Alex & Daniel [Em andamento]

By vickparrish

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#1đŸ„‡ na categoria romance LGBTQ+, no concurso Bevelstoke #3đŸ„‰na categoria LGBT+, no concurso Golden // capa p... More

1. Daniel
2. Alex
3. Daniel
4. Alex
5. Daniel
6. Alex
7. Daniel
8. Alex
9. Daniel
10. Alex
11. Alex
12. Daniel
13. Alex
14. Daniel
15. Alex e Daniel
personagens
16. Alex
17. Daniel
18. Alex
19. Daniel e Alex
20. Alex
21. Daniel
22. Alex
23. Daniel
24. Alex e Daniel
25. Alex
26. Alex e Daniel
27. Alex
28. Daniel
29. Alex
30. Alex
Q&A🌈
31. Daniel
32. Alex
34. Daniel e Alex
35. Alex
36. Daniel e Alex
37. Alex
38. Daniel
39. Alex
40. Daniel e Alex
42. Alex
43. Daniel
44. Alex
45. Alex e Daniel
41. Alex e Daniel
46. Alex e Daniel
47. Alex
48. Alex e Daniel

33. Daniel

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By vickparrish

Apesar de eu nunca antes ter viajado para o exterior, eu me senti em casa. Um sentimento de pertencimento enorme. Conheci parentes que sequer sabia da existência, conheci pontos turísticos, conheci a cultura dos lugares onde meus pais nasceram e foram criados e ainda pude ver a felicidade estampada em seus rostos.

A última vez que mamãe foi para o Brasil foi devido à morte da vovó, um motivo triste, e ela só ficou dois dias lá, Papai, por outro lado, nunca mais visitou seu país desde que imigrou para os Estados Unidos. Toda nossa família sabe que demos sorte por ele ter conseguido um emprego em sua área aqui nos, e o fato de chamarmos isso fe sorte é o mesmo de ele nunca ter conseguido uma promoção mesmo depois de tantos anos no trabalho...

Conto detalhadamente tudo o que aconteceu na viagem e mostro as fotos lá tiradas para Alex. Estamos deitados um do lado do outro na sua nova cama - que inclusive é de casal.

- Você voltou mais bronzeado. - ele comenta passando o dedo indicador pelo meu antebraço que está estendido por causa do celular.

- Eu te disse, lá faz muito sol, principalmente no Brasil.

- Você ficou mais bonito. Não sei como isso possível. - ele diz em um tom brincalhão, mas sinto sua mão encontrar a minha e entrelaçar nossos dedos de maneira delicada.

- Valeu... - coro mais por causa do toque do que pelo elogio em questão. - E esses piercings? Não posso passar algumas semanas fora e quando volto te vejo com a orelha furada. Por isso que na última semana você não me ligou em vídeo chamada? — coloco meu celular na estante ao lado.

- É. Sabe aquele dia que eu disse que ia beber com o pessoal do trabalho? Então, sabe aquela mina meio punk de lá? Ela também trabalha num estúdio de tatuagem de um primo da mãe dela, aí ela disse que ia fazer uma tatoo em mim de presente por alguma coisa que eu não lembro agora, acho que era alguma aposta sem sentido. Até aí tudo bem, mas o tio dela, que mora no estúdio, me disse que ela é muito amadora e tudo mais. Bem, e eu não tava bêbado suficiente para deixar ela fazer merda. — ele ri e eu viro a cabeça, conseguindo ver de mais perto a orelha que tem três furos, há dois mini brincos meio que em formato de argola na parte de cima e um brinco masculino no lóbulo, a outra orelha só tem no lóbulo. — Acabei dizendo que queria colocar piercing na orelha, e não me pergunte como, mas ela conseguiu não furar meus tímpanos.

- O que seus pais disseram?

- A mãe não gostou muito, mas o pai disse que isso era importante pra mim, pois era uma forma inconsciente de eu me libertar das amarras da heteronormatividade aos poucos e explorar minha personalidade com base nas últimas descobertas. — ele responde. — Imagina se ele descobrisse que fiz isso na impulsividade do álcool?! — completa, nos fazendo rir.

- Pelo menos te defendeu.

- É verdade... Mas e aí? O que você achou? - pergunta apontando para a própria orelha.

- Achei legal.

- Só legal?

- É, ué.

