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By QveenBDD

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+18 โ— ๐’๐“๐ˆ๐๐† [๐‹๐ˆ๐•๐‘๐Ž ๐ˆ] โ— โŽข โ๐€๐‹๐†๐”๐Œ๐€๐’ ๐๐„๐’๐’๐Ž๐€๐’ ๐’๐„ ๐’๐„๐๐“๐„๐Œ encurraladas pelo caos... More

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โžณ ๐๐ซ๐ž๐Ÿ๐š๐œ๐ž ๐•๐จ๐ฅ. ๐ˆ [Recado da autora].
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(Vol. I) Memรณrias Iโ”‚Dias de verรฃo.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Sitiados.
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(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Enterro no asfalto.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚ Telhado de vidro.
(Vol. I) Memรณrias III โ”‚Conto de fadas.
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(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Territรณrio Novo.
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(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ O som das รกrvores.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Nem sempre uma famรญlia.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Delรญrios desentendidos.
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(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Semeando o verรฃo.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Apenas em sonhos.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Caรงas macias.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Campo minado.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Das estrelas ou mais.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Acima dos mapas.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Fraternos.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Milagres.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Todos os detalhes.
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(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Sem sapatos.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Vidas em curso.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Depois de nรณs.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Bravinha.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Vigรญlia.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Nรฃo pegue.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Em famรญlia.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Cavalo de Trรณia.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Neblina.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Contra a corrente.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Supostamente ser.
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โ— ๐’๐“๐ˆ๐๐† โ— ๐‘Ž๐‘’๐‘ ๐‘กโ„Ž๐‘’๐‘ก๐‘–๐‘ โ—

(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Pontas de flechas.

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By QveenBDD

Uma voz masculina parecia chamar de maneira tão distante e ao mesmo tempo tão perto que praticamente confundiu todos os meus sentidos, mas foi o suficiente para me fazer abrir os olhos em um impulso.

Demorou ainda alguns segundos até que eu situasse o lugar aonde eu estava e a qual contexto lhe pertencia. Entretanto, havia o corpo quente do caçador atrás de minhas costas, dormindo pesado como um tronco caído, e aos poucos todas as memórias da noite anterior vieram em minha mente como um cumprimento de "bom dia", fazendo um sorriso aparecer em meus lábios enquanto me espreguiçava.

O movimento de esticar os braços acima da minha cabeça acabou me fazendo esbarrar na balestra acima de nós, o que ocasionou um pequeno movimento seguido de um barulho. Daryl acabou abrindo os seus olhos de forma atenta e surpresa, parecendo preparado para qualquer ameaça, porém, logo o seu semblante se tornou relaxado quando ele também me percebeu ali ao seu lado.

Ele levou uma das mãos para coçar os olhos enquanto apoiava a outra atrás da nuca. Eu me sentei sobre meus joelhos e comecei a amarrar o meu cabelo o máximo que pude, afim de amenizar aquela bagunça. Meus olhos inchados ainda ardiam pelo sono e excesso de claridade do lado de fora da barraca. Parecia ser muito cedo.

— Daryl?! — Ouvimos a voz do xerife chamando do lado de fora. Eu arregalei os meus olhos de surpresa e constrangimento ao virar em direção ao Dixon, levar meu indicador até minha orelha, apontar para o seu corpo e então apontar para a porta de entrada daquela cabana.

— Aqui! — O caçador respondeu o outro quando entendeu todos os meus gestos como uma mímica. — Já vou! — Reforçou quando se sentou tranquilamente sobre o colchonete e começou a colocar os seus sapatos.

Eu já estava praticamente pronta para sair, justamente por causa da minha mania de nunca dormir despreparada, e logo pude ser a primeira a me arrastar para fora daquela barraca com minhas bochechas ardendo como chamas vivas.

Não que fôssemos infantis o suficiente para estarmos escondendo algo tão inofensivo. Mas... mesmo assim, encarar o rosto de Rick assim, logo em seguida, me causou uma certa timidez.

