E Se SwanQueen Tivesse Aconte...

By bex_mills108

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O que teria acontecido em Once Upon a Time se Regina e Emma tivessem ficado juntas? Nessa fic eu conto a hist... More

Piloto
Aquilo que você mais Ama
Neve e Paixão
O Preço do Ouro
A Voz Interior
O Pastor
O Coração é um Caçador Solitário
Almas Desesperadas
O Verdadeiro Norte
07:15 da Manhã
O Fruto da Árvore Venenosa
Beleza Externa
O que Aconteceu com Frederick?
Sonhador
A Capa Vermelha
O Coração das Trevas
O Chapéu Mágico
O Homem do Estábulo
O retorno
O Estranho
Uma Maçã Vermelha como Sangue
Uma Terra sem Magia
Quebrado
Nós somos ambos
A Dama do Lago
O Crocodilo
O Doutor
Tallahassee
Filha da Lua
Nas Profundezas
Rainha de Copas
O Jogo de Cricket
O Forasteiro
Em Nome do Irmão
Pequenino
Manhattan
A Rainha está Morta
A Filha do Moleiro
Bem-vindos a Storybrooke
Autruísta, Corajoso e Sincero
Lacey
A Rainha Má
Segunda Estrela à Direita
Seguindo Até o Amanhecer
O Coração do Verdadeiro Crédulo
Garota Perdida
Uma Fada Comum
Maus Hábitos
Agir Corretamente
Ariel
Buraco Negro
Pense em Coisas Bonitas
Salvar o Henry
A Nova Terra do Nunca
Voltando para Casa
Serenata de Nova York
Noite de Prazer
Caça a Bruxa
A Torre
Mentes Silênciosas
Não é Fácil ser Verde
Jolly Roger
Passado Obscuro
Uma Coisa Curiosa
Kansas
O Portal do Tempo
O Lar é o Melhor Lugar
Um Conto de Duas Irmãs
Dentro do Gelo
Estrada Rochosa
Espelho Quebrado
Assunto de Família
A Rainha da Neve
Quebrar o espelho
Queda
Visão Partida
Heróis e Vilões
Escuridão nós Limites da Cidade
Imperdoável
Segundas Chances
A Volta do Dragão
Pobre Alma Infeliz
Força Maior
O Coração de Ouro
Lado Mal
Simpatia pelo Diabo
Lily
Mãe
Operação Mangusto Ī
Operação Mangusto ĪĪ
Dark Swan
O Preço
Assento Perigoso
Apanhador de Sonhos
O Urso e o Arco
Nimue
Escolhendo um Lado
Coração Partido
O que aconteceu em Camelot?
O Herói
Merlin
Nascimento
Senhora das Trevas
O Canto do Cisne
Almas dos que Partiram
Obra de Amor
Dever do Diabo
A Volta do Caçador
A Nossa Ruína
Seu Belo Herói
Sapatos de Viagem
Cabeça de Fogo
Ritos Finais
Somente Você
Uma História Não Contada
O Salvador
Remédio Amargo
O Outro Sapato
Um Caso Estranho
Ratos de Rua
Águas Escuras
Sem Coração
Eu Serei Seu Espelho
Crianças Trocadas
Gostaria Que Estivesse Aqui
Onde há Fumaça há Fogo
Mais Resistente do Que o Resto
O Desejo do Seu Coração
Padrões de Presságio
Um Novo Começo
Um Lugar Maravilhoso
Ajudante da Mamãe
Acordando
Onde Pássaros Azuis Voam
A Fada Negra
A Canção Em Seu Coração
A Batalha Final Ī
Batalha Final ĪĪ
Epílogo

Irmãs

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By bex_mills108

Zelena

Depois do nosso brinde, Hades me convidou para jantar. Saímos no seu carro vermelho com uma música clássica tocando no rádio e ele me levou para o que eu deduzi ser um dos pontos mais altos de Storybrooke. Onde com um piscar de olhos ele fez com que aparecesse uma fogueira, uma toalha xadrez acompanhada de uma cesta de piquenique e algum vinho caro:

-Isso não é o que eu esperava. - Disse enquanto ele enchia a minha taça de vinho. - Que outras surpresas você tem guardadas na manga?

-Você ainda não me perguntou porquê eu te trouxe aqui. - Ele disse e eu ri.

-Com homens, geralmente é óbvio. - Disse me lembrando da Ruby, claro que nós transavamos e muito, mas o nosso amor era mais que isso. Era mágico e estava nos pequenos momentos como quando ela me aninhava no sofá e acariciava os meus ombros e cabelos até eu pegar no sono, ou quando ela cozinhava para mim e me levava o café na cama. Me repreendi por pensar nela quando percebi que as lágrimas ameaçavam a se juntar no canto dos meus olhos.

