Emma
Já era noite quando recebemos um chamado do Gold na fronteira da cidade, ele disse muito rápido, mas em resumo Belle tinha cruzado a fronteira da cidade logo depois que o Hook atirou nela, ainda não faço ideia de como ele e a Cora chegaram aqui, e tinha um carro da Pensilvânia abatido.
Hook também estava machucado, aparentemente o carro o atropelou antes de colidir, ele tinha as costelas quebradas, mas mesmo assim ele continuava provocando o Gold, eu não sabia direito o que tinha rolado entre os dois no passado, mas Gold não aguentava as provocações e tivemos que segurá-lo para não matar o pirata ali mesmo.
O resgate chegou e se empenhou em ajudar o homem desconhecido dentro do carro, que ninguém tinha ideia de quem era.
Fomos todos ao hospital, tudo estava uma confusão, até que o Dr. Whale surgiu colocando ordem em tudo, fiquei no quarto do Hook esperando ele acordar depois da sua cirurgia, assim eu poderia interroga-lo:
-Onde está a Cora?
-O que? - Ele se fez de desentendido e puxou os braços percebendo que eu o tinha algemado. - Você gosta mesmo disso, não é? - Dei um sorriso convencido. - Droga isso dói.
-Eu te falei, você quebrou algumas costelas, onde está a Cora?
-Você está bonita, posso dizer e essa voz que você faz: "Onde está a Cora", me arrepia. - Revirei os olhos com seu comentário.
-Você está bem machucado, posso te fazer sentir dor. - Ele sorriu convencido e eu ameacei de apertar suas costelas.
-Não sei onde ela está ela tem seus próprios objetivos, vamos falar sobre algo que eu quero: Meu gancho. Posso tê-lo de volta? Ou você prefere que eu use outra coisa?
-Você fala demais para quem falhou em matar seu inimigo e depois foi atropelado.
-Minhas costelas podem estar quebradas, mas todo o resto continua intacto, isso é melhor do que umas situações que já passei. Além disso, acusei grande dano ao meu inimigo.
-Você machucou a Belle.
-Machuquei o coração dele, Belle está bem onde ele a mantém. Ele matou o meu amor, eu sei como é.
-Continue sorrindo amigo, você está algemado, ele está livre, é imortal, tem magia e você machucou a garota dele e se eu tivesse que escolher o morto do ano? Escolheria você.
Saí do quarto e encontrei minha família na recepção tentando desbloquear o celular do desconhecido, coisa que eu consegui em um segundo o que posso dizer? Anos de experiência. Descobrimos que ele se chama Greg e é uma pessoa normal, ou seja, as pessoas podiam entrar na cidade agora e fazer turismo, o que preocupou todos. Tentei acalma-los e mudar de assunto, ainda precisávamos achar a Cora à situação só piorava.
Concordamos que precisávamos encontrar a Regina antes da Cora, ela estava magoada, se a mãe dela a convencesse de se juntar contra nós elas ficariam imbatíveis.
Isso foi antes do Whale aparecer e dizer que o motorista estava com sangramento interno, poderia morrer na cirurgia, nossa esperança era que o Gold ajudasse, mas o mesmo se negou.
Logo o celular do Greg, o homem desconhecido começou a tocar, estavam procurando por ele, quanto tempo levariam para chegar à cidade?
-Seu Pai me disse algo interessante outro dia. - Minha Mãe começou.
-Meu Pai... - Por um segundo eu tinha esquecido, ainda não estava acostumada. - David! Sim...
-Se nós voltássemos lá, você viria conosco?
-Voltar para a Floresta Encantada-Cidade Fantasma?
-Eu não posso, quero dizer...
-O que é isso? Encontrei numa bandeja. - Hook apareceu de um lado do corredor com um prato de gelatina em sua mão e a algema aberta.
-Sério!? - Reclamei.
-Pirata! Que diabos é isso? - Ele levantou o prato novamente.
-Gelatina!
-É comida, você come isso. - Minha Mãe falou ao longe.
-Oh, pensei que fosse uma alucinação, oh olá... Você é bem real, não é? - Ele falou para Ruby que fez uma careta.
-Vá comer sua gelatina! - O levei de volta para o quarto.
Assim que eu voltei o celular que estava no meu bolso começou a tocar de novo:
-A mesma pessoa de novo. - Leroy comentou quando tirei o objeto do bolso, estávamos todos apreensivos, minha Mãe já tinha roído todas as suas unhas por conta do nervosismo.
-"Ela", fofo. - Comentei lendo o nome do contato.
-Provavelmente a namorada. - Meu Pai comentou.
-Atenda, só fale que ele está bem. - Mary parou de roer as unhas e falou.
-Ele não está bem. - Discordei.
-Ele está vivo, poderíamos dizer isso a ela. - Ruby deu a ideia.
