Insensato Amor

By andressarbs123

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Série irmãs Beaumont - Livro 3 Arabella é a filha mais nova das três princesas do reino de Beaumont, sendo co... More

Epígrafe
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capitulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capitulo XLIII
Epílogo
Agradecimentos
Spin-off?❤️

Capítulo XL

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By andressarbs123


Me acomodei nas costas amplas do pégaso, sentindo uma mistura de excitação e nervosismo tomando conta de mim. O pelo macio entrou em seus dedos. Se eu já não era boa em andar em um cavalo comum, veja lá em um que voava.

— Tem certeza disso, estrela? — Harry continuou segurando a minha mão após ter me ajudado a subir. — Você terá que segurar firme.

— Não precisa se preocupar, eu estou confiante.

— Você ainda não sabe mentir, meu bem. — ele sorriu, beijou a minha mão e foi em direção ao pégaso que o esperava.

Aland já estava montado no dele, mas ambos pareciam não ter se dado muito bem.

— Queremos ir até aquela montanha mais alta. — falei baixo ao meu cavalo de asas, apertando os olhos. — Não me deixe cair.

Ele respondeu com um barulho que me acalmou, apenas por um mísero instante. Com um batimento cardíaco acelerado, o pégaso se preparou para decolar, suas asas batendo contra o ar com uma força que me deixou sem fôlego. Logo, estávamos no ar, elevando-nos em direção às nuvens.

O vento frio e os flocos de neve chicoteavam meu rosto, fazendo com que meus cabelos voassem atrás de mim. Abaixei meu olhar para o mundo lá embaixo. Era uma visão de tirar o fôlego. Em ambos os sentidos.

Cada movimento do pégaso era fluido e gracioso, como se estivéssemos dançando juntos nos céus. Eu me senti viva, vibrante, como se pudesse conquistar qualquer desafio que o mundo lançasse em meu caminho. Eu estava mesmo voando! Minhas irmãs morreriam se eu contasse isso a elas.

Enquanto voávamos mais alto, uma sensação de serenidade e paz interior se instalou em meu coração. Eu me senti conectada não apenas ao pégaso, mas também ao próprio céu, como se fosse parte de algo maior e mais significativo do que eu mesma.

Tudo começou a fazer sentido, como se cada sofrimento que eu passasse precisasse me levar até ali, a viver uma aventura que eu jamais pensei que viveria. Era aterrorizante e excitante, ao mesmo tempo.

Percebi que eu era pequena em relação ao mundo, e que eu nunca mais seria a mesma. Eu sabia que levaria comigo as lembranças deste momento, gravadas em minha mente como uma tapeçaria de sonhos, para sempre.

Como se soubesse exatamente onde pousar, os três pégasos pararam juntos, na base da montanha. Os agradeci, um por um, com um beijo em seus rostos, e os vi desaparecer no horizonte. Harry e Aland pareciam tontos pelo voo. Acho que ambos não tiveram a mesma boa experiência.

— Eu nunca mais subo em um bicho desse. — Harry disse, apoiando um braço na árvore.
Aland vomitou.

— Eles não gostaram de mim.

— Não sejam dramáticos.

Fiquei sem fôlego ao ver a árvore que Harry escorara. Os galhos brancos e secos. Era exatamente a mesma do desenho da parede.

— É aqui! O próximo desenho! — sorri, tocando os galhos. — E agora, o que será que devemos fazer?

— A próxima figura era de um homem. — Aland ponderou, respirando fundo. — Talvez deva ter alguém que more aqui perto.

— Acho difícil. — Harry olhou ao redor. — Não tem nada a quilômetros.

Abracei meu próprio corpo, confusa em como prosseguir. O frio estava ainda mais severo.

— Talvez não alguém vivo. — Aland andou por detrás da árvore. — Venham ver.

Harry segurou a minha mão e seguimos o olhar dele, até encontrar uma pilha de ossos humanos. Senti meu estômago revirar.

— Agora eu fiquei enjoada.

— Nosso futuro se continuarmos aqui por mais tempo. — Aland se agachou no gelo, desanimado.

