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BแปŸi QveenBDD

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+18 โ— ๐’๐“๐ˆ๐๐† [๐‹๐ˆ๐•๐‘๐Ž ๐ˆ] โ— โŽข โ๐€๐‹๐†๐”๐Œ๐€๐’ ๐๐„๐’๐’๐Ž๐€๐’ ๐’๐„ ๐’๐„๐๐“๐„๐Œ encurraladas pelo caos... Xem Thรชm

โžณ ๐ƒ๐ข๐ฌ๐œ๐ฅ๐š๐ข๐ฆ๐ž๐ซ [Aviso legal]
โžณ ๐‘๐ž๐š๐๐ข๐ง๐  ๐†๐ฎ๐ข๐๐ž [Dinรขmica].
โžณ ๐๐ซ๐ž๐Ÿ๐š๐œ๐ž ๐•๐จ๐ฅ. ๐ˆ [Recado da autora].
โ— ๐‚๐€๐’๐“ โ—
๐’๐“๐ˆ๐๐† โ— (๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐Ž๐Ÿ) โ— ๐๐ซ๐ž๐ฆ๐ข๐ž๐ซ๐ž
(Vol. I) Memรณrias Iโ”‚Dias de verรฃo.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Sitiados.
(Vol. I) Memรณrias II โ”‚ Doce dezesseis.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Enterro no asfalto.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚ Telhado de vidro.
(Vol. I) Memรณrias III โ”‚Conto de fadas.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Sobrevivรชncia.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Opulรชncia.
(Vol. I) Memรณrias IV โ”‚Um lar em uma caixa.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Reconhecimento.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚Lua cheia.
(Vol. I) Ano I p.eโ”‚Branca de Neve.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Trofรฉu de caรงa.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Lacrimosa.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Sob o luto.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Heranรงa genรฉtica.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ รŠxodo.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Cercas brancas.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Persistรชncia.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Alรญvio.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Vinho da meia noite.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Bourbon do Kentucky.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Pesadelo.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Cama ou sofรก.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Novelo de lรฃ.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ O que vale a pena.
๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐…๐ข๐ง๐š๐ฅ๐ž โ— Bandeiras Vermelhas.
โžณ ๐๐ซ๐ž๐Ÿ๐š๐œ๐ž ๐•๐จ๐ฅ. ๐ˆ๐ˆ [Recado da autora].
๐’๐“๐ˆ๐๐† โ— (๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐Ž๐Ÿ) โ— ๐๐ซ๐ž๐ฆ๐ข๐ž๐ซ๐ž
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Territรณrio Novo.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Para onde todos vรฃo.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Longe de nรณs.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Ouro verde.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ O som das รกrvores.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Nem sempre uma famรญlia.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Delรญrios desentendidos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ A arte de sentir.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Pacรญfico.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Isca viva.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Mais perto.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Alรฉm do momento.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Tortas de maรงรฃ.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Tormentas.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Boneca de pano.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ De volta.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Barganha.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Do outro lado.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Determinado.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Quase mortos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Puniรงรฃo.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Renascer.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Asas de inverno.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Tudo por nรณs.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Vilรตes e mocinhos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Sentenciados.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Focos de incรชndio.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Pontas de flechas.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Perdas irreparรกveis.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Rifles amigos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Libertos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Achados e perdidos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Para o inรญcio.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Fogo na colina.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Em busca do cรฉu.
๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐…๐ข๐ง๐š๐ฅ๐ž โ— Moinhos de neve.
โžณ ๐๐ซ๐ž๐Ÿ๐š๐œ๐ž ๐•๐จ๐ฅ. ๐ˆ๐ˆ๐ˆ [Recado da autora].
๐’๐“๐ˆ๐๐† โ— (๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐Ž๐Ÿ‘) โ— ๐๐ซ๐ž๐ฆ๐ข๐ž๐ซ๐ž
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Semeando o verรฃo.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Apenas em sonhos.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Caรงas macias.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Campo minado.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Das estrelas ou mais.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Acima dos mapas.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Fraternos.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Milagres.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Todos os detalhes.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Salvos pelo momento.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Alicerces.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Sem sapatos.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Vidas em curso.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Depois de nรณs.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Bravinha.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Vigรญlia.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Nรฃo pegue.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Em famรญlia.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Cavalo de Trรณia.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Neblina.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Contra a corrente.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Supostamente ser.
๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐…๐ข๐ง๐š๐ฅ๐ž โ— Caminhos.
โ— ๐’๐“๐ˆ๐๐† โ— ๐‘Ž๐‘’๐‘ ๐‘กโ„Ž๐‘’๐‘ก๐‘–๐‘ โ—

