Insensato Amor

By andressarbs123

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Série irmãs Beaumont - Livro 3 Arabella é a filha mais nova das três princesas do reino de Beaumont, sendo co... More

Epígrafe
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capitulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capitulo XLIII
Epílogo
Agradecimentos
Spin-off?❤️

Capítulo XI

831 110 27
By andressarbs123


Harry soltou a minha mão. Tentei ponderar sobre o que havia acabado de escutar. Como assim eu era a próxima na linha de sucessão? O que isso significava? Que eu teria que assumir o lugar de Cecília caso ela não voltasse?

— Vocês estão sendo precipitados. — sorri, sentindo minhas mãos tremerem. — Cecília e Apolo irão voltar. Eles só precisam de um tempo para se recuperarem.

— E se eles não voltarem, Bella? O que vamos fazer? Deixar o reino de papai ruir? — Vi me olhou, parecendo tão desesperada quanto eu.

Olhei para Harry. Ele havia mudado de cor, e com razão. Nós não éramos nem casados de verdade!

— Vocês devem estar preparados caso vossas presenças sejam solicitadas. Os reinos estão divididos. Se outra guerra eclodir, Beaumont será a primeira a cair. — disse Christian, com um semblante preocupado.

— Preciso ir a um lugar, já retorno. — disse Harry, saindo a passos largos.

Engoli uma saliva. Como eu poderia contar, agora? Contar que eu estava prestes a anular o casamento quando o mundo parecia querer cair sobre nossas cabeças?

— Quanto tempo nós temos? — perguntei, engolindo em seco.

— Três meses, no máximo. Nossa mãe está enrolando o máximo que ela pode até dar o pronunciamento oficial. Um monarca só pode sumir dessa forma por até oito semanas. Então, levará cerca de um mês para a solicitação do sucessor ao trono.

— Perdão, Bella, não queríamos ter que te dar essa notícia assim, logo no início do seu casamento. — Vi me encarou, com os olhos em angústia.

Assenti, esmurrando a minha aflição para o fundo do meu estômago. Eu não fazia ideia do que faria.

— Não é sua culpa, nem de Ceci. Ela e Apolo devem estar sofrendo tanto.

— Mais do que possamos imaginar. Por isso não desejo ter filhos.

— É o quê? — Christian olhou assombrado para a esposa.

Respirei fundo, sabendo o que viria.

Os dois começaram a brigar.

Saí de perto, deixando ambos resolverem os seus problemas sozinhos, enquanto eu tentava não enlouquecer com os meus. O som do piano parou, me fazendo olhar para o Salão. Por que a música havia parado quando eu mais precisava dela?

— Desejo uma boa noite a todos. — a voz de Harry apareceu, diante da multidão. — Gostaria de convidá-los agora a ouvir a mais bela melodia que vocês já escutaram na vida. Será tocada por minha esposa, a Duquesa Arabella.

Todos os olhares se voltaram em minha direção, e as pessoas aplaudiram. Abri a boca, pensando em como eu faria para desaparecer dali.

Harry andou em minha direção.

— O que está fazendo? — engoli em seco. Ele se abaixou para falar em meu ouvido.

— Esqueça os problemas de sua família, pelo menos por agora. Faça algo que você ama.

— Como sabia que eu tocava?

— Seus dedos se moveram quando você escutava a sinfonia. Eu disse que iria descobrir todas as suas paixões.

— Irei lhe matar por isso depois.

— Aguardo ansiosamente. Agora vá. Não deixe todos esperando. — ele estendeu o braço.

Todos me encaravam, me deixando apreensiva, inclusive o próprio Rei. Eu sempre havia sido o centro das atenções nos bailes, mas conhecia as pessoas. Eles eram obrigados a me bajular, já que estavam em meu próprio Palácio. Aqui era diferente.

Segurei o braço de Harry e andei até o piano. Eu não precisava pensar em ninguém, não agora, já que a minha cabeça estava com preocupações empilhadas. Talvez ele tivesse razão. Talvez a música seria o acalento que eu precisava.

Me sentei no banco, fechei os olhos e toquei as primeiras notas da minha música preferida. A melodia me envolveu como uma brisa suave em uma manhã de sol. Era a minha despedida para o meu sobrinho, que eu não pude conhecer.

A minha imaginação me transportou para um belo jardim, com flores em volta e aroma fresco de folhas regadas.

Quando as notas finais chegaram, o meu interior estava leve e puro. A emoção trouxe lágrimas aos meus olhos, e eu sorri, satisfeita por ter tocado algo tão bonito e por ter o prazer de escutar notas tão profundas que tinham tanto significado.

Abri os olhos, quando a melodia chegou ao fim.
Todos me olharam, impactados, e aplaudiram.

Fiz a reverência.

— Obrigada por isso. — disse, baixo, e apoiei a minha mão à dele para me levantar.

— Nunca vi nada brilhar como você nessa noite, Bella. — Harry levou meus dedos aos lábios, selando o beijo mais romântico na mão que eu já havia recebido de um cavalheiro.

