Regina
Mal tinha se passado um dia desde que eu descobri sobre a gravidez, mas mesmo assim eu já não estava mais aguentando esconder aquilo da Emma. O problema era: como eu ia contar para ela?
-Um pouco cedo para uma sidra de maçã, não acha? - Zelena entrou no Granny's e se sentou ao meu lado no balcão. - Ainda mais se você parar e considerar as circunstâncias...
-Está sem álcool, Zelena. - Revirei os olhos e bufei.
-Okay, já vi que você está de mal humor. - Foi a vez da Zelena bufar e revirar os olhos. - Não contou a ela, não é?
-Eu não sei se você sabe, mas a vida não é tão fácil quanto você pensa, Zelena. Eu não posso simplesmente chegar e dizer a ela que... - Não continuei, tinha muita gente por perto e eu não podia arriscar que ninguém ouvisse. - Você sabe.
-Se é dela, eu não vejo problema algum. - Deu de ombros.
-Ah, e você acha que ela vai acreditar fácil assim?!
-Depois que você explicar, não há motivos para ela desconfiar. - Ela disse e eu suspirei novamente. - Regina, é sério, conta pra ela. Quanto mais cedo melhor. - Zelena colocou a sua mão no meu ombro de forma gentil.
-Okay, eu vou tentar.
Emma
-Okay, será essa noite. Vou preparar um jantar a luz de velas e pedir a mão da Regina em casamento - Eu contava animada a Ruby.
-Até que enfim, né?! - Ela ria.
-Idiota. - Revirei os olhos e dei um tapinha no ombro da morena. - Você pode ficar com o Henry para mim? Eu não sei, talvez distrai-lo com uma noite de vídeo games ou filmes de terror. Ele te adora, você sabe disso.
-Claro, eu fico com ele. Mal posso esperar para ver a Regina desfilando por aí com aquele anel de noivado! - Ela sorria animada, foi quando de repente ela deu um pulo da cadeira. - Emma, a nossa despedida de solteira tem que ser junto!
-Você quer dizer com todo mundo, até a Regina e a Zelena?
-É, por quê não? Faríamos uma festa só, você sabe muito bem que quanto mais pessoas melhor.
-É, até que é uma boa ideia. - Sorri imaginando a cena de todas nós em um bar nos divertindo.
-Então, o que você está esperando? Vai pedir a sua mulher em casamento. - Ela apontou em direção a porta da delegacia como se estivesse me expulsando e eu sorri antes de partir para começar a preparar o jantar. - E não volte aqui até fazer isso! - A ouvi gritando de longe.
Regina
Já tinha anoitecido quando eu resolvi voltar para casa e encarar a Emma. O que eu não esperava era que eu seria recebida em uma atmosfera como aquela.
In Your Heart I'm Home - Alex Band feat Yasmin Gontijo.
As luzes da casa se encontravam todas apagadas, mas aquilo não significava que estava tudo escuro. Pelo contrário, a passagem estava muito bem iluminada por velas e no chão haviam pétalas de rosa vermelhas espalhadas, criando um caminho até a cozinha. O qual eu começei a seguir, percebendo que de fundo tocava alguma música que eu não conhecia, mas que tinha uma letra muito bonita. O que contribuía para dar um ar romântico ao ambiente.
Na cozinha, eu encontrei a Emma virada de costas, secando alguns talheres na pia. A loira parecia tão distraída, tão feliz cantarolando a música que ainda tocava. Sorri quando percebi que eu poderia ficar ali por horas encostada no batente, apenas a observando:
-Parece que alguém teve um bom dia. - Comentei com um sorriso no rosto, chamando a sua atenção e percebendo que eu havia a assustado um pouco.
-Regina... - Ela jogou o pano de prato sobre os seus ombros. - Estava começando a me perguntar que horas você ia chegar. - Ela sorriu.
-Por quê? O que está aprontando?
-Ah, nada demais. Eu só achei que seria legal se eu preparasse o jantar hoje.
-Sério? Só isso? - Não pude deixar de rir irônica com a mentira tão descarada da loira. - E onde está o Henry?