(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Rodovias.

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BแปŸi QveenBDD

A estrada de asfalto estava vazia e rodeada de uma floresta densa. Lori estava dirigindo enquanto eu permanecia sentada no banco de passageiros ao seu lado. O sol estava se preparando para dar lugar a lua e nós duas sabíamos que era uma corrida contra o tempo, chegar na cidade antes que a noite caísse.

— Qual entrada nós temos que fazer depois da dezesseis? — Lori perguntou sem tirar os seus olhos da estrada. Eu tinha o mapa em minhas mãos e encarava as linhas coloridas de maneira concentrada. Tentando entender exatamente como o pedaço de papel funcionava.

— Ahmmm... — Gemi em dúvida sem desviar meus olhos do papel. — Eu acabei de descobrir uma coisa engraçada. — Olhei para a mulher com uma expressão totalmente tranquila e derrotada. — Eu não sei ler mapas! — Avisei dando um sorriso no canto dos lábios ao entregar o mapa em sua direção. Lori acabou rindo de escárnio.

— Ok. Nós estamos na dezesseis. — Apontou observando o mapa e eu me curvei levemente em direção ao volante em que ela apoiava o papel dobrado. Porém, o movimento era contido pelo cinto de segurança que eu usava. — Se nós pegarmos a segunda entrada à direita... — Começou como se precisasse me explicar.

Lori voltou seus olhos para a estrada e um arfar desesperado escapou por seus lábios. Eu voltei a olhar o para-brisas quando senti a mulher pisar no freio com muita força e os pneus gritaram, mas não consegui distinguir muitas formas quando vi apenas uma coisa muito escura e pesada bater contra o carro, despedaçando o vidro, para então a explosão assustadora me deixar totalmente surda.

Era uma sensação muito esquisita. Em minha mente, parecia que eu havia apenas piscado muito rápido. Apenas fechado e aberto os olhos em segundos. Mas isso não era possível. Afinal, tudo estava escuro e a noite já havia caído do lado de fora daquele carro.

Senti meu corpo pendurado e tentei me lembrar da última coisa que tinha acontecido. O carro. Lori pisando no freio. Alguma coisa batendo contra nós e então o escuro. Não fazia muito sentido, mas me dava uma noção de contexto: Nós tínhamos sofrido um acidente.

Tudo estava escuro demais. Silencioso demais. A não ser pela seta amarela do automóvel, que ainda estava ligada e iluminava a estrada a cada dois segundos. Era o suficiente para me deixar entender que eu estava pendurada por culpa do cinto de segurança; que o carro estava totalmente virado no meio fio da estrada e Lori ainda estava desacordada no banco ao meu lado.

— Lori! — Chamei baixo tentando descobrir se a mulher estava bem. Eu sabia que estaria completamente destruída se por acaso ela estivesse morta. Ou perdesse o bebê. Oh, meu Deus! O bebê! — Lori! — Chamei mais alto enquanto tateava o meu quadril, em busca da minha faca.

Tive dificuldades para conseguir puxar a faca, mas consegui trazê-la até o cinto que me prendia. Coloquei o meu pé contra o painel do carro, agora virado de perfil, e o outro pé no encosto do banco de Lori. Eu não podia cortar o cinto e simplesmente cair como uma pedra em cima da mulher.