— Já conversou com o Rei? Podemos ir embora? — olhei para os meus pés, tentando não transparecer que havia ficado emocionada com um único e mínimo elogio.

— Não consegui falar com ele. Quando cheguei ao gabinete, me foi dado o recado de que seríamos obrigados a dormir aqui no Palácio por essa noite.

— Não vejo problema em dormir em uma boa cama, para variar. — suspirei. Ele assentiu.

Minha irmã e o meu cunhado andaram em nossa direção, me dando um abraço demorado de despedida. Eu os tranquilizei, dizendo que enfrentaríamos juntos, como família, tudo que viesse, e segurei a mão de Harry quando os dois partiram.

— Eu sinto muito pelo seu sobrinho. — ele acariciou os meus dedos.

— Eu também.

— Sei que é um momento delicado, mas não está pensando em continuar com essa ideia maluca de assumir o trono da sua irmã, está?

— Claro que estou. — ponderei, com firmeza. — Só estou preocupada com o nosso acordo.

— Não há com o que se preocupar. Anularemos o casamento quando a sua irmã voltar.

— E se ela não voltar?

— Você não é obrigada a resolver nada por eles. — ele deu de ombros. — Deixe que se resolvam sozinhos.

— Como pode dizer algo assim? É a minha família.

— Eu entendo que os ama, mas até onde se sacrificaria?

— Até onde fosse necessário. Eu faria tudo por eles. — disse baixo, vendo-o se exaltar. — Não devemos falar sobre isso por aqui. Já que devemos passar a noite, podemos nos retirar?

Harry puxou-me pela mão e me levou até as escadas. Parei em frente a elas, sem conseguir continuar.

— O que foi? — ele me olhou, estranhando a minha paralisação.

— Não tem outro caminho até os quartos? Meus saltos estão me incomodando, não gostaria de ir pelas escadas.

— Há um quarto para hóspedes aqui embaixo, se desejar.

— Eu prefiro, obrigada. — engoli em seco, respirando fundo. Harry entrelaçou os dedos aos meus e voltou a me guiar.

— Se pretende concordar com essa insanidade, então com quem irá se casar? Já que não há mais a possibilidade de que você escolha o homem que desejar, independente do título.

— Nem todos os nobres estão casados. Eu ainda posso me casar com Arthur, do reino de Dazzo.

As pupilas de Harry se dilataram. Paramos em frente à uma porta.

— Está maluca, Bella? Nunca ouviu falar desse homem? Ele é extremamente arrogante e agressivo!

— Não importa.

— Como assim não importa?

— Se for o necessário para salvar a minha família, eu me caso com ele. Arthur é um príncipe, não causaria revolta no reino e seria mais uma aliança. Beaumont estaria segura, assim como o legado de meu pai.

— Isso é um absurdo. — ele me encarou, incrédulo, e abriu a porta do quarto. Entramos e eu a fechei atrás de mim. A voz dele aumentou. — Não pode estar falando a verdade.

— Bom, eu estou. — senti o nó em minha garganta. — Eles já se sacrificaram demais por mim. Cecilia e Apolo defenderam o Palácio quando foi necessário, Violetta e Christian estão tentando impedir uma guerra e eu... eu ainda não fiz nada por eles.

— Está louca! Você só pode estar louca!

— O senhor que deve estar louco! Não é de sua conta com quem eu caso ou deixo de me casar.

— De fato, não lhe resta um pingo de sanidade se acha mesmo que irei fechar os olhos e deixar que se case com aquele bárbaro!

— Deixar? Eu não estou solicitando a sua permissão!

— Pois bem. Faça o que quiser!

— Farei!

— Não grite comigo!

— Não grite você!

Paramos, inflamados, em uma disputa de olhares. Quebrando toda a minha muralha de proteção, Harry atravessou o quarto e me abraçou.

— Me perdoe por ter discutido isso com você agora. É um péssimo momento.

Realmente era. Parando de sufocar meus sentimentos, chorei em seus braços pela perda da minha irmã, que também era minha.

Me senti exausta. Eu não queria resolver nada disso agora. Não sem chorar, pelo menos uma noite, pelo meu sobrinho.

Harry me abraçou, como se não houvesse nada no mundo que pudesse me tirar dali, agora. Depois da morte do meu pai, lidar com perdas não era fácil para nenhum de nós.

Tentei me afastar quando percebi que estava molhando a camisa dele, mas ele não se importou e me trouxe ainda mais para si.

Quando as lágrimas cessaram, ele me pegou no colo, me colocou na cama e fez carinho em meu cabelo até o sono me apagar.


Hortênsias e jasmim ocupavam os vasos de flores espalhados pelo quarto. As decifrei quando o sol entrou pela janela enquanto os meus olhos abriam. Senti algo pesado em minha cintura, e engoli em seco quando vi que era o braço de Harry.

A presença do corpo ao lado do meu era algo que não dava para ignorar.

Lembrar de como ele me abraçou balançou o meu coração. Eu não conseguia entendê-lo. Em um momento, ele me provocava, em outro, questionava as minhas decisões e em seguida parecia se importar comigo ao ponto de secar as minhas lágrimas até que eu adormecesse.

