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Por hellenptrclliw

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➛ A segunda queda: livro 02 da série "The Four Falls". Apaixonar-se não era sequer a última das coisas que Et... Más

OWH. #2 Série TFF
sinopse
dedicatória
epígrafe
prólogo
01. quem está julgando?
02. caos com íris cor de avelã.
03. dever e honra.
04. até onde você é capaz...?
05. ethan.jyoung.
06. se você diz.
07. calum young é um menino sábio.
08. quem é gwen evans?
09.1. eu não sei como você consegue.
09.2
09.3
10. movidos pelo instinto de sobrevivência.
11. precisamos parar de nos encontrar assim.
12. por que se explicar tanto para si mesmo?
13. temos tudo sob controle.
14. a verdade que há e suas promessas.
15. um dia, talvez?
16. até o sol nascer.
17. nada é como se apaixonar pela primeira vez.
18. a reputação que me precede.
19. quando o amor cai em mãos erradas.
20. no meu sangue.
21.1. a garota que me encara de volta.
21.2
22.1. os parágrafos escondidos e descobertos.
22.2
23. a sentença das nossas vidas.
24. misericórdia nunca foi o seu forte.
25. a vida acontecendo através desses sentimentos.
26. as estrelas que testemunham nossa queda.
27. isso é sobre quem eu sou.
28.1. a liberdade do meu verdadeiro eu.
28.2
29. isso muda tudo.
30. e quem a protege de mim?
31. "juntos e essa coisa toda".
32. capítulos em branco.
33. é sempre assim?
34. como viemos parar aqui?
35. o narrador que conta a história.
37. aquela filha daquela família.
38. me diga que não é tarde demais.
39. me perdoe, eu me apaixonei.
40. boa fé da mulher que me amou primeiro.
41.1. é como deveria ser.
41.2
42. o monstro debaixo das nossas camas.
43. genuína.
44. o sangue puro e o sangue ruim.
45. julgamento
46. com um coração cheio.
47. rainbow
48.1. as constantes.
48.2
extra: pressentimentos.
49. você vem para o café da manhã?
50. a traição.
51. negação.
52. não esquecer o quanto você o ama.
53. é o único jeito, querida.
54. honra e morte.
55. se apaixonar.
56. este é o meu dever.
57. memórias: nós as construímos e elas nos constroem.
58. sem mais sentir muito.
59. era você que sempre estava lá.
60. o caminho de volta para casa.
epílogo.
nota final.

36. neste momento, ele é o mundo inteiro.

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Por hellenptrclliw

You wouldn't want me if I made it easy
You wouldn't need me if I followed your rules
You wouldn't touch me if I didn't burn you
You can't tell me I didn't want you

And you know it doesn't have to be this way
There's a voice in your head sayin', "Leave, leave, leave"
And you know it doesn't have to be this way
But you're not listening

I burst into flames so brilliantly
And start do it so well
Baby, don't try and stop me
I burst into flames so brilliantly
It's what everybody wants to see

I burst into flames so brilliantly
I burst into flames so brilliantly
I burst into flames so brilliantly
So when I'm gone, you'll remember me

BURST INTO FLAMES | Cavale


— VOCÊ ESTÁ BEM?

Sua voz era cautelosa, mas eu podia identificar o pedido por trás dela. A esperança de que eu dissesse sim, mas a resolução se eu dissesse não. Independente da resposta, eu sabia que sua mão continuaria exatamente onde estava: o indicador arrastando uma mecha do meu cabelo para trás para que ele pudesse ver meu rosto enquanto espalmava minha nuca, me “forçando” a olhar em seu rosto. Ou talvez ele apenas a movesse para segurar a minha e me levar para fora daqui.

A confiança que incentivava essas percepções embrulhava a boca do meu estômago. A cruel e inesperada realidade era que eu não estava apavorada por estar curtindo a festa de Halloween com Ethan e seus amigos no Red Nightmare. Essa agonia subindo por minhas entranhas e se acomodando em minha garganta e envenenando meu peito um pouco mais a cada subida e descida da minha respiração era simplesmente o fato de que eu confiava em Ethan.

Pareceria pouco e uma besteira para qualquer um que não compreendesse porque isso é tão grandioso para mim. O que ele faria com isso? Quão previsível o final dessa história poderia ser?