-... As minhas intenções são outras na verdade.

-Sério? E quais são? - Perguntei e ele se levantou sem aviso esticando a mão para que eu o acompanhasse.

-Venha... É mais fácil se eu te mostrar. - Ele me guiou até a beirada do monte e apontou para a cidade. - Está vendo tudo isso?

-Sim, a Storybrooke do inferno. - Me segurei para não revirar os olhos. - A que você fez para mim. Já agradeci o gesto.

-É, mas isso é pouco pra você, eu sei. Dar uma versão ruim do que a sua irmã tinha... Você merece mais, merece o mundo real. - O olhei sem entender. - E assim que meu coração bater de novo, e eu puder sair daqui para sempre. É para lá que eu quero te levar.

-Você quer ir comigo para Storybrooke?

-Se você me aceitar.

-Mas, e os seus planos?

-Eu não me importo mais com isso. Não se eu posso ter você. Eu só me importo com o futuro que sejamos uma família.

-Por favor, não pense que minha irmã e seus amigos hipócritas e bem feitores gostariam de dividir o seu lar com o Deus da Morte e a Bruxa Malvada do Oeste.

-E se não estiverem lá para nos impedir?

-Como assim?

-O Submundo continuará existindo mesmo que eu vá embora. Sendo assim os heróis ficarão presos aqui, todos eles. Depois que os Charmings se trocaram, eu garanti que o nome de todos fossem gravados em lápides.

-Você quer mantê-los aqui para sempre?

-Não há outro jeito. Eu sei que as coisas entre você e sua irmã são complicadas, mas é ela ou nós. - "Você quer mesmo que eu diga quem eu escolho?!" - Então... - Ele se ajoelhou na minha frente. - Zelena, você trará o caos comigo?

É eu sei, isso foi nojento e sinto lhes dizer, mas só vai piorar. O que não fazemos por amor, não é?

Eu não podia aceitar a proposta de Hades, mas também não podia recusar, ou tudo estaria perdido. Então eu fiz o que qualquer um faria e prometi pensar. Nós terminamos o vinho e ele me deixou em casa.

Eu estava exausta, meu corpo clamava por um bom banho e era o que eu ia fazer se eu não tivesse tido uma visita um tanto inesperada:

-Você chegou tarde. - Segui o som da voz tão familiar e me deparei com a Regina sentada na minha mesa com uma postura de mãe enquanto tomava um chá e me esperava.

-Agora não é hora, Regina. - Revirei os olhos.

-É mesmo? Acho que eu julgarei isso.

-O que você quer?

-Uma irmã não pode mostrar que se importa? - Ela perguntou com um sorriso irônico no rosto. - Achei que te encontraria reclamando dos seus sapatos favoritos. Onde esteve?

-Bom, eu estava... - Começei, mas parei quando a vi arquear a sobrancelha. - Sabe onde eu estava, não sabe? É por isso que está aqui. Você tem me espionado, como? - Ela não disse nada, apenas me mostrou o espelho comigo e Hades refletidos.

-Da próxima vez, diga para o seu novo namorado vir buscar você em uma coisa com menos cromo.

-Ele não é meu novo namorado. Mostre um pouco mais de respeito pela minha privacidade.

-Não, não somos adolescentes dividindo o quarto, Sis. Depois de praticamente... Bom, tudo o que fez comigo. Sem contar o que o Hades quer fazer comigo e com todos com quem eu me importo, inclusive a Ruby, se lembra dela? - Ouvir a Regina falando assim da Ruby cortava o meu coração e me fazia querer gritar aos quatro ventos que tudo não passava de um maldito plano, mas eu não podia jogar tudo ao vento agora. Eu estava ajudando, querendo ou não eu tinha descoberto o plano do Hades.

-Ela sabe? - Perguntei-lhe.

-Por que se importa?

-Regina, ela sabe? - Repeti olhando nos seus olhos, eu precisava daquela resposta e mais ainda, precisava que ela fosse um "não".

-Claro que não. - Suspirei aliviada. - Eu não poderia fazer isso quando sei que ela passou o dia inteiro olhando para aquela porta, esperando você entrar e se desculpar. - Um nó se formou na minha garganta e Regina deu mais um gole no chá antes de voltar a falar. - O mínimo que você podia fazer era não sair com outro cara e planejar um pano maligno contra nós.

-Suponho que eu não ganhe pontos por não dizer sim.

-Mas você também não disse: "Não". E não terá a chance de dizer nada, porquê não vai vê-lo de novo.

