Emma
Na manhã seguinte eu segui para a delegacia, onde eu prossegui com a Elsa na minha investigação para descobrir como capturar a Rainha da Neve:
-Belle achou um feitiço, talvez funcione contra a Rainha da Neve. - Ruby chegou equilibrando alguns livros e uma vela nos braços.
-Não vão matá-la, vão? - Elsa perguntou.
-Nós não vamos matar ninguém, só queremos neutralizar os poderes dela. - Expliquei.
-Consegue traduzir? - Elsa tornou a perguntar.
-Elfíco? Não, eu não assisti "Senhor dos Anéis." - Elsa me olhou sem entender e Ruby sorriu com a referência.
-Deixa para lá...
-A Belle traduziu, aqui diz como aplicar o feitiço. - Ruby mostrou um papel que havia tirado do bolso e Elsa pegou o mesmo.
-"Com as mãos segure a vela e a ilumine com a sua mágica e então quando você sopra-la..."
-Ela voltará a vender sorvete. - Completei e dei um high-five com a Ruby.
-Algo me diz que ela não terá muitos clientes. - Disse Ruby.
-Talvez, sem os poderes possamos falar com ela, encontrar a Anna, conseguir respostas.
-Sua irmã tem poderes? - Perguntei.
-Não, acho que é por isso que a Rainha da Neve está interessada em você.
-Sim. - Concordei.
-Alguém da sua família possui poderes?
-Tirando a minha namorada, não.
-É difícil quando olham diferente pra você, não é?
-Não olham. - Dei de ombros.
-Tudo bem... - Disse Elsa.
-Bom, vamos tentar? - Ruby pegou a vela e deu na minha mão antes de se afastar.
Me concentrei, acendi a mesma com magia e assoprei a chama que se espalhou pela sala indo na direção da Elsa, mas a mesma não conseguiu controla-lá:
-Me desculpe, podemos tentar de novo?
-Mais tarde, preciso encontrar a Mary Margaret, serei a babá hoje a noite.
-A vida continua, talvez eu passe lá no apartamento mais tarde. - Ruby piscou para mim.
-Vou estar te esperando. - Pisquei de volta e coloquei a mão sobre o ombro da Elsa. - Nós vamos encontrá-la.
-Está tudo bem, estarei aqui com a Ruby.
Saí da delegacia e fui direto para a creche onde eu encontrei Aurora, Ashley, minha Mãe, entre outras, todas com seus respectivos bebês cantando uma canção de despedida:
-Certo Mamães, na próxima cantaremos mais canções e então colocarei todas elas em um CD. - Explicou Ashley.
-O que é um CD? - Perguntou a Aurora e eu tive que segurar uma risada.
-Ela é nova. - Explicou Mary Margaret. - CD Player é como uma caixa de música, tem uma embaixo da TV do Granny's.
-Não me atrevo a tocar naquela caixa, não cometerei o mesmo erro de novo.
-Emma, você perdeu a canção de despedida. - Minha mãe disse quando me viu e eu abri um sorriso.
-Acho que entendi pelo título. O garotinho está pronto?
-Está, apenas mais algumas coisas: o carrinho, as fraudas e o leite.
-É bastante coisa.
-Queria que ele tivesse tudo.
-Emma. - A moça me chamou ao longe.
-Oh Ashley, olhe para você, a encantadora de bebês. - Ela me cumprimentou com um abraço.
-O que posso dizer? Eu peguei o jeito. Caso ajude ele a dormir, diga que se tornará uma abóbora a meia-noite.
-Então é isso que você faz aqui... Dá dicas para dormir e canta algumas canções...
-É mais do que isso, é como um grupo de apoio. Ser mãe de primeira viagem não é nada fácil.
-Mãe de primeira viagem... - Não pude evitar de desviar o olhar e encarar a Mary Margaret que me olhava boquiaberta.
-Emma, é claro que eu não sou mãe de primeira viagem.
-Meio que você é, nunca criou um bebê antes. Apenas o colocou em um armário mágico.
-Emma...
-Eu sei, é novo pra você. É emocionante aulas de mamãe e bebê, os primeiros passos, canções e tudo mais. Deve ser excitante. - Por um momento todas ficaram em silêncio. - O quê?
-A garrafa. - Disse Ashley, olhei na direção da mamadeira que eu segurava e a mesma estava brilhando e esquentando cada vez mais.
-Ah, é só mágica. Eu tenho praticado para capturar a Rainha da Neve, acho que estou meio adiantada. Certo. - Soltei a mamadeira e estiquei os braços para pegar o meu irmão, mas a minha mãe o afastou no mesmo segundo.
Antes que eu pudesse questionar a sua atitude o meu celular tocou:
-Alô?
-Emma... - Era o David. - Algo está acontecendo na torre do relógio, há uma trilha levando até o topo. Uma trilha de gelo.
-Rainha da Neve, ela ainda está lá?
-A trilha sobe, não desce.
-Tudo bem, estou indo aí. - Desliguei. - A Rainha da Neve está na torre do relógio, acho que terei que adiar o convite para ser babá. - Minha mãe não me respondeu e eu me virei seguindo para a torre do relógio.
Lá já me esperavam junto ao David a Ruby, Elsa e o Hook. Com a vela em mãos todos subimos pelo elevador:
-Hey! - A Rainha do gelo lançou uma estalactite na minha direção me fazendo parar.
-Emma, agora! - Disse Ruby e assim eu fiz, acendi a vela e assoprei na direção da Rainha, a chama ficou em volta do seu pulso, como uma espécie de algema que bloqueava seus poderes.
-Você conseguiu! - Elsa me abraçou.
-Acho que sim.
-Você me pegou. - Disse a Rainha da Neve.
A levamos para a delegacia e a colocamos em uma sala de interrogatório:
-Tudo bem, Rainhazinha, hora de falar. - Disse Ruby.
-Deveria examinar aquilo, Emma. - Disse ela.
-Agora quer jogar limpo?
-Com vocês? Vocês não entendem, é tudo que eu sempre quis.
-Não nos importamos com o que você quer! - Disse Ruby.
-Onde está a Anna? Ela está viva, nós ouvimos seus batimentos. - Explicou Elsa.
-Ouviram as batidas dela?
-Do cajado da Betty! - Disse Ruby.
-Parece que alguém está um tanto desesperada em encontrar a sua irmã perdida.
-O que houve com ela? - Elsa perguntou novamente, mas dessa vez com um tom mais firme.
-Não acho que deva se importar, foi ela que te colocou naquela urna. Não faço ideia do porquê iria querer achar alguém assim.
-Porque ela é minha irmã e não faria o que você está dizendo.
-Ou ela é sua irmã e não conseguiu aguentar o que você, o que nós somos e fez exatamente o que eu disse.
-Não! - Elsa bateu na mesa irritada e eu e Ruby a seguramos.
-Elsa...
-Vem comigo, por favor. - Ruby pediu e assim ela seguiu com a moça para fora da sala.
-Cuida dela, eu resolvo isso.
-Emma... - Elsa protestou.
-Eu cuido disso. - As duas assentiram e eu fechei a porta. - Tudo bem, agora somos só eu e você.
-Bom. Era com você que eu queria falar. - Me sentei de frente para ela.
-Você quer que eu vire para o lado negro e seja a sua irmã, amiga, qualquer coisa do tipo. Não estou interessada.
-Estou tão orgulhosa de você, Emma.
-Isso não vai funcionar. Eu sei que temos um passado e falaremos dele também, mas não vai me confundir.
-Estou sendo completamente sincera.
-Use seu superpoder... Verá que eu digo a verdade. - A olhei com estranheza.
-Como sabe disso?
-Você me disse, quando era criança. Você era uma criança adorável, sou grata por tê-la conhecido antes.
-Não fale comigo como se fossemos amigas.
-Não somos amigas, Emma. Nós somos família.
-Eu sei que é isso que você quer, mas independente do passado que roubou de mim, eu sei o bastante para dizer sobre o futuro. E o que você quer? Não vai acontecer, irmã.
-Ah vai sim, você verá no fim do dia, vai entender que tudo o que eu estou dizendo é verdade. E você fará a última coisa no mundo que poderia imaginar.
-É? E o que é?
-Irá me soltar. - A olhei em descrença. - Agora, então... Do que gostaria de conversar?
Regina
Depois que a Emma saiu eu me tranquei na biblioteca para pesquisar sobre o autor, eu precisava encontrá-lo, precisava garantir que essa felicidade que eu e a Emma estavamos sentindo não se esvaisse, eu precisava ter certeza de que não íamos estragar tudo de novo, de que eu não ia faze-lo.
Acabei pegando o livro do Henry, o qual eu começei a folear, todas as histórias dos heróis tinham uma coisa em comum, o príncipe e a princesa sempre viviam felizes para sempre:
-Mãe, pode me ajudar com essa coisa? - Henry entrou na biblioteca de terno pedindo ajuda com a sua gravata.