Não queria pensar na porcentagem que estava contra nós, embora fosse inegável que ela muito maior do que a que estava a favor. Nós estávamos em pontos diferentes da nossa vida e tínhamos muito a carregar nas costas, então, qual a chance de coexistirmos lado a lado neste universo, ao menos?

— Querida, — ele chamou, a voz suave sobressaindo-se a música alta e incessante ao nosso redor — volte para mim.

Foquei meu olhar em seu rosto, as íris avelãs fixas nas minhas de um lado para o outro como se ele estivesse coletando um resumo rápido sobre tudo o que se passava em minha mente. Estamos aqui há duas horas, Alyssa já se perdera em algum lugar com St. John e da última vez que vi Caden ele estava na mesa de bilhar arrancando olhares tortos e divertidos em sua fantasia de fada madrinha, e Hunter estava aprendendo ciências na boca de uma morena alta.

Agora éramos Ethan e eu na mesa que estrategicamente fora posta para nós no canto mais acessível para mim e inacessível para todos os outros que insistiam em querer permanecer na órbita desses caras. Ethan ganhou uma bebida com um número anotado em um guardanapo de papel mais cedo, mas eu acidentalmente deixei cair e Alyssa sem querer pisoteou o papel com um pouco de ódio até que ele se despedaçou.

E o choque de realidade que fora perceber, neste momento, que as últimas horas me arrancaram mais risadas do que qualquer outra coisa – coisas ruins, o esperado – estava criando um sentimento de euforia que eu bravamente estava tentando combater, porque não queria tornar isso grande coisa. Eu sequer me fantasiei na tentativa ilustre e bobinha de fingir que nada disso era um grande negócio. Claro, eu não estive na pista ou indo de um lado para o outro com exceção do banheiro, mas eu estava aqui e estava vivendo isso.

Engoli em seco, ponderando minhas palavras antes de começar a falar.

— Eu vomitei antes de sair, tanto é que me atrasei alguns minutos — confessei.

— Bem, pelo menos sabemos que você não está grávida, já que não há nenhuma ação acontecendo aí embaixo — ele apontou, um sorriso divertido curvando seus lábios.

Bufei. – Certo. O que eu queria dizer é que pensei que não ficaria dez minutos aqui sem passar mal.

Ethan assentiu, seu sorriso diminuindo para demonstrar que ele estava me dando atenção.

— Por que eu fiz disso algo tão terrível? — franzi a testa. — Ninguém aqui liga para mim. Sou o equivalente a uma mosquinha, e eu projetei tudo em mim como se eu fosse morrer se alguém olhasse torto.

Com a mão livre, Ethan curvou os dedos em torno de uma garrafa de cerveja e levou aos lábios, bebendo o último gole. Ele parecia querer dizer algo, então esperei quase que ansiosamente. Uma expressão parecida com um pedido de desculpas surgiu em seu rosto.

— Posso ser honesto?

Tombei minha cabeça, divertida.

— Quando você não é?

— Eu estava acreditando que você não viria — confessou. — Ou se viesse, fosse como você disse. Não porque não acredito que você seja capaz, porque eu sei que é ou então não teria insistido, mas porque... Tem algumas coisas que não importa o quanto a gente queira, não conseguimos simplesmente superar tão bem como você fez.

Eu ri. — Não superei nada, Ethan. Amanhã ainda serei a mesma que você conhece há meses.

— Não – ele negou veemente. – Você não é a mesma nem de uma semana atrás, G. Você está melhorando, e eu adoro pra caramba poder ver isso.

Um sorriso descontrolado surgiu em meu rosto e eu baixei a cabeça, de repente tímida, porque era tão inexplicável receber palavras afetuosas dele conhecendo sua dificuldade para se expressar dessa forma. Era adorável e me deixava orgulhosa, e isso só me fazia ter menos medo de confiar nele. Porque uma pessoa tão fechada e emocionalmente bloqueada faria tanto por mim, se não estivesse tão condenado quanto eu?

— Vamos lá — ele disse de repente. — Vamos sair daqui.

