Sr. Professor

By KetieOliveira

1.9M 101K 34.5K

Alicia é a típica nerd que faz o último ano do ensino médio. Sua meta é se formar e ir para uma faculdade de... More

APRESENTAÇÕES
CAPITULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16 -Regras
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
LEITORES!
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
Retirado

CAPÍTULO 6

67.8K 3.7K 584
By KetieOliveira


Eu já não tinha paciência, esperar duas horas por um vôo que parecia não chegar nunca era o fim da linha!
Depois de todo esse tempo, finalmente embarquei. Eram quase seis da manhã e estava predestinado a chegar às nove. Por um lado me arrependi de querer ir no meio da semana, eu perderia matéria e ganharia duas faltas pelos dois dias faltados da semana. Mas eu estava tão feliz em ver meu pai e irmão que eu nem estava pensando muito nisso, iria valer a pena.

Me ajeitei no banco do avião e fechei os olhos depois de uma breve verificada no lado de fora. Eu esperava mesmo que tudo desse certo, odiava andar de avião, ainda mais em tempos fechados como esse. Logo o sono me pegou e esqueci esse mínimo medo. Ao acordar, obviamente já estaria chegando...

A sala estava tão vazia e espessa. Não havia alunos e nem móveis, apenas eu e o quadro. Tinha apenas uma porta estreita no canto da sala. Nesse momento eu duvidava ser a minha sala de aula... Me assusto quando alguém toca meu ombro...

-Professor? -Minha voz sai em um eco enquanto observo meu professor. Ele esta sem camisa e isso cria algo a mais em mim... Alguma coisa está errada.

Fecho os olhos por um momento quando ele trás seus dedos longos e firmes até meu rosto e os arrastam até minha mandíbula. Não, isso não está certo.

-Alicia. -Me viro rapidamente e franzo as sobrancelhas. Uma sensação de dor em mim. Jefferson está agarrado a uma garota... Sou eu? Não, não pode ser.

Aperto os olhos para clarear a mente e quando volto a abri-los, tenho vontade de morrer. A minha mãe? Não, não pode ser a minha mãe...

-Você é linda alicia. Mas ela é o meu coração. Sempre será ela. -A voz de Jefferson sai rouca e distante. Porque eu estaria chorando pelo meu professor?

-Srta? -Abro os olhos e tento acalmar o meu coração. Alivio me domina quando percebo que foi um sonho. Porque sonhei com minha mãe e o meu professor? Minha vontade foi de rir, mas diante dos meus olhos havia um homem com uma bandeja de água nas mãos. Sorri em agradecimento e peguei uma garrafinha. Ele se afastou e me ajeitei na cadeira, passando as mãos na testa para enxugar as gotas de suor formuladas pelo sonho. Sonho não, pesadelo. Paro o mesmo homem quando ele passa ao meu lado e me informo das horas. Acho que acordei em uma boa hora, o avião já estava pousando.

***

Sinalizo e um táxi para ao meu lado. Eu não sabia nada sobre aquela cidade então esperava que o taxista me levasse direto a casa do meu pai, no endereço que estava escrito no papel que lhe entreguei. Ele me ajudou a colocar as malas no porta-malas e, depois de entrar no táxi, começou a dirigir. Meu coração estava como pipoca em uma panela quente. Eu não sabia como me acalmar, acho que isso só aconteceria quando eu finalmente os visse.

Depois de uns vinte minutos dirigindo para longe do aeroporto, o taxista parou o carro e me ajudou a colocar as malas para fora. Agradeci e ele se foi, me deixando sozinha em uma cidade desconhecida. Liguei meu celular e disquei o número do meu pai, enquanto me ajeitava sentada na calçada. Eu espero que ele fique feliz! Ele atendeu rapidamente e me vi rindo sem nem mesmo esforçar.

-Ei, Alicia! -Sua voz estava arrastada, como se tivesse acabado de acordar.

-Eu te acordei? -Perguntei, incerta.

-Não, eu já estava me levantando. Aconteceu alguma coisa?

Sorri e respirei fundo.

