CAPÍTULO 6

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Eu já não tinha paciência, esperar duas horas por um vôo que parecia não chegar nunca era o fim da linha!
Depois de todo esse tempo, finalmente embarquei. Eram quase seis da manhã e estava predestinado a chegar às nove. Por um lado me arrependi de querer ir no meio da semana, eu perderia matéria e ganharia duas faltas pelos dois dias faltados da semana. Mas eu estava tão feliz em ver meu pai e irmão que eu nem estava pensando muito nisso, iria valer a pena.

Me ajeitei no banco do avião e fechei os olhos depois de uma breve verificada no lado de fora. Eu esperava mesmo que tudo desse certo, odiava andar de avião, ainda mais em tempos fechados como esse. Logo o sono me pegou e esqueci esse mínimo medo. Ao acordar, obviamente já estaria chegando...

A sala estava tão vazia e espessa. Não havia alunos e nem móveis, apenas eu e o quadro. Tinha apenas uma porta estreita no canto da sala. Nesse momento eu duvidava ser a minha sala de aula... Me assusto quando alguém toca meu ombro...

-Professor? -Minha voz sai em um eco enquanto observo meu professor. Ele esta sem camisa e isso cria algo a mais em mim... Alguma coisa está errada.

Fecho os olhos por um momento quando ele trás seus dedos longos e firmes até meu rosto e os arrastam até minha mandíbula. Não, isso não está certo.

-Alicia. -Me viro rapidamente e franzo as sobrancelhas. Uma sensação de dor em mim. Jefferson está agarrado a uma garota... Sou eu? Não, não pode ser.

Aperto os olhos para clarear a mente e quando volto a abri-los, tenho vontade de morrer. A minha mãe? Não, não pode ser a minha mãe...

-Você é linda alicia. Mas ela é o meu coração. Sempre será ela. -A voz de Jefferson sai rouca e distante. Porque eu estaria chorando pelo meu professor?

-Srta? -Abro os olhos e tento acalmar o meu coração. Alivio me domina quando percebo que foi um sonho. Porque sonhei com minha mãe e o meu professor? Minha vontade foi de rir, mas diante dos meus olhos havia um homem com uma bandeja de água nas mãos. Sorri em agradecimento e peguei uma garrafinha. Ele se afastou e me ajeitei na cadeira, passando as mãos na testa para enxugar as gotas de suor formuladas pelo sonho. Sonho não, pesadelo. Paro o mesmo homem quando ele passa ao meu lado e me informo das horas. Acho que acordei em uma boa hora, o avião já estava pousando.

***

Sinalizo e um táxi para ao meu lado. Eu não sabia nada sobre aquela cidade então esperava que o taxista me levasse direto a casa do meu pai, no endereço que estava escrito no papel que lhe entreguei. Ele me ajudou a colocar as malas no porta-malas e, depois de entrar no táxi, começou a dirigir. Meu coração estava como pipoca em uma panela quente. Eu não sabia como me acalmar, acho que isso só aconteceria quando eu finalmente os visse.

Depois de uns vinte minutos dirigindo para longe do aeroporto, o taxista parou o carro e me ajudou a colocar as malas para fora. Agradeci e ele se foi, me deixando sozinha em uma cidade desconhecida. Liguei meu celular e disquei o número do meu pai, enquanto me ajeitava sentada na calçada. Eu espero que ele fique feliz! Ele atendeu rapidamente e me vi rindo sem nem mesmo esforçar.

-Ei, Alicia! -Sua voz estava arrastada, como se tivesse acabado de acordar.

-Eu te acordei? -Perguntei, incerta.

-Não, eu já estava me levantando. Aconteceu alguma coisa?

Sorri e respirei fundo.

-Sim... Eu estou sozinha em uma cidade desconhecida de frente a um bar também desconhecido. Pode vir logo me buscar?

A linha ficou muda e esperei pacientemente por uma reação dele. Quando veio, era histérica e engraçada:

Sr. ProfessorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora