Emma
Ao ver que o garoto não tinha reação o levei para o hospital o mais rápido que pude:
-Vamos Henry, acorde, por favor. Vamos você consegue.
-Senhora. - Uma enfermeira tentou me tirar de lá para que o médico pudesse examinar Henry.
-Não vou a lugar nenhum! - Protestei.
-Não há respostas das pupilas, o que houve? Ele caiu, bateu a cabeça? - O Dr. Whale perguntava.
-Ele comeu isso, acho que está envenenado. - Mostrei o pedaço de torta.
-A passagem de ar está livre, ele vomitou, teve convulsão...
-Ele só mordeu isso e caiu! - Gritei sem paciência. - Então faça os testes para arsênico ou alvejante, ou seja, lá o que for!
-Ele não tem sintomas que sugerem neurotoxinas, então seja lá o que ele tem esse não é o motivo.
-O que mais pode ser?
-Eu não sei, mas estou tentando descobrir.
-Ele vai ficar bem, não vai?
-Agora precisamos estabilizá-lo, porque o estamos perdendo. Há algo mais que se lembre de qualquer detalhe?
-Já contei tudo, faça algo! - Falei com os dentes cerrados e gritei enquanto ia até a mochila do meu filho ver se encontrava algo que poderia ter causado aquilo.
-Olha, entendo sua frustação Srta. Swan, mas preciso de algo para tratar e agora não há explicação. É como...
Despejei todos os objetos da mochila do garoto em uma cama vazia e lá estava o livro, parei por um minuto e olhei para ele:
–Como magia... — Ao dizer isso encostei no livro e entrei em uma espécie de transe. Eu me vi quando ainda era bebê, embrulhada no meu cobertor, nos braços da Mary Margaret. Mas, ela estava diferente, seus cabelos estavam mais compridos e David estava ao seu lado. Vi como David lutou bravamente para poder me colocar dentro do armário magico, "Ache-nos!" Foi a última coisa que ele me disse, antes de fechar a porta e me mandar para o mundo real. Era real. O livro. As histórias. Era tudo verdade.
Foi quando a causadora de tudo chegou:
-Onde está meu filho? - Regina perguntou.
-Você fez isso! - Cerrei os olhos e puxei Regina pelo braço, levando-a para um quarto de despensa e a jogando contra uma prateleira. - Você fez isso!
-O que diabos está fazendo? - Enquanto Regina falava fui até ela e a peguei de novo, encurralando a morena entre mim e um armário de metal. - Pare meu filho...
-Ele está doente por culpa sua! Aquela torta de maça que você me deu, ele comeu!
-O que? Mas era para você!
-É verdade, não é?
-Do que você está falando?
-É verdade, não é? Tudo isso.
Regina bateu a cabeça no armário por conta própria:
-Sim. - Admitiu.
-Eu estava saindo da cidade, por que não deixou tudo como estava?
-Porque enquanto você viver, Henry nunca será meu!
-Ele não será de ninguém se você não concertar isso. Acorde-o!
-Eu não posso! - Regina gritou.
-Você não tem mágica?
-Aquela foi tudo o que restou. Era para por você para dormir! - Regina empurrou meus braços de que ainda a apertavam, se libertando.
-O que isso fará com ele? - Abaixei o tom de voz.
-Eu não sei a magia aqui é imprevisível.
-Então... Então ele pode...
-Pode.
-Então o que faremos?
-Precisamos de ajuda, tem outra pessoa nessa cidade que sabe sobre isso... Que sabe sobre magia.
-Sr. Gold.
-Na verdade, ele se chama "Rumplestiltskin."
Não perdemos tempo e fomos até a loja de Gold ou Rumplestiltskin, não faço ideia de como chama-lo agora:
-Estou enganado ou esse é o olhar de uma crente? - Ele disse assim que eu adentrei a loja.
-Precisamos da sua ajuda.
-Precisa mesmo. É terrível a tragédia que se abateu sobre o nosso jovem amigo. Eu disse que magia tem seu preço.
-Henry não deveria pagá-lo. - Regina afirmou.
-Não, você deveria. Infelizmente estamos onde estamos.
-Pode nos ajudar?
-Claro, o verdadeiro amor, Srta. Swan... A única mágica poderosa o suficiente para transcender reinos e quebrar qualquer maldição. Sorte a sua, tenho alguns frascos.
-Você tem? - Regina perguntou.
