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Galing kay QveenBDD

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+18 โ— ๐’๐“๐ˆ๐๐† [๐‹๐ˆ๐•๐‘๐Ž ๐ˆ] โ— โŽข โ๐€๐‹๐†๐”๐Œ๐€๐’ ๐๐„๐’๐’๐Ž๐€๐’ ๐’๐„ ๐’๐„๐๐“๐„๐Œ encurraladas pelo caos... Higit pa

โžณ ๐ƒ๐ข๐ฌ๐œ๐ฅ๐š๐ข๐ฆ๐ž๐ซ [Aviso legal]
โžณ ๐‘๐ž๐š๐๐ข๐ง๐  ๐†๐ฎ๐ข๐๐ž [Dinรขmica].
โžณ ๐๐ซ๐ž๐Ÿ๐š๐œ๐ž ๐•๐จ๐ฅ. ๐ˆ [Recado da autora].
โ— ๐‚๐€๐’๐“ โ—
๐’๐“๐ˆ๐๐† โ— (๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐Ž๐Ÿ) โ— ๐๐ซ๐ž๐ฆ๐ข๐ž๐ซ๐ž
(Vol. I) Memรณrias Iโ”‚Dias de verรฃo.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Sitiados.
(Vol. I) Memรณrias II โ”‚ Doce dezesseis.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Enterro no asfalto.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚ Telhado de vidro.
(Vol. I) Memรณrias III โ”‚Conto de fadas.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Sobrevivรชncia.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Opulรชncia.
(Vol. I) Memรณrias IV โ”‚Um lar em uma caixa.
(Vol. I) Ano I p.e. โ”‚Reconhecimento.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚Lua cheia.
(Vol. I) Ano I p.eโ”‚Branca de Neve.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Trofรฉu de caรงa.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Lacrimosa.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Sob o luto.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Heranรงa genรฉtica.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ รŠxodo.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Cercas brancas.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Persistรชncia.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Alรญvio.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Vinho da meia noite.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Bourbon do Kentucky.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Pesadelo.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Cama ou sofรก.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ Novelo de lรฃ.
(Vol. I) Ano I p.e.โ”‚ O que vale a pena.
โžณ ๐๐ซ๐ž๐Ÿ๐š๐œ๐ž ๐•๐จ๐ฅ. ๐ˆ๐ˆ [Recado da autora].
๐’๐“๐ˆ๐๐† โ— (๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐Ž๐Ÿ) โ— ๐๐ซ๐ž๐ฆ๐ข๐ž๐ซ๐ž
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Territรณrio Novo.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Para onde todos vรฃo.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Longe de nรณs.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Ouro verde.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ O som das รกrvores.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Nem sempre uma famรญlia.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Delรญrios desentendidos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ A arte de sentir.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Pacรญfico.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Isca viva.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Mais perto.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Alรฉm do momento.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Tortas de maรงรฃ.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Tormentas.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Boneca de pano.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ De volta.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Barganha.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Do outro lado.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Determinado.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Quase mortos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Puniรงรฃo.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Rodovias.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Renascer.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Asas de inverno.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Tudo por nรณs.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Vilรตes e mocinhos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Sentenciados.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Focos de incรชndio.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Pontas de flechas.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚ Perdas irreparรกveis.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Rifles amigos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Libertos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Achados e perdidos.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Para o inรญcio.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Fogo na colina.
(Vol. II) Ano I p.e.โ”‚Em busca do cรฉu.
๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐…๐ข๐ง๐š๐ฅ๐ž โ— Moinhos de neve.
โžณ ๐๐ซ๐ž๐Ÿ๐š๐œ๐ž ๐•๐จ๐ฅ. ๐ˆ๐ˆ๐ˆ [Recado da autora].
๐’๐“๐ˆ๐๐† โ— (๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐Ž๐Ÿ‘) โ— ๐๐ซ๐ž๐ฆ๐ข๐ž๐ซ๐ž
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Semeando o verรฃo.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Apenas em sonhos.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Caรงas macias.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Campo minado.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Das estrelas ou mais.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Acima dos mapas.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Fraternos.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Milagres.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Todos os detalhes.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Salvos pelo momento.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Alicerces.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Sem sapatos.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Vidas em curso.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Depois de nรณs.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Bravinha.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Vigรญlia.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Nรฃo pegue.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Em famรญlia.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Cavalo de Trรณia.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Neblina.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Contra a corrente.
(Vol. III) Ano II p.e. โŽฅ Supostamente ser.
๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐…๐ข๐ง๐š๐ฅ๐ž โ— Caminhos.
โ— ๐’๐“๐ˆ๐๐† โ— ๐‘Ž๐‘’๐‘ ๐‘กโ„Ž๐‘’๐‘ก๐‘–๐‘ โ—