-Sim... Eu estou sozinha em uma cidade desconhecida de frente a um bar também desconhecido. Pode vir logo me buscar?

A linha ficou muda e esperei pacientemente por uma reação dele. Quando veio, era histérica e engraçada:

-Oh, Deus! Como... Como assim? Você... Está...?

-Sim, pai. Eu vim ver vocês.

-Eu nem acredito! Como... Quando...?

-Pai, -Eu ri -Vem logo me buscar e falamos disso no caminho.

Eu passei mais ou menos o lugar onde eu estava sentada e ele disse que estaria ali em cinco minutos. Possivelmente sua casa era perto.

***

Depois de quase uma hora trocando abraços e beijos, meu pai me levou para casa. Sim, eu podia chamar sua casa de minha casa também. Era tão bom estar em um lugar onde se tem certeza que você se encaixa lá. E eu me sentia assim em relação a ele... Em compensação, a minha mãe...

Ele disse que Bernardo estaria na casa da vizinha, e estava. Meu irmãozinho era o bebê mais lindo que já tinha visto. Apesar de ter quatro anos, ele era pequeno e achatado, como uma bolinha de neve. Ele me estranhou no começo, mas os minutos que passei tentando conquistar meu espaço, valeu a pena. Bernardo não desgrudava mais de mim.

-Você sabe falar Alicia? -Perguntei e ele riu.

-Eu sou grande. Eu sei falar. -Ele disse se embolando um pouco entre um "R" e um "L".

É claro que é. Abafei um riso quando o meu pai pegou ele do meu colo e o colocou no chão. Era tão estranho ter contato com criança que eu nem parecia ter um irmãozinho.

Quando Bernardo foi brincar, eu e meu pai nos sentamos no sofá e conversamos sobre quase todos os assuntos existentes para uma adolescente de dezessete anos e um pai afastado de quarenta. Não pude mais esperar, eu queria saber sobre a minha mãe, apesar de ter medo de perguntar. Depois que Jefferson me disse para eu tentar conversar com ela, eu ando pensando muito nisso. Na verdade, isso é o que eu mais penso ultimamente.

-A Soraya já chegou de viagem? -Perguntei, um pouco hesitante. Ele abaixou os olhos para o copo de suco e respirou fundo. Fiquei me perguntando se ele ainda sentia algo, era pouco provável depois de tudo o que ela fez.

-Não. A última vez que nos falamos, ela disse que tinha uma coisa para resolver. Ela não disse que coisa, mas não é difícil de imaginar.

-Oh. -Eu disse. Eu sei que coisa era: Dar uma pequena visita para "filha". Suspirei e me levantei, recolhendo o copo de suco e a vasilha de pipoca.

Depois de lavar e secar, voltei para a sala e fiquei deitada no colo do meu pai por uns dez minutos. Eu estava cansada e ficaria ali por quatro dias, então decidi ir para o "meu quarto" dormir um pouco. Dei um beijo no meu pai e passei no quarto de Bernardo. Ele dormia feliz e com vários brinquedos a sua volta. Sorri e, depois de lhe dar um beijo rápido, subi para o quarto.

Tomei um banho e troquei de roupa. Quando me deitei e olhei meu celular, haviam cinco mensagens. Uma da minha tia e quatro de Mayra. Abri primeiro a da minha tia:

"Oi querida! Já chegou? Como vai? Mande uma foto do Bernardo e mande lembranças ao Afonso por mim e o seu tio. Quando estiver descansada, ligue para nós. Amamos você, beijos."

Suspirei e digitei um texto rápido dizendo que cheguei bem e que depois que acordasse eu ligaria.
Depois abri as mensagens de Mayra:

_"Oi, já chegou? Me liga, hein!"

_"Ainda não chegou? Deus! Esse avião caiu?"

_"Estou achando que você está me ignorando... Liga pra mim quando pisar fora do avião. Amo você!"

_"Já são quase dez. Sério mesmo que você não chegou? Quero explicações... >:("

Sorri e decidi que ela iria esperar mais. Santo Deus! Ela era incrível. Eu poderia muito bem ligar quando acordasse e explicar que tinha caído no sono. Ela entenderia...