-A polícia poderia rastrear até aqui. - Meu Pai tinha razão.
-Ela pode ativar o aplicativo para encontrar o celular. Isso resolve. - Coloquei o celular no silencioso.
-Meus nervos não aguentar, a cirurgia está acabando? - Minha Mãe falava.
-Acho que leva... - Parei e olhei para um enfermeiro que se aproximou e foi embora sem dizer nada.
-Espere, espere alguma notícia? - Meu Pai o parou.
-Não, eu estava procurando o Doutor.
-Ele não está na sala de cirurgia? - Ruby perguntou.
-Ele não veio.
-Então bipe-o. - Me aproximei, era só o que faltava, Whale desapareceu.
-Ele não parecia muito bem mais cedo. - Meu Pai dizia enquanto esperávamos o enfermeiro fazer o que eu mandei.
-Ele está aqui. - Minha Mãe apontou e eu segui o barulho, o jaleco dele estava no sexto de roupas sujas do hospital.
-Não, mas o pager dele está. - Falei encontrando-o no bolso do jaleco. - Ele se foi.
Voltamos à recepção para pensar no que fazer:
Ruby pegou o jaleco da minha mão para tentar farejá-lo:
-Sentiu o cheiro? - Meu Pai perguntou.
-Cheiro de bebida.
-Ache-o e traga-o de volta, vigiaremos o Hook e estudaremos opções se Whale não voltar. - Falei.
-Talvez o mestre consiga fazer. - Minha Mãe comentou.
-Cirurgia... - Leroy riu. - Não.
-Talvez ele nem fugisse, talvez cora o pegasse por alguma razão. - Mary cogitou.
-Acho que não, ele estava mal desde que ressuscitou o noivo da Regina.
-Daniel? - Minha Mãe perguntou.
-Ressuscitou? - Eu ouvi direito?
-Arrancou o braço dele e o recolocou. - David continuou.
-Legal. - Leroy exclamou.
-Espera! Daniel ressuscitou?
-Tipo um Frankenstein? - Falei com os olhos arregalados tentando entender.
-Esse é o Whale. O Doutor.
-O que aconteceu aqui quando não estávamos? - Tenho até medo da resposta para a pergunta da minha Mãe.
-Ruby, vá. Traga o Dr. Frankenstein de volta. - Disse a garota. - Mandaremos esse cara para casa com parafusos no pescoço.
-Ela o achará.
-Sim, mas em qual estado ele estará?
Regina
Passei os dias escondida na minha cripta, mas naquela noite tempestuosa eu ouvi o Henry:
-Mãe? Olá? Olá? Olá? Mãe? - Conferi no espelho, era ele mesmo, estava do outro lado da parede. - Você está aí dentro? Posso entrar? Mãe? - Analisei os prós e contras em abrir aquela porta e hesitei, mas quando o vi indo embora meu coração falou mais alto e eu finalmente abri para ele. - Mãe? Mãe... - O abracei.
-Henry, estou tão feliz por você estar aqui. Senti tanto sua falta quando... Preciso te falar que não tenho nada a ver com Archie.
-Eu sei, sempre soube.
-Eu fui incriminada. Não sei como, mas parece que tudo... Você sabia? Como soube?
-É simples. - Meu filho desapareceu em uma nuvem de magia, e naquele momento eu soube que não era ele. - Porque fui eu. - Cora!
-Mãe. Você... Pensei que tínhamos parado você, como atravessou?
-Determinação, eu tinha que ver você. Precisava te dizer que sei por que me mandou pelo espelho e sei por que tentou me matar e está... Está tudo bem.
-Acho que não está nada bem.
-Eu te amo, eu só demonstrei isso de formas erradas e nunca deveria ter te forçado a casar com o Rei. - Não pude mais segurar as minhas lágrimas, mal podia olhar para ela. - Eu sinto muito, quando você chorou encima do meu caixão, tudo mudou.
-Você me incriminou pelo Grilo.
-Temporariamente, para que veja o que essas pessoas pensam de você.
-Você armou de um jeito que qualquer um acreditaria.
-Não queria que me rejeitasse, não novamente.
-Você me queria despedaçada.
-Receptiva. - Ri ironicamente.
-Você é a pessoa mais manipuladora... Não, nem vou discutir. Venha comigo, vamos para a cidade.
-Já é de madrugada.
-Não me importo, vamos acordá-los. Emma, Henry e os dois idiotas, vai conta-los sobre sua mentira, você me deve isso.- Eu queria fazer a coisa certa dessa vez e mais eu queria mostrar a todos que eles estavam errados o tempo todo sobre mim, queria que Emma se arrependesse de tudo o que tinha me dito.
-E então nos deixará ter um recomeço?