-Está bem, você me pegou. Eu deixei o Henry com a Ruby, porquê, eu queria que estivessemos a sós hoje.
-É mesmo? Por quê? - Me aproximei e passei os braços em torno do pescoço dela, acariciando a sua nuca como eu tanto gostava de fazer.
-Meia noite eu te conto. - Brincou me dando um beijo lânguido, naquele momento eu quase pude esquecer de todos os meus problemas, quase pude esquecer sobre a gravidez.
-Então, o que teremos para o jantar? - Perguntei depois do beijo.
-Isso é surpresa. - Arqueei uma sobrancelha e a loira sorriu. - E agora, eu quero que você vá até a sala de jantar e me espere.
-Sério?
-Aran, eu já vou me encontrar com você.
-Está bem. - Eu fiz o que ela pediu.
Me sentei na ponta da mesa onde tinha um prato com um guardanapo de pano em cima e uma taça de vinho vazia. Fiquei ali pensando se deveria ou não contar a Emma sobre a gravidez agora. Afinal, o que ela tinha de tão importante para me dizer naquele jantar?
Acabei deixando tudo de lado quando a Emma apareceu de novo carregando um prato consigo, o qual ela deixou na minha frente depois de tirar o vazio:
-Mas, o que é tudo isso? - Sorri enquanto ela abria a garrafa de vinho.
-Bom, eu odeio ser estraga prazeres, mas você não é a única que tem dons culinários aqui. Eu também sou especialista quando se trata de strogonoff. - Ela sorria orgulhosa, enquanto pegava a minha taça e se preparava para enche-la com vinho, mas eu a impedi.
-Ah, na verdade, acho que eu prefiro tomar só água hoje. - Dei de ombros sorrindo de forma inocente.
-Você? Recusando uma taça de vinho? - A loira achava graça da situação. - Quem é você e o que fez com a Regina Mills?
-Idiota, ainda sou eu. - Brinquei. - Eu só não estou com vontade de tomar vinho hoje. - Dei de ombros como se não fosse nada.
-Então 'tá. - Deu de ombros sem insistir. - Eu volto já. - Com isso ela pegou a minha taça vazia e voltou lá para dentro.
Logo, ela carregando mais uma taça com água e mais um prato para si.
-Obrigada. - Sorri quando ela colocou a taça na minha frente e se sentou ao meu lado.
Por sorte eu não tive nenhum outro enjôo, o que contribuiu para que o jantar corresse muito bem. Eu e Emma conversávamos sobre tudo e nada, era quase como se fosse outro dia normal. O único problema era que o mesmo pensamento continuava rondando a minha cabeça de novo e de novo: "Conta pra ela".
-Emma, eu...
-Regina, eu... - Nós dissemos juntas.
-Você primeiro... Pode falar... - Juntas de novo.
-É sério, Emma, pode falar... - Sorri, eu já tinha perdido a coragem de qualquer jeito.
-Você tem certeza?
-Tenho. - Assenti. - Não era nada importante de qualquer jeito. - Dei de ombros.
-Bom, se é assim... - Emma se levantou e veio até mim, o que me deixou intrigada, por isso eu acabei me virando um pouco de forma que eu ficasse de frente para ela. - Eu tenho um pedido para te fazer. — Ela sorriu e o me coração errou a batida quando eu a vi levando a mão no bolso de trás da sua calca jeans e escondendo algo nas suas costas.
–P-pedido?! Que pedido? — Gaguejei, mas a Emma não me respondeu, apenas levantou a sua mão e passou uma mecha dos meus cabelos para trás.
–Eu te amo...
–Emma, o que você...? — A interrompi.
–Regina, me deixa terminar. — Ela riu e eu a olhei com atenção. — Eu só queria te dizer que... Você é o amor da minha vida... — Lágrimas começaram a se acumular no canto dos meus olhos, malditos hormônios de gravidez. — E mesmo que ela não dure tanto quanto eu gostaria, eu acho seria louca de não querer passar o resto dela ao seu lado. — Soltou uma risada nasal me impedindo de protestar. — Então, eu queria te perguntar... — Com isso ela sorriu e se ajoelhou na minha frente de modo que eu pudesse ver que ela também tinha lágrimas acumuladas no canto dos olhos. — Regina Mills, você aceita se casar comigo? — A olhei sem acreditar ao ouvir aquelas palavras saindo em meio a sua voz rouca e trêmula, me perguntando se aquilo era mesmo real antes de assentir.