Bem, eu não surtei, mas era inegável que meus pulmões funcionavam melhor e que meu corpo imediatamente ficou menos tenso conforme eu dirigia para longe do Red Nightmare. Era um tanto cedo para ele, eu sabia, mas não era como se tivéssemos muito para socializar quando todos os outros estavam ocupados com coisas mais interessantes. Dirigi até a casa dele e estacionei na vaga disponível que Leon havia oferecido a mim na casa dos seus pais para não deixar meu carro na rua.

Ethan ajudava a me equilibrar em meu salto conforme caminhava e eles afundava na terra macia. A casa estava escura, somente as luzes de fora acesas e um arrepio subiu por minha espinha e eriçou os fios de cabelo da minha nuca. Nós estávamos sozinho, e nós quase nunca – talvez nunca mesmo – estávamos sozinhos. Em sua casa, tinha Alyssa e Calum. Na minha Ethan nem ia, mas não que fosse fazer diferença já que ele estava em um pé de guerra silencioso com meu pai.

Eu engoli em seco, sentindo o pulsar do meu coração sob minha língua, em meus ouvidos, na minha barriga. Não havíamos ido muito longe; nem tiramos nossas roupas. Somos como dois adolescentes no início da puberdade e por um tempo eu nem precisava pensar para saber que era mais do que suficiente. Nunca tive a dúvida.

Nunca até agora.

Talvez porque uma situação como essa não havia nos sido apresentada, e eu não acho que Ethan tenha segundas intenções com isso. Se tivesse, já teria dado um jeito de me persuadir. Estou me afogando no oceano com esses pensamentos e não há onde me ancorar, apenas nosso reflexo me mostrando a direção da superfície.

— Quero te mostrar uma coisa –— ele soprou, o ar gelado evidenciado no ar onde sua voz morre em um sopro. – Considere isso como quid pro quo por sua bravura hoje.

Eu endureci. — Me mostrar o quê?

Ethan me deu um olhar enviesado, curioso.

— Algo sobre mim, G — esclareceu lentamente.

Nós atravessamos a propriedade até a árvore solitária ao lado da casa. Ethan me ajudou a sentar na grama fria e se acomodou ao meu lado, dobrando os joelhos na altura do peito e apoiando os antebraços neles. Eu dobrei minhas pernas e ajustei minha saia para que não subisse e me sujasse, virando meu rosto para fitar o perfil do seu. Estava taciturno e sombrio, a luz da varanda pouco nos alcançando e a luz da lua era ingrata, porque estava fraca e não convidava as estrelas a competirem com sua luz, e era injusto considerando o homem que estava olhando para ela neste momento.

Seu cabelo ficava completamente negro, a cor dos olhos tornando-se cinzenta na penumbra. A linha do nariz era perfeita, os traços de seu rosto se complementando como se estivessem dispostos a mostrar que céu e inferno existem, porque para mim eles poderiam muito bem me submeter uma mensagem subliminar de que traçavam o caminho para bênçãos e maldições.

Qual era o caminho que eu estava disposta a seguir?

— Então — ele começou, pigarreando —, essa é a minha namorada.

Um momento de silêncio preencheu o espaço após sua declaração. Discretamente olhei ao redor, esperando notar alguém, mas éramos nós e a noite caída ao redor. Minhas sobrancelhas afundaram em um questionamento, mas Ethan estava alheio a isso. Ele continuava encarando a imensidão de um azul profundo acima das nossas cabeças.

“Quando Ethan arrumar uma namorada será o dia em que irei cair duro” — Ethan sorriu. — Foi o que você disse, não é, pai?

Meu coração parou.

— Bem, você se enganou. O que é uma pena, porque algo me diz que a mãe iria adorá-la, e isso renderia situações constrangedoras para mim considerando que você não iria sair do meu pé.

Eu fiquei quieta; tão quieta que conseguia ouvir nossas respirações.

— Considerando que nos tornamos adultos de personalidade extremamente questionável, não entendo como tanto Gwen e St. John – vocês sabem quem é – acham que é legal continuar convivendo conosco. — Ele fez uma pausa. — Mas também não reclamamos muito. No fundo reconheço que isso é um pouco de sorte.