-Não vejo isso acontecendo, Mãe. Mas eu estou, estava tentando tanto ser digna do Henry e mereço a mesma coisa de você.
-Você tem razão. Por você, querida, qualquer coisa.
Entramos no carro e eu dirigi até a cidade:
-Nervosa? - Perguntei cortando o silêncio.
-Não por corrigir o que eu fiz, é que... Essas carruagens são estranhas e tem alguma coisa... Que está me irritando. - Ela ergueu um presente que o Henry tinha me dado de dia das mães há alguns anos atrás. - "Para mamãe", isso foi para você. - Eu sabia que aquilo não estava no meu carro, era um jogo ela queria brincar com o meu emocional.
-Quando você esteve na minha casa?
-Ainda não tive o prazer.
-Isso estava na minha casa, acha que não sei onde estava? É uma das minhas coisas mais importantes.
-Bem, para ser honesta me levar para ser ridicularizada pela cidade talvez te de alguns pontos, mas enquanto Emma e seus pais estiverem aqui, ele não será seu. Não como quando ele fazia coisas para sua única mamãe, você foi tão ruim por tanto tempo que agora eles a veem como... Uma cobra. Você não quer que eles te amem, o que você quer?
-Meu filho de volta. - Chegamos e eu estacionei, mas não desci.
-Eu quero minha filha de volta, eu fui sincera em tudo que eu te disse, me desculpe. Eu posso fazer melhor, não vou te afastar de novo, deixe-me entrar no seu coração. Juntas podemos reavê-lo novamente. - Deitei minha cabeça no seu ombro, aquela altura eu só queria meu filho de volta, custe o que custar.
-Como?
-Eu tenho algumas ideias.
Emma
Depois de horas de espera o Dr. Whale voltou, Ruby conseguiu ele brincou com a situação e foi direto para a sala de cirurgia. Logo ele voltou com a noticia de que Greg estava fora de perigo, o que foi um alivio para todos nós.
Então decidimos que eu entraria para falar com ele, e foi o que eu fiz:
-Enfermeira? - Ele me perguntou.
-Xerife Swan, na verdade.
-Estou com sede.
-Tome. - Entreguei um copo de água. - Estou com seus pertences, irei coloca-los aqui, está bem? Sr. Mendell, eu queria conversar sobre o acidente.
-Eu bati em alguém? - Se preocupou. - Meu Deus, eu bati em alguém, ele está bem?
-Não se preocupe com ele. Digo, o dano foi pequeno. - "Claro se você não considerar as costelas quebradas o dano foi mínimo."
-Graças a Deus.
-Mas eu preciso que declare o que houve com suas palavras. O que você vez e o que você viu.
-Bem, eu... Não vi nada, eu...
-Você estava dirigindo.
-Sim, mas... Eu vi a estrada, é claro...
-Acho que talvez eu seja capaz de tranquilizá-lo, talvez haja uma explicação se você viu...
-Eu estava enviando mensagens, eu olhei para baixo por um só segundo e quando olhei para cima ele estava bem ali. E estava muito perto para desviar, mas eu... Sei que não é dentro da Lei no Maine.
-Está tudo bem, estou feliz por você... Ter sido honesto comigo.
-Então sem acusações?
-Não, sem acusações. Eu irei liberá-lo com uma advertência dessa vez.
-Obrigado. Então, quando eu posso ir para casa?
-Assim que o médico der alta, não queremos mantê-lo aqui.
Saí do quarto e voltei à recepção:
-Ele não viu nada? - Leroy foi o primeiro a perguntar.
-Tudo limpo.
-Que bom. - Mary suspirou aliviada.
-Agora as coisas talvez se acalmem por 10 minutos e recuperamos o folego. - David brincou.
Já era de manhã quando chegamos em casa e Henry acordou nos bombardeando de perguntas, quando tudo o que queríamos era dormir um pouco, foi quando alguém bateu na porta, essa cidade não dorme mesmo:
-Gold. - Ele abriu antes mesmo que eu chegasse à porta. - Todos tivemos uma longa noite.
-Lembra-se do favor que me deve Srta. Swan?
-Sim.
-Estou cobrando.
-Não é um bom...
-Você honra seus acordos, não é? - Ele me interrompeu. - Preciso achar alguém, então partimos hoje. Faça suas malas.
-Partindo? - Minha Mãe questionou de longe.
-Para onde? - Henry também perguntou.
-Espere achar alguém? Quem? - Perguntei.
-Meu filho, tem que ser hoje porque cada minuto que estou aqui é um minuto mais perto de eu matar o Hook. Então é melhor para todos se eu partir e você virá comigo. E... Nós teremos uma longa história, então saibam disso e saibam que é verdade. Se acontecer algo de mal com a Belle enquanto eu estiver longe, eu matarei todos vocês. Eu te vejo meio-dia.