-Primeiro você finge ser uma irmã atenciosa e agora, vai tentar ser minha mãe? Nem tente, já tive alguém que falhou nessa tarefa. Ela me abandonou na floresta, lembra?

-Eu sei que não acredita em mim, Zelena, mas estou fazendo o que é melhor para você.

-E como sabe que não é ficar com o Hades?!

-Olha o que ele fez comigo, Zelena! Ele é um vilão!

-Ah e a Ruby é uma heroína?! Veja só o que eu ganhei ficando com ela. - Abri os braços apontando para o meu redor, uma casa totalmente vazia. Regina estava quase mordendo a isca, então eu não podia parar agora.

-Oh eu vejo, você ganhou uma família! E está jogando tudo fora por tentar redimir o Deus da Morte!

-Eu posso ajudá-lo!

-E se você estiver errada, hein? O que acontecerá com todos nós?

-Pare de fingir que se importa comigo ou que quer ser minha irmã, porquê nós duas sabemos que não quer. - Com isso eu lhe dei as costas e saí em direção ao banheiro, nossa conversa tinha acabado e minhas forças também.

Regina

Voltei ao apartamento dos Charmings e as luzes já estavam apagadas, todos já deviam estar dormindo. Abri a porta do apartamento e entrei desviando do colchão da Lily que estava bem no meio da sala. No sofá ao seu lado, estava o Hook dormindo e coçando o nariz com a mão, ou melhor o gancho errado, do outro lado estava a Malévola também dormindo na poltrona. Se é que aquilo podia ser considerado dormir. Ela estava sentada com a cabeça levemente inclinada para trás e o chapéu caindo nos seus olhos, ao seu lado, perto do alcance da sua mão estava seu cajado encostado na poltrona.

Eu não queria nem imaginar as dores nas costas que eu poderia ter se dormisse naquela posição, então eu segui o corredor e fui até o quarto que eu dividia com a Emma, dando uma rápida espiada na porta entreaberta do quarto de visitas, onde dormia a Ruby, Roland e a bebê. - "Pobre, Ruby". - Foi tudo o que eu pensei antes de finalmente abrir a porta do meu quarto.

Entrei, tirei os meus sapatos e troquei de roupa, colocando uma camisola antes de me deitar ao lado da Emma que já dormia:

-Onde esteve? - Ela perguntou baixinho me abraçando assim que eu me deitei.

-Estava me esperando, Srta. Swan? - Sorri e passei uma mecha do seu cabelo loiro para trás da sua orelha.

-Vou sempre esperar por você. - A ouvi sorrir e dei um rápido selinho na mesma.

-Boba! - Disse em um tom brincalhão. - Eu estava na minha irmã.

-Hum, então, quanto tempo até ela vir falar com Ruby e aquelas duas reatarem de novo? - A loira riu e eu teria feito o mesmo se não soubesse sobre o encontro.

-Ela não vai vir. - Disse em um suspiro.

-O quê? Por que? - Emma mal conseguiu disfarçar a sua surpresa.

Soltei um longo suspiro antes de voltar a falar:

-Eu fui até a casa da Zelena, porque eu a vi hoje mais cedo em um encontro romântico com o Hades.

-O quê?! - Emma tirou o braço que me envolvia e se sentou na cama para assimilar o que eu estava dizendo.

-Pois é, parece que a velha chama entre eles reacendeu. - Revirei os olhos e também me sentei ao lado dela, encostada na cabeceira.

-Está me dizendo que a Zelena está apaixonada?

-Não, eu não acho que seja amor. Ela só não está pensando racionalmente o que é um problema tanto para ela quando para nós.

-Então nós precisamos fazer alguma coisa, precisamos dete-la.

-Bom, qualquer medida contra a Zelena pode causar muitos problemas a essa altura do campeonato. — Deitei a minha cabeça sobre o ombro da loira e soltei um longo suspiro quando ela pegou a minha mão e começou a acaricia-la com o polegar.

-Então precisamos dar um jeito de separa-los. Alguma ideia?

-Bom, não podemos contar para a Ruby e com ela fora de jogo. Só existe uma pessoa em que podemos confiar para destruir o amor que floresce entre Hades e a minha irmã.

–Quem? — A loira me olhou curiosa e eu levantei a cabeça encontrando seus olhos antes de responder.

–Minha mãe. — Disse em um suspiro.

Emma

De manhã, eu e Regina pedimos para que a Ruby fosse buscar um café no Granny's com o Henry e o Roland. Enquanto isso, nós nos agrupamos na sala e explicamos o plano aos outros:

–Esperem, perdi alguma coisa? A Cora não tinha feito um acordo com o Hades para sair do Submundo? — Indagou Hook.

–O acordo só era válido se ela conseguisse nos mandar embora, como ainda estamos aqui...