A expressão em seu rosto ficou tão cheia de saudade, brutal e pura, que era quase demais para se assistir. Eu poderia voltar agora e sentar com meus pais para conversarmos sobre nada e tudo, sentar na sala e assistir um programa ruim daqueles que só eles gostavam. Deus, poderíamos simplesmente sentar e ficar encarando um ao outro por horas.

Ethan precisava sentar no ar frio e em noites escuras e solitárias para falar sozinho, depositando pouco da fé que ainda ousava viver dentro dele na esperança da existência de um plano maior – de um propósito maior.

Era cruel.

— Ou talvez apenas uma mão amiga — ele completou, a voz divagante.

Eu molhei meus lábios secos com a ponta da língua e desviei o olhar para minhas mãos. Parar para pensar que nunca terei a oportunidade de conhecer seus pais já é dolorosa, mas então eu me lembrava que eles não veriam Calum crescer. Não estariam em sua formatura do ensino médio, não veriam Ethan concluir sua faculdade e ir mais longe de que vários acreditavam que ele não conseguiria usando apenas o poder que ele tinha em sua mente. E não veriam as telas que Alyssa pintaria um dia – eu sabia que faria.

O amor era realmente uma das coisas – senão a única – mais importante das nossas vidas. Mas cobrava um preço impossível demais para se arcar.

— Obrigada – eu murmurei. — Por compartilhar isso comigo.

— É o mínimo que posso fazer por você.

Eu me inclinei para ele e procurei seus lábios, sendo recebida pela maciez e calor familiar, o gosto incomparável com um toque de cerveja, o cheiro dele – de homem e perfume e sabonete –, a temperatura indiferente ao frio da estação; tudo isso me pegava desprevenida de uma vez só, arrebatando-me sem pedir permissão – sem se importar com o estrago resultante.

A ponta do nariz dele roçou na minha e eu senti um sorriso cutucar suas bochechas. O rosto recém-barbeado fazia com que a pele lisa fizesse cócegas em mim, meus cílios tremulando próximos com uma risadinha juvenil. Isto, enchendo e inflando em meu peito, era amor? Quero dizer, amor?

Quem eu queria enganar? Era claro que era. E eu estava morrendo de medo, aterrorizada, mas isso só durava até que ele pusesse suas mãos em mim e me lembrasse do porquê de isso me assustar tanto. Ele me tocava e de repente eu sabia onde estava e por que estava, e não me perguntava se chegaria a algum lugar porque eu não tinha pressa – simplesmente sabia que chegaria, vivendo desses momentos que criávamos e construíamos. Confiança e ternura; segurança e a incomparável e inebriante sensação de estar se apaixonando.

Eu nunca poderia acreditar que atravessaria agosto a novembro com ele, mas há agora a dificuldade maçante de conseguir visualizar dezembro até o fim sem ele. Nunca quero que ele vá embora; quero que meus medos se mostrem mais fracos do que um possível destino onde isso funciona. Onde continuamos lado a lado e tudo o que temos feito um com o outro – um para o outro – tenha um futuro.

Já estive apaixonada antes; até pouco tempo atrás jurava que o amava.

Mas nunca me senti tão consumida por alguém até Ethan, então o que realmente sei sobre isso?

— Você quer entrar? — ele perguntou, a voz repentinamente mais rouca, ainda baixa, apenas minha.

Eu entrei em transe, virei ventríloquo: minha cabeça confirmou e meu braço se estendeu quando ele levantou e me deu a mão. Minhas pernas não são nada mais do que traidoras – ou talvez minhas melhores amigas, porque seria hipócrita dizer que não estou no controle das minhas ações. Eu sei muito bem o que estou fazendo.

Só não em longo prazo.

No momento em que a porta da frente se fechou atrás de nós e Ethan acendeu a luz da sala, eu poderia tocar a tensão que cresceu no ar. Era estático, palpável. Tudo sobre ele começou a me parecer inevitável. Do começo até aqui, onde sabia o que estava prestes a acontecer – o que poderia estar nos levando mais para perto do fim. O olhar no rosto de Ethan só poderia ser descrito como chocolate derretido no dia mais frio de inverno e isso tira o ar dos meus pulmões, porque eu nunca me acostumava com o quão intenso ele poderia se tornar de uma hora para outra.

Ele andou; um, dois, três e quatro passos e estava diante de mim.

