CAPÍTULO 16 -Regras

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Capítulo sem revisão, foi postado direto. Boa leitura...

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-O que sua amiga está fazendo aqui, agora? -Jefferson sussurrou tão baixo que eu quase não ouvi. Ele não parecia com medo e nem arrependido como imaginei, ele estava abafando um riso e me prendendo na cama, me impedindo de levantar.
-Eu não sei. Sai de cima de mim! -Falei, tentando empurrá-lo, mas ele não saía. -Para de rir, professor. -Eu lhe dei um tapa de leve na barriga e o empurrei, desta vez ele se levantou. Meu Deus, imagine só se Mayra descobre o que estamos fazendo!? Me levantei, ajeitando a roupa e, quando fui abrir a porta, Jefferson segurou meu braço e me fez cair de volta em seu colo. Inesperadamente, ele me beijou. Foi um beijo suave e lento, diferente dos outros. Opa! Algo aqui que eu não esteja entendendo? Quando ele me soltou, foi difícil manter o foco. Percebi que eu ainda estava só de calcinha e isso causou um desespero enorme dentro de mim.
-Alicia? Abra a porta.-Mayra chamou novamente e de novo me deu pânico.
-Meu Deus, como vamos explicar isso? -Sussurrei para ele que ainda estava rindo. -isso aqui é coisa séria, Jefferson. -Ele parou de rir quando eu o repreendi e assentiu.
-Você tem razão. Eu vou entrar no banheiro agora e você se livra dela, ok?
Fiz que sim com a cabeça e deixei ele entrar no banheiro, depois deslizei dentro de um vestido qualquer que vi na frente e abri a porta. Deus, que eu não esteja descabelada! Mayra estava com os braços cruzados sobre o peito e uma sobrancelha arqueada. Respirei fundo e fechei a porta atrás de mim, depois de sair do quarto. Ela olhou em direção a porta e de volta para mim e limpou a garganta.
-Am... Você demorou. -Falou e eu sorri.
-Eu estava ocupada com os deveres... -Menti e ela assentiu.
-Sua tia disse que o professor está aqui... -Pronto! Agora eu estou sem dúvida totalmente ferrada! Tentei respirar e não parecer doente enquanto eu falava.
-Ele está. Estou com dificuldade em algumas coisas... Mas você não pode contar absolutamente nada pra ninguém, promete?
Ele tossiu e abriu o maior sorriso do mundo. Não, Mayra, não entenda errado, por favor!
-Você é uma safada! Eu sabia que existia algo diferente em como vocês se olhavam na escola e o quanto...
-Shhh -Interrompi e ela cobriu a boca com as mãos. -Por favor, Mayra. Não está acontecendo nada entre nós...
-E você quer que eu acredite que você está com "dificuldade" e que ele está de dando aulas particulares por isso? Qual é, Alicia, você é a maior nerd. Nem sei como seus tios não desconfiaram.
Respirei fundo e revirei os olhos. Mayra não era burra e sobre tudo, ela era a minha melhor amiga. Talvez a única e eu precisava dela mais que tudo.
-Tudo bem, depois conversamos. Mas fica entre nós.
-Ai, Alicia! Eu estou tão feliz!
-Shhh. -Coloquei o indicador na boca e ela arregalou os olhos.
-Desculpa. -Sorriu e me deu um abraço rápido.
-Não quero me arrepender de te contar.
-Oh, não, você não vai. -Garantiu e eu assenti. -Agora volta pra lá, amanhã nos falamos na escola e eu quero todos os detalhes.
-Sem detalhes e para de tanta empolgação, ainda não resolvemos nada e ele não pode saber que eu te contei, ok?
-Ok. -Ela me deu um abraço rápido e um beijo na bochecha e se virou para sair.
-Espera, o que você ia dizer?
Ela se voltou para mim e fez que não com a cabeça.
-Nada, até amanhã -E se foi. O que eu fui fazer? Se ela contasse para alguém ou deixasse algo claro de mais em suas atitudes perto dele, eu poderia perder algo que eu queria muito... Suspirei e voltei para o quarto. Jefferson estava sentado na cama brincando com o meu urso de pelúcia nas mãos. Quando fechei a porta, ele levantou o olhar e sorriu.