–É possível que ela também esteja. — Completou meu pai.

–Só há um jeito de descobrir. — Regina tirou um pequeno espelho do bolso do seu casaco e se concentrou nele por um momento.

–E então? — Perguntei.

–Ela está aqui, mas não vão gostar de saber onde. — Ela disse virando o espelho para nós.

Na imagem, podíamos ver Cora em meio as minas da cidade, trabalhando em um moinho. Ela vestia trapos e usava uma pulseira anti-magia.

–Está bem, eu vou. — Disse Hook já saindo do apartamento.

–Espere, ainda não temos um plano. — Disse.

–Bom, eu tenho. — O Pirata deu de ombros.

–É mesmo, qual? Vai bater na porta e pedir que por favor soltem a minha mãe?

–Quase isso, Amor, mas com um pouquinho mais de charme. — Regina não respondeu, apenas cruzou os braços, o olhando cética, o que fez o mesmo sorrir. — Confie em mim, Majestade, me espere na cripta e eu trarei sua mãe de volta. — Com isso ele saiu.

Depois que a Ruby voltou e nós tomamos café, foi a vez do meu pai sair dizendo que ia ao mercado. As próximas a saírem foram Lily e Malévola, as duas diziam que estavam cada vez mais perto de descobrir quem era o pai da Lily. Então eu lhes desejei boa sorte e me dispus a ajudar caso elas precisassem.

Regina também aproveitou a deixa e saiu para esperar o Hook no lugar marcado. Já eu, fiquei no apartamento com Ruby e os outros, cuidando para que ela não soubesse sobre o nosso plano. Eu nunca fui muito fã da Zelena, mas nunca pude imaginar que ela faria uma coisa dessas. Não era possível, não tinha lógica. Não depois de tudo o que o Hades fez. Sem contar que ela e a Ruby eram ótimas juntas. Amores verdadeiros uma da outra, qualquer um podia ver isso. Tinha que ter outra explicação, mas qual?

Cerca de meia hora depois meu pai voltou carregando um saco de compras:

–Emma! Tudo bem?

–Sim, estava pensando na minha mãe. Tomara que ela esteja bem sem nós. — Disse enquanto olhava para um porta retrato dos dois.

–Tenho certeza que sim. — Ele colocou as compras sobre a mesa.

–Lembra disso? — Mostrei o porta retrato a ele.

–Meu aniversário, não é?

–De casamento, eu acho.

–Ah é claro, eu não estou pensando direito. Ficar longe dela é difícil.

–Eu sei.

–David, você trouxe? — Ruby apareceu na sala.

–Ah água mineral, um cobertor novo e muitíssimas fraudas. — Ele disse olhando na sacola.

–O pai do ano. — Brinquei.

–Eu tento. — Brincou. — Por favor, só não contem para a Snow que eu esqueci do nosso aniversário de casamento.

–Você esqueceu seu aniversário de casamento? — Perguntou Ruby.

–É, mas depois de tantas maldições e viagens no tempo, quem poderia culpa-lo? — Dei de ombros.

–Tem razão. Obrigada, David! — Disse Ruby pegando a sacola. — Espera, cadê a Regina? Emma disse que ela estava com você. — Ela nos olhava com curiosidade.

–An... — David me olhou esperando que eu respondesse.

–A Cora apareceu, ela se meteu em confusão e Regina está tentando ajudá-la.

–Espera, a Cora? Zelena sabe disso?

–Nós não sabemos Ruby, mas se Cora procurar por ela, acho que a Regina pode lidar com a irmã... — Foi quando o meu pai colocou uma pulseira anti-magia no meu pulso.

–Irmãos... — David destravou sua arma e ficou a nossa frente. — Podem ser um estorvo, não é?

–O que é isso? — Ruby perguntou enquanto eu o olhava sem entender.

–A Cruella me aconselhou a nunca enfrentar uma Salvadora sem um desses. — Foi naquele momento que eu percebi que aquele não era o meu pai, levei a minha mão a cintura e então percebi que a minha arma tinha ficado no quarto. “Merda”.

–James.

–Pode me chamar de Tio Jimmy. — Caçoou.

–Onde está meu pai?

–Bem trancado na delegacia. Venho seguindo ele a muito tempo e imaginei que como a Snow foi embora essa seria a minha chance. — Foi quando a Ruby tirou suas garras de fora. — Ah ah ah, eu não tentaria nada se fosse você. Está carregada com balas de prata. — Avisou e ela encolheu as garras, bem a tempo de nós ouvimos um carro parando em frente ao apartamento. — Ah, bem na hora. Desçam as escadas, agora. E não tentem nenhuma gracinha.

