Jimin acelerou mais, estávamos fazendo uma perseguição. Um traficante foi localizado e eu e Jimin fomos escalados para prendê-lo, abri o vidro da janela a arma estava engatilhada. Mirei em um dos pneus, quando tive a certeza disparei. O tiro acertou em cheio, mas o carro continuava a toda velocidade, outras duas viaturas apareceram.
— Suspeito passará com toda velocidade pela ponte do rio Han! — Um recruta comunicou, Jimin apertou o volante.
— Segura, vou pisar no acelerador com tudo! — Avisou, me segurei e comecei a rezar. Jimin era insano, ele não aceitava perder. Eu também não, por isso fazíamos uma ótima dupla.
Quando chegamos próximos à ponte, as outras duas viaturas pararam logo atrás. Eu e Jimin continuávamos, por sorte não tinha trânsito hoje. Só alguns carros, Jimin desviava dos carros com certa facilidade. Me senti dentro do próprio velozes furiosos.
— Consegue atirar de novo no pneu? Acho que dessa vez ele estoura. — Perguntou rapidamente sem tirar sua concentração da pista, olhei para o lado e vi um drone. Deveríamos estar aparecendo no jornal local, ótimo! Lalisa vai me matar!
— Claro, mas acho bom quando eu acertar você reduzir a velocidade. — Ele mudou a marcha, abri o vidro novamente. Puxei o gatilho e disparei duas vezes na mesma roda, o pneu estourou. Jimin reduziu a velocidade. O carro da frente andava com dificuldade, peguei o walk tok.
— Precisamos de viaturas no outro lado do rio Han! — Comuniquei, atirei mais algumas vezes no carro. Jimin estava quase encostando. — Chega perto do carro!
— Que merda você vai fazer? — Perguntou, destravei a porta.
— Você vai ver. — Jimin ficou do lado do carro, abri a janela e atirei nas mãos do motorista. Jimin pisou no acelerar mais uma vez e jogou o carro na frente do outro, as duas viaturas que ficaram para trás estavam se aproximando.
Pulei para fora do carro, o traficante começou a atirar na nossa direção. Usei o carro deles de escudo, atirei na perna de um. Quando atirei no traficante levei um tiro de raspão no braço. Me escondi atrás do carro novamente, em seguida as viaturas chegaram e eles se renderam. O drone rodou tudo, mostrando cada maldito detalhe.
Que a Lisa não esteja assistindo, que a Lisa não esteja assistindo.
— Vocês tem o direito que permanecer calados! — Um dos recrutas falou, eu e Jimin cercávamos por trás. — Estão limpos!
Eram três homens, um deles era o traficante e os outros dois seus capangas. Algemamos os três e a outra viatura levou, Jimin correu para nossa viatura. Entrei logo em seguida, um drone sobrevoou nosso carro e foi embora.
— Você acha que elas viram? — Indaguei para Jimin, Lisa ia surtar porque eu coloquei minha cabeça para fora totalmente desprotegido em alta velocidade. E eu nem era pago para fazer aquilo.
— Não sei se elas viram agora, mas com toda certeza quando chegarmos em casa elas já vão ter visto. — Cocei a cabeça, ele tinha razão. — Mas você vai escutar um sermão de meia hora por ter colocado a cabeça para fora sem proteção, você podia ter levado um tiro!
— Mas não levei. — Protestei.
— Mas podia. Somos a dupla mais doida do nosso departamento, Joohun também vai nos dar bronca.
— Claro, você desviou uns cinco carros em alta velocidade. No tempo de causar um acidente, eu coloquei minha cabeça sem proteção para fora da viatura. Estamos lascados!
— Mas pegamos os caras!
Começamos a rir, porque no final do dia o que importava era isso. Chegamos na delegacia, Joohun nós esperava na porta. Mas não falou nada ainda, seguimos os prisioneiros para tirar fotos antes de levá-los para a prisão que vão ficar.
— Esses caras são doidos. — Um dos capangas resmungou, sorri de canto.