— Tem que haver uma saída. Eu sinto que tem algo aqui. — avaliei a árvore com mais cuidado, até encontrar uma marca que parecia ser de uma mão.

— Bella, não toque aí...

Foi tarde demais. Como todo aviso que eu quebrava antes de escutar, as consequências vieram e um enorme buraco se abriu no chão e nos engoliu, como uma espécie de neve brusca movediça. Escorregamos, aos gritos, até sentir uma parede de gelo enorme nos parar. Nos assustamos ao ver Aland para trás, como se estivesse segurando uma barreira invisível.

— Aland!

— Eu não consigo passar. — ele bateu com força no ar, e soltou os ombros. — Aqui está cheio de magia, algo não quer me deixar entrar.

— Por que eu e Harry passamos?

— Talvez só humanos consigam. — ele me olhou, triste. — Podem seguir sem mim, o Cristal deve estar aqui. Tentarei encontrar outra entrada.

— Tenha cuidado.

— Vocês também. — ele assentiu, e andou pelo caminho oposto. Retirando os sapatos, ele conseguiu não escorregar no gelo íngreme com as escamas da sola dos pés.

— Vou ter você só para mim em uma caverna escura? Ah, estou profundamente triste.

— Harry! — o empurrei e ele me abraçou, enquanto continuamos o caminho.



Depois de muito tempo andando sem saber o destino, o que era romântico se tornou um pouco assustador. Eu e Harry estávamos perdidos. Parecíamos estar andando em círculos.

A sala era translúcida, e não tinha absolutamente nada nela a não ser os nossos reflexos. Em algum momento, por um mísero segundo as nossas mãos se soltaram, e quando eu me virei, ele não estava em lugar algum.

— Harry?

— Bella! — o eco da resposta pareceu ter vindo de muito longe.

Consegui enxergar um reflexo do seu cabelo, mas quando andei até ele, dei de cara com um gelo cristalino. O medo começou a apertar o meu coração.

— Harry! Onde você está?

— Estou aqui!

— Aqui onde?

— Aqui! Eu não sei explicar. Ande para o Norte.

— Eu não sei onde é o Norte! — senti minhas mãos tremerem. Ao meu lado, uma estalactite afiada caiu.

— A direção iluminada! Ande até ela.

Olhei ao redor, angustiada ao perceber que a qualquer movimento outro pedaço afiado de gelo poderia me empalar, e andei trêmula e cuidadosamente, um passo após o outro, até a direção que realmente parecia mais iluminada. Eu não tinha visto ela ali antes.

Quando entendi de onde vinha a luz, fiquei paralisada. Era, literalmente, uma câmara do tesouro, repleta de diamantes que brilhavam tanto ao ponto de incomodar os olhos. Harry estava ajoelhado no meio delas, tentando colocar o máximo que podia nos bolsos.

— Ah, que bom que me achou. Vamos, estrela, vamos pegar o máximo que conseguirmos!

A estranheza da situação foi como um soco no estômago. Os olhos dele brilhavam com uma adoração genuína aos diamantes.

— Não acho que podemos, Harry, não é nosso. Viemos procurar o Cristal.

— E perdemos uma chance dessa? Veja, está aqui, ninguém usa, podemos sair da cabana e eu comprarei um reino inteiro apenas para nós dois. Me ajude a levar.

— Harry, isso pode ser uma armadilha. Nada vem de graça. — olhei, com medo ao redor. — Podemos nos machucar.

O aperto no peito aumentou quando ele continuou agarrando os diamantes. Ele não colocaria a nossa vida em risco. Talvez, uma parte de mim dizia que o antigo Harry que perdeu o dinheiro do meu dote em apostas seria fortemente tentado a fazer isso, mas o Harry que se pôs a morrer por mim, não. Eu acreditava nele.

Dei um passo para trás, confusa entre a razão e a visão. Ele pareceu perceber que eu me afastei, e me olhou com raiva nos olhos.

— Não seja tola, pegue os diamantes. Agora!

— Você não é o Harry.

Instantaneamente, o rosto dele se transfigurou em uma criatura careca branca de dentes afiados e garras de águia. Gritei quando ele saltou e senti gelo estourar.