-E aí, resolvido? -Perguntou, estava alegre e despreocupado.
-Sim, ela nem desconfiou. -Ele balançou a cabeça e respirou fundo.
-Vem, senta aqui.
Me sentei no espaço vazio da cama ao seu lado e me virei pra ele. Eu confesso que estava com medo do que ele me diria e se ele terminaria tudo. Havia algo para terminar ou não? Eu estava esperando que sim, pois eu queria, e muito.
-O que eu faço com você? -Essa pergunta foi estranha, contando que ele estava com um sorriso quente nos lábios. Jefferson levou uma mão e afastou uma mecha de cabelo para trás da minha orelha.
-Jefferson... -Eu tinha medo de perguntar, aliás, aquela culpa toda ainda não tinha chegado e eu estava rezando para não chegar. -Como... Nós...? -A pergunta que eu queria fazer, apesar de simples, não conseguia ser formada coerentemente por mim. Ele suspirou e passou o polegar nos meus lábios.
-Eu sei o que você deve estar pensando. -Falou, baixo e calmo. -E eu confesso que também estou apavorado. Eu gosto de você, Alicia... Mas eu não sei como reagir diante a isso, sabe? -Ele respirou fundo e se aproximou até nossas testas se juntarem. -Você é incrível. -Sussurrou.
-O que vai acontecer agora? -Finalmente perguntei e ele se aproximou mais.
-Eu não sei, mas quero que descubramos juntos, ok?
Fiz que sim e o beijei. Era tão novo para mim. Ele estava sendo tão gentil e amável de uma forma encantadora. Era mais fácil reagir a ele assim e era tão bom beijá-lo livremente. Na escola, eu realmente achei que eu nunca poderia beijá-lo e estava com medo disso por que, mesmo o beijando apenas uma vez, isso virou o meu vicio e eu não queria largar. Havia um fogo conosco incomum e inexplicável... Quando ele se afastou, continuou com a mão no meu rosto e me olhava profundamente enquanto recuperávamos o ar.
-Eu preciso te contar uma coisa. -Falou depois de um tempo e se afastou de modo que não pudéssemos nos tocar mais. Seja o que for, a "coisa" parecia séria, levando em conta que ele estava com uma expressão indecifrável. -É sobre a Fátima e... Bom... -Ele respirou fundo e parecia inquieto. Como se o que ele fosse dizer, doesse a cada palavra.
Jefferson me contou a história de como se conheceram e que ele já foi seu professor. Contou as partes em que ela lhe provocava e as partes em que ele se sentia feliz por estar com ela. Mas também garantiu que nunca beijou outra aluna se não Fátima e, bem, agora também eu. Fiquei chocada quando ele contou o que ela fez, denunciando-o por abuso de menores. Como uma garota, aparentemente apaixonada, simplesmente fode com a vida de alguém que a adorava? É sem dúvida a maior burrice que eu já ouvira na vida. Fátima é muito mais do que eu imaginava... Ela é uma diaba!
-Eu sinto muito, professor... Eu sinto que tenha passado por tudo isso... Am... -Me sentei mais próxima até poder tocar sua coxa -Eu não faria isso com você.
-Eu sei. -Falou e segurou minha mão. -Quero dizer, eu acho que sei.
Ficamos por um longo tempo calados, como se o silêncio falasse por nós. Mas não era um silêncio desconfortável ou patético, era um silêncio compreensível.
-Ela só voltou a te procurar agora? -Perguntei, a fim de saber mais.
-Desde o mês passado.
-E o que vai fazer?
-Eu não sei. -Jefferson exalou profundamente e soltou minhas mãos, se levantando da cama. -Na verdade, eu sei sim. -Sorri pela sua empolgação e cruzei as pernas, esperando pelo que ele diria. -Regras. -Falou e eu franzi o cenho.
-Que tipo de regras? -Perguntei e ele parou onde estava, me olhando.
-Essa é a coisa mais idiota que eu pensei que nunca diria a alguém, principalmente pra você... -Ele respirou fundo e passou a mão pelos cabelos -Você quer tentar um novo tipo de relacionamento comigo?