Deixei o celular de lado e me aconcheguei em baixo dos lençóis quentes e macios. Eu estava pronta para um sono daqueles que parecem estado de Coma.

***

Meus dias na casa do meu pai foram os mais divertidos. Eu e meu pai levamos Bernardo para jogar boliche e depois comemos tacos. Fomos ao cinema, fomos a sorveteria, andamos de patins e skate, fazemos passeios de bicicleta e até piqueniques para relembrar os velhos tempos. Eu nem mesmo tinha percebido que o próximo dia já era domingo e que eu iria voltar para a minha rotina. Eu não queria e isso parecia até ignorância, mas ignorei todas as mensagens e ligações feitas pelos meus tios e por Mayra. Umas fotos e umas mensagens na sexta feira já foi o bastante e eu estava ali para aproveitar meu pai e meu irmão, e o fiz.

Infelizmente Soraya ligou e avisou ao meu pai que estaria em casa domingo de manhã, ou seja, amanhã cedo. Eu não deixaria ela estragar meu passeio ali, então marquei o vôo de volta às três da tarde. Eu estava disposta a evitá-la todo esse tempo.

Depois de voltar de um parque no centro da cidade às onze da noite, dei um beijo em Bernardo e no meu pai e fui me deitar. De todo meu tempo ali, o domingo seria o mais dificil.

ACORDEI com vozes vindo da cozinha. Eu sabia de quem era a voz melosa e enjoada e quis morrer por isso. A essa hora, Soraya já sabia que eu estava ali e isso era o inferno!

Me arrastei para o banheiro e fiz minha higiene matinal. Depois de me vestir com legue e moletom, calcei minhas sapatilhas e respirei fundo antes de descer as escadas lentamente. Senhor, me dê forças!

Atravessei a porta da cozinha e um nó se fez no meu estômago. Era ela, a minha mãe diante dos meus olhos. Eu nem parecia ter visto ela a tão pouco tempo; Parecia anos! Levantei a cabeça e passei por ela, dando um beijo no meu pai e pegando uma maça.
-Alicia? -A voz de Soraya veio como um sopro nos meus ouvidos e eu me arrepiei. Engolindo em seco, sorri para o meu pai.

-O pequeno Bernardo já acordou? Eu quero levá-lo para um passeio antes de voltar pra casa. -Apesar da minha voz estar firme, eu estava em pedaços por dentro. Deus, que ela não tente falar comigo! Acho que se ela tentasse muito eu ia desmoronar na frente dela e do meu pai e eu não queria isso.

-Oh, sim... Ele deve estar brincando lá em cima.

Assenti e caminhei para fora da cozinha. Não fui muito longe. Minha mãe segurou meu braço e me fez virar de volta para ela. Olhei para o chão para que Soraya não percebesse o quão insegura eu estava por dentro.

-Eu sinto sua falta, Alicia. Não faça isso.

-Fazer o que? -Tomei coragem e fitei seus olhos grandes e verdes brilhando para mim. Aquele meu sonho estava de volta diante dos meus olhos e balancei a cabeça para esquecer, esse não era o momento para eu lembrar de sonhos indesejáveis. -Eu... Não tenho tempo para isso, Soraya. -Eu disse e me virei, mas ela me segurou novamente.

-Quando você vai acreditar que eu mudei? -Sua voz parecia sincera, mas eu me recusava a escutar. Não era lá uma simples coisa tentar ouvi-la. Isso doía, e muito.

-Não sei... -Dei de ombros e me soltei de seu aperto -Talvez nunca. -Me virei para andar novamente, mas parei e girei nos calcanhares. -Vem cá e me diz uma coisa... -Parei a centímetros de seu rosto e juntei forças para olhar dentro de seus olhos. -O Bernardo consegue te chamar de mãe mesmo com você a maior parte do tempo longe, ou ele se convence de que o meu pai é o pai e a mãe dele, assim como eu penso?

Quando vi que ela não ia responder porque estava processando o que eu disse, eu me afastei e dei de ombros.