Sons de vidro quebrando foram ouvidos do lado de fora, me fazendo tentar enxergar o que acontecia, mas tudo ainda era muito escuro. Porém, não demorou para que eu entendesse do que se tratava quando ouvi o som dos rosnados e gemidos se aproximando cada vez mais do carro.

— Merda! — Xinguei apertando meus dentes quando levei a faca até o tecido que me prendia e o cortei. — Lori! — Chamei ao tentar me equilibrar melhor e sair daquela armadilha. — Lori, se você morrer eu nem preciso voltar para a fazenda! Porque eles vão me matar! — Falei com medo ao tentar ir para o banco de trás e sair de cima da mulher desacordada. — Lori! — Chamei de novo ao dar batidinhas no seu rosto.

Um mordedor se jogou contra o para-brisa rachado com força assim que notou meus movimentos. O rosto apodrecido se lançava fortemente contra uma brecha no vidro, fazendo a superfície cortante simplesmente arrancar a camada da sua pele de um jeito asqueroso.

Puxei a mulher para longe do vidro com força e levei a minha outra mão empunhando a faca até o rosto que se forçava contra a brecha. Enfiando a navalha no olho do monstro o mais profundo que eu pude e depois a girando até que ele parasse de se mover.

— Como eu vou tirar você daí? Eu nem sei se posso te mover. — Sussurrei ao cortar o cinto da mulher também e tentei puxá-la para trás, em direção ao banco de trás que era o lugar aonde eu estava.

Senti quando o seu corpo começou a se mover lentamente. E logo seus olhos claros se abriram de maneira perdida e confusa. Analisando o espaço à nossa volta e depois o meu rosto, ainda a amparando.

— O que aconteceu? — Ela perguntou com voz baixa e perdida.

— Nós capotamos! — Expliquei com pressa enquanto a ajudava a se arrumar no espaço confuso que o carro virado havia se transformado. — Você está bem? — Perguntei preocupada.

— Estou. — Lori passou a mão pelo cabelo e então retornou sua mão para a frente do rosto, agora suja de sangue.

— Você está sangrando! — Apontei para o ferimento aberto em sua testa.

— Foi superficial. Eu estou bem. — Alegou ao tocar também o lábio que estava inchado por causa de um corte. — E você? — Ela apontou para o meu antebraço e só então eu notei a mancha de sangue na manga da minha jaqueta, talvez dos furos ou arranhões que provavelmente o vidro me causou.

— Eu estou bem. Você é a grávida aqui, então você é a prioridade. — Lembrei suspirando profundamente ao me virar para os fundos do carro. — Vamos sair pela porta traseira! — Chamei ao me direcionar por cima do banco e alcançar a porta aberta atrás do automóvel.

A luz prateada de um raio cortou o céu escuro por um mísero segundo. Segundos depois o som alto do trovão cortou o céu, mostrando que uma tempestade estava chegando. E eu comecei a me apressar em sair logo do carro revirado para me virar e começar a ajudar Lori a sair também.

— Não está sentindo nada? — Perguntei enquanto ela saía com dificuldades. — Algum sangramento suspeito? Náuseas? Tontura? — Questionava sem ao menos saber o que estava perguntando. — Temos que ter certeza que o bebê está bem! — Aleguei quando a ajudei a sair do carro e ela se pôs de pé em minha frente.

— Está tudo bem, querida, não estou sentindo nada. — Avisou tentando me tranquilizar. — Além de dor nas costas. — Completou ao esticar sua coluna e fez uma expressão de dor até ouvirmos o som das suas costas estalarem nos fazendo rir logo em seguida. — Heidi! — Os olhos da mulher se abriram mais quando a mesma encarou a estrada atrás de nós e eu me virei.

Estava muito escuro, mas eu pude ver quando as silhuetas de três mordedores começaram a se aproximar pela estrada. E eu levei a minha mão automaticamente para a minha cintura, porém a pistola não estava mais lá, havia caído por causa do acidente. Tudo o que tínhamos era a faca em minhas mãos.