- Realmente tá só legal? Eu não tô mais bonito do que costumo ser? Mais atraente? Não deu vontade de sei lá, pular em cima de mim e me beijar até que seus pulmões gritem por ar?

- Alex, pelo amor de Díos, você realmente me imagina falando uma coisa dessas!? — digo sarcástico, reprimindo uma risada.

- Na verdade não, mas não custa nada sonhar, não... — antes que ele terminasse de falar, em um único movimento eu fico por cima dele e, com a mesma mão que ele entrelaçou seus dedos, prendo sua mão no colchão ao lado da sua cabeça.

- Você está lindo e eu quero muito te beijar até que meus pulmões gritem por ar. — falo, fazendo Alex me olhar surpreendido. Um sorriso vitorioso desponta em meus lábios.

- Se é o que você quer, meu lorde. — ele segura meu pescoço e me beija. Mal noto ele levantar o tronco da cama. Estou literalmente sentado nele.

Normalmente me sinto envergonhado nessas situações, é inevitável, porém desde que cheguei da América do Sul, há três dias, não consegui ficar sozinho com ele por tempo suficiente. É difícil admitir, mas eu precisava disso. Nossas bocas compatíveis e os toques que queimam a pele. Se meus pulmões falassem, eles gritariam agora.

Afasto meu rosto de Alex e ele me dá um selinho na boca para encerrar o beijo de um jeito terno. Ele acaricia minha bochecha com o polegar e encaro aqueles olhos castanhos, claros e brilhantes demais para sua pele escura. Consigo ver seus poros e seus pelos faciais. Sua pele é bem lisa, pele de quem mal viu espinhas em toda vida. Um sortudo do caralho. E bonito. E sabe disso.

- Eu fiquei com saudades. — confessa com a voz mansa. As palavras estão na ponta da minha língua, mas não conseguem sair, portanto, apenas sorrio e encosto nossas testas por um segundo.

- A gente devia ir à praça antes que fique tarde — digo, saindo do seu colo. Esse era o plano para depois de mostrar as fotos, por isso que nós dois estamos com finas roupas esportivas.

- Uhum. — Alex se levanta indo dar uma conferida no cabelo na frente do espelho, ele está usando a camiseta do Celtics que dei de aniversário. Aproveito o momento e pego a liga que estava em meu pulso e amarro o que dá do meu cabelo.

- Acho que devíamos ir à casa de praia da Marie esse final de semana. — lembro da mensagem que vi mais cedo no grupo.

- Eu também, vai ser legal.

- Ainda bem que ela viajou com o Andrew para dar uma espairecida e tal. — analiso. — Aliás, ela disse no grupo que podíamos convidar mais duas pessoas para ir, porque ia ter vaga nos carros.

- Deixa eu adivinhar, tu pensou em convidar a Lisa e o Dave?

- Como sabia?

- Eu sei quem são os amigos do meu na... Os seus amigos — ele tropeça na palavras enquanto amarra os cadarços do tênis.

- Hm... — murmuro sentindo um negócio estranho na barriga.

- O Paul já disse que ia levar a Lisa. - ele diz rápido.

- Aliás, achei bem suspeito. Enfim, eu pensei em chamar o Dave, ele anda meio estranho também...

- Você acha? — Alex pergunta com um interesse que não é comum vindo dele, mas decido deixar isso de lado, por ora.

- Acho, mas ele está viajando com a mãe. — encerro o assunto no momento em que descemos as escadas.

- Vou pegar a bola na garagem. — ele avisa e eu acabo por ficar sozinho na sala com o senhor Henderson.

Sempre me achei meio parecido com o pai do Alex, acho que somos dois nerdolas não-convencionais cercados de pessoas extrovertidas. Xiu, ninguém pode saber que me considero nerd.

Ele está assistindo a um documentário no Animal Planet com os pés apoiados na mesinha de centro e sentado confortavelmente no sofá. Só quando eu decido me sentar também é que ele nota minha presença.

- Menino Torres! Tá aqui desde quando? Nem vi chegar.

- Quando cheguei o senhor ainda não tava na sala, então, fui direto para o quarto do Alex mostrar as fotos da viagem.

- Você e meu filho são bem amigos, não é? - essa pergunta tem um tom acusatório ou é coisa da minha cabeça?

- Bem, sim. — rio sem graça. — Praticamente desde que vocês se mudaram.