๐’๐ž๐š๐ฌ๐จ๐ง ๐…๐ข๐ง๐š๐ฅ๐ž โ— Bandeiras Vermelhas.

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A porta principal que nos dava acesso ao laboratório estava trancada. E para piorar a situação, se tratava de uma porta reforçada. Mesmo assim eu me aproximei do local assistindo ao homem enérgico com um machado em mãos ainda tentando derrubar aquela barreira de metal com golpes fortes e precisos.

Notei que havia uma caixa de proteção contra incêndios com o seu vidro quebrado na parede ao lado e só assim entendi aonde ele havia conseguido um machado.

— É uma porta reforçada, Daryl! — Avisei o incontestável quando me aproximei do lado direito da porta e fiquei ao lado do homem, após apoiar a minha muleta em uma das paredes. — Nem se tivéssemos uma bazuca conseguiríamos derrubar isso. — Deduzi ao analisar com cuidado o painel eletrônico que estava aceso em vermelho ao lado da porta trancada.

— Tem alguma ideia melhor?! — Reclamou irritado quando parou os seus golpes e virou em minha direção com olhos injetados de revolta.

— Tenho. Cérebro versus força. — Sorri de um jeito implicante. — Esse é o mesmo cartão de identificação que o doutor Jenner tem lá dentro. Na melhor das hipóteses, se eu conseguir descobrir qual é o código de segurança da doutora Candace, posso desarmar e abrir a porta. — Expliquei abrindo o papel amassado em minhas mãos aonde havia várias sequências de números.

— Isso pode nem funcionar. — Apontou ainda irritado quando descontou a sua raiva na caixa contra incêndios de novo, fazendo o restante do vidro explodir e cair no chão quando o machado tocou tudo ali.

— Talvez não. Mas se o doutor não quiser abrir a porta não teremos nenhuma outra opção. — Respondi ao passar o cartão no local especificado naquele painel e então digitei a primeira sequência de números. A palavra "error" apareceu na cor vermelha. Droga!

"Preparando o Alto Impulso Termobárico." — Vi informou de repente, me fazendo encarar o alto da porta aonde havia uma lâmpada vermelha como se o objeto fosse ela. — "Combustível com ar explosivo que contém ignição por aerossol que produz uma onda de explosão de poder e duração maiores do que qualquer outra explosão, exceto nuclear." — Explicou com a sua voz robótica sem emoções.

— Oh, sério?! Você tem combustível para explodir a porra do prédio inteiro, mas não têm combustível para manter tudo funcionando?! — Reclamei para a lâmpada estupidamente, como se Vi pudesse me entender. Tentei mais uma sequência de números, porém mais uma vez apresentou erro.

— Abra essa maldita porta! — Daryl gritou à plenos pulmões quando tentou mais uma vez destruir aquela barreira com o machado em suas mãos.

— Daryl, junte todas as nossas coisas e deixe tudo preparado para quando eles saírem. Talvez não tenhamos tanto tempo após isso. — Pedi quase implorando ao homem, na esperança de desviar a sua atenção para outra coisa que me deixasse menos nervosa.