-É o que eu mais quero, Emma. - Respondi com a voz embargada e vi o sorriso da loira crescendo enquanto ela deslizava o anel pelo dedo anelar da minha mão direita e subia para encontrar os meus lábios em um beijo molhado repleto de amor.
-Eu te amo. — Me deu um selinho. — Eu te amo muito, sabia? — Outro selinho e mais outro.
-Sabia, mas eu te amo mais. - Respondi rindo, mas não demorou muito para que a culpa me atingisse de novo. Eu precisava contar a ela, mas como eu poderia fazer isso agora? A Emma estava tão feliz. Eu estava feliz. Então, eu não podia estragar aquele momento?
Wait On Me - Raquel Castro, The Wildcardz
Emma
Eu não preciso dizer o quão feliz eu estava por saber que a Regina tinha aceitado o meu pedido, e mais feliz ainda por poder chama-la de noiva agora, não é?
Então, depois de darmos um jeito em toda aquela louça, nós subimos trocando alguns beijos pela escada. Sentindo a atmosfera esquentando cada vez mais. Quando a porta do quarto bateu, eu me apressei em tirar a minha camiseta, já que a minha jaqueta já devia ter caído em algum lugar lá embaixo. Regina acabou por fazer o mesmo antes de encontrar os meus lábios de novo.
Nosso beijo era lento, nos saboreavamos uma a outra sem pressa, entrelaçando as nossas línguas de forma lenta, sem vontade nenhuma de nos afastarmos. Quando o ar foi preciso, nós encerramos o beijo e eu começei a descer pela sua mandíbula, até chegar ao seu pescoço, chupando, beijando e mordiscando. Ouvindo-a arfar, enquanto erguia a sua cabeça, me dando espaço conforme eu puxava de leve os seus curtos fios de cabelo.
Com a minha mão livre, eu trabalhava para livra-la daquela calça, abaixando a mesma. Quando alcancei o meu objetivo, eu não pude evitar de passar a mão por dentro da sua calcinha, acariciando a sua virilha e descendo para sentir o quanto ela já estava molhada.
-Você tem certeza que o Henry não volta para casa hoje? - Ela perguntou acariciando a minha nuca.
-E quando é que isso foi um problema para você, Regina Mills? - Ri enquanto a empurrava na cama, fazendo-a se sentar na mesma.
-A culpa é sua. — Ela me puxou juntando os nossos lábios. — Eu não era safada assim antes de te conhecer. - Ela riu enquanto eu tirava a minha calça jeans com a sua ajuda.
-Claro que não. - Ri enquanto já me colocava por cima dela, beijando-a de novo e a fazendo se deitar de costas.
A Regina enrolava as suas pernas em volta do meu corpo e pedia por mais empurrando os meus ombros para baixo.
Devagar, eu fui traçando o meu próprio caminho pelos seus seios, dando a devida atenção para cada um deles e por fim a sua barriga até chegar onde eu queria. Tudo isso enquanto as minhas mãos acariciavam cada curva do seu corpo, sentindo toda a vez que a sua pele se arrepiava ao meu toque.
A Regina respirava profundamente, mantendo os seus olhos fechados. Então, eu soube que estava na hora, desci a minha mão ao meu objeto de desejo começando a fazer uma leve pressão no seu clitóris. Foi quando eu coloquei dois dos meus dedos nela.
Enquanto eu repetia os meus movimentos penetrando os meus dedos e arrastando-os para fora de forma vagarosa, eu podia ouvir a Regina gemendo, gritando o meu nome muitas das vezes enquanto eu fazia o caminho inverso. Chupando a sua barriga e seios até encontrar os seus lábios de novo.
–Eu te amo. — Disse logo depois de sugar os seus lábios, contornando-os com a minha língua em uma brincadeira gostosa.
–Eu também te amo, Emma. — Ela respondeu e eu girei os meus dedos dentro dela logo em seguida, quando comecei a mordiscar a sua mandíbula, ouvindo-a gritar o meu nome.