Ele sentia algo por mim?

Harry se mexeu, parecendo acordar. Fechei os olhos no mesmo instante, tentando fingir que dormia. Ele se levantou e começou a fazer barulhos pelo quarto. Imaginei que estava vestido o casaco novamente. A porta do quarto, então, bateu.

Me levantei da cama, retirando o vestido que havia me machucado a noite inteira. Enchi a banheira com a água morna que as servas haviam colocado no dia seguinte em um recipiente que a mantinha aquecida, e tomei um banho relaxante sentindo meus olhos pesados de sono.

Quando saí, criei coragem para recolocar o único vestido que possuía, do dia anterior, e saí do quarto, tentando encontrar o ambiente de desjejum. Parei em um corredor quando ouvi a voz de Harry.

— Não faça isso, Poppy!

— Não fazer o quê? — a voz fina de uma mulher falou. — Eu não posso acreditar que tenha mesmo se casado apenas para recuperar as suas terras, e o pior, não foi comigo!

Me escondi atrás da parede, vendo ele a puxar para um abraço. Senti o que eu imaginava ser parecido com um soco no estômago. O gesto da noite anterior pareceu, agora, não ter mais nenhuma importância.

Reconheci a princesa Poppy, me repreendendo por ter lembrado, tarde demais, que o Rei de Sírios era o pai dela. Seu cabelo loiro e liso brilhava, alcançando a cintura.

Parei de olhar o que parecia ser um gesto íntimo demais e me virei para sair quando surgiu a voz do Rei.

— O solte, Poppy! Nada que disser irá ser o bastante para defender esse covarde!

— Do que o senhor me chamou? — a voz de Harry saiu, exasperada.

— Do que ouviste! Pensou que iria me enganar?

— Do que está falando?

— Não se exalte, papai.

— Saia daqui, Poppy! — me escondi atrás de um gigante vaso de flores quando um guarda passou, a acompanhando.

— Já fiz o teatro que queria, não foi suficiente? Me casei, como desejava, agora devolva o que me pertence!

— O que te pertence? Nada te pertence! Você perdeu quando entrou em apostas sujas, seu moleque! Eu te pedi um favor. Um único favor e você quis me enganar, logo a mim, o seu próprio padrinho!

— Eu não estou o enganando. Eu cumpri. Me casei!

— O casamento não foi consumado! — o Rei gritou.

Um silêncio se estendeu. Como ele sabia?

Uma serva, então, esbarrou em mim enquanto olhava para trás e segurava uma vassoura. Abri a boca para pedir desculpas quando a reconheci. Meu queixo caiu.

Era Dulce.

Seus olhos se arregalaram ao perceber que eu havia a visto e ela saiu, quase correndo.

— Por todos os reinos, o senhor estava me espionando?

— Pensa que me engana, Harry? Sei que seu casamento não foi consumado e é de mentira. Você irá apenas pegar as suas terras para trocar em apostas, acabar com o casamento e se afundar novamente, no dia seguinte. Eu não vou deixar o filho que criei voltar ao fundo do poço.

— E o senhor acha que uma esposa vai me prender?

— Uma boa esposa irá te ensinar a amar. — a voz do rei se tornou mais terna. O vi levar o braço ao ombro de Harry. — Filho, estou fazendo isso para o seu próprio bem.

Saí do esconderijo, me virando para ir embora. Eu não devia estar escutando isso.

— Essa palavra não existe para mim. Eu nunca mais amarei ninguém e não preciso de uma mulher que me acorrente. Eu não queria me casar, engula o seu dinheiro, eu não quero a Arabella!

Meus pés pararam de andar. O silêncio começou a ser preenchido como uma espécie de zumbido em meus ouvidos, ecoando repetidamente as palavras que haviam acabado de sair da boca dele.

"Eu não quero a Arabella".

Minha garganta ficou seca.

Harry apareceu em minha frente, com os olhos surpresos ao perceber que eu tinha escutado tudo. Seu cabelo estava amarrado para trás e seu casaco preto havia sido substituído por um azul marinho. Onde ele havia trocado de roupa, não me importava. Nada me importava mais.

Me virei, ignorando quando ele me chamou, e saí, a passos rápidos. O erro de ter sentido demais, na noite anterior, fez com que eu me sentisse ainda mais ridícula. Eu deveria saber.

Eu sabia! Como eu tinha agido de forma tão tola se já sabia? Era claro que ele não queria uma esposa. Ele me avisou, desde o princípio, que desejava apenas recuperar as malditas terras.

Andei até a saída do Palácio e pedi ao cocheiro que me levasse de volta. A fome, em meu estômago, parecia se retorcer junto com o incômodo. Harry correu a tempo de segurar a porta do coche antes que eu fechasse.

— Bella, eu não quis dizer aquilo. Por favor, vamos conversar.

— Conversaremos na cabana.

— Então permita que eu entre. Não há mais nada a fazer aqui. Voltaremos juntos.

Fechei a porta.

— Encontre outro jeito de voltar.

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Tradução Concluída! Sinopse dentro da tradução!
Call me King By juliaavie

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