-Olhe para você, todo arrumado. Qual é a ocasião?
-Vou me casar. - O olhei sem entender. - Trabalho. Com o vovô. Na loja. - Assenti sorrindo com o sarcasmo dele. "Com quem ele aprendeu isso?" - Ele disse que se aprenderei o negócio da família, terei que representar os negócios da família. Estaria tudo bem se ela não tivesse me dito para usar gravata. - Me levantei para ajudá-lo.
-Bom, eu acho que você está muito bonito.
-Então o que houve?
-Como assim?
-Estava foleando o livro com a sua cara malvada. Aconteceu alguma coisa com a minha outra mãe?
-Não, eu estou apenas... Estou procurando o autor. Eu sei que estamos bem, mas... Eu ainda tenho medo de estragar tudo, eu preciso mudar o final da minha história.
-Eu não acho que você precise do autor para ser feliz com a Emma, mas eu vou te ajudar, é para isso que estou trabalhando com o vovô.
-Eu sei, obrigada, Henry. Não posso deixar com que esse livro ou essa profecia me detenham novamente. A partir de agora... A Operação Mangusto será meu foco principal. - Segurei o rosto dele entre as minhas mãos. - Encontraremos o autor.
-Que bom, porque eu tenho algumas ideias de onde procurar pistas próximo a loja.
-Vá trabalhar. - Dei um beijo de despedida na bochecha dele e assim meu filho se foi.
Emma
-Então, o feitiço da visão quebrada? Muito impressionante.
-De que importa? Você me deteve.
-Sim, detive. Sabemos quem você é. Sabemos os seus planos. E por um motivo doentio e destorcido. Você quer que eu e Elsa substituamos suas irmãs perdidas.
-Então já tem suas respostas, será que eu já posso ir para a cela?
-Não, eu quero saber o porquê. Por que me perseguiu a vida toda?
-Eu estava tentando te proteger, Emma.
-Era o que você fazia no orfanato, me protegia? Por que apagou as minhas memórias? Porque eram muito boas?
-Toda família tem seus altos e baixos.
-Não, você e eu... Não somos uma família, e se estende por três gerações e 400 anos.
-Família não é questão de sangue, é um vínculo muito mais forte que mera genética. Elsa e eu somos a sua verdadeira família, porque somos como você e devemos ficar juntas. A família que você acha que tem... Podem até te amar, mas também tem medo de você.
-Não, não têm.
-Nunca os viu estremesser diante do seu poder? Nunca viu nem uma pontinha de medo por trás de seus olhos? Nem mesmo uma vez? Eu acho difícil de acreditar. - Era difícil não pensar no episódio com a minha mãe hoje mais cedo, mas eu não ia deixar que isso tranparecesse ou me afetasse.
-Eles me amam por quem eu sou, inclusive pelos meus poderes.
-Eu também já pensei assim uma vez, Emma.
Ruby
Enquanto a Emma conversava com a Rainha da Neve eu e Elsa acompanhamos o Charming, o Hook e a Belle até a torre do relógio, para tentarmos descobrir como quebrar aquele espelho:
-É com isso que estamos preocupados? Parece só um espelho qualquer. - Dei de ombros.
-Não deveria estar tremendo ou fazendo algo maligno? - Perguntou Hook.
-Eu acho que sim. - Disse Elsa. - Parece só vidro inofensivo.
-Ainda não encontrei nada para combater o feitiço. Hey! Parem, não olhem naquela coisa. - Belle me puxou junto ao Hook pelo braço, nos afastando do espelho. - Ele os fará ver a pior versão de vocês.
-Deve estar quebrado, já olhei milhares de vezes e não vejo nada além de eu mesmo só que diabólicamente mais lindo e charmoso que o normal. - Revirei os olhos e Belle se aproximou do espelho.
-Esse não é o mesmo espelho.
-Por que a Rainha da Neve se arriscaria vindo aqui para plantar um espelho falso? - Elsa perguntou.
-Porque ela queria ser capturada.
-Emma! - Disse e no mesmo segundo nós saímos correndo em direção a delegacia.
Quando chegamos a porta estava congelada, por mais que Belle e David tentassem a abrir, a mesma nem se mexia:
-Emma! - Charming gritou.
Nós estávamos sem opções então tivemos que recorrer a alguém mais poderoso, alguém que pudesse derrotar a Rainha da Neve. O Sr. Gold:
-Esse tipo de procissão não é um bom presságio. - Ele disse assim que nos viu passando pela porta da loja.