Era uma miragem. Uma miragem terrivelmente assustadora. Corri para longe vendo os diamantes derreterem como uma visão.

Escutei a voz de Harry me chamar novamente.

— Bella!

Meu corpo estremeceu. E se não fosse ele de novo? Eu poderia cair em outra armadilha. Lágrimas frias rolaram pelo meu rosto enquanto eu me via refletida nas paredes de gelo.

— Bella!

Os gritos continuaram. Eu não sabia se devia responder, mas como continuaria ali sozinha? E se fosse a voz dele de verdade dessa vez? Eu precisava arriscar.

— Eu estou aqui! Siga a minha voz!

Me lembrei do dia da chuva. O meu coração batia de forma descompassada, e o tremor em minhas mãos era o mesmo. Fechei os olhos, tentando não me confundir com tantos espelhos e tentei usar a nossa conexão e andar até a voz dele.

Tentei afastar o medo e a ansiedade, e focar na sensação que o toque dele me causava. Na forma como ele me beijava, e em como o peito dele subia e descia quando ele me chamava de estrela. Em algum momento, a lembrança se tornou física, e eu senti os lábios dele encontrando os meus.

Foi como encontrar água no deserto. O alívio encheu os meus pulmões quando senti ele me tocar e me tomar para si. Quando finalmente conseguimos nos olhar, percebi que ele estava ferido.

Ele me contou que caiu em uma armadilha e várias pontas de gelo o perfuraram em um caminho sem saída. Os cortes eram superficiais, mas ainda assim me deixaram preocupada.

Quando foi a minha vez de contar, por um momento, pensei em deixar de lado a parte da miragem parecida com ele, mas percebi que não tinha mais espaços para esconder nada em nossa relação. Harry segurou a minha mão quando terminei, e pousou a testa na minha.

— Eu não te trocaria por diamante algum nesse mundo, estrela. Jamais sinta medo de que algo assim aconteça.

— Eu sei. Te contei porque quero que saiba que sei. — sussurrei, sentindo ele me abraçar.

Um tremor repentino surgiu no chão e no teto, fazendo mais estalactites caírem ao chão.
Não sabíamos para onde correr, pois tudo começou a despencar. Harry tentou
me proteger me abraçando contra o seu peito até que o tremor terrível parou e duas portas grandes de gelo surgiram no meio da sala, sem absolutamente nada por trás.

A regra parecia clara.

— Antes de você me dizer que precisamos entrar por uma dessas portas que parecem oferecer evidentemente algum risco à vida, tem algo importante que eu preciso te perguntar.

— O que?

As portas começaram a se tornar opacas, pouco a pouco, como se houvesse algum tipo de tempo que estivesse correndo.

— Vão desaparecer. Pode ser a nossa única chance. — puxei Harry. Ele pareceu desistir de falar. — Qual escolhemos?

— Não faço ideia, estrela.

A opacidade aumentou. Harry, parecendo observar a angústia da minha indecisão, abriu a maçaneta da esquerda e me puxou pela mão, até que os nossos dedos se soltaram abruptamente. Tentei entrar com ele, mas foi como empurrar uma parede, até que a porta desapareceu.

Gritei pelo seu nome sentindo o medo de perdê-lo me consumir por inteiro, até que abri a porta direita no impulso e fui sugada por ela.


Queridos leitores reais da Vermênia, estão gostando da aventura?

Eu tenho uma notícia muito importante a dar que vocês não estão preparados para ouvir:

Insensato Amor está na reta final.

E acalmem o coração porque as notícias não terminaram: os três últimos capítulos e o epílogo saem na sexta feira. ❤️❤️❤️

Eu sei que tenho leitores aqui que estão acompanhando a história desde quando comecei a postar em julho do ano passado, e eu agradeço a cada uma pela paciência e pelo amor à história da nossa Arabella. Afinal, é o último livro da saga! (Eu também estou emocionada).

Obrigada por lerem, comentarem e me acompanharem até aqui. Aguardo as reações de vocês na sexta, beijos de luz da autora de vocês 💡

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