Insensato Amor

Bởi andressarbs123

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Série irmãs Beaumont - Livro 3 Arabella é a filha mais nova das três princesas do reino de Beaumont, sendo co... Xem Thêm

Epígrafe
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capitulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capitulo XLIII
Epílogo
Agradecimentos
Spin-off?❤️

Capítulo XXIV

637 90 32
Bởi andressarbs123


Passei o dia sendo lavada e esfregada como uma boneca que não tem voz ou vida. O casamento seria ao primeiro raio de sol, no Salão Principal do Palácio.

Sem coragem de abrir o diário no quarto em que qualquer um poderia entrar a qualquer momento, quando anoiteceu, desci rápido à passagem e encontrei ossos velhos e podres cheios de larvas espalhados ao redor do dragão. Ele estava deitado de costas. Meu estômago se contorceu.

— O que deram para você comer? — perguntei, levando as mãos ao nariz. Ele se virou devagar, percebendo a minha presença, e percebi que sua barriga parecia retorcida.

Ele estava com fome.

Peguei um pedaço de madeira solta e afastei os ossos cobertos com resto de carnes decompostas de animais o máximo que pude. A grade da boca dele estava quase solta, o que me fez imaginar que o guarda soltou para ele comer e não conseguiu colocar direito de volta.

Eu não conseguia imaginar como o guarda fazia isso sem ser morto até ver o corpo do dragão coberto de novos machucados. Ele devia ser torturado se resistisse.

Meu peito se apertou e eu voltei ao quarto correndo, tentando buscar toda a comida que se acumulava em meu quarto e eu não conseguia comer.

Quando retornei, percebi que a quantidade de comida que eu tinha trazido era ridícula para alimentar um dragão daquele tamanho.

— Perdão, era tudo que eu tinha. — me aproximei e terminei de tirar o resto da grade que estava pendurada em sua boca.

Ele se abaixou e abocanhou o que eu tinha levado na bandeja, de uma única vez. Me afastei quando vi seus olhos brilharem até perceber que o olhar dele estava direcionado em algo atrás de mim.

— Harry, o que faz aqui? — peguei o coelho, exasperada, e o afastei do dragão ao ver ele grunhir. — Não pode comer ele!

O dragão se deitou, parecendo decepcionado.
Harry se acomodou em meus braços.

— Vou tentar trazer algo melhor para você comer, se eu conseguir. — me sentei um pouco mais perto dele dessa vez. — Aliás, perdão por sempre tratar você como um macho. Imagino que, como todo animal, também há fêmeas. Você é um dragão fêmea?

Um fogo forte saiu da boca dele, me fazendo segurar Harry com força no colo. Como ele soprou direto nas pedras, logo se apagou. Meu coração bateu forte, com medo ao perceber que, agora, ele realmente já era capaz de me matar.

— Você é macho, entendi. Não precisa me assustar. — me afastei, trêmula, e ele pareceu me olhar arrependido, voltando a deitar no chão.

Desistindo da ideia de ir embora ao imaginar ter que voltar ao quarto sufocante, abri o diário que tinha encontrado e me sentei no lugar antigo, mais afastado. Harry deitou em meu colo.

As últimas folhas estavam rasgadas e sujas, e a capa que parecia ter tido um dia a assinatura de alguém estava queimada. Consegui encontrar as únicas folhas que tinha. A primeira que pude folhear estava sem data.

Está doendo. Não posso compreender porque estão fazendo isso comigo. Não tenho mais forças para gritar por ajuda, e se gritasse, acredito que não ouviriam. Eles deixaram ~~~ ~~ ~~~~~~~~~~ ~~~ diário, para ver se a maldição irá se manifestar.
Eu estou ~~ medo. Não sei mais o que fazer. Meu corpo está mudando a cada dia, e eu não consigo controlar. Minha pele dói, as minhas unhas caíram e ~ ~~~~~ voz está desaparecendo. Não sei por quanto tempo irei conseguir escrever. Não sei o que estou me tornando.

As páginas seguintes estavam estragadas por cupins. Soprei tentando afastar a sujeira e encontrei outra legível, com uma marca d'água que parecia ter sido de uma lágrima derramada na data do ano.

Outono de 15~~

Ninguém jamais irá chorar por mim. A solidão esmaga a minha alma, como um aperto pequeno no peito, que cresce de pouco a pouco até criar uma ferida latente. Não que houvessem muitas companhias antes das grades, mas é preferível ter a liberdade de ser só em meio a uma multidão do que ser obrigado a viver só sem nenhum poder de escolha.

A frase que terminava a página me fez encarar os olhos dele.

É como se eu estivesse morrendo um pouco todos os dias.