— Bom dia, xerife! — Cumprimentei com uma expressão deslavada ao sair da barraca primeiro e lançar um sorriso totalmente sem graça na direção de Rick. Ele estava com as sobrancelhas franzidas.

— Bom dia, Heidi. — Respondeu ao cumprimento com suas mãos nos quadris parecendo surpreso. E eu tive que me afastar rapidamente quando sua expressão desconcertada com um sorriso debochado se mostrou bem entendido.

Comecei a procurar o restante das minhas coisas jogadas pela grama perto dos troncos. Inclusive a flecha que eu havia iniciado antes de tudo. Uma merda ou não, agora ela era minha. E tratei de reunir tudo o que era meu o mais rápido possível.

Acabei vendo uma das flechas perfeitas de Daryl sobre um tronco e tive a iniciativa de pegar uma daquelas. Roubo ou não, eu poderia usá-la como um modelo visual quando quisesse fazê-las.

— O que foi? — Daryl saiu da barraca de camping e encontrou o xerife que o esperava do lado de fora. A essa altura eu já estava descendo o morro que me levaria de volta para o acampamento e por isso não pude ouvir o restante daquela conversa.

Carregava a bolsa pendurada em um dos ombros quando cheguei no acampamento e virei em direção a minha barraca abandonada desde a madrugada anterior. Mas pude perceber que Andrea estava sentada perto da fogueira, afiando uma faca, enquanto Carol estava mexendo alguma comida no fogão.

— Bom dia! — Eu cumprimentei com os olhos estreitos pela claridade e, provavelmente, com o rosto inchado de sono.

— Bom dia! — Andrea respondeu com um grande sorriso admirado. — Mas parece que a noite foi melhor! — Acusou de forma maliciosa e eu apenas ri baixinho enquanto me direcionava para dentro da barraca.

Deixei minha bolsa aos pés daquele colchão novamente e peguei os objetos que serviriam para ajudar com os meus dentes e o banho. Joguei a jaqueta jeans sobre uma cadeira ao planejar lavá-la e então recolhi uma toalha sobre um cooler perto do colchão.

Saí da barraca com a ideia de tomar um banho no trailer de Dale, porém acabei ouvindo um fragmento de conversa assim que passei por Carol e Lori, que conversavam de maneira preocupada perto do fogo.

— Não foi muito profundo. Então, de certa forma, ela vai ficar bem. — Lori comentou com seus braços cruzados e expressão preocupada.

— Pobrezinha. — Carol respondeu também demonstrando tristeza.

— Aconteceu alguma coisa? — Eu me aproximei tentando entender sobre qual assunto as duas conversavam.

— Beth. A filha mais nova de Hershel. Tentou cortar os pulsos ontem. — Lori me explicou ainda usando um semblante bastante preocupado.

— Nossa. — Respondi ponderando um pouco sobre o ocorrido.

Nós estávamos tão acostumados a correr de monstros devoradores de pele que mal conseguíamos lembrar de alguns verdadeiros problemas humanos.

— Ela ainda é muito jovem, de fato. E provavelmente está acostumada a ser protegida. Lidar com a realidade de hoje pode ser difícil. — Refleti ao me enrolar com minha toalha sobre os ombros como se fosse um poncho. — Ela vai ficar bem? — Questionei.

— Vai sim. Hershel conseguiu fazer alguns pontos. — A esposa do xerife respondeu dentro de um suspiro.

— Bem, ela é imatura demais para perceber o quão egoísta está sendo. Caindo fora assim e deixando a sua família aqui, sem ela. — Lembrei ao me aproximar do trailer de Dale e me sentar nos degraus da porta. Lori me encarou com olhos saltados de repreensão.

— Cada um procura o seu próprio jeito de lidar com a dor. — Ela me respondeu criticando as minhas palavras. Eu assenti lentamente.

— É. É por isso que eu não sirvo para consolá-las. — Dei de ombros ao me encolher mais dentro da minha toalha. — Cara, eu estou realmente tentando criar coragem de me colocar debaixo daquele chuveiro gelado. — Comentei mudando de assunto.