-Sim, dos fios de cabelos dos seus pais, fiz a poção mais poderosa de todo o reino, tão poderosa que quando criei a maldição das trevas, coloquei uma pequena gota no pergaminho, apenas uma válvula de segurança.
-Por isso sou a Salvadora e posso quebrar a maldição.
-Agora você entende.
-Não me importo com a maldição, só quero salvar o Henry.
-Por isso é seu dia de sorte, não usei toda a poção. Guardei um pouco, para um dia chuvoso.
-Está chovendo pra caramba, onde está?
-Onde não é o problema, pegar é com o que devia se preocupar.
-Chega de charadas, o que temos que fazer? - Regina já estava perdendo a paciência.
-Você não faz nada, tem que ser a Srta. Swan.
-Ele é meu filho, deveria ser eu.
-Com todo o respeito, o filho é dela e precisa ser ela, ela é produto da magia. É ela quem precisa achar.
-Eu consigo.
-Não confie nele.
-Que escolha temos?
-Isso mesmo querida, que escolha você tem?
-Onde está essa magia?
-Diga-me, Vossa Majestade, nossa amiga ainda está no porão?
-Seu diabo depravado, você escondeu com ela?
-Não, não com ela. Dentro dela. Sabia que não resistiria em trazê-la de volta.
-Quem é "ela"?
-Alguém para quem você deve estar preparada, para onde vão precisarão disso. - Gold limpou e abriu uma caixa.
-O que é isso?
-A espada do seu Pai.
Voltamos ao hospital antes de qualquer coisa, aproveitei para me desculpar com Henry sobre não ter acreditado nele e prometi que iria acordá-lo. E dei alguns minutos para Regina fazer o mesmo.
Enquanto esperava Regina, fui até a pensão falar com o August, mas ele não conseguia nem abrir a porta, o que me obrigou a arromba-la, agora eu podia ver a situação do meu amigo, ele estava voltando a ser de madeira, prometi a que iria quebrar a maldição, logo antes de o ver ficando definitivamente um homem de madeira, dando seu último suspiro de vida.
Em seguida fui à torre do relógio onde esperava por Regina que ia abrir a porta e mostrar o caminho, ela não demorou muito para chegar:
-Que lugar é esse?
-Quer um tour ou podemos...
-Mostre o caminho. - Cortei Regina, não havia tempo para brincadeiras.
A morena foi até um painel onde tinha um espelho em formato de árvore e pressionou em certo ponto fazendo o painel subir e revelar um elevador manual.
-Wow! - Fiquei boquiaberta.
-Entre.
-Depois de você.
-É preciso duas pessoas para operar o elevador, preciso estar aqui para fazê-la descer.
-E eu deveria confiar em você?
-Acho que não tem muita escolha, Srta. Swan.
-Essa batalha que eu devo lutar... Quem é? O que há lá em baixo?
-Uma velha amiga.
-Então por que você não vai falar com ela?
-Por que a punição dela aqui é diferente da dos outros, eu a aprisionei, de uma forma diferente. Ela não quer saber de mim. Deve confiar em mim nisso.
-Certo, eu descerei, mas deixemos algo bem claro... "Vossa Majestade" o único motivo para você não estar morta é por que eu preciso da sua ajuda para salvar Henry. Se ele morrer... Você também morre.
-Bom, vamos prosseguir com isso, agora lhe direi o que deve fazer.
Holding Out for a Hero - Bonnie Tyler
Após receber as instruções embarquei no elevador, quando ele parou eu estava em uma espécie de caverna perto das minas, vi o grande caixão de vidro que eu imaginei ser o mesmo da história da Snow White e fiquei impressionada com o quão real as histórias poderiam ser, me afastei, andando de costas e trombei em algo que começou a se mover, um dragão!
"A Malévola? Sério Regina, você era amiga da Malévola? Isso é incrível, mas entre tantas formas mais simples de aprisiona-la você escolheu a forma de dragão, ela não podia ser só a dona da sorveteria?"
Eu não fazia ideia de como usar uma espada então a soltei:
-Dane-se isso! - Peguei minha arma e comecei a disparar contra a fera, mas as balas não pareciam surtir efeito. - Sério? - Logo minhas munições acabaram e corri para pegar a espada de novo. - Ei! - Não faço ideia de como, mas com apenas um arremesso acertei a espada no peito do dragão, reduzindo-o a pó, no meio de todo o pó acumulado encontrei um ovo dourado que continha a magia necessária.
