Emma
No dia seguinte meus pais voltaram à plantação de feijões e notaram o sumiço de todos eles, alguém tinha nos roubado, logo ligamos o desaparecimento dos feijões a Regina, como ela não estava em sua casa optamos por procurá-la na prefeitura:
-Está tudo bem, ela não está aqui. - Gritei para a minha Mãe e ao Henry depois de inspensionar a sala com o meu Pai.
-Quando a encontrarem, não vão machucá-la, vão? - Henry perguntava.
-Não, só queremos os feijões que ela roubou.
-Não entendo, por que a Regina deixaria o escritório aberto? - Foi à vez de a minha Mãe perguntar.
-Ainda mais quando ela está guardando os feijões aqui. - Meu Pai olhou para uma espécie de estufa que continha um pequeno pé de feijão entro.
-Estava guardando, eles se foram.
-Algo não está certo, Regina não deixaria evidencias assim. - Apontei.
-Ou ela já os usou para fugir de Storybrooke.
-Sem o Henry? Acho que não.
-E se algo de ruim aconteceu com ela? - Confesso que o pensamento do meu filho já tinha se passado pela minha mente e isso estava me preocupando.
-O alarme mostra que a última pessoa que esteve aqui foi por volta das 6hrs da manhã e usou uma senha de sobreposição para entrar.
-Por que Regina precisaria disso para o seu alarme?
-Ela não precisaria.
-Acha que alguém invadiu e roubou os feijões?
-Bom, não encontramos a Regina e não tivemos notícias dela.
-Então algo ruim aconteceu com ela.
-Vamos encontrá-la, Henry. Eu prometo.
-Só há uma pessoa que poderia derrotar Regina.
-Gold. - David completou o raciocínio da minha Mãe.
-Ele está muito ocupado com sua nova/antiga namorada.
-Isso não foi o Gold, foi a Tamara.
-Já foi muito longe com isso?
-Talvez não longe o suficiente.
-Ou talvez seja hora de deixar para lá?
-August foi atacado no dia que Tamara chegou aqui, não foi uma conhecidência?
-E se estiver errada? Se Regina está encrencada, não deixaremos tudo de lado por causa de um palpite.
-E não deixaremos cada segundo que perdemos discutindo é uma chance a menos de encontrá-la bem. Vão ao Gold, ele deve ter alguma magia para localizar Regina.
-Aonde você vai?
-Ao quarto de Tamara.
Regina
Quando acordei eu estava presa em uma maca, em uma espécie de depósito nas docas eu acho, eu podia ver Hook me observando:
-O que estão oferecendo a você vale a pena? - Perguntei.
-Já que estão oferecendo me ajudar a matar Rumplestiltskin, eu diria que vale sim.
-E confia neles? - Ele não respondeu e eu ri em desdém. - Você nem sabe para quem trabalha.
-Bom dia, Regina. - Owen entrou na sala.
-Isso faz parte da sua missão?
-Não. Não, isso é... Isso é pessoal. - Ele falava enquanto posicionava algumas placas em pontos específicos do meu corpo. - Isso tem a ver com o meu Pai.
-Eu já lhe disse... Ele deixou a cidade.
-E ele nunca foi procurar o seu único filho? Hook se importaria de me dar uma mãozinha? - Ele riu sozinho da própria piada. - De preferência, a boa.
-Desculpe amigo, tenho que dizer que não. Quando estiver interessado em matar Rumplestiltskin e não torturar a Rainha, me procure.
-Acho que somos só nós dois. - Ele ligou uma máquina que eu não fazia ideia do que fazia.
-Isso deveria me deixar com medo? - Debochei.
-Deveria. - Engoli seco. - Veja, essa é a forma que lidamos com o seu tipo. - Agora ele estava ligando fios às placas posicionadas anteriormente. - E sim, será... Desagradável, agora... O quão desagradável será, isso depende de você. Agora... Onde está meu Pai? - Não respondi e em troca recebi uma descarga elétrica pelo meu corpo.
Emma
Como eu havia dito aos meus pais eu fui ao apartamento de Tamara, mas dessa vez eu fui com um mandato de busca, só encontrei Neal em casa, ele afirmou que sua esposa estava correndo na floresta, mas se ela corria na floresta por que eu encontrei areia no chão, e não terra? Sobre o que mais ela estava mentindo?
Fui até a praia procurar qualquer coisa fora do comum que pudesse me levar a Regina e Neal insistiu em vir comigo:
-Então, acha que ela está escondendo Regina em um castelo de areia?
-Eles têm que estar em algum lugar.
-Emma, está deixando suas emoções atrapalharem seu julgamento. - Revirei os olhos.
-Você realmente acha que isso se trata de eu tentar separar você e Tamara?