Eu levantei a mão e espalmei seu peito.

Nossos olhares se encontraram, e então tudo era sobre nós. Da porta para fora o mundo poderia muito bem se acabar.

— Seu coração está tão rápido — eu sussurrei.

— Aqui vai um segredo: — ele sussurrou de volta. — Estou nervoso.

Sua confissão afagou parte do meu próprio nervosismo e eu sorri, arrancando dele um sorriso o dobro mais bonito. Nossas respirações eram o único som, e para duas pessoas que eram tão silenciosas, isso era como estar em casa.

Ethan trouxe sua mão e a encaixou sob minha mandíbula, seus olhos fixos nos meus.

— Gwen — meu nome nunca pareceu tão atraente —, eu vou te beijar agora. E eu não vou parar até que você mande.

Eu abri minha boca para responder, mas Ethan interpretou como um sinal verde e avançou em meus lábios, sua língua fazendo o familiar e inesquecível caminho até a minha. Ele engoliu um gemido solitário e mergulhou em mim como se estivesse traduzindo seus sentimentos neste momento. Aqui, onde sua língua se move com a minha e suas mãos seguram meu rosto; onde eu me agarro nele como se tivesse encontrado aquela âncora. Nossa reflexo era uma sombra distante e tudo o que existia era esta fome crescendo quanto mais perto ficávamos.

Eu vou morrer; não há maneira humana de suportar isso.

Mas, espere – Ethan está andando e me levando com ele e de repente estamos tropeçando em nossos pés e eu envolvo seu pescoço com meus braços para que ele possa curvar os dedos abaixo da minha bunda e me puxar até que minhas pernas estejam em torno de sua cintura estreita. Suas roupas raspavam nas minhas pernas, no interior das minhas coxas, e tudo era incômodo – quase insuportável.

Sua boca continuava na minha, ofegos e palavras incompreensíveis saindo de nós dois. Eu suspirei quando minhas costas bateram na parede fria e Ethan apoiou um pé no degrau da escada, me mantendo refém contra ele. Seus lábios escaparam dos meus com um som alto, e um fio de saliva desapareceu quando ele afundou seu rosto no meu pescoço. Movendo a língua de maneira parecida com a que estava fazendo dentro da minha boca, ele deixava rastros de beijos molhados de um ponto atrás da minha orelha até o contorno do meu seio, voltando o repetindo do outro lado.

Eu vou morrer.

É demais.

Eu vou morrer.

Há partes do meu corpo doendo. Minha pele não parece minha; parece nova, irritada com a textura das minhas roupas e com a temperatura desregulada e fora de controle. Meus pulmões viraram meio, meus lábios formigam e minhas pálpebras são pesadas demais para se manterem abertas.

Ethan está em todos os lugares.

Neste momento, ele é o mundo inteiro.

Neste momento, sou seu mundo inteiro.

Neste momento, sou dele.

Neste momento, esse sentimento será para sempre.

Minhas mãos estão trêmulas quando perseguem os botões de sua camisa e erroneamente tentam abri-los; até que não consigo e arrebento o primeiro. Se torna pior, porque agora as mãos de Ethan estão tateando a cintura da minha saia atrás do zíper que resolveu se tornar impossível. Somos mãos errantes e trêmulas e isso não está dando certo e eu não posso esperar.

E eu acho que Ethan entendia, porque ele grunhiu e deixou meus pés tocarem o chão novamente, precisando apenas de uma mão para me virar de frente para a parede. O frio não correspondeu ao calor do meu corpo, atravessando a blusa fina. Eu senti sua mão encontrar o zíper e o suspiro aliviado que ele deixou escapar quando o puxou para baixo com força demais – se eu julgasse o barulho grosseiro do tecido.

— Espere — ele suspirou, me ofendendo quando afastou o peito das minhas costas. — Não, isso está errado.

O quê.

— Não é assim — ele dizia, não realmente parecendo falar comigo. — Não é assim.

Muito devagar eu me virei, minha visão turva e afetada. Ethan esfregou o rosto, seus cabelos completamente bagunçados e sua camisa torta e amassada, dois botões rasgados revelando seu peito vermelho subindo e descendo com suas respirações pesadas.