Com uma arma apontada para a nossa cabeça eu e Ruby descemos, lá embaixo nós deparamos com o carro da Cruella, do qual a mesma logo desceu:

–Olá Querido. — Ela veio até o James falando com uma voz de bebê forçada. — Ótimo trabalho! Mamãe está muito orgulhosa de você e vou mostrar o quanto mais tarde. — Eu e Ruby fizemos uma careta de nojo. — Mas, primeiro eu preciso fazer uma coisa. — Ela veio até mim e me deu um tapa na cara sem que eu esperasse.

–Uh... — Disse James.

–Isso foi por me matar. — Ela sorriu.

–O que você quer? — Perguntei com os dentes cerrados.

–O que eu quero, está fora deste lugar terrível. E se o autor não quer fazer isso por nós, tenho que pensar de outros jeito. E só existe um homem que pode fazer isso por nós.

–Hades. — Conclui.

–Por que Hades ajudaria vocês? — Perguntou Ruby.

–Não ajudaria, a não ser que eu tenha alguma coisa para dar em troca. Como a filha da mulher que ele ama. Deus sabe como essas coisas são horríveis. — Ela olhou para o apartamento. — Jimmy, suba lá em cima e pegue a criança. — Ordenou.

–Só por cima do meu cadáver! — Ruby deixou com que as garras e as presas saíssem, arranhando o James em um só gesto.

–Eu gostava dessa camisa. — Ele disse quando o arranhão sumiu, deixando apenas o rasgo na roupa. — Mas, em compensação. Sei que vou gostar muito mais quando eu puxar o gatilho. — Ele se aproximou e apontou a arma para a cabeça da Loba.

Regina

Como o prometido, Hook libertou a minha mãe. Ainda não sei como ele fez isso sozinho, mas deu certo:

–Mãe, me desculpa por não ter vindo antes. Se eu soubesse que...

–Querida, eu sei me cuidar. Só queria ter conseguido te tirar daquele lugar. Se a Salvadora e seus amigos tivessem ido embora como eu disse, talvez...

–Mãe, nós duas sabemos que Hades estava só te manipulando. Ele não ia me tirar daquele buraco tão cedo. — Ela não disse nada, apenas assentiu. — O problema é nós saímos de uma armadilha para cair em outra. E agora todos nós estamos presos aqui.

–O que quer dizer? O quê o Hades fez?

–Ele colocou o nome de todos em lápides, para que ele possa ir para Storybrooke sem ninguém que o fique perseguindo lá em cima.

–Impossível! Eu sei que o Senhor do Submundo não pode sair desse dominio para sempre.

–Na verdade, ele pode sim. Se reiniciar o seu coração com um beijo de amor verdadeiro.

–Quem poderia amar aquele homem?

–A Zelena. — Disse e vi seu sorriso desaparecer em questão de segundos.

–Zelena? Ela está aqui?

–Parece que ela e o Hades tem um passado.

–Por isso que ele sabia sobre ela. Precisamos fazer ela mudar de ideia.

–Eu já tentei, mas ela colocou na cabeça que pode muda-lo. Fazer dele um homem melhor.

–Você fez bem em me procurar, ela corre mais perigo do que você pensa. Hades passou tempo demais aqui para ser mudado por algo tão simples quanto o amor.

–Como impediremos que Hades faça mal a Zelena?

–Só temos uma opção.

–E qual é?

–Temos que fazê-la esquecer que Hades um dia existiu.

Assim saímos da cripta e minha mãe me guiou pela floresta até um pequeno córrego:

–Essa fonte flui do Rio Lecce.

–O rio do esquecimento. — Disse e ela assentiu.

–Uma gota dessa água e será como se Zelena nunca tivesse conhecido o Hades.

–É, eu sei, Mãe. Sei como funciona. Já lidei com poções do esquecimento antes.

–Ah assim como eu. — Ela destampou um pequeno frasco e se abaixou para pegar água do rio. — Na verdade tinha uma fonte desse mesmo rio no quintal da nossa propriedade. Na Floresta Encantada.

–Em quem você usou?

–Não importa, o que importa é que você encontre uma maneira da Zelena beber isso. — Ela me deu o frasco.

–Vou precisar de sorte. Depois do que eu disse sobre o novo namorado dela, eu duvido que me deixará chegar perto da fazenda.

–Ela vai deixar.

–O que tem em mente?

–Depois de todos esses anos, acho que finalmente chegou a hora dela conhecer a mãe.