— O que você vai fazer, hãm? Continuar jogando números nessa droga como se isso fosse um cassino? Puta merda, isso não vai funcionar! — Virou-se para mim como se eu fosse um bom escape para a sua raiva.

— Tenha um pouco de fé, ok? — Solicitei enquanto tentava manter a calma e assim acalmá-lo de alguma forma também. Mais uma sequência de números foi digitada após passar aquele cartão e mais uma vez a solicitação foi negada. As minhas mãos começaram a tremer.

— Fé?! Fé nunca ajudou em nada! Não vai nos ajudar agora! — Criticou ao levantar ainda mais o seu tom de voz e tornar-se tão agitado quanto um ataque cardíaco. E o homem levou suas duas mãos até a sua nuca tentando demonstrar todo o desespero que escapava por entre seus dentes trincados.

— Alguma coisa me fez encontrá-los naquela cozinha quando tudo já estava perdido, Daryl. — Lembrei virando meus olhos em sua direção de maneira muito intensa e emotiva. — Eu chamo isso de fé. — Garanti acenando levemente com a cabeça enquanto tentava encorajá-lo de alguma maneira.

— Pro inferno com tudo isso! — Brigou quando finalmente se afastou e pareceu tentar fazer exatamente o que eu havia pedido antes, juntar as nossas coisas.

Aos poucos as sequências de números começaram a serem inseridas e praticamente nenhuma ali parecia estar funcionando. O cartão havia sido passado tantas vezes que quase podia imaginá-lo perdendo a sua cor original. E de repente um súbito pensamento desesperançoso passou por minha mente.

E se nenhum daqueles números funcionassem? E se o meu plano fosse realmente estúpido como Daryl havia apontado? O que seria de nós agora? Como ajudaríamos?

Minhas mãos começaram a tremer enquanto se tornavam geladas, assim como os meus joelhos. O pânico começava a tomar conta do meu corpo e tudo parecia reagir a isso. Formigando como uma onda venenosa. Meus dedos pareciam dormentes, estava difícil digitar ou controlá-los sobre os botões. Eu mal conseguia engolir a minha própria saliva sem alguma dificuldade, algo parecia ter fechado a minha garganta.

Os meus olhos encheram-se de lágrimas de desespero quando percebi que a última sequência de números ali não funcionou.

— Não vai funcionar! — Daryl acabou voltando depois de algum tempo, me fazendo respirar profundamente e fechar os olhos com força ainda de costas para ele para me livrar daquelas lágrimas. — Tudo está trancado lá em cima também, na saída, mas se você conseguir quebrar o vidro talvez saia antes dessa merda toda ir pro ralo. — Avisou ao ficar ao meu lado com inquietação.

— Eu? — Perguntei confusa quando o encarei sem entender. — Como assim eu tenho que quebrar o vidro? — Indaguei sem realmente querer entender o que ele estava dizendo. Sua mão tocou o meu antebraço com força e tentou me afastar daquela porta, mas eu me neguei ao frear os meus pés e me libertei do seu aperto. — Não! O que está fazendo? Eu não vou embora assim. — Avisei com firmeza e um pouco de desespero.

— Você está aqui do lado de fora. Vá e tente sair dessa armadilha! Agora! — Explicou sem qualquer expressão em seu rosto a não ser determinação e pressa.

— É! E você também está! — Apontei os fatos ao simplesmente franzir o meu cenho com pavor. — Eu não vou a lugar nenhum. — Determinei ao voltar para o painel de controle ao lado da porta.

— Puta merda, Heidi! Você tem uma chance, ok? Uma chance! — Gritou irritado ao tentar me convencer pela força e eu acabei sacudindo a minha cabeça em negativa ao mostrar que ele estava errado.