Espera, como é que se respira mesmo? Me faltou ar quando eu o ouvi. Não era possível, Jefferson, o meu professor queria ter um relacionamento co-mi-go? Eu só podia estar alucinando! Ele é lindo, gostoso, charmoso e quer um relacionamento comigo? Sorri e fiz que sim com a cabeça. Foi a única reação que eu encontrei. Eu não podia acreditar que a duas horas ele não queria nada comigo e agora ele quer um relacionamento. Isso era perfeito, levando em conta que eu estava completamente errada por dentro. Não era certo meu coração ficar agitado por ele ou eu me sentir muito empolgada por isso, era? Dane-se! Eu tentaria qualquer coisa só por poder beija-lo na hora que eu bem entender.
Sorrindo, ele voltou a se sentar ao meu lado, mas não me tocou. Oh, me toque, por favor!
-Mais temos que impor regras. -Ele disse -Vamos começar com a primeira -Jefferson levantou um dedo e mordi o lábio para conter a ansiedade. Isso é maluquice! -Ninguém deve saber, isso inclui a sua amiga doidinha. -Engoli em seco. Santo papai do céu! Será que ele desistiria ses soubesse que ela já sabe? -Segunda, sem público. Temos que marcar um lugar, a hora e o dia... Ninguém pode nem desconfiar, entendeu? -Fiz que sim com a cabeça e ele revirou os olhos -Eu preciso ouvir pra saber se está entendendo, Alicia.
-Sim, sim eu estou. -Falei um pouco contra-vontade e ele suspirou.
-Ok. Você quer ditar a sua regra?
Pensei bem. Sim, eu queria beija-lo em todos os lugares, na sala de aula, em minha casa, na casa dele... Mas isso não era uma regra inteligente, isso nem mesmo era uma regra e sim uma exigência.
-Eu quero uma condição. -Falei, disposta a tomar frente disso.
-Que condição?
-Eu quero ser a sua única. Enquanto estivermos juntos, você não deve ir pra cama com mais ninguém. -Ele fez que sim e eu acrescentei: -Isso inclui a Silvia.
-A Silvia? -Ele bufou e começou uma crise de risos. Qual é a graça mesmo? Impaciente, esperei ele terminar seu ataque e, quando o fez, se inclinou sobre mim. -A Silvia é uma amiga -Falou próximo demais a meu rosto. Seus lábios esbanjavam um sorriso travesso e brincalhão -Enquanto eu estiver com você, será apenas eu e você. -Com isso, ele me beijou. Como uma pessoa dita regras ou tenta ganhar moral em um relacionamento assim? Ele é todo charme e sexy, como posso pensar assim? Eu retribui o beijo com a mesma fervura e não demorou para eu estar completamente sensível a seu toque. Jefferson começou a engatinhar para cima da cama, me induzindo a deitar. Quando o fiz, ele me cobriu com seu corpo e começou uma trilha de beijos ao longo do meu pescoço.
-Sabe o quanto eu imaginei isso? -Sussurrou contra a minha pele -O quanto eu fantasiei nós dois? -Agora ele beijava meu seio esquerdo por cima do tecido do vestido. Gemi em resposta, eu nem tinha palavras. -Você é tão... Doce. -Sussurrou novamente e começou a amassar meu outro mamilo. Levei as mãos em suas costas para tirar sua camisa, mas ele impediu.
-Jefferson... -Gemi de descontentamento -Por favor. -Eu estava ficando louca! Eu precisava dele dentro de mim... Enrosquei minhas pernas em sua cintura e o puxei para mais perto, fazendo pressão no ponto em que eu precisava. Ele parou de me beijar e levantou a cabeça. Havia tanto naquele olhar que era difícil de enxergar as coisas claramente.
-O que foi? -Perguntei quando ele parou de se mover sobre mim.
-Você é linda. -Murmurou e sorriu -Amanhã eu quero te mostrar uma coisa depois da aula.
-Ah, isso não é hora para discutir essas coisas, Jefferson! -Reclamei e voltei a puxa-lo com as pernas, mas isso só fez com que ele risse mais.
-Sim, é. -Falou e começou a se afastar.
-Onde você vai?
-Em lugar nenhum.
Deixei ele se levantar e ficar sentado, um pouco longe demais. Qual é o problema desse homens ultimamente?