— E você é ruim de tiro. — Retruquei, ele fez uma careta. Empurrei-o para frente. — Não se separa do grupo, moleque.
Esse capanga era novo, devia ter por volta de dezoito anos. A mãe dele não ficaria nada feliz, isso é se ela fosse uma mãe que amava seu filho e fosse dentro da lei. Lisa ficaria triste em ver meninos da idade dele assim, mas eu vejo isso todos os dias. E crio Soobin para ser o oposto de todos eles, esses meninos que passam por aqui são novos e totalmente perdidos.
Um hora depois eu fui para meu escritório, estralei tudo que conseguia antes de me sentar. Peguei meu celular e dei de cara com um noticiário.
Policiais prendem traficantes após uma longa perseguição.
E minha cabeça para fora atirando, suspirei. Disquei o nome da floricultura que tinha no meu celular e encomendei rosas, dei o endereço do estúdio onde Lisa estava. Pedi para que escrevessem um recado, não demorou para o boleto chegar no meu e-mail.
Não era novidade que Lisa e Rosé odiavam o nosso trabalho, ainda mais o que eu e Jimin fazíamos. Pode ter polícias corruptos e que não cumprem com seu ofício, mas eu cumpro e farei de tudo para cumprir. Jimin pensa o mesmo, o problema é que por dar de tudo no trabalho acabamos sendo os mais convocados para missões difíceis e perigosas. Todos esperam que no final do dia eu e Jimin chegue com os bandidos e o caso cumprido, poucas são as vezes que não conseguimos completar. Mas é normal na vida, nem sempre teremos sucesso. O importante é nunca desistir.
— Jungkook, levante sua bunda daí e vai para minha sala. Agora! — Joohun bateu na minha porta, sua voz era rigorosa.
Levantei-me, quando sai lá fora Jimin também estava indo. Nos entreolhamos e seguimos para a sala do nosso superior, quando entramos ele estava de braços cruzados na janela.
— Qual é a merda de problema de vocês? — Berrou, Jimin sentou-se na cadeira. Ele já nem ligava mais, sentei-me também. — Vocês ainda tem a cara de pau de fingir que quase não morreram hoje.
— Não íamos morrer. — Jimin falou entediado, balancei a cabeça.
— Não sei quanto a você Jimin, mas o Jungkook poderia ter levado um tiro no meio da testa. Aí eu queria ver o que você já fazer com o seu parceiro morto do seu lado. — A feição do Jimin vacilou, revirei os olhos.
— Mas eu não morri, estou bem. — Ele apontou para o meu machucado. — Isso não foi nada! Já levei piores.
— Eu sei e me lembro de como as duas esposas reagiram, todo mundo nesse departamento tem medo da Lisa e da Rosé. — Eu e Jimin não conseguimos evitar o sorriso. — Vimos o quanto elas estavam atordoadas.
Eu estava tentando parar de sorrir, mas não conseguia. Meu amigo também falhava.
— E vocês ainda ficam com esse sorriso para cima de mim. — Joohun bufou, Jimin coçou o queixo. — Quero ver quando a esposa de vocês não aguentarem mais e pedirem divórcio, depois encontrarem um cara bom da cabeça.
Nossos sorrisos se fecharam, Jimin agora estava carrancudo.
— Ah, então você não gostam dessa ideia? — Joohun indagou provocativo, agora o sorriso era presente no rosto dele. — Se não querem isso, comecem a pensar antes de quase se matar.
— Oh, a Rosé não me larga por causa disso. — Jimin garantiu, Joohun gargalhou.
— Se você tivesse certeza disso ainda estaria sorrindo, Park. — Zombou, Jimin engoliu em seco. — Eu não quero ter que um dia ligar para a família de vocês e avisar que vocês não voltaram com vida, se não pensam em vocês, então pensem na família de vocês!
Me mexi desconfortavelmente na cadeira, Jimin agora estralava os dedos.
— Por favor, tenham mais cuidado! — Pediu por fim, eu e Jimin continuamos calados. — Estão liberados.