.

-Está tudo bem? -Perguntei cautelosamente.

-Sim -Ele respirou fundo- Sim, tudo bem.

Esperei mais um segundo enquanto ele passava as mãos pelos cabelos, perdido.

-Algo que eu possa fazer?

-Não, Alicia! -Cuspiu. Arregalei os olhos pela explosão repentina. Que diabos ele tinha? -Não há nada que você possa fazer que mude isso. Não tem antídoto, não tem absolutamente nenhuma forma de voltar na droga do meu passado de merda!

Recuei alguns passos. Talvez ele precisasse de ar. Eu queria pensar e deduzir tudo da simples forma que eu sempre fazia. Mas dessa vez não havia nada que eu imaginasse que poderia ter lhe acontecido relacionado à fiança ou escolhas. De qualquer forma, eu já não achava mais que Fátima pudesse ser uma ex-namorada perseguidora. Sem dúvidas ela passou disso.

Depois de alguns minutos, ouvi ele respirar fundo.

-Me desculpe, Alicia. -Jefferson disse suavemente, me tirando do devaneio. Ele exalou profundamente e se aproximou alguns passos de mim. -Você não tem culpa. Eu não devia gritar... Eu não...

-Tudo bem. -Interrompi. Deixei ele se aproximar mais um passo até sobrar apenas um braço de distância e então respirei fundo - Eu entendo que precise guardar seus segredos. Eu só queria poder te ajudar de qualquer forma. Não consigo ver essa angústia em você, Sr. Professor.

-Nada nem ninguém pode me ajudar. Eu sou só um homem atormentado pelo passado... Sou um completo fodido.

-Não, você não é. -Fechei o espaço que nos separava e sem pensar direito, coisa que eu fazia sempre em sua presença, coloquei seu rosto entre as minhas mãos. -Você não é um fodido, Jefferson. Eu... Eu posso te ajudar.

Ele ficou em silêncio enquanto eu ouvia sua respiração alterada se misturar com a minha. Seus olhos se fecharam e ele apertou os lábios em uma linha reta. Santo Deus! Que lábios...

Seus rosto se contorceu. Era como se ele fosse dizer algo que sabia ser completamente errado e proibido. Como se fosse doer cada palavra que eu dissesse e eu esperei ansiosa para que ouvisse.

-Como? -Sussurrou e abriu os olhos.

Havia mais brilho neles do que sempre esteve ali. Nossas testas se juntaram e tudo o que eu podia fazer era me conter enquanto observava seus lábios que pareciam tão macios e saborosos. Meu Deus! Eu não posso, posso? No momento eu não podia pensar muito, era uma coisa que eu queria. Era uma vontade, uma necessidade. Eu precisava daquilo como eu precisava de oxigênio.

-Assim -Sussurrei de volta e sem mais pensar, me aproximei mais e nossos lábios se juntaram e se encaixaram perfeitamente. Tão saboroso. Tão macio... muito mais do que eu esperava, muito mais que qualquer expectativa.

Deixei que o meu beijo respondesse a sua pergunta e fiquei maravilhada com a forma que ele me retribuia. Sua língua dançava em sintonia com a minha e seus lábios mordiscavam e chupavam os meus. Suas mãos firmes cravaram-se em meus quadris e me puxaram para mais perto. Não demorou para aquela sensação prazerosa estar no meio das minhas pernas pedindo por mais pressão sobre ela. Eu não sabia muito sobre sexo, mas o pouco que eu sabia me deixava atenta a todos os meus movimentos e os dele ali na sala de aula. Eu queria mais e, como se lesse a minha mente, Jefferson me pegou sem nenhum esforço e caminhou pela sala, me colocando sobre a sua mesa, sem se quer cortar o beijo. Deixei minha bolsa cair no chão e enrosquei minhas pernas em torno de sua cintura. Um gemido escapou de sua garganta quando o apertei junto a mim e senti algo grande e duro fazer pressão no ponto exato em que eu necessitava.

Eu estava no lugar certo em que eu deveria estar no momento.

Gemi quando ele sugou a minha  língua e levou uma de suas mãos até meus cabelos, enroscando-se em  uma mecha e puxando levemente para ter acesso ao meu pescoço. Entrelacei minhas pernas em sua cintura e me esfreguei contra ele, enquanto sentia seus lábios em minha pele. Eu estava desesperada para ter mais. Tê-lo todo, inteiramente. Mordi os lábios e aceitei os seus quando ele voltou a toma-los. Gemi outra vez, agora mais alto e cravei minhas unhas em seus costas, ouvindo maravilhada um ruído excitante que ele deixou escapar.

Quando eu estava a beira da loucura, pronta para mais dele, ouvimos um pequeno barulho do lado de fora, provavelmente Willian conferindo as salas, e Jefferson se afastou imediatamente de mim. Eu já sabia o que esperar agora. Viria culpa, arrependimento, desculpas... Tudo isso eu já estava esperando enquanto lutava para voltar com a minha respiração regular de sempre. Me deixei observar meu professor. Ele estava em pé a largos passos de mim. Suas mãos no joelho, como se tivesse corrido uma maratona. Sabe lá o que estava se passando em sua cabeça agora. Seja o que fosse, eu não tinha me arrependido nenhum pouco. Na verdade, estava torcendo para que ele voltasse a me beijar.

Esse foi o momento mais quente e voraz que eu já tive com alguém, sem sombra de dúvida.

-Meu Deus! -Ele murmurou, ofegante.

Respirei fundo e abaixei a cabeça. Também lutava para retomar o ritmo normal dos meus batimentos.

-O que eu fiz? Eu não... —Ele passou as mãos pelos cabelos que estavam uma bagunça e continuou com o olhar fixo no chão -Porra! Me desculpe, Alicia. Eu não deveria...

-Não! -Interrompi, exausta por perceber o quanto arrependido ele estava -Não se desculpe. Foi eu quem te beijei, Sr. Professor. -Me levantei e peguei minha bolsa do chão, arrumando no ombro e ajeitando minha roupa agora toda amassada -E eu adorei. -Terminei de falar e saí da sala.

Seria bom eu esperar no estacionamento, aliás, ambos precisávamos respirar direito.

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