Tenho apenas um vislumbre do volume em suas calças antes de desviar o olhar.

Hum — eu troquei o peso de uma perna bamba para a outra. — Você tem, tipo, 30 segundos para explicar isso antes que eu comece a ter um ataque.

Ethan molhou os lábios avermelhados, pousando suas mãos em meus ombros. Seus olhos pareciam meio vidrados, um brilho insano neles. Desse jeito eu ainda não tinha visto.

— Sobe e me espera — ele pediu. — Me dá um minuto.

Quero protestar, porque já tivemos vários minutos, mas ele me sacode gentilmente.

Por favor.

Fechei a janela entreaberta de seu quarto mas arrastei a cortina para observar o lado de fora enquanto esperava que ele se juntasse a mim. O eco das batidas do meu coração retumbava contra essas paredes, tão familiares mas ainda tão desconhecidas; aqui onde passei noites conversando, tentando compreender o quebra-cabeça que éramos e desvendar a captura final. Aqui, onde alguns meses atrás nem sonhava em existir.

Então, eu não sei se irei me arrepender disso tudo amanhã. Talvez sim e talvez eu não queira ver Ethan, talvez eu tente afastá-lo de todas as formas possíveis e me arrependa durante cada segundo, mas ainda não consiga me fazer parar. Ou talvez não e isso seja a vida acontecendo; mostrando-me que nada pode ser tão perpétuo quanto eu mudando bem sob meus próprios olhos.

É por isso que quando Ethan entra no quarto, eu não me viro para vê-lo. Meus dedos tocam a barra da minha blusa de seda e estão trêmulos,visivelmente trêmulos, mas nunca se moveram com tanta confiança. O tecido desliza pela minha pele e não é nada mais do que um som quase inexistente quando cai no chão. Eu acho que Ethan engole uma respiração instável mas não posso ter certeza porque a próxima coisa que estou fazendo é alongar meus joelhos me pondo de pé e me virando para ele.

Gwen – sua mão espalmou seu peito, e seu percorreu cada centímetro de pele disponível. – Você vai me matar.

Primeiro do que você?

O calor se alojou em minhas bochechas, mas eu agi antes que isso me tirasse do presente. Subi na cama e Ethan veio ao meu encontro, procurando meus lábios e envolvendo minha cintura com um braço ao me empurrar para a cama e rolar para cima de mim. Ofegante, Ethan não pediu permissão ao arrastar os lábios até meu seio esquerdo e enfiar o quanto pôde na boca. A sensação morna e úmida enviou choques elétricos que percorreram os cantos mais esquecidos do meu corpo e criaram um vazio dependente e carente entre as minhas pernas - eu estava acostumada com ele desde que conheci Ethan, mas nunca quis agir sobre isso.

— Fica quieta — ele ordenou de repente, erguendo-se e ficando de joelhos na cama. — Shh.

Minha autoconsciência não teve tempo hábil para se manifestar com Ethan ali, elevado sobre mim tendo-me para entretenimento particular. Meu olhar caiu para suas mãos; ele lentamente as trouxe até meus seios e inclinou a cabeça como se estivesse avaliando uma de suas descobertas científicas, os lábios entreabertos e olhar pesado, seguindo seu próprio movimento. Espalmando meus seios, ele apertou.

Doeu, mas era bom.

Ethan aliviou a pressão de suas mãos e fez movimentos circulares, quase uma massagem, apertando-os um contra o outro antes de repetir o movimento que trazia uma dor curiosamente boa. Eu mordi meu lábio inferior, constrangida com os sons que queriam sair da minha boca. Ethan deslizou as mãos para a lateral do meu corpo e foi arrastando-as por minhas costelas, minha cintura, meu quadril, até ir mergulhando-as sob minha saia. Eu era hipersensível a cada centímetro dele: a palma da mão quente, grande e não tão áspera acariciando minhas coxas e subindo, subindo, subindo, até que seus polegares estavam pressionando um ponto inexplicavelmente prazeroso em minhas coxas, próximo a linha da virilha. Eu fechei meus olhos, não porque estava com vergonha — me sentia estranhamente confiante na penumbra do quarto —, mas porque isso estava me tirando da órbita desse mundo.