- Quer saber? Eu apoio essa, hum, amizade. É bom saber que aquele cabeça de vento tem um... melhor amigo exemplar. — ele responde com um sorriso de lado, agora sei de onde Alex puxou isso. Pelo jeito ele puxou muitas coisas do pai.

- Pensei que o senhor preferisse documentários de história. — mudo de assunto rapidamente.

- Eu gosto, mas com o tempo fica um pouco repetitivo para um professor de história, por isso muitas vezes prefiro ver documentários sobre coisas que ainda não conheço.

Ficamos conversando sobre documentários até o Alex chegar. Pela demora acho que ele teve que procurar a bola pela garagem inteira.

- Meu Deus, que papo de nerd é esse? É uma invasão? — Alex zomba quando finalmente aparece. — Vamos, Dan. Ahn, pai? O senhor que ir com a gente? Vai ficar barrigudo desse jeito.

- Nam, podem ir. Vou ficar aqui deixando a barriga crescer e esperar sua mãe chegar. Se divirtam!

- Assim ela não vai te querer mais.

- Me respeita, moleque! Só não levanto pra te dar uns cascudos porque a posição tá confortável. — Senhor Henderson retruca. Ele daria muito medo, se eu não soubesse que está brincando.

- Desde que entrou em férias, o pai só sabe ficar sentado vendo TV e mimar a mãe. — Alex diz e me passa a bola, acertando-a no meu peito.

- Tu acha que vai ser menino ou menina? — quico a bola no asfalto da rua. Andamos lado a lado nesse quase fim de tarde, como já fizemos incontáveis vezes.

- Todo mundo lá em casa acha que vai ser menino, só a mãe quer menina. Ela disse que a casa passou muito tempo infestada de testosterona e não aguenta mais.

- Ter irmã mais nova é uma chatisse, mas não é de todo ruim. — digo me lembrando das vezes em que entrei no quarto de Patricia só pra encher o saco dela, das vezes em que assistimos desenho juntos e de quando a fiz virar directioner. Não aguentava mais K-pop como fundo das minhas leituras.

- Sabe, Dan...

- O quê? - pergunto e sinto o braço de Alex se alojando ao redor dos meus ombros. Mesmo gostando, ainda sinto o ressentimento de ele ser uns 5cm mais alto que eu.

- Eu gosto disso. - o encaro apenas para ver seu sorriso. Sim, aquele sorriso de covinhas e tudo, que faz seus olhos se fecharem um pouco e meu coração palpitar por trás das costelas.

- Do quê?

- Disso.

Eu sei do que ele está falando. E eu também gosto.

Não sou idiota ao ponto de não reconhecer um sentimento que já senti antes. Ok, talvez eu demore para perceber, como diriam algumas línguas. Clary, por exemplo, estaria balançando a cabeça nesse exato momento.

Jogo a bola para o alto e começo a assobiar uma canção aleatória, de repente estou desconfortável e hiperativo. Normalmente fico balançando os pés quando durante uma prova eu fico em dúvida no que responder, é como se eu jogasse minha anergia em um ponto só. Alex parece perceber , pois tira o braço de cima de mim. Sinto-me pior agora.

Enpurro Alex com o ombro e ele me olha confuso, mas me empurra também. Eu o empurro de volta e ele faz o mesmo. Entre risadas, ficamos nesse loop até chegar na praça, onde avisto uma garota de cabelo curto usando um top e uma calça esportiva folgada, ela está jogando junto com os moleques da vizinhança.

- O que a Kay está fazendo aqui? — indago.

- Ah, esqueci de falar. Ela apareceu hoje na Ruby's junto com a Marie e acabei a chamando para vir jogar com a gente hoje à tarde.

- Verdade, lembrei! — estalo o dedo. — Ela disse que jogava basquete, não é? Nunca a vi jogando.

- Vamos ver hoje. — Alex sorri sem mostrar os dentes. — E ela parece estar dando uma surra no Luke e no Chris.

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Kayla (bônus)

Nada dá certo na minha vida.

Tá, tá bom! Claro que algumas coisas deram certo, tipo, tenho milhares de seguidores no Insta e no TikTok que gostam de me ver me maquiar.

Entretanto, a minha vida amorosa é só ladeira abaixo. A última garota com quem fiquei e quase namorei foi Charlotte, a linda e insaciável garçonete da Ruby's. Nossos signos combinam, temos o mesmíssimo pensamento sustentável e ela gosta de She-ra e as princesas do poder e Steven Universo, basicamente tínhamos tudo para dar certo.