— As armas! — Pedi ao me preparar para enfrentar o primeiro que se aproximava. Lori correu em direção ao carro enquanto eu me direcionava até o local aonde a seta ainda ligada iluminava a estrada e me daria uma visão melhor de tudo.

O primeiro morto-vivo avançou sobre mim com determinação. Eu desviei levemente para o lado e enfiei a lâmina em sua cabeça, agradecendo por estar mais ágil após me recuperar da lesão na perna. O monstro caiu totalmente imóvel no chão, enquanto o segundo rosnava em minha direção sem me dar chance de recuperação.

As mãos apodrecidas se agarraram em minha jaqueta jeans e se penduraram em meu corpo para morder o meu rosto. O seu peso acabou me derrubando no chão e a faca em minhas mãos estava de mau jeito, fazendo com o que o corte pegasse bem dentro da sua boca e arrancasse um pedaço da carne desde o rosto até a orelha.

— Puta merda! — Gritei totalmente desesperada quando o terceiro mordedor tentou cair sobre nós com seus dentes podres à mostra.

Eu sabia que tinha sido uma má ideia. E sabia que isso era demais para mim. Tudo o que eu conseguia pensar era no fato dos outros vindo atrás de nós e encontrando um monte de restos de ossos roídos por um bando de desgraçados. Só esperava que acabasse logo e não doesse muito. Que ingenuidade!

Ultimamente eu não estava muito convencida de milagres, porém parecia que os céus estavam sorrindo para mim.

O morto apodrecido fincou seus dentes no tecido jeans da minha jaqueta folgada. E antes que ele pudesse recuperar a mordida, eu pude ouvir o som alto de dois tiros sendo desferidos contra os crânios dos dois errantes em cima de mim. Os fazendo parar imediatamente e caírem imóveis em cima do meu corpo.

Reagi rapidamente e os empurrei com dificuldades, até Lori guardar a arma e vir me ajudar a me libertar dos dois corpos pútridos que me prendiam.

Uma expressão de dor se torceu em meu rosto contra a minha vontade e quando dei por mim já estava chorando totalmente jogada no asfalto como uma criança.

— Eles morderam você? Você está bem? — Lori perguntou preocupada com a minha reação e ficando de joelhos ao meu lado, procurando por mordidas.

— Não! Eles não me morderam! Eu estou bem! — Exclamei levando minhas mãos até o meu rosto molhado pelas lágrimas e o escondendo de forma envergonhada.

— Tudo bem, querida. Foi uma péssima ideia! — Ela apontou ao me puxar com dificuldades até que eu sentasse no asfalto. — Mas nós não podemos ficar aqui paradas esperando os próximos. Nós temos que ir! — Avisou com pressa e eu acabei assentindo algumas vezes enquanto ela me ajudava a ficar de pé e eu engolia o choro.

— Vamos voltar agora! — Pedi quando fiquei de pé com a sua ajuda.

— Não! Não podemos voltar. Temos que chegar até a cidade e trazer Rick. — Avisou começando a caminhar em sentindo contrário ao meu.

— A pé? No meio da noite? — Mostrei como aquilo soava absurdo. — Lori! Não temos chance na estrada e está escuro demais! Nós temos que voltar! — Chamei ao correr em sua direção e tentei segurá-la pelo braço.

— E se fosse Daryl? — Ela se virou em minha direção de forma irritada. — Você iria atrás dele ou esperaria por ele em casa contando com a sorte? Hãm? — Questionou como se já soubesse a resposta. E eu não soube o que responder, apenas fiquei encarando o seu rosto sangrento enquanto a mulher parecia decidida e descontrolada. — Foi o que pensei! — Rebateu ao perceber o meu silêncio e continuou caminhando com pressa.

Eu voltei a segui-la de maneira preocupada, pois sabia que precisava protegê-la mesmo assim. Mas nós nem havíamos nos afastado demais do carro quando um automóvel apontou suas luzes em cima de nós e freou bruscamente assim que se aproximou o suficiente.

— Você está bem? — Shane pulou de dentro do carro parecendo muito desesperado.