Seu polegar foi centímetros mais adiante até arranhar a linha da minha calcinha.

Não consigo parar.

Estou aqui, servida à vontade, e ele vai me devorar.

Acho que ele já fez.

Agora é simplesmente a prova final.

Foram segundos e minha saia estava no chão e eu era a garota nua em sua cama nesta madrugada silenciosa e nada pareceu tão certo.

Ethan deslizou um dedo pelo meio das minhas pernas, sentindo o lugar molhado e quente ali e eu contraí minhas pernas em um reflexo antigo, mas ele espalmou meu joelho e as empurrou abertas novamente. Meus ossos desapareceram e eu sou uma estrela prestes a morrer e Ethan faria de tudo para ver isso diante de seus olhos pela primeira vez.

— Posso te chupar? — ele perguntou, a voz grosseira.

— Não — mas estava doendo não ter nada. — Sim. Eu não sei.

Ethan sorriu; sua expressão me causava arrepios.

— Parece que eu vou ter que te ajudar a decidir.

Então Ethan se acomodou entre as minhas pernas e usou dois dedos para arrastar minha calcinha para o lado para que a ponta de sua língua deslizasse pela fenda molhada e carente entre as minhas pernas. Meus olhos rolaram para trás, correndo o risco de não voltar para o lugar, e eu pressionei a palma das mãos contra o colchão para impulsionar meu quadril para cima. Ethan murmurou um som apreciativo e recriou o que fez em minha boca há apenas alguns minutos. Ele me beijou como se fosse a mesma coisa, usando os ombros para empurrar minhas pernas abertas mesmo quando eu insistia em fechar.

Era molhado, quente e frio e como uma dor que não passava, como subir no lugar mais alto do mundo e querer pular apenas para sentir tudo de uma vez só sem saber o que há no fim da queda. Todo o meu corpo parece estar no limite físico, meu sangue fervendo, minha pele prestes a derreter e meu coração a explodir.

Eu gemi, surpresa quando Ethan agarrou minha mão com força e exigiu que eu segurasse minha calcinha para o lado para que ele pudesse passar os braços pela parte anterior das minhas coxas e descansasse minhas panturrilhas em suas costas, minhas coxas pressionando as laterais de seu rosto.

Você-sabe-quem já tinha feito isso antes, mas nunca me fez sentir como se eu fosse morrer. Era um nó no meu centro, cada vez mais e mais apertado e cada movimento de sua língua ele parecia me sufocar mais até que meus gemidos eram dele, palavras irreconhecíveis e súplicas bem atendidas. Ele estava com o rosto enterrado nas minhas pernas como se me desafiasse a tirá-lo dali - mas nem sob um poder maior do que tudo o que conhecemos no mundo eu conseguiria parar.

Não agora que... Mais um pouco... Lá... Isso!

Eu tentei empurrar o rosto dele para longe, mas todo o meu corpo tremia com a onda de sensações que me atravessou cada pedacinho e roubou gemidos enterrados lá no fundo do meu peito. Ethan parou, mas continuou respirando próximo a pele sensível até que eu me acalmei, meu corpo se derretendo sob o seu para seu esbanjo. Mantive os olhos fechados — porque me custava abri-los — mesmo quando o farfalhar de lençóis indicou que Ethan estava subindo por meu corpo.

Uma respiração entrecortada me escapou quando notei que ele estava sem camisa, seu peito quente e firme contra a maciez dos meus seios sensíveis.

Seus dedos se curvaram em torno do meu pescoço e sua respiração se misturou com a minha, eu em toda a parte. Ethan deslizou a ponta de sua língua por meu lábio inferior lentamente, sussurrando que esta é a boceta mais gostosa que ele já tinha comido e que ele ia me dar minutos para reagir e sentar em seu rosto e porque agora isso é dele quando ele quiser.

E nós aceitamos que pela forma desesperada que procuro sua boca para me beijar, eu lhe dou toda a permissão para fazer o que quiser.

eu sei. eu sei.
sumi de novo. pelo menos não tô prometendo voltar o mais rápido possível, né?

próximos capítulos vão ter barraco, momentos fofos e destruidores de coração – porque entra no meio do "início" das tragédias de amnésia 1. bom, a gente se vê.

beijo p vcs.

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