-Não...
-O que você quer escutar, Neal? Que me matou quando você não veio me ver mesmo na prisão?
-Emma...
-Não machucou quando achou Tallahassee com outra pessoa?
-Neal? Oi. O que estão fazendo aqui? - Para minha surpresa Tamara apareceu atrás de nós correndo pela beira da praia.
-Estávamos só... Pensei que corria na floresta. - Neal falou.
-Comecei por lá, mas depois decidi vir à praia. Está tudo bem?
-Regina está desaparecida. - Falei.
-Meu Deus, isso é terrível.
-Pensei que ela estivesse por aqui, mas estava errada.
-Sei que ela aparecerá em algum lugar.
-Me avisem se eu puder ajudar te vejo depois. - Ela deu um beijo na bochecha de Neal e voltou a correr.
-Tudo bem. Emma... - Ele chamou quando comecei a sair da praia.
-Acho que você deveria ir.
-Quis ir à prisão para te ver.
-Neal...
-Me matou deixar August me convencer a deixá-la.
-Eu não quero escutar...
-Mas eu quero falar, queria procurar você, eu só... Estava com muito medo.
-Do que?
-Que você nunca me perdoaria, porque eu nunca me perdoei. Não há um dia que se passou... Que não me arrependo de tê-la abandonado. Eu sinto muito, Emma, por tudo.
-Eu também. - Sorri para ele e saí dali.
Regina
Eu estava sendo torturada há horas e não fazia questão nenhuma de cooperar com ele, apesar da fraqueza eu ainda conseguia me manter autoritária, com o pensamento de que Emma já tinha dado a minha falta e estava me procurando, logo tudo aquilo iria acabar:
-Você não tem ideia de com quem está lidando.
-Na verdade, não. Você não tem ideia de com quem está lidando.
-Com um bando de tolos, que saem por aí roubando magia.
-Roubando magia. - Tamara riu. - É o que acha que viemos fazer?
-Não estamos aqui para roubar magia, estamos aqui para destruí-la.
-Magia não pertence a esse mundo, é profana. Limparemos esse Reino dela. - Não pude deixar de rir, apesar de doer quando eu o fazia.
-Você acha que vocês podem destruir magia? Só vocês dois.
-Quem disse que só há dois de nós? - Meu sorriso desapareceu. - Estamos em todos os lugares, Regina. Depois que sai de Storybrooke, ainda menino, eu estava tagarelando sobre magia, sobre o que eu vi e sobre o que aconteceu com o meu Pai, alguns me ignoraram, outros não. E eles me encontraram.
-"Eles?"
-Crentes pessoas que sabem que a magia é real.
-E que ela não pertence a esse mundo e estão todos dispostos a fazer algo a respeito.
-Essa sua pequena missão de limpar o mundo da magia, não vai funcionar.
-Claro que vai, já fizemos isso antes e faremos novamente. Você acha que Storybrooke foi a primeira vez que a magia atravessou?
-Magia vem fazendo seus danos há muito tempo.
-E pessoas como nós, estamos aqui para pará-la. - Ele apertou o botão novamente e eu recebi mais uma descarga elétrica.
Emma
Meu Pai me ligou, ele tinha conseguido um feitiço com o Gold, um que ligava minha Mãe a Regina, de acordo com Mary Margaret, Regina estava sentindo dor, frio, mãos e pés atados, sem magia, e ela podia sentir cheiro de sardinha:
-Venham às docas agora, eu estava certa, Tamara não estava aqui para correr, ela está lá dentro com a Regina. - Corri na direção da fabrica de sardinhas sem pensar duas vezes e Neal me seguiu.
O lugar era imenso, e eu peguei minha arma e comecei a revistá-lo, com Neal junto a mim:
-Está certo de que quer estar aqui?
-Não a deixaria sozinha nesse lugar.
-Se algo acontecer com Tamara, preciso saber que me protegerá.
-Emma, se Tamara está escondendo Regina aqui, em seu covil do mal perto das docas, eu te protegerei.
Ouvimos um barulho e nos protegemos, até eu ouvir de novo e me preparar para atacar:
-Mqs que inferno, pessoal! - Eram meus Pais, abaixamos as armas.
-Pegue, para que não aconteça novamente. - Meu Pai me entregou um Walkie-Talkie.
-Você e Mary Margaret cobrem o porão, procuraremos no piso principal.
-Regina deve estar aqui em algum lugar. - Nos separamos novamente.
Regina
-Nos encontraram. - Ouvi a moça sussurrando, e pude suspirar aliviada.
-Quem? Emma e Neal? Pensei que tinha cuidado deles.
-Sim, eu pensei também, precisamos ir.
-Não, não, não, preciso de mais tempo com ela.
