Emma
-Hades acha que pode nos derrotar. Está na hora de mostrar que ele está errado. Vou apagar esses nomes das lápides e poderemos voltar para casa, nada mais nos manterá aqui. - Eu dizia a minha mãe, Lily e Hook.
Assim eu usei minha magia nas lápides.
-Ah pessoal, alguém mais ‘tá sentindo isso? - Perguntou Lily receosa.
-O que Lily? - Perguntei parando o que eu estava fazendo.
–Eu não sei... — Ela disse e então o vento começou a soprar mais forte.
-Ela tem razão, há algo errado. Um capitão que se preze sabe quando uma tempestade se aproxima. Temos que procurar abrigo. - Avisou Hook.
-Okay, vamos, vamos! - Eu dizia enquanto via ao longe um tornado descer dos céus.
Nos escondemos atrás de uma grande capela e logo o vento parou:
-Passou rápido. - Estranhei. - Vocês estão bem?
-Sim, mas tem alguma coisa aqui. - Disse minha mãe espiando pela lateral da capela. - Estou vendo alguma coisa. - Ela pegou uma flecha e saiu pronta para disparar, mas algo a atacou antes que ela pudesse reagir.
-Mãe!
Chamei por ela e abri os olhos. Foi só um sonho:
-Pesadelo? - Perguntou Lily me lembrando do porquê estávamos ali. Vigiando.
-É, mas não foi nada. - Me levantei. - Desculpa, eu caí no sono.
-Ah tá tudo bem, eu dou conta. - Deu de ombros.
-Não é a melhor forma de vigiar.
-Emma, tá tudo bem, de verdade. É a primeira vez que eu te vejo dormir desde que chegamos.
-Poderei dormir durante semanas depois que derrotarmos Hades. - Disse e olhei para baixo vendo a luz piscando por debaixo da porta da biblioteca. - É o sinal, eles estão prontos. - Conclui e coloquei a mão sob o ombro da Lily, a chamando para me seguir.
-Mãe! - Dei.um abraço apertado na mesma assim que a vi.
-Está tudo bem? - Perguntou.
-Ahh está sim, só... É bom ver você. — Sorri.
-Quando terminarem o abraço, você pode me ajudar aqui? - Perguntou Regina.
-Ahh, não leve pro coração, a Regina está mal-humorada. - Avisou Malévola.
-Não estou mal-humorada. — Q morena revirou os olhos.
-É nisso que você trabalhou a noite toda? Esse é o novo plano para derrotar Hades e ir embora? Um amontoado de linhas tortuosas? - Questionou Hook entrando na biblioteca.
-Quando puder fazer melhor, me avise. - Bufou a morena. - Hades colocou um forte feitiço de proteção nesse elevador e essas linhas tortuosas são a única forma de abri-lo.
-Então tomara que esse elevador nos leve direto para ele. - Disse Ruby.
-Bom, com a surpresa do nosso lado, talvez tenhamos uma chance. - Disse meu Pai.
-São muitos tomarás e talvez. - Disse Hook.
-Bom, é o que temos no momento. - Dei de ombros. - Okay, vamos lá. - Com as nossas magias combinadas, eu e Regina conseguimos abrir a porta do elevador, mas tudo que encontrarmos do outro lado foi uma parede de tijolos. O que fez muitos de nós soltarem suspiros frutados.
-Parece que não surpreendemos ele. - Apontou Lily.
-Nós teremos outra ideia, sempre temos. - Minha Mãe incentivou.
-E se eu conseguisse retirar nossos nomes das lápides que o Hades fez para nós? - Sugeri.
-Eu e Malévola procuramos feitiços assim, mas não existe nenhum. - Disse Regina desanimada.
-Na verdade, existe. Ele me veio em um sonho. - Expliquei e vi a Regina arquear uma sobrancelha curiosa.
-Veio em um sonho? - Questionou meu Pai.
-Eu sei que parece loucura, mas eu me lembro de cada detalhe. Não é certo, mas...
-Bom, dentre tantos tomarás e talvez, aprendi a nunca duvidar dos seus... - Hook sorriu para mim enquanto Regina revirava os olhos para seu comentário.
-Ótimo, vamos com você. - Disse Lily.
-Okay, eu e Snow vamos voltar para o apartamento com o Henry e quem mais quiser vir. - Disse meu Pai.
-Na verdade, eu vou com eles. - Disse minha Mãe.
-Não, não! Não é uma boa ideia! - Avisei.
-Eu prometi derrotar Hades e voltar para o nosso filho, lembra? Se é assim que faremos eu vou.
-Emma, eu não discutiria com a sua Mãe. Pode confiar em mim. - David sorriu.
-Você vem? - Perguntei para a Regina.
-Na verdade não, vão na frente, encontro vocês no cemitério. — A morena dizia enquanto se aproximava. — Ruby disse que Zelena tem algo a me contar, então eu vou ouvi-la. Ela tem um passado com o Hades, então se tem alguém que sabe suas fraquezas, esse alguém é ela. — Disse para que apenas eu ouvisse e eu assenti.
–Te vejo mais tarde. - Trocamos um breve selinho antes que a mais velha se afastasse novamente.