Já estava dentro do elevador enquanto Regina o operava, fazendo-o subir, quando de repente ele parou:
-Regina! O que diabos foi isso? - Silêncio. - Regina?
-Srta. Swan? Você o pegou? - Gold olhou para baixo e perguntou.
-Sr. Gold! O que está fazendo aqui?
-Vim checar como você está e estou feliz que o fiz, Regina a abandonou e sabotou o elevador.
-O que? Estou subindo.
-Não, não há tempo para isso, não pode escalar as parede e carregar isso. - Apontou para o ovo.
-É mesmo? Posso tentar.
-Não, não pode, jogue isso para cima. Seu menino ficará bem, eu prometo, estamos ficando sem tempo, jogue para cima.
-Certo, segure-o, logo estarei aí em cima. - Joguei o ovo e Gold foi embora assim que o pegou. - Sr. Gold? Gold! - Ao terminar de escalar me deparei com Regina amarrada, com uma fita na boca. - Regina! - Com um só puxão arranquei a fita da boca da morena e comecei a soltar seus braços.
-Ele te enganou! Como pode entregar para ele? Onde ele está?
-Ele se foi.
-Gold! Ele manipulou tudo isso.
-Vamos, ele não pode estar longe.
-Acho que depois dessa eu vou ter que me internar em um hospício. - Regina comentava e ria sozinha enquanto eu abria a porta.
-O quê? - Perguntei confusa.
-Ah, você sabe... Aquilo que eu te disse sobre trabalhar você. — Ela deu de ombros e sem que eu pudesse evitar um sorriso bobo surgiu nos meus lábios enquanto ela passava por mim.
Estávamos prestes a sair do prédio e ir atrás do Gold, quando nossos celulares começaram a tocar praticamente ao mesmo tempo:
-É do hospital. - Disse.
Não havia mais tempo, corremos até o hospital:
-Fizemos tudo o que podíamos. - Disse o Dr. Whale.
-Sinto muito, vocês chegaram tarde demais. - Concluiu quem o Henry tinha afirmado ser a Fada azul.
Não precisei ouvir mais nada, passei pelos dois e fui até meu filho, vi a enfermeira desligando todos os aparelhos dele, um a um, Regina preferiu ficar do lado de fora para me dar um momento para me despedir, mas ela observava tudo pelo vidro. Depois de alguns minutos ela entrou acompanhada de Dr. Whale e da Fada azul:
-Não... - A morena caiu em choro e abraçou Whale. - Não.
Me aproximei da cama e acariciei os cabelos do meu filho:
-Eu amo você Henry. - Beijei a testa dele, ao fazer isso um brilho se espalhou pela sala e percorreu toda a cidade, Henry respirou fundo e levantou-se, o garoto estava vivo.
-Eu te amo também. - Ele respondeu de volta. - Você me salvou.
-Você conseguiu. - Regina disse de longe.
Notei que todos olhavam para mim com um misto de felicidade e espanto:
-Henry, o que está acontecendo? - Olhava em volta e via que Regina também estava tentando entender.
-A maldição... Acho que você a quebrou.
-Esse foi um beijo de amor verdadeiro. - Afirmou a Madre Superiora aproximando-se.
-Não! Não! - Regina protestou.
-Se eu fosse você, Vossa Majestade, acharia um lugar para me esconder.
-Henry, não importa o que pense o que qualquer um diga, eu amo mesmo você. - Henry não respondeu de volta, apenas acenou com a cabeça e Regina fugiu.
Regina
Já na minha casa fui para o quarto do meu filho, sabia que agora muitas coisas iam mudar, chorava abraçada com seu travesseiro, quando vi uma nuvem de fumaça roxa chegando, e então pude abrir um sorriso nem tudo estava perdido, aquilo era magia.
Emma
Eu só não entendia por que os personagens não voltaram aos seus mundos originais, e essa era uma boa pergunta, pois ninguém sabia responde-la, exceto talvez uma pessoa, Regina. Mas eu não queria pensar nisso, agora eu teria outro desafio pela frente, eu teria que encontrar meus verdadeiros pais.
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Eai, o que acharam da nossa 1° Temporada? Eu sei que foi praticamente igual a série, isso pode ter sido meio frustante, mas calma que o nosso casal vai sair, eu só vou deixar vocês esperando mais um pouquinho, mas não desistam de mim rsrs...
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