Zelena

Lá estava eu, passando mais um dia sozinha, olhando uma foto que eu tinha tirado com a Ruby a um tempo atrás. Eu estava com tanta saudade da Loba e das crianças que chegava a apertar no meu peito. A única coisa que aliviava a minha dor era saber que eu eles estavam seguros e que logo logo, nós poderíamos ser uma família de novo. Foi quando mais uma vez, a minha campainha tocou. Me levantei e abri a porta, mas diferente de tudo que eu poderia esperar, eu nunca poderia imaginar que essa pessoa algum dia bateria na minha porta.

Devo ter ficado pelo menos um minuto parada na porta com os olhos arregalados, meus lábios abriam e fechavam, mas eu não conseguia dizer nada, era como se eu tivesse visto um fantasma. E tinha mesmo...

–Olá, Zelena! — Ela disse me tirando dos meus devaneios.

–M-mãe?

–Não estava certa de que saberia quem eu era. — Ela sorriu.

–Não sei o que está fazendo aqui, mas eu não preciso de nada que venha de você! — Gritei e fechei a porta com tudo, ou pelo menos tentei, porquê com apenas um dedo Cora abriu a porta de novo a fazendo bater na parede.

–Nós duas sabemos que tem esperado por esse momento a sua vida inteira, não vamos fingir o contrário. — Engoli em seco, me controlando para que a emoção e as lágrimas não tomassem conta de mim e lhe dei passagem, fechando a porta atrás de nós.

–Então, você simplesmente estava na vizinhança? Dando uma volta no inferno e decidiu me visitar? — Perguntei sarcástica.

–Não, eu estive em uma espécie de prisão. A versão de Hades de uma prisão. E quando eu soube que estava aqui, eu precisei vir.

–A Regina te mandou aqui, não foi? Para tentar me dissuadir.

–Você acha que a Regina esqueceria o que eu fiz com o Pai dela? Não. Quanto a te dissuadir, sou a última pessoa que pode tentar isso já que fui eu mesma que te coloquei nessa posição.

–E o que isso quer dizer?

–Sei que acha que o que sente por Hades é verdadeiro. Mas, não é óbvio? Ainda tenta preencher o vazio que eu criei no seu coração quando eu te abandonei.

–Não estou interessada em falar sobre isso. Eu já superei. — Dei de ombros. — Faz anos que eu superei.

–Não, não superou. O que eu fiz deixou uma ferida que está aumentando a décadas. Você quer saber se eu me arrependo da minha decisão? Se depois de todos esses anos me arrependo de ter te deixado?

–E se arrependeu? — Minha voz já estava fraquejada pelo choro que ameaçava cair.

–É claro que sim. Zelena, eu lamento tanto.

–Por quê?

–Eu pensei que seria melhor para você, eu... — Ela fez uma pausa por um momento. — Para mim. Eu estava errada, você não entende porquê ainda não posso deixar o Submundo? — Ela começou a se aproximar. — Pensei que fosse a Regina, mas agora eu sei. São vocês duas. — Foi tudo o que eu precisei para cair em choro. — Você é meu assunto inacabado. — Com isso ela me abraçou apertado e eu retribuí.

–Desculpe, foi um pouco demais para mim. — Disse me sentando na cadeira, tentando me recompor.

–Ah tudo bem, Querida. Eu vou te trazer um copo de água. — Assenti e Cora desapareceu, mas diferente do que eu pensava ela não foi para a cozinha e sim para o meu quarto. Naquele momento eu percebi que tinha alguma coisa errada. — Isso deve te ajudar. — Ela disse quando voltou com a água.

–Obrigada, eu imaginei esse dia milhares de vezes. Encontrando você, ouvindo que se arrependeu, que realmente me amava. Na verdade isso parece um sonho.

–Para mim também. — Ela acariciou o meu cabelo.

–Só tem uma coisinha diferente, sabe? Nos meus sonhos você era totalmente sincera. Nunca pensei que tentaria me envenenar! — Joguei toda a “água” no fogo da lareira. — Já pode sair, Regina! — Gritei em direção a cozinha. — Você achou mesmo que eu acreditaria nessa baboseira?! — Pelo canto do olho vi a Regina adentrando a sala confirmando minhas suspeitas.

–Não era baboseira, eu sei que está chateada...

–Estou muito mais que isso, Querida! — Me levantei de forma abrupta chutando a cadeira para longe.

–Por favor, Zelena, deixe-nos explicar! — Pediu Regina.

–Explicar o quê?! Que está tentando destruir a minha vida de novo, não conseguia fazer sozinha e então correu para a Mamãe?!

–Eu não estava tentando destruir nada!

–Claro que não, só estava fazendo o que era melhor para mim! Vocês duas são farinha do mesmo saco sujo! Nunca se importaram com o que acontece comigo! Nenhuma das duas! Não acredito que pensei que as coisas poderiam ser diferentes entre nós, você sempre se importou só com você! — Acendi uma bola de fogo na palma da minha mão. — Não importa o que eu faça, você e eu nunca estaremos do mesmo lado!