As últimas folhas estavam com letras rabiscadas, como se um animal as tivesse feito. Consegui entender alguns números, até perceber que eles formavam uma data. Engoli em seco, sentindo uma pontada no peito.

1542.

Dez anos.

Encarei o dragão, tentando não parecer cética ao buscar e completar as peças que se encaixavam em minha cabeça.

O diário... o diário era dele.

— O que faz aqui? — uma voz grossa e rude me fez fechar o diário, em completo desespero. Levantei o rosto, encontrando um guarda com uma espada na mão.

— Eu posso explicar...

— Meu Senhor não vai gostar nada de saber que a noiva dele estava onde não devia. — ele retirou o capacete e me encarou, com ódio, andando até a minha direção.

Andei para trás repleta de medo ao imaginar Arthur me batendo até que um fogo imenso me fez levar o braço aos olhos. Um urro de dor imenso ecoou pelas paredes, fazendo o meu corpo estremecer. Quando consegui olhar, o guarda estava completamente queimado no chão.

O dragão havia me defendido.

Eu não sabia se ficava horrorizada com a morte do homem queimado vivo, ou agradecida por não ter sido descoberta. Deixei meu corpo cair ao chão, sentindo a asa do dragão me amparar, e tentei recuperar o fôlego.

Desnorteada, cambaleei até dar a volta no corpo quando vi o bolo de chaves do guarda caído a uma distância que o fogo não tinha atingido.

Peguei as chaves e olhei para o dragão, percebendo que, naquele momento, eu tinha o poder de soltá-lo das correntes. Os olhos roxos cintilavam em minha direção, com uma esperança que parecia guardada a sete chaves e nunca esperava se libertar.

Era a última vez que eu estava ali. Não me restava mais nada. Quando o sol raiasse, eu viveria algo pior que a morte. Seria entregue ao pior homem que já existiu.

Sem pestanejar, soltei todas as correntes travando uma luta entre as chaves e as fechaduras enferrujadas. Quando terminei, o dragão não se moveu. Ele apenas me olhou, como se dissesse que não fazia mais diferença para ele. Que ele estava morto em uma casca viva. Segurei o vestido e me virei para ir, soltando uma última lágrima.

Eu tinha, pelo menos, feito um amigo.

— Pode não haver esperança para mim, mas espero que haja para você.



Abigail segurou em minha mão, com os olhos marejados. Eu estava pronta. Encarei o espelho, que refletia uma imagem de mim que eu não reconhecia. O vestido vermelho sangue era longo e cheio, com mangas grandes e bufantes. Meu cabelo estava preso, com um coque que sustentava uma coroa de rubis.

Não havia nada a ser dito. O guarda de Arthur apareceu na porta, quando a hora chegou, e eu andei em direção à cerimônia. Um toque de violino na entrada fez meu corpo estremecer, conforme eu agarrava com afinco o buquê de Amarílis falsas.

Todos se levantaram, quando eu comecei a andar pelo tapete dourado. Os convidados eram todos homens, armados. A única mulher que havia na cerimônia era a velha senhora sentada na frente, que parecia cada vez mais debilitada e que tinha me alertado a fugir.

Arthur me encarava do altar, com uma roupa preta exageradamente enfeitada com ouro e o cabelo loiro solto e longo. Seu sorriso largo fez cada parte do meu corpo arrepiar de medo.

Parei, no meio do caminho, percebendo que não podia continuar com aquilo. Não andaria até ele. Os homens começaram a erguer as espadas, e o sorriso de Arthur se desfez. Um suor desceu pela sua testa.

A música parou.

Ele me mataria, e isso seria melhor do que ser esposa dele e dá-lo o direito de reivindicar parte do reino do meu pai. Ele não teria esse gosto. Deixei o buquê horroroso cair ao chão.

Ele começou a andar em minha direção, com as pupilas dilatadas, e eu enchi o pulmão, sentindo uma coragem que eu nunca tinha experimentado antes. Com uma força imensa, ele puxou o meu braço.

— O que pensa que está fazendo? Se não andar, querida, cortarei os seus pés e os arrastarei em sangue.

Cuspi em seu rosto.

— Prefiro morrer a ser sua.

O barulho dos burburinhos dos homens encheu o Salão. A idosa sorriu, olhando para o nada, e Arthur se inflou em dez tons de vermelho. Ferir o ego dele era pior do que arrancar seus olhos.

Fechei os olhos me preparando para morrer ao escutar ele sacar uma espada quando gritos estridentes surgem por todos os lados. Um calor imenso fez meu corpo ir ao chão até que eu percebesse que era, na verdade, fogo.