— Eu sei! — Interrompi a sua raiva. — Eu teria uma chance. Eu poderia sair daqui viva. Mas eu conseguiria ter uma vida com isso ferrando a minha cabeça? — Questionei ao lhe mostrar aonde estavam os meus princípios. — Eu encontrei você, Daryl. Não vou perdê-lo de novo.

Daryl se afastou ao desviar o seu olhar como se não conseguisse rebater isso, ou simplesmente não pudesse aceitar. Eu respirei fundo mais uma vez enquanto assistia o pânico em seu rosto sem saber como contar que a sequência de números havia acabado.

Aquela proposta afetava a minha autopreservação. Me fazia entender o quão estúpida eu estava sendo por simplesmente não virar as minhas costas e deixá-los para trás. Esse era o som do meu bom senso gritando de forma desesperada. Mas havia uma âncora que me prendia exatamente ali. O homem de olhar vago, tão azuis quanto um oceano de revolta e rebeldia.

Engoli em seco quando Daryl sentou-se no chão praticamente desistindo e apoiando sua cabeça nas mãos. Os dedos tamborilando no alto do seu crânio enquanto o mesmo parecia tentar pensar em um bom plano que nos livrasse daquilo. E ali, ao observá-lo, tantas coisas se passaram em minha cabeça. Tantas coisas que eu gostaria de ter dito e vivido com ele. Tantas coisas que não dariam tempo de explicar!

Uma dor profunda nasceu em meu peito como se o meu coração estivesse se abrindo como uma semente nascendo. A percepção de que nós sempre acreditávamos que tínhamos muito tempo disponível e por isso não precisaríamos lidar com coisas naquele momento. Amanhã eu resolvo. Quando na verdade todos nós só temos um minuto de vida. E depois mais um minuto por vez. Sendo desperdiçados por conflitos inúteis e arrogâncias imbecis de coisas que nem são tão importantes assim.

Aquilo doeu em mim como o inferno. E me fez enxergar a vida, finalmente, por outra perspectiva.

— Daryl... — Eu o chamei baixinho como se precisasse lhe contar um segredo. O seu olhar se levantou até mim ainda com uma expressão emburrada muito revoltada, porém agora contida. O suor escorrendo lentamente por sua têmpora.

Aquele rosto me inspirou como um milagre divino. Eu sabia muito bem o que queria lhe dizer, o que eu sentia e tudo o que eu queria que ele sentisse também, mesmo sabendo que talvez não fosse possível. Mas por algum motivo algo se passou por minha cabeça como um raio agudo de esperança.

Virei rapidamente para o painel novamente e passei o cartão da doutora Candace Jenner mais uma vez ainda com minhas mãos trementes. Obrigando os meus dedos a digitarem os números "210808". A data que eu havia visto no porta-retratos da mulher sobre a mesa do doutor Jenner.

O painel ficou automaticamente verde quando aceitou o código e uma chama de felicidade me queimou por inteiro dentro do meu coração.

"Bem vinda, doutora Candace Jenner". — A voz de Vi soou automaticamente quando a porta se abriu sem hesitar.

Todos ali dentro nos olharam com surpresa e pavor enquanto Daryl ficava novamente de pé com urgência.

— Vamos logo! Vamos! — Daryl gritou gesticulando firmemente para que todos escapassem dali quando nós pudemos observar que o cronômetro no telão já demonstrava faltar apenas sete minutos.

Rapidamente todos começaram a correr para fora do laboratório enquanto eu saía do caminho para não ser um empecilho. Porém eu pude notar que o doutor nem ao menos se moveu do seu lugar, irredutível.

Sabia que era algo muito burro para se fazer em um momento como aquele, mas eu simplesmente desci toda aquela rampa até ir em sua direção sem me preocupar se alguém me esperava ou não. Se alguém havia percebido a minha falta ou não.

Meu olhar não desviou dos dele enquanto eu me aproximava. Uma nuance de pena escapava de minhas expressões enquanto Edwin parecia fúnebre e triste, como sempre, mas ainda assim calmo.

