Insensato Amor

By andressarbs123

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Série irmãs Beaumont - Livro 3 Arabella é a filha mais nova das três princesas do reino de Beaumont, sendo co... More

Epígrafe
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capitulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capitulo XLIII
Epílogo
Agradecimentos
Spin-off?❤️

Capítulo XVIII

842 89 27
By andressarbs123


Gritei, enquanto via Harry apanhar no chão, que estava coberto com o sangue dele. Tentei chamá-lo, mas dois homens fortes me seguravam. Os socos continuavam, e ele não tentava se defender. Chorei, querendo tirá-lo dali. Por que ele não se defendia? Os homens eram menores.

Chutei os guardas que me seguravam e corri em direção a ele. Os homens que o batiam deram risada e saíram. Me joguei sob o seu corpo e segurei seu rosto machucado. Seus olhos se abriram, inchados.

— Bella?

Me impulsionei da cama, sentindo meu ar voltar com uma força avassaladora. A dor em meu peito era real. Tão real que eu demorei a acreditar que havia sido apenas um pesadelo. Meu rosto estava molhado de lágrimas. Nunca senti nada parecido.

Olhei para o quarto, ofegante, tentando entender onde estava, até encarar as cortinas pretas bordadas com um dragão dourado. Ergui os joelhos e apoiei meus braços, enterrando minhas mãos em meu cabelo. Dazzo. Eu estava no Palácio de Dazzo.

A névoa do lado de fora ainda permanecia, apesar da chuva ter cessado. Me levantei, insegura, por não ter ninguém conhecido por perto, e me vesti, começando a sentir dor de cabeça. Os boatos eram falsos. A minha irmã não tinha voltado, e eu assumiria o trono.

Engoli toda a minha angústia e abri a porta, sentindo um calafrio ao encarar o guarda aterrorizante parado em frente. A serva pequena, que tinha me apresentado o quarto, na noite anterior, me esperava no corredor. Percebi que ela estava com olheiras.

— Bom dia, Alteza! — ela se curvou. — O Príncipe a espera para um desjejum no Jardim Ônix.

Assenti, a seguindo enquanto acariciava a minha nuca, em movimentos circulares, tentando fazer com que a dor aliviasse. Parei quando me lembrei que Harry tinha feito o mesmo em mim quando eu caí do cavalo.

Senti falta dos dedos dele em minha pele, e a sensação de agonia me invadiu novamente. Como se ele estivesse com dor e eu pudesse partilhar do mesmo.

A voz de Arthur me tirou desses pensamentos incoerentes.

— Bom dia. — ele se curvou, beijando a minha mão.

— Bom dia, Alteza. — devolvi a reverência.

— Como passou a noite? Foi de seu total agrado? — ele puxou a cadeira para que eu me sentasse.

— Não tenho nada a reclamar, só a agradecer ao senhor pela hospitalidade. — me sentei, percebendo que, no Jardim Ônix, não havia
jardim algum. Apenas um gramado seco e flores mortas.

— Não deve agradecer, tenho a sua família em mais alta conta, apesar das circunstâncias estarem me obrigando ao contrário. — ele se sentou em minha frente na pequena mesa redonda e levou a xícara de chá à boca.

— Não compreendi. — aceitei um pouco de leite que o lacaio me ofereceu, e peguei uma torrada.

— Acredito que seja de vosso conhecimento a divisão dos reinos. — ele apoiou a xícara branca no pires vermelho. — Irina me fez boas propostas para que eu concordasse com uma possível aliança.

— Pensava que Dazzo fosse fiel à Beaumont.

— Os tempos estão mudando. — ele ergueu uma sobrancelha. — Há um momento na vida de um homem em que ele deve decidir se irá se casar por afeição ou pelo bem de seu povo. Tenho pensado em me casar com a Princesa Grace, já que...

Ele parou de falar, parecendo escolher as palavras.

— Já que?

— Já que não pude me casar com você. Eu enviei uma carta, mas nunca fui respondido.

Parei a minha xícara no ar, surpresa por nunca ter sido comunicada sobre isso. A minha mãe sabia da proposta dele, e recusou.

— Eu não a recebi. — tentei não olhá-lo, constrangida pela situação. Ele estava, praticamente, me confessando uma mágoa guardada por ter sido rejeitado. — Nós nunca conversamos formalmente em uma dança.

— Sei que dancei apenas com sua irmã, Violetta, e não achei nada agradável. — ele sorriu. — Esperava poder dançar com você, mas ainda não estava na idade de ser cortejada. Sempre a achei encantadora, Arabella, e é por isso que lhe pedi para que tivéssemos esse tempo juntos. Eu tenho uma proposta a fazer.

— Que seria?

— Case-se comigo. — ele segurou em minha mão. — Lhe darei tudo que quiser. Assumiremos Beaumont juntos e você será a rainha de dois reinos unificados. Se uma guerra eclodir, o poder de Irina acabará, pois também possuo influência sobre Áquiles. Tenho grande poderio militar.

Soltei a minha mão da dele, e levei um pano à boca.

— Príncipe Arthur...

— Não peço que responda agora. Peço perdão por assustá-la, mas sou um homem direto. Terá tempo para pensar enquanto nos conhecemos. Sou apaixonado por você, Arabella, não desejo me casar com outra. Quero um casamento por amor, não apenas por dinheiro, e ficaria muito satisfeito se
pudesse ter as duas coisas.