-A Rainha da Neve congelou a porta da delegacia. - Disse David.
-Emma está presa com ela lá dentro.
-Ajude-nos Rumple, deve ter um jeito de nos colocar lá dentro, por favor, por favor. - Pediu Belle.
-Como posso ignorar o pedido da minha amada esposa? Depois de vocês. - Assim todos, menos o Hook, saímos da loja e retornamos a delegacia.
Emma
Eu estava inquieta, andando de um lado para o outro naquela pequena sala de interrogatório, quanto mais a Ingrid falava mais estressada eu ficava. Odeio admitir isso, mas se ela queria me desestabilizar ela estava de parabéns, pois estava conseguindo:
-Eu entendo que você se sinta chateada, Emma.
-Acha que sabe como eu me sinto?
-Eu te conheço melhor do que você mesma.
-Sim, porque você tirou um ano da minha vida!?
-Quando morou comigo, você falava dos seus pais o tempo todo. Você tinha tanta raiva por eles terem te deixado.
-Foi por um bom motivo, agora eu sei disso.
-Isso não muda o fato de você ter se sentido indesejada por 28 anos.
-Eles não tiveram outra escolha.
-Sempre há uma escolha, Emma. Podiam ter ficado com você. Poderiam ter dado um jeito. Poderiam ter tentado.
-Eles fizeram de tudo para salvar um reino inteiro!
-Você era a única filha deles e mesmo assim eles te usaram para quebrar a maldição. Ainda usam os seus poderes.
-Isso não é verdade.
-Não é? Quantas vezes você os salvou? Quantas vezes você se sentiu mais a "Salvadora" do que a filha deles? Basta um pequeno deslize, um acidente e você e seus poderes passam de salvação para pesadelo.
-Você não os conhece e nem a mim.
-Eu não preciso conhecê-la, Emma. Eu fui você. Diferente, incompreendida, sozinha e agora... Eles decidiram ter outro filho. Não acha que eles agradecem aos céus todo o dia por ele ter nascido normal?
-Eles me amam! - Cerrei os dentes, eu já podia sentir as lágrimas enchendo os meus olhos e o copo de água que estava em frente a Ingrid também tinha começado a borbulhar.
-Não pode se amar alguém que você não entende. E sabe o que acontece quando não entendem algo? Eles começam a teme-lo e depois eles começam a vê-lo como um monstro!
-Cale a boca! - Gritei e bati minhas mãos contra a mesa, abrindo com a minha magia um buraco gigantesco na parede da delegacia. Olhei para as minhas mãos assustada, as mesmas estavam brilhando. - O que você fez comigo?
-Apenas te mostrei quem você realmente é. - Em um passe de mágica as algemas desapareceram dos pulsos dela, a Ingrid nunca esteve presa de verdade, ela queria isso.
-Faça parar.
-Não posso. É você, Emma e... É lindo. - Ela desapareceu.
Set Fire to the Rain - Adele
Saí pelo buraco aberto olhando todo o estrago que eu tinha feito:
-O que eu fiz?
-Emma! - Ruby gritou e eu me virei.
-Você está bem? - David foi o próximo a perguntar.
-Estavamos tão preocupados. - Disse Mary Margaret.
-Esperem! - Pedi.
-Parece que ela não precisou da minha ajuda. - Disse Gold olhando para a parede, ou melhor para o buraco que tinha nela.
-Swan o que aquela monstra fez com a delegacia? - Perguntou o Hook.
-A "monstra" que fez isso não foi a Rainha da Neve, fui eu. - Todos me olharam chocados.
-O quê? - David perguntou.
-Fiquem longe! Não sei se posso controlar e não quero machucar ninguém. - Me virei.
-Swan! - Hook me chamou, mas eu o ignorei.
-Deveriamos ouvi-la. - Disse o Gold.
-Sem chance, eu já passei por isso e não vou deixar que o mesmo aconteça com ela. - Disse Ruby.
-Emma, nós podemos ajudar. - A próxima a dizer foi a Elsa.
-Fiquem longe! - Hook segurou na minha mão e eu a puxei abrupidamente. - Me deixem ir! - Ao puxar a minha mão eu fiz com que todas as luzes ao meu redor falhassem e que o poste caísse.
Hook estava bem embaixo dele e David o salvou o empurrando para o outro lado, mas o seu ato fez com que o poste o atingisse:
-David! - Gritei preocupada.