Quando senti que estava quase na hora, eu parei e tirei os meus dedos, chupando os mesmos e me aproveitando do gosto da Regina antes de qualquer outra coisa:
-O que você está fazendo? - Regina afrouxou o seu aperto no lençol da cama e se apoiou nos cotovelos para me olhar confusa.
Eu não respondi, apenas sorri maliciosa antes de ouvi-la gemer junto a mim quando eu me posicionei juntei os nossos sexos. Os nossos clitóris inchados se encontraram, se encaixando de um jeito tão perfeito que parecia que o nosso corpo tinha sido feito sobre medida uma para a outra. Ali com as nossas pernas entrelaçadas, eu pude simplesmente me erguer a altura do seu pescoço e voltar a beija-la ali. Ouvindo a sua respiração aumentar junto a minha, com os nosso corações batendo no mesmo ritmo enquanto nos mexiamos em sincronia e deixavamos com que os sons da nossa garganta preenchessem o ambiente.
Logo, o nosso orgasmo veio e nós gozamos juntas, antes de nos jogarmos na cama uma ao lado da outra, ambas exaustas. Não demorou muito para que o cheiro de sexo se fizesse presente no quarto.
E quando aqueles olhos castanhos se encontraram com os meus, eu pude perceber que os mesmos estavam vermelhos ou até marejados de algum sentimento que eu não pude identificar. Algo que eu não tive muito tempo para pensar antes que a Regina encontrasse os meus lábios de novo para um beijo terno e cuidadoso, porém sem deixar a intensidade de lado. Eu queria falar, queria perguntar se tinha feito algo errado, ou se aquilo era apenas felicidade, mas a Regina não me deu a chance. Me beijando cada vez mais até que tudo finalmente se acalmasse e nós acabassemos apenas trocando alguns selinhos antes que a Regina se deitasse sobre a minha costela, um pouco a baixo do meu peito. De forma que eu pudesse usar uma mão para acariciar o seu cabelo e costas, e a outra para apoiar a minha cabeça.
Regina
Para a minha sorte, a Emma não demorou muito a dormir e nem fez perguntas. E eu? Bom, eu fiquei ali, deitada de bruços. Pensando, tentando processar tudo o que tinha acabado de acontecer. Quer dizer... Eu entendi direito ou agora além de grávida, eu estava noiva?!
Eu estava feliz é claro, mas eu não podia deixar de pensar em quantas vezes eu tinha perdido a chance de contar a Emma durante o jantar. Ficava pensando se eu teria essa chance de novo ou se eu teria coragem necessária...
Obviamente, o sono não me alcançou naquela noite. Então, eu simplesmente desisti e me levantei colocando a primeira roupa que vi pela frente e segui para a minha cripta. Mas, não antes de mandar uma mensagem para a Zelena pedindo que ela me encontrasse:
-Você não contou a ela, contou? - Foi a primeira coisa que a Zelena me perguntou quando chegou. Nisso já deviam ser quase 5am, não demoraria muito para que os primeiros raios de sol começassem a aparecer.
-Eu tentei contar, mas ela me pediu em casamento. O que você queria que eu fizesse?
-Eu preciso mesmo responder?!
-É, falar é fácil. - Revirei os olhos e me sentei em um dos baús.
-Bom, pelo menos o anel é bonito. - Ela disse olhando o mesmo na minha mão. - Você tem que contar, Regina. O mais rápido possível.
-E você acha que eu não sei disso?! - Bufei e o silêncio se instalou por um momento. — Tive medo que não visse a minha mensagem. — Suspirei.
–É, você tem sorte de não ser a única a ter uma noite agitada por aqui. — Ri com o seu comentário. — Aliás, onde está a nossa amiga? Sei que Ruby a trouxe para cá. - Lembrou a ruiva mudando de assunto.
-Quem? A Rainha? - Perguntei já seguindo para onde estava a gaiola. - Está onde ela deixou. - Puxei o pano que cobria a gaiola e para a nossa surpresa estava vazia.
-O quê?! - Zelena arregalou os olhos.
-Onde diabos ela está?