— Ah, graças à Deus! — Comentei aliviada assim que percebi que o homem com certeza obrigaria a mulher a voltar.

— Eu estou bem! — Lori respondeu quando o homem segurou seu rosto com as duas mãos para analisar melhor os cortes que ela tinha ali.

— E você? O que você pensa que está fazendo? — Apontou seu dedo em minha direção se virando com irritação e raiva, como se me acusasse de fazer aquilo com Lori.

— O quê? — Questionei surpresa ao não entender a sua reação e franzi o cenho com dúvida.

— Você deveria tê-la levado de volta! — Acusou se aproximando como uma ameaça e eu voltei a apertar a minha faca na mão com firmeza de novo.

— Ela quis vir atrás do marido porque ela quis! Eu estava a protegendo! — Me defendi tentando me preparar para qualquer reação violenta que ele poderia ter.

— Se você quisesse protegê-la teria a impedido e me contado isso! — Apontou seu dedo em riste em direção ao meu rosto de forma desrespeitosa e veio para cima de mim como se realmente fosse fazer alguma coisa.

— Hey! O que pensa que está fazendo? — Lori ficou entre nós dois na intenção de me proteger e o encarou de maneira incrédula. — Não foi ideia dela! Foi minha decisão! Se alguém é culpado aqui, esse alguém sou eu. Ela simplesmente tentou me ajudar. O que há de errado com você? — Defendeu enquanto usava um tom muito firme com o policial.

— Quer saber? Não podemos ficar na estrada. Vamos embora! Agora! — Shane levantou o seu tom de voz e tentou obrigar Lori a entrar em seu carro.

— Não! Eu preciso encontrar Rick e saber o que aconteceu. — Rebateu segurando o pulso do homem, como se o implorasse para que ele nos levasse até a cidade.

— Ele voltou, Lori! — Shane respondeu calmamente ao amparar a mulher pela cintura. — Todos já voltaram e estão à salvo. Estávamos procurando por você! — Explicou enquanto a guiava para dentro do carro e Lori acabou aceitando entrar no automóvel.

— Graças à Deus! — Lori exclamou baixo antes de se sentar no banco dos passageiros quando Shane abriu a porta educadamente para ela.

— Eles deveriam passar por essa estrada para voltar para a fazenda. Como eles passaram e não viram o acidente? — Perguntei ao policial assim que ele colocou a mulher sentada no banco dos passageiros e fechou a porta logo em seguida.

— Entra na porra do carro agora, Heidi! Ou você vai ter que voltar a pé! E sozinha! — Me ameaçou com a voz tão baixa que não pode ser ouvida por Lori dentro do carro. E os seus olhos assassinos em minha direção me deram a certeza que ele era capaz de fazer algo do tipo.

Suspirei pesadamente e semicerrei os meus olhos como uma ameaça silenciosa. Então realmente aquilo era uma mentira.

Entrei no carro, me sentei no banco de trás e me mantive em silêncio por todo o caminho até a fazenda. Apenas ouvindo as perguntas de Shane sobre coisas que Lori estava sentindo e, às vezes, dando algumas broncas e recomendações sobre o que poderia ter acontecido caso tivéssemos quebrado o pescoço, ou o carro tivesse pegado fogo.

Quando chegamos na fazenda pude perceber que todos os outros estavam esperando no centro do acampamento. Se levantando e vindo em nossa direção assim que viram o carro estacionando próximo dali. E não foi surpresa alguma perceber que os únicos que não estavam ali era Hershel, Rick e Glenn. Além de Daryl.

— Oh meu Deus! Vocês estão bem? — Andrea perguntou preocupada quando nos viu sair do carro. — O que aconteceu com vocês? — Ela olhava de mim para Lori ao perceber o sangue manchando nosso corpo.

— Nós capotamos o carro na beira da estrada. — Contei enquanto procurava uma iluminação melhor para examinar os cortes ainda abertos em meu braço.