-Emma! - Minha mãe disse em um tom de reprovação enquanto ajudava o homem a se levantar, aquilo me fez sentir mal e eu fugi. - Emma! Emma, espere. Não, por favor, volte!
-Swan! - Hook tentou me segurar de novo, mas dessa vez ele não obteve sucesso.
-Mãe! - Henry gritou também.
-Está tudo bem! - Mary Margaret gritou de novo.
-Emma! - A voz da Ruby foi a última que eu ouvi antes de entrar no carro e acelerar.
Eu comecei a dirigir sem rumo e quando me dei conta eu estava estacionada em frente a cripta da Regina, eu desci do fusca, minha intenção não era encontrar a Regina, mas sim procurar algo que pudesse parar a minha magia. Então uma vez lá dentro eu comecei a procurar, até derrubar um dos seus frascos no chão:
-Quem ousa invadir a minha cripta? - A voz da Regina ecoou da sala ao lado e eu me escondi atrás da parede, eu não precisava de mais alguém tentando me ajudar e acima de tudo, eu não queria machucar mais ninguém. - Mostre-se! - Ela disse de novo, dessa vez ela parecia estar mais próxima e as minhas mãos começaram a tremer novamente, fazendo as luzes falharem, claro que não demorou muito para que a Regina me encontrasse. - Emma?
-Se afaste, Regina! Eu não quero te machucar. Eu só estava procurando... Eu não sei, algo que pudesse parar isso, como uma daquelas pulseiras anti-magia, você tem?
-Não, eu não tenho. O que diabos está acontecendo com você?
-Eu não consigo controlar.
-Estou vendo. - Ela disse em um ar risonho.
-Regina, eu não estou brincando, por favor se afaste. - Dei um passo para trás.
-Não!
-Regina... - Estiquei a mão na intenção de afasta-la e o lustre acima de nós estourou.
-Emma, eu não tenho medo de você. Você não vai me machucar. Eu posso te ensinar a controlar. - Ela deu um passo a frente e eu dei um para trás no mesmo instante quando uma luz estourou. — Emma, eu preciso que você pare de pensar. — Ela falava, mas os objetos da cripta insistiam em cair ou tremer, além das luzes que piscavam e estouravam uma por uma.
-Não consigo.
-Eu sei que está com medo e eu posso ver que está se esforçando muito agora para manter o controle, mas a magia não funciona assim, Emma. Não tem a ver com o pensamento e sim com a emoção. O que quer dizer que quanto mais nervosa você fica, menos controle você tem sobre ela. Apenas relaxe! - O que ela falava fazia sentido, então eu fechei os olhos e tentei respirar fundo, mas com o barulho de um frasco de vidro caindo no chão e se quebrando em mil pedaços eu tornei a abrir os olhos.
-Não, eu não posso! Não consigo!
-Emma... - Ela falou com uma voz suave e deu mais um passo a frente, e colou a sua boca com a minha antes mesmo que eu pudesse me afastar ou reagir. Eu podia sentir a eletricidade nos nossos lábios, não era doloroso, era como uma cócega, era uma sensação boa.
Nesse momento as luzes que ainda restavam estouraram acima de nós, mas o tremor da minha mão e nos objetos da cripta cessaram.
-Que tal assim? - Regina perguntou baixinho com uma sobrancelha erguida.
-As luzes...
-Shii... Não se preocupe com isso eu posso consertar depois, hoje você passa a noite comigo. - A olhei pensativa, eu não podia, não podia correr o risco de machuca-la durante a noite. - Emma, isso não foi um pedido, eu não vou te deixar sair assim. — Deu de ombros. — Assim, eu não direi aos seus pais que você esteve aqui. Me deixe cuidar de você. - Ela sussurrou com uma mão na minha bochecha, em seguida ela deslizou a mesma pelo meu braço, até alcançar a minha mão, onde ela entrelaçou seus dedos com os meus.
-Se eu te machucar... - Ela me calou com um beijo e em seguida olhou no fundo dos meus olhos.
-Você não vai.
E assim aconteceu, eu concordei em passar a noite com a Regina, eu só desisti da ideia de dormir no sofá e concordei em dividir a cama com ela, com a condição de que a mesma manteria uma certa distância, por mais que ela tivesse me ajudado a "controlar" a minha magia, eu não queria correr o risco de machuca-la.
É claro que ela não me ouviu e nós acabamos dormindo abraçadas, mas eu não reclamei. Era reconfortante sentir o calor do seu corpo contra o meu, me ajudava a me acalmar e a parar de pensar. Dessa forma eu não demorei muito para dormir.