Me espreguicei ainda sentado na cadeira, estava olhando as ocorrências que tinham sido feitas nessa última semana. A maioria era de roubo, provavelmente serei mandado para algumas das áreas dos assaltos para ver se acontece algo e possamos prender algum desses bandidos.
Olhei para meu celular de relance, peguei-o e abri no aplicativo de mensagens. Queria enviar uma mensagem rápida para Lisa e saber como ela estava, sabia que ela estava no pilates. Mas gostaria de ouvir sua voz ao menos por um minuto, ela me ligou rapidamente atendi com um enorme sorriso.
— Aconteceu alguma coisa? — Indagou preocupada, balancei a caneta.
— Nadinha, só queria ouvir a voz da minha mulher. — Ela soltou sua gargalhada, eu amava a gargalhada dela. — Que horas termina o seu pilates mesmo?
— Daqui quinze minutos, amor.
— Deixe que eu vou buscar as crianças hoje, passe o dia com a Rosé. Eu e o Jimin vamos levar as crianças no parque! — Disse, nem tinha falado com Jimin ainda. Não precisava falar para saber que ele toparia.
— Tá bom, obrigada! — Alguém a chamou, provavelmente sua professora — Tenho que ir.
— Tudo bem, te vejo em casa. — Ela desligou, levantei-me e fui até a sala do Jimin. Entrei sem bater, era o único depois de Joohun que fazia isso.
— Grande Jung-Kook. — Sorri para Joohun, o cara sempre que podia ia na minha sala ou na de Jimin conversar, ele odiava se sentir sozinho.
— Então você está aqui, como está indo os casos que você está a frente?
— Nem me lembre disso, que tal ir tomar uma cervejinha mais tarde? — Jimin pareceu se animar, mas eu acenei para ele.
— Desculpa Joohun, mas eu e Jimin temos um encontro marcado com as crianças hoje. — Disse tranquilamente, Jimin franziu o cenho.
— Temos?
— Sim, acabei de falar pra Liz que levaríamos as crianças no parque. — Ele relaxa, Joohun suspirou frustado. — Quem sabe na próxima.
***
Jimin foi na frente, eu estava arrumando algumas coisas no escritório. Fiz uma ligação rapidamente para autorizar Jimin a levar Soobin e Layla, teria que encontrá-los no parque. O telefone do escritório tocou, atendi ainda concentrado nas papeladas.
— Policial Jeon. — Disse, guardei alguns dos papéis na caixa de papelão.
— Olá, aqui é da recepção. — Respondeu, segurei o telefone e voltei minha atenção para o recruta que falava comigo. — Uma moça veio atrás de você recruta, ela está a caminho do seu escritório.
Franzi o cenho, eles conheciam Lisa. Se não era ela, então quem era?
— Como ela... — Escutei uma batida na porta, o recruta não falou mais nada. Provavelmente esperando eu completar. — Ela chegou, obrigada por avisar.
Desliguei tirei a caixa da mesa, ajeitei-me na cadeira. Outra batida, meu coração saltou.
— Pode entrar! — Autorizei, Ji Eun entrou. Fiquei boquiaberto, ela estava claramente me seguindo. — Que merda você está fazendo aqui?
— É o único lugar onde consegui para conversar com você, já que quando fui na sua casa você bateu a porta ma minha cara. — Ela disse magoada, sentou na cadeira e ficava me encarando. Mexi desconfortavelmente na cadeira. — Duas vezes.
— E vemos que você não entendeu o recado, nem quando te bloqueei, nem quando bati a porta na sua cara.
— Acho que você não deve se lembrar o quão insistente eu sou, Jung. — Ela bateu as unhas na mesa, o som me deixou ainda mais irritado.
— Olha, eu tenho que ir para o parque encontrar meus amados filhos. — Comecei, ela abriu um sorriso enorme.
— Ótimo, uma boa oportunidade de conhecê-los. — Soltei uma gargalhada.
— Não, é uma boa oportunidade para você da o fora daqui e seguir sua vida bem longe de mim. — Ela arregalou os olhos.
— Jung... Eu sei que errei, mas foi algo no passado. Eu não sabia o que estava fazendo direito, me dê outra chance. — Olhei para ela e toda sua roupa de grife, lutei contra toda minha vontade de fazer uma careta.
— Ji Eun, você sabia muito bem o que estava fazendo e vejo que não se arrepende com toda essa roupa de grife. — Ela piscou lentamente, eu estava sendo o mais educado que conseguia. — Aliás, obrigada por ter se casado com o velho.
Ela me encarava confusa, levantei-me.
— Por que fala isso? — Indagou receosa.
— Porque so assim eu pude conhecer a mulher mais linda e extraordinária que é a minha esposa. — Sem mais uma palavra eu saí do meu escritório, entrei na sala do Joohun.
— Jungkook! Ouvi dizer que uma antiga amiga veio lhe procurar, como foi? — Revirei os olhos.
— Ela é minha ex namorada. — Resmunguei, o sorriso de Joohun se desfez. — Estou me escondendo aqui por um tempinho, só para ter certeza que ela foi embora.
— Que merda, se Lisa descobrir pode dar ruim. — Suspirei, teria que contar para ela antes que ela descobrisse de outra forma. — Ela pode entender errado.