— Eu estou bem! Eu estou mesmo! — Lori avisou quando todos tentaram examinar o corte em sua testa. — Aonde está o Rick? — Perguntou procurando pelo marido entre as barracas ali.

Um silêncio constrangedor e tenso se espalhou pelas pessoas que não entenderam muito bem aquela pergunta. Mas eu acabei abrindo um leve sorriso de escárnio, pois já esperava por aquilo.

— Aonde ele está? Ele não voltou ainda? — Questionou ao verificar o rosto de cada um ali. — Shane? — Ela se virou para o policial ao exigir explicações.

— Eu tinha que te trazer de volta, não importava como! — Ele alegou de maneira séria e nada arrependida.

— Você é um cretino! — Lori xingou quando avançou sobre o homem para bater suas mãos em seu peito e empurrá-lo para trás como uma punição. — Ele é o meu marido! — Lembrou com raiva na voz ao continuar o empurrando.

— Eu vou atrás deles, ok? Eu vou! — Shane advertiu ao segurar a mulher perfeitamente e afastá-la do seu corpo com delicadeza. — Mas temos prioridades primeiro! Eu tenho que cuidar de você e garantir que o bebê esteja bem! — Exclamou quando a mulher se afastou.

— Você vai ter um bebê? — Carl perguntou de maneira surpresa e animada quando apareceu vindo de trás de Dale e só então nós lembramos que ele ainda estava ali.

Lori encarou o filho com o rosto pálido de choque. Era óbvio que ela ainda não estava preparada para contar aquilo e aquele não parecia um bom momento. Mas Carl ainda continuava encarando o rosto da mãe como se aquela fosse a melhor notícia da sua vida.

— Por que você não me contou? — O garoto questionou mostrando-se um pouco chateado, mas ainda parecia entusiasmado com aquela notícia.

— Surpresa! — Eu exclamei de um jeito animado, tentando fingir que aquele era o momento certo. Fazendo Shane me encarar novamente com um dos seus olhares ameaçadores.

— Vem. Vamos ver se você está bem mesmo. — Dale pediu quando esticou a mão em direção a mulher e tentou guia-la de volta para o casarão principal da fazenda.

Eu me afastei do carro de Shane e comecei a seguir os outros pela grama na mesma direção. Entretanto, acabei me sentindo um pouco diferente quando meus pés pareceram dormentes e pesados demais para andar, com uma sensação de formigamento. Me fazendo desequilibrar levemente e me segurar no braço de Andrea antes de cair de joelhos no chão.

— Você está bem? — A loira me perguntou de maneira abalada assim que me ajudou a ficar novamente de pé e então todos pararam para examinar o meu rosto cansado.

— Estou! Acho que foi só a minha pressão caindo. Você sabe, emoções fortes! — Brinquei ao tentar dar mais alguns passos. Porém a minha visão começava a ficar embaçada aos poucos e eu tive que segurar o antebraço de Andrea com mais força.

— Quando foi a última vez que você comeu alguma coisa? — Dale perguntou ficando ao meu lado, colocando suas mãos em minhas costas para me amparar, mas ouvir a sua voz foi como ouvir alguém falando debaixo da água.

— Ahmm... não sei, eu não me lembro! — Aleguei com um riso baixo. E a simples menção da palavra comida acabou fazendo o meu estômago embrulhar completamente, não me permitindo segurar a ânsia que se ascendeu em meu esôfago e trouxe de volta todo o líquido que ainda permanecia em meu estômago.

O pânico pareceu tomar não apenas a mim, mas também todos os outros em volta, quando nós encaramos a pequena poça vermelha e viscosa que acabara de escapar por meus lábios e agora jazia sobre a grama em frente aos degraus da grande casa.

— Isso é sangue? — Eu questionei de forma idiota enquanto um riso estúpido escapava por meus lábios. E a última coisa que me lembrava era de Andrea segurando meu braço e movendo os seus lábios algumas vezes quando alguém me pegou no colo, mas eu já não conseguia ouvir mais nada enquanto tudo ia escurecendo.

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