Não consegui formular uma resposta. As palavras da minha mãe e de Harry não deixavam de rondar a minha mente sobre a má índole que ele possuía, apesar de eu também compreender que estava sem opções.
Até Grace estava disposta a se casar com ele.

Não tinha mais príncipes disponíveis, a não ser o de Vermênia, que tinha mais de 60 anos e mais cinco mulheres, e o Conde Alfredo de 14, que não sabia governar nem o seu próprio condado.

Arthur era bonito. Ele parecia frio e sagaz, mas era atraente. Eu só não sabia se conseguiria, algum dia, amá-lo.

— Agradeço pela proposta e por ser alvo de vossa afeição. Irei pensar a respeito quando voltar à Beaumont, e o enviarei uma carta com a resposta.

Ele sorriu de lado.

— Não sabe como me sinto honrado em poder ter a esperança de tê-la.

Sorri de volta, sem entender porque me sentia tão assustada com a possibilidade de me casar com ele. Tentei procurar alguma atração, qualquer que fosse.

A única coisa que consegui pensar foi que ele não era Harry.

— Onde estão os seus pais? E a sua irmã, a Princesa Amelia? Não os vi pelo Palácio.

Arthur parou de sorrir.

— Eles... eles morreram.

Arregalei os olhos, surpresa. A Princesa Amelia estava morta?

— Oh, sinto muito, não gostaria de ter sido indelicada...

— Não há problema. É um assunto difícil e eu não permiti que se espalhasse. Ainda tenho tentado superar. — ele soltou uma respiração forte. — Meu Castelo foi atacado recentemente por grupos religiosos. Eles mataram a minha
irmã e os meus pais, enquanto dormiam, e eu lutei até não sobrar nenhum deles. Foi assim que consegui a cicatriz no rosto.

— Não consigo imaginar a sua dor pela perda.

Ele olhou para baixo.

— É sempre algo difícil de ser lembrado. O Palácio parece vazio demais sem eles, por isso, tenho pensado cada vez mais em ter esposa e filhos.

— Deseja ter muitos filhos? — meus olhos se iluminaram.

— Quantos a minha esposa puder me dar. — ele sorriu. — Amo crianças.

— Eu também. — sorri de volta. — Sei que o processo de criação é difícil, mas acredito que tudo se torna leve quando feito com amor.

— É o que eu sempre digo. — ele fitou os meus olhos com intensidade. — Temos muito em comum.

— Acho que sim.

Um silêncio se estendeu. Comi um pedaço de bolo, que parecia mais amargo que doce, enquanto sentia o olhar dele sobre mim.

— Posso perguntar como conseguiu a anulação do matrimônio?

Tossi.

— Como disse, Alteza?

— Só há um jeito de conseguir a anulação. Se o casamento não for consumado.

Meu rosto ardeu.

— Estou sendo indelicado. — ele sorriu, antes que eu respondesse. — Peço que me perdoe, sou curioso demais. Esqueça que te perguntei isso. Aceita um passeio de canoa?

— Na verdade, desejo arrumar minhas malas para partir. — afastei a cadeira para me levantar.

— Entendo, deve estar preocupada com a sua mãe.

Me sentei novamente.

— Minha mãe?

— Sim, haja vista que ela está de cama...

— O que? A minha mãe está doente?

Meu coração se apertou. Arthur franziu o cenho, confuso.

— Oh, pensei que soubesse, não gostaria que recebesse a notícia dessa forma. — ele levou a mão à testa.

— Por favor, me conte o que está sabendo. Não me esconda nada.

— Ela está com uma febre muito forte, há dias. Diversos médicos já foram vê-la. Ninguém sabe a causa.

— Preciso partir. Preciso vê-la.

— Pelo que soube, ninguém pode visitá-la. Temem ser contagioso. — ele se levantou, ajeitando o casaco escuro. — Me lembrei que tenho negócios a resolver.

— Espere...

— A vejo mais tarde . — ele saiu, me impedindo de insistir.

Minha cabeça começou a girar. A minha mãe. Eu precisava vê-la. O que o "mais tarde" dele significava? Que eu deveria buscar as minhas malas para partir? Ele tinha prometido o coche.

Contive o instinto que correr atrás dele e puxá-lo com agressividade exigindo mais respostas. Eu não podia fazer algo assim. Não era o que eu havia aprendido nas aulas de etiqueta e eu não conhecia os costumes de Dazzo, então, encurralada entre a educação e o impulso, permaneci parada como uma estátua estúpida.

Levei a mão ao coração quando vi uma idosa em uma cadeira com rodas parada me encarando assustadoramente do outro lado do jardim. Tentei não encará-la, mas não consegui. Não podia ser rude.

Andei em direção à ela, imaginando que ela deveria ser a antiga senhora do Palácio, provavelmente a avó de Arthur. Me curvei para cumprimentá-la, e percebi que ela não se mexeu.

— Ela é doente, milady. — uma das servas que me seguia disse, com os ombros caídos.

— Muito prazer, eu sou a Arabella. — tentei dizer alto. Ela não se moveu.

— Está perdendo o seu tempo, senhora. — o guarda que parecia o cuidador disse. Me virei, sorrindo triste, para ir embora, quando a mão dela segurou forte em meu braço.

Assustada, tentei me soltar, mas ela me segurou ainda mais forte, até eu percebi que seus lábios finos e enrugados se moviam. Ela estava tentando falar. Encostei meu ouvido na direção dela, e escutei um sussurro sofrido:

— Vá embora daqui!

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