— Você não vem? — Perguntei baixinho ao notar o tom depressivo em minha voz. De alguma forma eu sabia que ele não viria, mas eu precisava tentar por minha consciência. — Tem um espaço sobrando na minha caminhonete se você quiser. — Tentei sorrir e aquele movimento fez os meus olhos arderem em tristeza. Meus lábios tremeram.

— Não. — Ele se negou ao balançar a cabeça ainda sem qualquer emoção. — Fazia muito tempo que eu não ouvia Vi dizer esse nome. — Lembrou mostrando saber o que eu havia feito.

— Você pode escolher ficar, doutor Jenner. Eu respeito isso. — Avisei me aproximando o suficiente até ficar à sua frente. — Mas você não pode escolher isso pelos outros. — Garanti como uma repreensão. — Isso o tornaria um assassino. — Lembrei ao pegar uma de suas mãos e deixar o cartão de identificação aonde continha a foto da sua esposa sorrindo. — E eu tenho certeza que ela não iria querer isso para você. — Contei ao voltar meu olhar para o seu com seriedade.

Edwin segurou aquele crachá e encarou a foto da mulher por um segundo. Para então abrir um pequeno sorriso tão sincero pela primeira vez desde quando havíamos chegado ali.

— Adeus, Doc-Jenner! — Eu me aproximei o suficiente até conseguir abraçar o seu corpo com força tentando me despedir encostando minha orelha em seu peito, mesmo quando ele nem se quer se moveu para retribuir o gesto.

— Querida, você precisa sair! Agora! — Ouvi Jacqui me chamar quando me afastei do doutor. E só então notei que ela não havia saído ainda. O que me deixou um pouco desconcertada.

— Você também! Vamos! — Estendi a minha mão livre em sua direção, mas a mulher se negou e deu um passo para trás.

— Não. Eu vou ficar. — Me contou com lágrimas escorrendo por suas bochechas.

— O quê?! — Questionei surpresa. — Não! Jacqui! Nós temos uma chance! Nós temos escolha! — Lembrei ainda tentando insistir.

— Eu sei que temos. — Ela concordou com um sorriso sincero que não me pareceu nem um pouco triste, mas pareceu bastante saudoso. — E essa é a minha escolha! — Mostrou como se fosse óbvio.

— Não! — Me aproximei novamente tentando segurá-la e puxá-la, mas a mulher se afastou de novo.

— Heidi! — Glenn apareceu na porta de saída novamente já com sua mochila nas costas. — O que você está fazendo? Vamos embora agora! — Mandou enquanto gesticulava firmemente ao me chamar.

Voltei a encarar novamente a mulher negra há alguns passos de mim. Me fazendo esboçar um leve sorriso triste do qual ela retribuiu enquanto assentia.

— Adeus! — Me despedi enquanto caminhava para trás a encarando com ternura. E também voltei os meus olhos ao doutor que ainda segurava aquele crachá.

— Vamos! — Glenn me apressou ao tentar me ajudar a ser rápida com a minha perna ainda machucada.

Conseguimos chegar no saguão de entrada bem a tempo de vermos Rick pedindo para todos se abaixarem enquanto ele mesmo corria e fazia o mesmo. Eu e Glenn nos escondemos atrás do balcão de mármore no exato momento em que uma bomba era explodida em uma das paredes de vidro da frente e tudo caía em cacos.

Provavelmente Carol havia entregado para Rick aquela granada que havia encontrado com o soldado morto quando chegamos.

Todos começaram a pular através da nova saída recém feita e Glenn me ajudou a subir sobre o peitoril com agilidade, mas acabou praticamente me empurrando nos braços de Daryl, que já estava debaixo da abertura me esperando como se soubesse que eu precisaria de ajuda.

Seus braços me agarraram com força e suas mãos me deixaram novamente de pé no chão de concreto enquanto todos nós corríamos em direção ao campo lotados por cadáveres em decomposição.