-O que acham de um café no Granny's? - Regina perguntava a Zelena e a Ruby enquanto vestia o seu casaco e se preparava para sair.
-Eu acho ótimo. — Disse Ruby.
–Okay. — Zelena confirmou e as duas deram as mãos, seguindo a Regina pela saída.
Dessa forma eu segui para o cemitério com a minha mãe, Hook e Lily:
-O feitiço estava funcionando no meu sonho, eu só tenho que fazer acontecer. - Fechei os meus olhos e me concentrei na minha magia.
-Ah pessoal, alguém mais ‘tá sentindo isso? - Lily perguntou quando o vento soprou forte, assim como havia feito no meu sonho.
-Ela tem razão, um capitão que se preze sabe quando uma tempestade se aproxima, temos que procurar abrigo. - Disse Hook.
-Por que foi que vocês disseram isso?!
-Está tudo bem, Swan, é só uma tempestade. Sobrevivi a coisas piores. - Assentiu Hook.
-Não, eu não devia ter trazido vocês aqui. Não foi só um sonho, era uma premonição e foi assim que aconteceu.
-Swan, podemos falar sobre isso depois? Temos que nos abrigar agora! - Hook disse de novo e assim nós corremos, nos abrigando atrás da capela.
-Viram só? Tanto barulho para nada, essa foi a tempestade mais curta do mundo. - Disse Hook assim que o vento parou.
-Talvez seu pesadelo não seja tão ruim afinal. - Lily deu de ombros.
-Não era a tempestade que eu temia. No meu sonho aquele ciclone trouxe um monstro.
-Que tipo de monstro? - Minha mãe perguntou e foi quando ouvimos um rosnado.
-Daquele tipo.
-Vou dar uma olhada. - Minha mãe disse e eu agarrei a sua mão no mesmo momento.
-Não! Mãe, não posso deixar você fazer isso.
-Okay, okay... - Ela ergueu as mãos em rendição. - Emma, o sonho foi seu, então nos diga: O que faremos agora?
-Vamos correr!
Regina
Acompanhei a Ruby e Zelena até o Granny's:
–Então, vão me contar o que está acontecendo ou vamos ficar sentadas aqui tomando café e fingindo ser uma família feliz? — Reclamei.
–Regina, a Zelena me contou sobre o Hades ontem e... — Ruby começou.
-Ele é apaixonado por mim... - Zelena disse de uma vez e foi impossível disfarçar a minha surpresa. - Mas naquela época, foi totalmente ridículo. A ideia de que alguém poderia me amar.
-Bom, a Ruby conseguiu. - Brinquei. - Por mais incrível que pareça... - Dei de ombros.
–Hey! — Reclamou a garota enquanto a Zelena deixava um sorriso bobo escapar. Eu tenho que admitir, elas eram muito fofas.
-E é exatamente aí que está o problema. Hades veio me ver ontem, dizendo que ainda me amava e ameaçando tirar a Ruby do caminho caso fosse necessário.
–Você não tinha me contado essa parte ontem. — Disse Ruby.
–Como eu poderia? Eu te conheço Ruby, sei como você é. E tenho medo que você tente alguma coisa e acabe... — Ela não terminou a frase, apenas suspirou e voltou sua atenção a sua xícara de café.
-Escuta... Zelena, não vamos deixar que Hades faça nada com você a Ruby ou as crianças. Mas, para isso precisamos da sua ajuda. Hades está nos mantendo aqui e você é a única que pode nos ajudar, e ajudar a si mesma. Nos tirar daqui. Por isso nós precisamos saber: Qual é a fraqueza dele? Qualquer detalhe que você se lembrar já será de grande ajuda.
-Sério?! A sua preocupação é essa, Regina?! - Zelena deu um tapa na mesa.
-Zelena... — Ruby tentou colocar sua mão sobre a dela, mas a ruiva a puxou antes que seus dedos sequer se tocassem.
-Não, Ruby, será que você não vê?! Ela não se importa com a ameaça ou com o que acontece com nós! Ela só está aqui para saber sobre o Hades! Tudo sempre se resumiu ao Hades!
-São as duas coisas, Zelena. — Tentei.
-Bom, então infelizmente para você, eu não tenho mais o que oferecer. Até onde eu sei, sou a única fraqueza dele. — Com isso ela se levantou e a Ruby me lançou um olhar de desculpas, antes de se levantar e ir atrás da Verdinha.
Emma
O abrigo mais próximo que achamos no cemitério foi a cripta da Regina que por sorte estava aberta:
-Olha, eu sei que parece meio sinistro, mas acho que estamos a salvo aqui.
-A cripta da sua namorada é ainda mais macabra daqui de baixo. - Comentou Lily.
-Não toque em nada por favor. Regina me mataria se... - Mal terminei de falar quando ouvimos outro rosnado.
-Swan, tem certeza que é seguro? - Perguntou Hook.
-Não vai me dizer que o famoso Capitão Hook está com medo. - Riu Lily.
-Não é medo... Eu só não posso deixar de me perguntar: O que era aquela coisa e por quê está atrás de nós?