Óbvio, alguma coisa tinha que dar errado. Em um belíssimo dia, lá estava eu dormindo como cheguei ao mundo na cama de Charlotte — fazia duas semanas que estávamos saindo —, quando uma menina apareceu pedindo perdão e quando me viu, xingou até minha 5° geração. Até que entendo a reação da fulana, mas isso não quer dizer que estava certa, afinal ela é uma ex que invadiu uma propriedade privada. Invadir não é bem a palavra certa, pelo simples fato da garota possuir a chave do apartamento. E Charlotte parecia ainda gostar dela, prestes a ter uma recaída, o que só me fez sentir péssima. E sobrando.

Não é que não goste de estar solteira, é só que... Não sei.

Tirando minha mãe e às vezes Alex, apenas Mar tem paciência suficiente para ouvir minhas reclamações em momentos de carência, e quando vejo minha hétero preferida tão capisbaixa, meu coração se parte. Ela voltou mais ela mesma desde a viagem com Andrew, mas não sei dizer se um dia essa ferida vai sarar. Eu vi o desespero dela por estar grávida se tornar apenas uma preocupação genuinamente maternal.

Levei Mar para a Ruby's hoje mais cedo — de manhã, já que Charlotte trabalha no turno da tarde e noite —, Alex nos atendeu e minha amiga quase caiu para trás quando viu a orelha dele. Eu disse que ia fazer uma make de novo em Alex qualquer dia e o vagabundo teve a coragem de negar na mesma hora.

Como prêmio de consolação ou não, Alex me chamou para jogar basquete com ele e outros amigos. Fazia um tempo desde a última vez que joguei, logo, fiquei bastante empolgada com o convite. Outra coisa que não deu certo na minha vida: o clube de basquete feminino na escola.

Cheguei na tal praça na hora marcada, mas não vi nem Alex nem Dan, apenas uns garotos jogando. A bola que eles estavam usando era bem velha, mas a técnica deles não era ruim. Decidi ir até lá e me entrosar, já que, pela lógica, o mesmos deviam ser o pessoal com quem meus amigos jogam junto.

O mais baixo entre eles tem a minha altura e não para de dar em cima de mim, seu nome é Luke. A sua dupla se chama Chris e quando eu cheguei, debochou e duvidou de mim. O garoto que se tornou minha dupla tem o cabelo parecido com o de Charlotte e foi mais simpático que os outros dois, ele se chama Michael ou Mike.

Não gosto de homem se achando melhor que eu ou que qualquer outra mulher. Nesse 2 contra 2 faço de tudo para que Chris abaixe esse ego machista de merda. Ele nem é tão bom assim.

Alex e Dan chegam bem na hora em que minha paciência com Luke chega ao fim.

- Caralho, eu sou lésbica! Pare de me importunar! — grito impaciente.

- Tá bom, gata. Por que não falou antes? — ele diz na defensiva.

- Pensei que estivesse claro que eu não queria nada com você. — reviro os olhos em um suspiro. — Homens...

A situação é apaziguada por Daniel e Alex me apresenta para os meninos da praça de maneira mais formal. Agora com dois integrantes a mais reformulamos os times e voltamos a jogar.

A presença dos meus amigos fazem com que eu me divirta mais. Talvez minha carência tenha se acentuado um pouco vendo a dinâmica deles dois. Bem, o que eu quero dizer é que, por eu  saber o que rola entre eles, fica evidente a conexão ali existente e os olhares cúmplices e cheios de algo que eu procuro. Me sinto feliz por ter ajudado fazer isso acontecer.

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2568 palavras

N/A: Tudo bem, caros leitores? Teve pov da lindíssima Kay💖💖 O que acharam do capítulo? Achei um pouco blé, mas é que eu tô tendo algumas dificuldades com a minha criatividade. Como alguns bem sabem, eu escrevo esse livrinho na fé, ou seja, só tenho uma ideia vaga para o futuro da história e vou escrevendo de acordo com a maré. Então, acho que ter esse tipo de dificuldade de vez em quando é normal. Não desistam de mim!!!!

Espero de verdade que tenham gostado, deixem seu voto/estrelinha⭐, uns comentários bacanas e até a próxima!❤

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