-Greg, se for pego a coisa toda já era.
-Nem saberíamos dessa cidade se não fosse pelo meu Pai, não sairei até encontrá-lo.
-Está bem, me encontre onde combinamos quando acabar.
-Estou mudando a intensidade, vou te dar uma última chance. Diga-me onde meu Pai está. - Não respondi. - Certo, o tempo acabou.
-Espere.
-Onde ele está? - Sorri em desdém ates de responder.
-Morto, eu o matei no minuto que você fugiu.
-Não, você está mentindo.
-Não acredite, vá ver por si mesmo. Eu enterrei o corpo dele no local que vocês acamparam, duvido que receba muitas visitas lá. Agora vá em frente e me mate, eu só queria ver a sua cara quando eu... - Ele aperou o botão novamente e a descarga elétrica veio muito mais forte dessa vez, me fazendo gritar de dor.
-Está sentindo isso? Esse é o seu fim! Isso é assustador, não é? Agora, você nunca machucara ninguém... Nunca mais. - Foi à última coisa que ouvi antes de desmaiar.
Emma
David me avisou que tinha encontrado Regina e que Greg Mendell estava vindo à minha direção, eu tinha que fechar as saídas e pegar esse cara.
-Greg Mendell?
-Então eu estava certo, não era a Tamara. - Foi o Neal pronunciar o nome daquela mulher que a vadia apareceu atrás de mim e bateu com um pedaço de ferro na minha cabeça, me apagando.
Acordei com ela apontando a arma para a cabeça do meu ex:
-Sinto muito, Neal.
-Deveria mesmo sentir. - Falei e chutei a arma da mão dela, fazendo com que a mesma caísse, e começando uma briga com a Tamara, trocamos socos, tapas, chutes e puxões de cabelos, até que eu consegui derrubá-la e corri para recuperar a arma, apontando para a mesma. - Acabou.
-Não, não acabou. - Ela jogou um feijão no chão e um portal se abriu, me pendurei em um dos canos que havia ali para não cair no portal. - Adeus.
-Emma! Te peguei! - Neal me pegou quando eu estava prestes a cair no portal.
-Você precisa ir a um hospital. - Ele estava baleado e sangrando muito, foi quando o chão cedeu e Neal escorregou, tive que segurá-lo para que ele não fosse sugado, para sabe se lá onde.
-Neal!
-Emma! Você não aguenta nós dois!
-Não vou te soltar, Neal.
-Você tem que soltar.
-Neal, você foi baleado! Se você cair morrerá, não importa qual mundo seja.
-Eu sei, mas o Henry precisa de você, ele não pode perder nós dois. Não o faça crescer como nós.
-Por favor, não solte, eu preciso de você.
-Me perdoa. - Ele soltou a minha mão.
-Não! - Eu não pude fazer mais nada, o vi cair pelo portal e ali eu desatei a chorar.
Nem me lembro de como cheguei em casa, eu estava devastada:
-O que houve? O que foi? - David me perguntava.
-Onde está o Neal?
-Ele se foi, ela o matou.
-Emma... Eu sinto muito. - Me sentei nas escadas abraçada com o meu Pai que tentava me trazer conforto.
-Eu... Tenho que contar ao Henry. - Ele me deu um beijo na cabeça e eu subi as escadas para tomar um banho.
Regina
-Emma... - Pronunciei lentamente enquanto abria os olhos.
-Ah... A Emma não está aqui agora, Regina. - Disse Mary Margaret, e só então o meu cérebro deu um clic e eu percebi que estava no apartamento dela, deitada na sua cama, Snow por sua vez estava sentada ao meu lado, cuidando de mim e David estava em pé ao seu lado.
-Você, você me salvou.
-Sim.
-Achou mesmo que deixaríamos você morrer? - David falou e eu tive que desviar o olhar para esconder as lágrimas que ameaçavam a cair ao ver a bondade deles comigo. - Apesar de nossas diferenças, somos uma família.
-Onde eles estão? Onde estão Greg e Tamara?
-Eles desapareceram.
-Então eles ainda têm.
-Ainda tem o que?
-Um diamante negro, um dispositivo que serve de gatilho para destruir toda a cidade.
-Um gatilho.
-Isso destruirá Storybrooke.
-Não.
-Eu tinha um dispositivo de segurança dentro da maldição.
-Por que exatamente você andava com isso?
-Ela iria nos destruir, Mary Margaret.
-Eu iria usar os feijões para levar Henry de volta a Floresta Encantada.
-E no processo, matar todos nós.
-Vocês querem discutir justificativa? Vocês iam me abandonar ou deveríamos discutir um assunto mais importante? Como o fato de eu não controlar mais o gatilho.