–Tem razão! — Regina também acendeu uma bola de fogo na sua mão. — Quer incendiar esse lugar, então vamos lá!

–Basta! — Cora fez um gesto com as mãos apagando ambas as bolas de fogo. — Se devem odiar alguém esse alguém sou eu.

–Não se trata de você, Mãe. — Disse Regina sem desviar os olhos de mim.

–Mas deveria tratar. Houve uma época em que vocês se gostavam. — Agora eu e Regina a olhavamos confusas.

–Do que diabos você está falando? — Perguntei.

–Há um capítulo na história da nossa família que vocês duas se esqueceram. Foi a muito tempo. — Cora esticou uma mão para a Regina que a pegou receosa. — E chegou a hora de vocês se lembrarem. — Ela fez o mesmo comigo e em seguida nós fechamos os olhos.

Então, as lembranças começaram a voltar. Eu e Regina devíamos ter entre dez e quinze anos quando eu a salvei e nós descobrimos ser irmãs. Quando Cora soltou nossas mãos Regina estava chorando assim como eu.

–Estão vendo? Vocês já foram irmãs que se amavam e precisavam uma da outra. Eu achava que o amor... Qualquer tipo de amor era uma fraqueza. Eu fui uma tola. — Ela se virou para a Regina por um momento pegando as mãos da mesma. — Veja você Regina, cercada de pessoas que te amam e se importam com você. Pessoas que vieram até o Submundo atrás de você. Você se tornou mais forte do que eu jamais fui. E essa força você ganhou das pessoas que você ama. Não de mim.

–Obrigada, Mãe.

Depois disse ela veio até mim, mas eu não consegui olhar nos seus olhos, estava mais ocupada observando um ponto fixo no chão:

–Minha Zelena... — Me forcei a olhar para ela. — É verdade o que eu disse antes, eu sinto muito, muito por nunca ter te dado a família que você merecia, ou o amor. Eu deveria estar perto de você ao invés de desperdiçar a minha vida matando pessoas. Você não precisa cometer os mesmos erros que eu.

–E se for tarde demais para mim?

–Estar aqui me ensinou que nunca é tarde demais. Principalmente para a família. — Ela pegou a minha mão e a da Regina de novo. – Você nunca deixa de estar conectado. Até o fim. E algumas vezes, mesmo depois.

Emma

Assim como Cruella ordenou, James subiu e pegou o bebê. Depois disso eles nos obrigaram a entrar no carro e dirigiram até as docas, onde James nos ameaçava para que pulassemos no Rio das Almas:

–Nos matar não vai te ajudar a sair daqui, Cruella. — Disse.

–Ah você tem razão, mas enviar você e a sua cadelinha de estimação para o tormento eterno é um presente e tanto.

–Eu queria poder dizer que será rápido e indolor, mas... — James me fez virar se costas.

–Não! — Gritou Ruby.

Foi quando o meu pai chegou e o acertou, o pegando desprevenido e fazendo com que a arma caísse no chão:

–E essa, foi rápida? — David dizia para o irmão enquanto Cruella corria para alcançar a arma, mas Ruby foi mais rápida colocando o pé sobre a mesma e a pegando logo em seguida.

–Eu fico com isso, Querida. Você nem saberia usar mesmo. — Ela disse guardando a arma na cintura.

–Cadela! — Cruella xingou e se pôs a correr de novo.

–Ruby, você está bem? — Me juntei a mesma.

–Estou, e você?

–Nunca mais saio sem a minha arma. — Brinquei.

–Nem eu. — Ela sorriu e correu para pegar a bebê de novo.

–Ah, foi uma fuga e tanto, David. — James se levantou limpando o canto do lábio que estava cortado. — Francamente eu pensei que não seria capaz.

–Não devia ter me prendido na prisão, ou você acha que eu não sei escapar da minha própria cadeia?

–Idai, agora você quer bancar o herói?

–Depende de você, James. Nenhum de nós quis passar pelo que passamos. Olha, eu também fiquei contrariado, mas não significa que temos que terminar assim. Somos família. — James riu. — Eu posso te ajudar a superar, posso te ajudar a encontrar a paz.

–Pode! — Ele apontou sarcástico. — Você pode sim. Porque matar você é meu assunto inacabado. — Com isso James correu na direção do meu pai e os dois começaram a lutar.

–Pai! — O chamei pronta para atacar o James com magia.

–Emma! — Ele levantou a mão me parando. — Deixa comigo.