-Eu não sei, mas se chegar perto eu posso atirar. - Disse minha Mãe.
-Você não pode ir lá!
-Emma, do que você tem tanto medo? Já enfrentamos monstros antes?
-Cerberus... - Apontou Lily.
-Ogros... - Hook também apontou.
-É, mas dessa vez é diferente. Meu sonho está acontecendo e tem uma coisa que eu não contei a vocês. No meu sonho, você morria. — Disse para a mais velha.
Ficamos cerca de 20 minutos parados naquela cripta até que os rosnados cessaram:
-Acho que aquele monstro foi embora. - Disse Hook.
Isso foi até ouvirmos passos se aproximando e cada um pegar uma arma, Hook foi um pouco mais rápido e pegou uma faca pronto para atacar quem quer que estivesse chegando. O que ele não esperava era que quem estava adentrando a cripta era a minha mulher, o que o fez parar seu movimento poucos centímetros antes de perfurar a garganta da Regina com a faca:
-Estão querendo me matar de novo?! - Regina reclamou levando a mão ao coração por conta do susto.
-Desculpe, Amor. - Hook abaixou a faca.
-Ainda bem que seus reflexos são melhores que seu senso de estilo. - Ela passou por ele o ignorando e veio até mim me dando um rápido selinho. - Tudo bem? Por que estão na minha cripta?
Eu abri a boca para responder, mas minha Mãe foi mais rápida:
-Resumindo, aparentemente tem uma coisa com garras querendo nos matar.
-E estão se escondendo ao invés de lutar?
-Não olha pra mim, isso é coisa da sua namorada. - Lily deu de ombros e Regina me olhou com a sobrancelha arqueada.
-Eu vi o mesmo monstro no meu sonho e no fim...
-Ele me matava, então... - Minha mãe explicou e Regina assentiu.
-Pensei que fosse uma premonição ou algum tipo de visão, eu não sei.
-Você só sonhou, não quer dizer que vai acontecer. Talvez esse sonho não seja só sobre o monstro e sim sobre você enfrentando algumas questões.
-Eu não tenho questões. - Assumi uma pose mais relaxada, forçando uma mentira.
-Emma... - Regina me chamou e eu encontrei seus olhos castanhos brilhantes. - O que está acontecendo?
-Eu sinto como se tivesse falhado com todos vocês.
-Falhado? Emma, você me salvou.
-É, mas ainda estamos presos no Submundo. O que eu estava pensando trazendo todos para cá? Trazendo o Henry para cá? - Vi que Regina desviou o olhar por um momento, por mais que ela negasse, eu sabia que nesse ponto a morena concordava comigo. - Foi uma péssima ideia, eu devia ter feito isso sozinha. E agora eu estou sempre apavorada com medo de perder alguém, porque se acontecer alguma coisa com qualquer um de vocês seria minha culpa, eu nunca me perdoaria.
-Emma, você não obrigou nenhum de nós a descer. Todos nós quisemos vir com você. - Disse minha Mãe. - Sabíamos que seria difícil, essas coisas sempre são, mas algumas valem a pena. O amor vale a pena. - Troquei um sorriso fraco com a Regina e entrelaçei meus dedos com os dela. - Se quisermos ir para casa vamos fazer acontecer. Vamos enfrentar esse monstro juntos.
-Até que em fim. - Brincou Lily.
Saímos da cripta e seguimos o rastro do monstro até a floresta:
-Espera! - Minha mãe nos parou. - Eram pegadas de lobo. Estamos bem perto agora, fiquem atentos. - Avisou.
-Ali! - Regina apontou e todos a acertaram com magia.
-Boa mira! - Elogiou Hook e todos corremos para ver o que tínhamos acertado.
-É claro. - Minha mãe disse assim que vimos o lobo. - Seu sonho foi uma premonição, mas não foi sobre me salvar e sim sobre acha-la. - Eu não tinha entendido até que a minha Mãe jogasse a capa vermelha sobre o lobo e o mesmo se transformasse em uma moça que devia ter seus 30 anos de idade. Com seus cabelos ruivos e pele cor de oliva, lábios pequenos, porém carnudos.
–Mas quem diabos é a essa? - Perguntou Regina.
Zelena
Saí do Granny's sem esperar pela Ruby e segui pela avenida, parando apenas quando cheguei a Toca do Coelho. Adentrei o lugar e me sentei no balcão.
Eu ainda estava escolhendo uma bebida bem forte para aplacar a minha mágoa e meu estresse quando a garçonete deixou um prato na minha frente:
-Eu não pedi nada. - Avisei, mas ela não pareceu escutar, ou ao menos se importar.
Curiosa, eu destampei o prato e me deparei com uma flor seca e um cartão endereçado a mim. Eu não precisava me esforçar muito para saber quem havia me mandado aquilo. Hades.
-É dele, não é? — Disse Ruby me aparecendo atrás de mim de repente e me assustando.
–É sim... — Assenti depois de soltar um longo suspiro.
–Filho da...!
–Ruby! Ruby! — Henry chegou correndo, como diabos ele sabia que nós estávamos aqui?! — Você precisa ver isso.