— O inverno está chegando e nós estamos desprotegidos. Estava pensando em pedir para Rick conversar com Hershel. Pedir um lugar na casa. — A mulher encarou de mim para Carol como se nos propusesse a ideia.

— Quatorze pessoas dentro de uma casa de dois andares. Acha que isso será agradável? — Carol devolveu a pergunta como se tentasse achar a melhor solução possível.

— Vai parecer um reality show bizarro. Todo dia alguém terá que ser eliminado. — Debochei soltando um riso rápido e novamente me levantei. Para entrar totalmente dentro do trailer de Dale e tomar um banho rápido, graças ao frio que se alastrava.

Foi bem mais custoso do que eu gostaria que tivesse sido, mas consegui finalizar aquele banho. E quando voltei a sair do trailer pude notar que o seu dono estava em pé em cima do automóvel, segurando um binóculo focado na direção do horizonte e com o seu costumeiro rifle atrás de suas costas.

— Hey! Dale! — Chamei o homem idoso quando cobri acima dos meus olhos com as duas mãos. — Eu sinto muito. — Falei quando ele retirou o binóculo dos olhos.

— Não se preocupe comigo, Heidi. Eu não tenho nada a ver com isso. — O velho comentou ao me encarar com o seu olhar melancólico quase irritado. — Deveriam sentir muito por Randall. Não por mim. — Acrescentou usando um tom ofendido.

— Eu sinto por ele também. Queria que fosse diferente. Queria que ele estivesse longe. — Confessei com sinceridade, fazendo o homem me encarar com dor nos olhos mais uma vez. E então desviar seu olhar para o horizonte novamente ao colocar o binóculo sem mais nenhuma palavra.

Acabei desistindo de manter a conversa e voltei os meus passos de volta até a minha barraca. Também achei mais viável organizar algumas coisas dentro dela, que a essa altura estava parecendo um chiqueiro. E acabei ficando surpresa e frustrada quando me dei conta que não havia trago comigo a caixa de preservativos que Glenn havia me dado.

Droga, ela tinha ficado na barraca de Daryl.

Não que eu pretendesse usar com outra pessoa, mas...

Respirei fundo e tratei de me conformar com ocorrido. Não era nada demais.

Muitas coisas se passavam por minha cabeça como flashes rápidos de pensamentos insanos. Eu queria muito manter a minha onda baixa. Manter a minha razão acima do coração. Tratar o assunto como se estivéssemos apenas em uma cidade casual, com uma transa casual e nada mais. Afinal, eu queria dar o espaço adequado para que o cara respirasse. Mas, porra, como eu queria que o caçador virasse a minha caça.

Fingir que o inverno estava congelando quando praticamente uma floresta inteira estava queimando era quase uma tortura.

Mas eu manteria todas as minhas estruturas abaixo do radar. Tínhamos parado de ter acessos de raiva um com o outro e tivemos uma noite maravilhosa. Ótimo, aquela roda da fortuna estava sorteando números melhores dessa vez.

Contudo, ainda ia guardar comigo cada sensação, cada arrepio e cada toque tão profundamente dentro da minha mente à ponto de sempre ter que me focar em outra coisa quando me lembrasse disso. Ou tentar parar de sorrir feito uma garota boba.

Observei a flecha de madeira sobre meu colchão e a examinei mais de perto. Realmente, não estava tão lisa quanto as flechas que costumava ver com Daryl. De fato, dava para ver melhor agora na claridade. E isso me fez admirar o quanto a visão noturna do Dixon estava apurada.

Não foi à toa que ele me viu no meio daquela floresta na primeira noite no acampamento.

Peguei uma pequena machadinha ao lado do meu colchão e saí da barraca carregando aquela vareta e a sua flecha pronta comigo. Caminhando em direção ao espaço mais afastado do casarão, o lado mais próximo ao pomar.

Aquele local me dava uma sensação muito ruim por culpa do ocorrido com Jimmy, mas eu sabia que ali era um local com grande presença de vegetação mais amadeirada e isso me ajudaria no que estava buscando.