–Você quem sabe. — James sorriu antes de soca-lo de novo e os dois partirem para outro round, até que meu pai finalmente o derrubou.

–Jimmy! Jimmy! — Cruella o chamou de longe para que os dois fugissem, mas ao contrário do que pensávamos, James não desistiu e sim, pegou uma faca escondida na sua meia e apontou para o meu Pai.

–Espere. — David pediu, mas o Príncipe não escutou.

Na primeira tentativa em acerta-lo, meu Pai grudou o James pela camisa e o girou, fazendo com que ele caísse no rio.

Cruella por sua vez entrou no seu carro e fugiu enquanto nos aproximavamos da beirada e víamos o rio consumir o James:

–O bebê está bem? — Perguntei para a Ruby.

–Está, está sim. Foi só um susto.

–E você está bem? — Perguntei para o meu Pai.

–Estou. — Ele disse ainda assustado.

–Você fez o que tinha que ser feito.

–Tinha que haver outro jeito.

–Não havia, as vezes as pessoas não conseguem superar.

–Eu sei, é que apesar de tudo ele era o meu irmão. — Eu não disse nada, apenas o abraçei.

Regina

Com tudo resolvido entre a família Mills e com isso os assuntos inacabados da nossa Mãe também, Cora conclui que queria tentar cruzar a ponte. Então, nós fomos até a caverna:

–Como isso funcionou com o seu Pai?

–Bom, Emma disse que ele atravessou a ponte e ela o levou para o seu lugar. Para a luz.

–Isso vai funcionar com ela? — Perguntou Zelena.

–Seja qual for o meu destino, eu mereço ele.

–Mãe, você não precisa... — Começei.

–Eu posso enfrentar isso. Saber que eu aproximei vocês duas é a paz que eu precisava.

–Mãe...

–Prometam-me que ficaram juntas. — Pediu e nós assentimos de forma simultânea. — Regina... — Ela se aproximou de mim. — Na Storybrooke real, quando eu morri. Não tivemos a chance de nos despedir. — Não eram necessárias palavras, então eu a abraçei.

Quando nos separamos, ela se virou para a Zelena:

–Nem tivemos a chance de dizer: “Olá”. — As duas também se abraçaram. — Eu amo vocês duas. — Ela disse depois de terminar o abraço e se virou indo em direção a ponte.

Quando ela chegou na ponta e uma rajada de fogo começou a envolve-la, eu apertei forte a mão da Zelena. Mas, tudo não passou de um susto, porquê quando o fogo abaixou, a passagem se abriu. Cora se virou para nós e sorriu uma última vez antes de seguir seu caminho e desaparecer com o brilho da luz:

–Esperei uma vida inteira para ter uma Mãe e agora ela se foi. — Zelena dizia chorosa.

–Está tudo bem. Está tudo bem. — Peguei a mão dela de novo e a abraçei. — Eu vou cuidar de você, mas primeiro eu acho que você precisa encontrar o seu outro amor.

–O que está dizendo?

–Hades, vá até ele.

–Sobre isso, eu preciso te contar uma coisa...

–O quê?

–Aqui não, é perigoso. Você vai ter que confiar em mim.

–Eu confio.

–Obrigada, Regina. — Nos abraçamos de novo.

Zelena

Saí da caverna e segui até o Granny's, como eu tinha combinado com o Hades mais cedo. Quando cheguei lá encontrei o mesmo dançando sozinho no meio do restaurante:

–Parece que o amor está florescendo. E eu que achava que nada floresce no Submundo. — Rumplestiltiskin apareceu antes mesmo que eu pudesse entrar no restaurante.

–O que você quer?

–Falar com uma mulher sobre uma maldição do sono e bem desagradável que você deu para a minha mulher.

–Se a Belle preferiu o sono eterno a outro instante com você, a culpa não é minha. — Sorri. — Eu diria que o critério dela melhorou.

–A questão é que eu não acho que ela decidiu isso sozinha. Acho que você viu a oportunidade e se aproveitou, assim como eu estou fazendo agora.

–Não pode me fazer mal, fizemos um acordo, lembra?

–Lembro sim, o engraçado é que eu tenho outro acordo em jogo. Um que eu não aceitaria até o que você fez com a Belle. — Ele disse e outro homem vestindo um casaco preto chegou pela rua, vindo em nossa direção.

–Quem é ele?

–Ele é o que eu gosto de chamar de válvula de escape. Zelena, este é o meu Pai. Peter Pan. — “Como é que é?!” — Olhei para o homem espantada, aquilo não fazia sentido, ele era mais novo.

–Ouvi dizer que você é malvada, mas eu sou muito pior. — Assim ele colocou um saco na minha cabeça antes que eu pudesse fazer qualquer outra coisa.

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