Alguns deles começaram a se levantar com a nossa presença ali, mas todos que estavam armados começaram a atirar em seus crânios com agilidade, principalmente Rick, T-Dog e Shane. Nos dando uma chance de correr em segurança até os carros estacionados antes da guarita dos militares.

Eu alcancei a picape velha estacionada no meio fio e puxei a porta com força para conseguir abri-la. E mesmo com a perna machucada pude conseguir entrar e sentar no banco do passageiro no mesmo momento em que Daryl abria a porta do motorista e tomava o lugar atrás do volante.

Encarei o seu rosto de maneira assustada e não esperava por seus movimentos seguintes. O homem simplesmente me agarrou pelos ombros e me puxou com força contra o próprio corpo quando o mesmo se arrastou e protegeu a nós dois no chão apertado da picape, me fazendo bater a testa no câmbio de marcha de ferro do automóvel.

No momento seguinte o som ensurdecedor de uma grande explosão tomou todo o espaço à nossa volta. O ar se tornou insuportavelmente quente por alguns segundos, me fazendo esconder o rosto com as mãos contra o corpo do caçador quando senti os meus cílios queimando de forma torturante juntamente com minhas pálpebras.

O som de destroços caindo sobre a lataria do carro parecia mais uma chuva apocalíptica. O calor do inferno lambeu o nosso oxigênio por um tempo rápido que pareceu uma eternidade fazendo o vidro do para-brisa trincar e logo o cheiro de fumaça e fuligem queimando tomou nossos pulmões como gás tóxico.

Quando a explosão pareceu finalmente se silenciar e o calor diminuiu eu comecei a levantar a minha cabeça devagar até encontrar o rosto do homem que ainda me segurava como se eu fosse sumir junto com o fogo. E a minha respiração tornou-se dolorosa tanto pela fuligem quanto por nossa proximidade.

— Nós conseguimos! Eu disse que conseguiríamos... Isso é fé! — Sussurrei sem desviar os meus olhos dos seus. A sua respiração cansada e dificultosa fazia o seu peito subir e descer rápido, o que estava movimentando o meu corpo junto em uma só respiração.

Um som baixo e rouco escapou por sua garganta tão rápido quanto um rosnado. Algo que eu poderia entender como um "Sim", ou um "Ok", porém eu não compreendi ao certo. Mas o modo como a sua expressão parecia aliviada e até mesmo um pouco... orgulhosa... me deixava entender que finalmente ele havia gostado de alguma coisa. Não havia qualquer sorriso em seus lábios, mas eu sabia que os seus olhos sorriam para mim.

— Ainda não. — Ele me corrigiu quando me empurrou até me ajudar a sentar novamente no banco dos passageiros. — Nós temos que sair daqui. — Lembrou virando a chave de fenda que estava no lugar da chave de ignição e o motor acabou respondendo em um rugido.

Eu olhei para os destroços do prédio ainda queimando através da janela. Um monte de cinzas e restos de concreto queimavam como o inferno com chamas baixas, levando todos aqueles cadáveres junto. Engoli em seco com tristeza e enjoo ao me lembrar de Edwin e Jacqui. O meu coração parecia ferido.

Daryl colocou aquela caminhonete para andar assim que o último carro daquela fileira começou a se movimentar novamente em direção à rodovia de asfalto. E eu não consegui desviar os meus olhos daquela paisagem em chamas até ela finalmente ficar para trás. Me fazendo retirar a mochila quase vazia que eu ainda carregava atrás das costas desde o início daquela odisseia e finalmente relaxando ao me afundar no velho banco de couro soltando um suspiro.

Voltaríamos para o mar aberto até finalmente encontrarmos mais uma ilha de esperança em um oceano de desespero.

— Merda! — Exclamei alto ao perceber algo e encarei o homem ao meu lado. — Esqueci a minha muleta!

➳ ⸺  Fim do Volume I  ⸺


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