Comecei a andar por entre as árvores buscando galhos mais finos. Medindo ao lado da vareta em minha mão apenas para entender quais seriam melhores naquele caso. E então comecei a cortar novamente alguns galhos no mesmo tamanho da vareta em minhas mãos.

Sentei em uma pedra qualquer e comecei a retirar as cascas dos galhos com concentração, exatamente como Daryl havia me dito, quando de repente escuto o som de mais galhos se quebrando entre a floresta.

Alguém se aproximava.

Fiquei de pé rapidamente e empunhei a machadinha em uma mão. A machete afiada na outra. Seja lá o que fosse, ou quem fosse, teria trabalho em me deter dessa vez.

Mas para a minha surpresa os passos mais próximos me revelaram o pequeno garoto pálido usando um chapéu de xerife e com suas calças totalmente sujas de lama até as canelas.

— Carl, você quase levou um segundo tiro agora, garoto. — Reclamei ao suspirar aliviada por ser só o menino e pude me sentar sobre a pedra novamente.

— Você nem tem uma arma. — Ele apontou brilhantemente perspicaz e se aproximou de mim com seus passos inquietos e olhos curiosos.

— Com a minha arma imaginária. — Debochei ao voltar a raspar aquelas varetas com cuidado.

— O que você está fazendo? — Mostrou-se curioso ao se aproximar até conseguir observar o trabalho que eu fazia com minhas mãos.

— Flechas. — Contei baixinho. Quase tendo que me conter por culpa do excesso de trabalho para fazer aquilo ficar bonito.

— Você sabe fazer flechas? — O garoto acrescentou um tom duvidoso e muito surpreso em sua pergunta.

— Não. — Eu acabei parando o meu trabalho e o olhando com uma expressão divertida quando comecei a rir sozinha. Aos poucos Carl me acompanhou, rindo junto comigo. — Na verdade, não faço a menor ideia do que estou fazendo. — Garanti apertando meus lábios e olhando em volta da floresta. — Aliás, o que você está fazendo aqui sozinho e coberto de lama? — Finalmente percebi o enorme cenário suspeito naquela situação.

— Ahnm... estava fazendo uma vigília, você sabe. Protegendo o perímetro. — Contou como um verdadeiro policial e eu sabia que ele já tinha ouvido o pai falando assim. Isso me fez rir divertidamente de novo.

— Ah é, xerife? E nós estamos seguros agora? — Brinquei ao voltar ao meu trabalho afinando aquela vareta. Para a minha surpresa Carl ficou em completo silêncio.

Voltei a encarar o rosto do menino e ele me olhou de volta com seus olhos brilhantes, mas expressão totalmente neutra. Seus olhos desviaram rápido dos meus. O que me fez estreitar os meus com suspeitas.

— Tudo bem, o que você está aprontando por aqui, Grimes-boy? — Perguntei parando o trabalho das minhas mãos e o fitando com seriedade. — O que está acontecendo? — Insisti ao apoiar minha mão sobre um joelho.

— Nada. — Respondeu calmamente quando voltou a se afastar e mostrou que não ficaria ali por muito tempo. — Vou continuar a minha ronda. — Avisou como um verdadeiro homem adulto. O que acabou me fazendo rir de novo. Carl era um garoto realmente diferente.

— Cuidado com essas rondas, xerife! Se sua mãe souber que você está se afastando da fazenda, ela vai pirar! — Recomendei enquanto via o garoto pegando um galho de madeira caído no chão e começou a se afastar o usando de muletas.

Deixei as varetas limpas ao lado do meu pé e peguei a flecha pronta de Daryl. A trazendo para mais perto do meu rosto e analisando calmamente o padrão de trabalho ali.

— Penas. — Comentei em voz alta ao passar as pontas dos dedos nas penas macias que adornavam a estrutura e comecei a olhar no espaço à minha volta em busca daquele material.

Não conseguia ouvir o cantar de pássaros por ali e nem via qualquer pena no chão. Suspirei fundo.

Teria que caminhar um pouco mais pelo campo e procurar algumas penas por ali. Sabia que não era impossível encontrá-las. Afinal, Daryl também as tinha para suas flechas.

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