— Quando essa praga voltou já fez ela entender errado, cara. — Falei, ele levantou e ficou ao meu lado. — Ela está me perseguindo, querendo que eu dê outra chance para ela e para o que tínhamos. — Joohun ficou tenso.
— Você não..
— Não! Eu amo a Lisa! — Interrompi, ele relaxou. — Eu já falei isso para ela, mas ela não sai do meu pé. Ela já até falou com Lisa no dia que apareceu lá em casa.
— Que pé no saco! — Joohun disse, pude ver seu tom irritado. — Se ela estiver te seguindo você pode fazer uma ocorrência.
— Eu amaria prendê-la e deixar ela lá bem longe de mim, mas ela sairia rapidamente. A quenga tem dinheiro para fiança.
— Então apenas conte para Lisa, não esconda nada. Você pode ser entendido de forma errada. — Assenti, bati no ombro dele.
— Vou avisar o recruta que fica na recepção para não deixá-la entrar, não estou afim de problemas. — Falei e acenei para ele, fui até a recepção e avisei.
Quando entrei no carro mandei mensagem para Lisa, eu precisava contar para ela. Não agora, mas já prepará-la.
Amor, tenho uma coisa pra te contar. Não é algo bom, quando chegar em casa nós conversamos.
Joguei o celular no banco passageiro, liguei o carro e fui para o parque. Era um fim de tarde, estava lindo. Me deu uma ideia, eu levaria Lisa para um encontro! Corri atrás de Jimin e as crianças, encontrei meu amigo sentado tomando soverte com eles. Ele me olhou furioso.
— A bela decidiu chegar, crianças. — As crianças riram, revirei os olhos.
— Desculpe a demora, tive um imprevisto no trabalho. — Jimin me olhou esperando uma resposta, sentei ao seu lado. — Ji Eun apareceu. — Cochichei, sua cara não estava nem um pouco feliz. — Falei pros caras não deixarem entrar mais. — Completei.
— Papai, vamos no carrossel? — Yu-mi pediu, ela estava com a boca toda suja de soverte. A pequena Ryujin estava no canguru, Layla estava com a cabeça deitada no braço do Soobin.
— Vamos terminar o soverte primeiro, tá bom? — Jimin falou sorrindo, Yu-mi balançou a cabeça e se sentou com os meninos.
— Cadê a garotinha do papai? — Abri os braços, Layla riu e correu até mim.
— Tô ati — Falou nos meus braços, eu amava abraçar ela.
— Pai, tem um jogo de tiro aqui. — Soobin disse, seus olhos brilhavam. — Que tal o senhor e o tio contra eu e Kwan?
Entreolhei para Jimin que sorriu, não pegaríamos leve só porque eles eram nossos filhos.
— Fechado! — Disse, ele bateu palmas.
— Não pensem vamos pegar leve, vamos massacrar vocês dois. — Jimin estava tão ansioso quanto as crianças, Yu-mi limpou a garganta. — Mas primeiro vamos no carrossel.
Comecei a rir, Layla riu também. Arrumei o cabelo da minha filha, e beijei sua bochecha.
— E você princesa, quer alguma coisa? — Ela estava pensando e era tão fofo quando fazia isso, tinha vontade de perguntar uma coisa sempre só para ver sua carinha pensativa.
— Algudão doce! — Falou sorrindo timidamente, Layla não tomou soverte mas tomou seu iogurte favorito. — Pu favor papa.
— Tá bom, vamos comprar um algodão doce. — Yu-mi estava do lado de Jimin, provavelmente pedindo para ir logo. — Soobin você quer ir no carrossel?
— Não! Já sou um homem grandinho. — Kwan olhou para ele, Soobin sorriu para ele. — Pode ir lá, você ainda tem idade para ir.
O garotinho sorriu e correu até Jimin, era engraçado ver Jimin com três crianças. Logo ele que não queria ter nenhum, Roseanne transformou esse cara.
— Cara, vou comprar o algodão da Layla aí vou para lá. — Jimin assentiu, peguei Layla no colo e segurei a mão de Soobin.
Estava procurando o carrinho de algodão doce, Soobin tentou soltar minha mão. Olhei para ele.
— Papai eu já sou grandinho, não preciso segurar sua mão. — Falou ele cheio de si, baguncei seu cabelo. — Vou ser um policial forte igual ao senhor, não precisa segurar minha mão.
— Oh, preciso sim querido. — Ele me olhou ofendido. — Sei que você já é um homem, mas homens como a gente tem medo de mulheres como a mamãe.
Soobin gargalhou, olhei para um carrinho de algodão doce.
— E se a mamãe souber que eu não segurei sua mão, vai fritar nós dois. — Ele rapidamente apertou minha mão, abri um grande sorriso.
É Lali, ele é a minha cópia.
Caminhamos até o carrinho, Layla queria um algodão doce rosa. Seus olhos brilharam tanto quando recebeu o doce que poderia facilmente substituir uma das estrelas do céu. De vez em quando eu pegava um pouco do doce da minha filha, Soobin amava comer o doce da irmã escondido. Quando cheguei no carrossel vi Jimin na xícara com Kwan e Ryujin, Yu-mi estava no cavalo ao lado deles.
Eu e Soobin começamos a rir da cena, Jimin estava fingindo ser o brinquedo mais divertido do mundo para agradar as crianças e era uma cena tão engraçada.
Eu sou o cara mais sortudo do mundo!