O dragão incendiou todo o Salão e a maioria dos convidados do casamento. Não consegui mais ver onde Arthur estava. Tentei enxergar por cima do fogo, tossindo ao chão enquanto o meu pulmão doía, até que escutei ele rugir.

Flechas tinham sido lançadas nele, que continuava a jogar fogo até que todos os arqueiros caíssem queimados ao chão. Ignorei o ardor do meu pulmão e corri em direção a ele, que já cambaleava fraco para fora do Salão que, em chamas, começou a despencar pelo teto.

Servos corriam desesperados do lado de fora com baldes de água quando pararam, assustados, ao ver o imenso animal cair ao chão em um estrondo.

Lágrimas quentes escorreram pela minha face quando eu me abaixei em frente ao seu rosto e toquei suas escamas. Ele estava tão machucado que as feridas antigas pareciam não fazer mais nenhuma diferença.

— Você me salvou, e eu nem sei o seu nome. Por favor, não morra agora. — encarei seus olhos roxos, falhando ao permanecerem abertos.

Gritos e um barulho de espadas ressoavam ao meu redor. Não consegui pensar em mais nada. Eu não aguentava mais perder ninguém.

Eu o libertei, e ele voltou para me salvar. Eu não sabia o quanto de humanidade ainda restava nele, nem entendia de maldições, mas ele era o meu amigo, e estava morrendo.
Por mim.

— Você não está sozinho. Eu estou aqui. — Minhas lágrimas caíram em seus olhos fechados quando ele parecia soltar a última respiração. — Obrigada.

Um braço firme de um soldado me puxou para longe. Tentei lutar, imaginando que fosse um dos guardas de Arthur, até ver a cor da pena do capacete da armadura. Azul.

Um par de olhos verdes encontraram os meus.

— Arabella? Você está bem?

Consegui respirar, me jogando em um abraço nos braços de Michael, o irmão mais novo de Apolo. Ele era magro, alto e muito rápido, o que o fez se tornar um dos melhores guardas de Beaumont.

Ninguém conseguia pegá-lo, nem antecipar qualquer ataque. Seu cabelo cacheado castanho estava mais volumoso, mas ele parecia exatamente igual desde a última vez que o vi. Por um momento, me senti em casa de novo, com um membro da família.

— Você está bem? — ele perguntou de novo, segurando em meu rosto, preocupado. — Aquele animal a machucou?

Quando pensei que ela estava falando de Arthur, vi os guardas de Beaumont partirem para cima do dragão.

— Não! Ele... Ele me salvou. Por favor, não façam nada com ele.

Todos pararam, obedecendo a minha ordem. Por um segundo, eu tinha me esquecido o que era isso. O que era ser uma princesa, e não uma prisioneira.

— Sim, Alteza! — eles responderam em coro e começaram a lutar com os homens de Arthur que tinham conseguido se esconder do fogo.

— O que está acontecendo? Como vocês chegaram aqui?

— Uma guerra está acontecendo. — o irmão de Apolo encarou todo o caos ao redor, com uma postura impecável. — O vosso marido Harry mandou cartas a todos avisando que você estava presa. Demoramos mais do que o necessário para conseguirmos trazer uma parte do exército de Beaumont e Várzea.

Escutar o nome dele partiu meu coração.

— Onde ele está? O vosso marido? — Michael encarou meu silêncio como uma resposta. — Oh, Bella, eu sinto muito.

Limpei a lágrima que desceu.

— Como está a minha mãe?

— A Rainha está bem, por que a pergunta? — ele me encarou, confuso.

Senti um grande peso sair do meu peito.

— Ela não está doente, então?

— Não, Bella, só está preocupada e aflita, assim como suas irmãs.

— Cecília e Apolo já retornaram?

— Sim, eles retornaram, estão bem melhor.

Mais mentiras. Tudo o que Arthur tinha me contado era mentira.

Vários gritos de susto ecoaram ao nosso redor e uma roda se formou ao redor do dragão. Por instinto, deixei Michael e corri até lá.

— Como é possível? Deve ser demônio! — várias mulheres juntas falavam. Passei pelo meio delas e, ao seguir os olhares assustados, dei um passo brusco para trás.

O dragão não estava mais lá.

Só havia um corpo forte masculino caído ao chão, coberto por uma toalha velha. Haviam escamas escuras, nas palmas das mãos e dos pés. O cabelo escuro ondulado longo estava espalhado ao chão. Meu coração começou a bater mais forte.

Eu não me preocupava mais com o fato de que não me restava mais muita sanidade. Então, deixei que as fantasias da minha mente me invadissem, quando a semelhança do cabelo fez uma pequena chama de esperança brotar em meu coração.

— Harry?

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