-Jefferson... -Comecei a falar em uma voz chorosa, mas ele me cortou:
-Alicia, eu te quero e quero muito, desde o dia em que te vi na sala... Mas você entende se eu disser que te quero diferente do jeito que você e o Jonathan ficaram, não é?
Franzi as sobrancelhas e me sentei, contra-vontade. Será que é tão difícil fazer esse homem transar comigo?
-Do que você está falando?
-Eu já disse que quero um relacionamento diferente...
-Isso é diferente, Jefferson. -Interrompi, impaciente.
-Eu sei. Mas quando eu disse isso, eu não quis dizer diferente só do fato de você ser aluna e eu professor.
-Eu sei. Você quis dizer também sobre as regras e sobre ninguém poder saber.
Ele sorriu e eu revirei os olhos. Meu Deus, eu só quero transar!
-Não. Quero dizer, também... -Ele passou o polegar na minha bochecha e nos meus lábios -Quero impor mais um regra.
Ok, eu desisto! Ele quer conversar, vamos conversar.
-Eu não te toco e você não me toca até você completar dezoito.
-O que!? -Falei alto demais e nós dois olhamos para a porta -Você sabe que eu não sou virgem. -Não foi uma pergunta, isso saiu mais como uma acusação, oque o fez sorrir ainda mais.
-Sim, eu sei e saiba que eu estou louco para tocar em você. -Ele suspirou e deixou as mãos caírem no colo. -Quando você faz aniversário?
Revirei os olhos e me levantei... Eu nem podia acreditar...
-Dia vinte e um de Abril. -Murmurei enquanto olhava pela janela.
-Até lá nós podemos nos virar com outras coisas. -Olhei para ele se levantando da cama e indo até a mim na janela.
-Que coisas? -Perguntei, ainda a contra-gosto.
Ele passou os braços pela minha cintura e me puxou para ele. Ok, eu não estou mais emburrada. Era fácil Jefferson me convencer a alguma coisa ainda mais quando as minhas pernas idiotas tratavam de fraquejarem pelo seu toque e o meu coração se assanhar todo pelo seu sorriso.
-Podemos nos conhecer melhor. Eu te conto um pouco sobre mim... Você me conta sobre você... -Ele mordiscou minha mandíbula e fechei os olhos para apreciar. Oh, que paraíso!
-Você topa? -Perguntou como se eu tivesse opção. Eu acho que naquele momento se ele me mandasse pular pela minha janela eu o faria... Era uma sensação única ter seus lábios roçando a minha pele e eu não trocaria nada por aquilo.
-Sim. -Balbuciei mordendo os lábios. Ele começou com beijos suaves na minha clavícula e foi subindo ao longo do meu pescoço até chegar no lóbulo da minha orelha. Mas ele parou por aí... Jefferson se afastou e voltou a se ajeitar na cama, me convidando a sentar em seu colo.
-Vem, me conte sobre a sua mãe... -Como uma pessoa pode desconversar tão rápido assim? Sorrindo, me ajeitei entre suas pernas e deixei ele acariciar meus cabelos. Eu me sentia bem para conversar sobre Soraya com ele, então comecei a contá-lo sobre hoje de manhã... Talvez eu estivesse fazendo tudo errado. Talvez isso fosse uma loucura e não desse certo, mas cada segundo em que eu pudesse estar sendo tocada por ele ou até mesmo dividindo um mínimo espaço com ele, seria meu novo melhor lugar. Ele ganhou um espaço na minha vida, querendo ou não, ele já é parte dela... No futuro, caberá a nós decidirmos oque acontecerá e ele sempre será a minha escolha... Eu só não queria nem pensar em admitir ainda que eu estava apaixonada... No meu aniversário talvez eu já admita, mas por enquanto... Eu apenas gosto dele. Um sentimento bom, quente e forte e eu gosto de pensar assim, mesmo que tudo seja tão recente...

Pessoal, oi! Demorei? Desculpa... Esse capítulo foi uma luta para ser postado, nem conto hahaha Enfim, espero que tenham gostado. Se sim comentem, se não comentem também, ok? Deixem nota para mim, por favor... Amo vocês, muito! <3
Obs: Leiam o aviso depois desse capítulo, é muuuito importante, por favor, ok? Beijos e queijos... :*

Sr. ProfessorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora