Capítulo VI

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O caminho de volta foi pior do que o de ida. Escutar os morcegos voando era um maior deleite aos meus ouvidos do que ouvir Harry tentando puxar conversas inúteis para tentar normalizar as coisas.

Claramente, todas as tentativas dele foram falhas. Quando chegamos à cabana, fechei a porta do quarto em sua face. Ele começou a bater.

— Meu bem, por favor, abra. Está agindo de forma imprudente e imatura.

— Imprudente e imatura?! — gritei, abrindo a porta do quarto. — O senhor é o pior dos cretinos, Duque Harry! Se é que ainda posso lhe chamar de Duque, já que também é o pior dos mentirosos e possui o título apenas por enfeite.

— Posso saber o motivo? O que fiz para deixá-la tão enfurecida? — o peito dele subia e descia de forma rápida.

— Não sabia que o senhor era tão burro dessa forma.

— Todo esse insulto é por causa da Glenda? Bella, foi ela que sentou em meu colo, eu não coloquei ela lá! E mesmo se tivesse colocado, nós temos um acordo. Você disse que não se importava e eu informei que permaneceria com as minhas atividades... externas.

— Pois permaneça com as suas atividades quando eu não estiver presente! É uma extrema falta de respeito e de decoro. Como se não fosse o bastante, você permitiu que eu fosse insultada e deixou como estava.

— Se eu dissesse que éramos casados, eu não poderia me aproximar de outras mulheres. Seria muito pior se espalhassem que eu traio a minha própria esposa. É temporário, não havia necessidade de espalhar a notícia para toda a vila!

— Pois bem, deixe como está. — fechei a porta na face dele novamente.

— Por que sinto que estou em uma briga de casados se este nem é um casamento verdadeiro? — ele murmurou. Meu queixo foi ao chão.

Ele bateu novamente.

— Bella... me perdoe. Fui um tolo, não agirei mais dessa forma quando estivermos juntos. Por favor, peço que considere o meu pedido. Não podemos morar na mesma casa sem nos falarmos.

Não o respondi. O ouvi suspirar do outro lado da porta, e sair. Engoli em seco e retirei o vestido e o corpete, ficando apenas com uma camisola.

Me deitei na cama, me afundando nos lençóis novos que eu havia trocado. Para sempre seria grata à Jude por ter mandado uma mala reserva caso eu sentisse falta de minhas cobertas.

Fechei os olhos, pensando no que Tiana havia me falado. A história dele não justificava. Eu não deveria perdoá-lo. Eu não me importava que ele fosse só no mundo e que tivesse perdido a mulher que amava a pouco tempo atrás. Ele, provavelmente, merecia tudo que estava passando.

Abri os olhos, me sentindo horrível por ter pensado dessa maneira. Como eu podia ser tão insensível e esquecer uma coisa dessa? Eu não podia julgar a dor de ninguém. Se era essa a forma como ele vivia, não era da minha conta.

Eu havia concordado com ele sobre o casamento de mentira e não havia questionado quando ele disse que procuraria outras mulheres. Nós não possuímos nenhum tipo de relação e, em breve, tudo acabaria.

Senti o sono chegar e me rendi aos poucos, planejando formas melhores de não agir como uma esposa.

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Insensato AmorOù les histoires vivent. Découvrez maintenant