-Pois é. Já pode voltar para a sua vida agora. Alguém aqui já faz seu papel. -Murmurei e subi as escadas como se uma faca estivesse atravessada no meu peito. De qualquer forma, sempre era assim quando a minha mãe estava por perto. Seja em sonho ou não, no final, eu sempre sinto como se uma faca estivesse atravessada no meu peito.

Em vez de ir para o quarto de Bernardo, entrei no meu e tranquei a porta. Eu precisava falar com Mayra. Disquei o número dela e esperei impacientemente para ela atender.

-Ah, a fada decidiu ligar! -Sua voz era calma, mas ameaçadora -Que porra te aconteceu que não quer falar comigo?
-Mayra...

-Você leu as minhas mensagens?

-Mayra...

-Não, espera. Você sabe o que eu tenho para te contar?

-Mayra, eu...

-É uma coisa que você deve me explicar. Acredita que o pro...

-Mayra! -Esperei a linha ficar muda e continuei -A minha mãe está aqui e eu não sei o que fazer.

Mais uns segundos de silêncio e ela respirou fundo do outro lado da linha.

-Aquela sua mãe bruxa? -Revirei os olhos e, antes que eu respondesse, ela continuou -Olha, se você quer falar com ela, tudo bem. A escolha é sua e essa vontade deve vir do coração... Mas espera mais um pouco. -Ela suspirou e eu esperei -Já sei! Você vai dizer a ela que tem que provar que realmente mudou...

-Não! -Interrompi -Eu não vou fazer isso. Eu não quero conversar com ela, não agora. Minha cabeça precisa de um tempo.

-Por que você me ligou se já sabia que não ia ouvir meus conselhos?

Parei um pouco e processei aquilo. É, de fato eu sabia que eu não ouviria os conselhos estúpidos dela.

-Eu só precisava te ouvir. -Eu disse em um suspiro. -Vai, conta o que você tinha que me contar.

-Desculpa mesmo não poder ajudar, Alicia.

-Não, tudo bem. Agora conta, vai.

Ouvi um suspiro e um riso no outro lado da linha e sabia que, oque quer que seja, seria uma maravilha para ela me contar.

-Sabe o nosso glorioso professor? -Franzi as sobrancelhas e esperei novamente -Eu não sei porque merda de motivo, mas ele me encheu de perguntas sobre você.

-Oque? Que tipo... Que tipo de perguntas?

-Ah, sei lá... Onde você se meteu, porque não avisou a ele...
-Sério? -Bufei. Isso era no mínimo engraçado.
-Calma, garotinha, ainda tem a melhor parte. -Obviamente Mayra fez um suspense de propósito e me segurei para não parecer ansiosa. -Ele me pediu o seu número.

Espera, como mesmo se respira?
O meu professor, que eu conheço a nem um mês, pediu o meu número e, aparentemente, se preocupou comigo? Eu acho que perdi alguma coisa...

-Mayra, agora eu tenho que ir.

-Não, espera... Me conta o que eu não sei.

-Não tenho nada pra contar. Beijos e até logo.

Desliguei o celular antes que ela impedisse e o joguei em cima da cama. Santo Deus! Alguma coisa estava acontecendo e eu simplesmente não sabia o que. Olhei para o celular e o peguei de volta, enfiando no bolso do moletom. A qualquer momento ele me ligaria e eu estava doida para saber o porquê ou pelo quê.

Continue Reading

You'll Also Like

663K 10.5K 10
Sejam bem - vindos, obrigada por escolher esse livro como sua leitura atual. Nesse livro contém várias histórias, e cada capítulo é continuação de um...
11.4K 1.1K 64
Um dia, nem que seja por um momento todos nós vivemos um clichê. E quem não já se encantou pelo garoto ou garota da escola, o gostosão popular, aquel...
10.3K 364 1
Alex Fox tem 17 anos e é filha de um mafioso perdedor que acha que sua filha e irmãos devem a ele, Ele acha que eles tem que apanhar se acaso algo es...
434K 26.3K 44
Luana é aquela típica menina marrenta, autêntica, nervosa e esquentada. Gustavo é o tipo que adora provocar e não deixa passar uma, mas para o azar d...