O Desassossego da Alma

By fIawIess

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Submersa na monotonia, Charlotte decide fazer as malas e começar a sua vida num outro país, no qual pudesse r... More

O Desassossego da Alma
001 - Música e Vinho Tinto
002 - Entrevista
003 - Solidão
004 - Experiências
005 - O dia seguinte
006 - Decisões
007 - Olhares
008 - Silêncio
009 - Apatia
010 - Exasperado
011 - Probabilidades
012- Sufoco
013- Ansiedade
014 - Contacto
015- Relações
016- Convívio
018 - Borboleta
019 - Chuva

017- Noite

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By fIawIess

Os olhos de Charlotte logo compreenderam o estado caótico da sua sala de estar, assim que saíra do quarto. Thomás, por sua vez, parecia nem ligar, aproveitando a vista do seu apartamento, debruçado sem preocupações sobre a guarda da varanda. Charlotte aproveitou o facto de Thomás ter o seu tabaco de enrolar sobre a mesa para fazer um para si mesma e dirigira-se até ele para lhe fazer companhia. As suas mãos frias tocaram nas suas costas, por baixo da sua camisa e o seu corpo sobressaltou-se com o contacto.

- Assustaste-me, Char!

Charlotte sorriu e tentou pegar no isqueiro que ele segurava na sua mão esquerda, mas este, da forma como é, acabou por levar na brincadeira e prendê-lo com mais força, de modo provocador, analisando com atenção a reação da morena.

- Já acabaste o trabalho que estavas a fazer? – Thomas inquere, parando com a brincadeira e levando a chama do isqueiro em direção ao cigarro da rapariga. Charlotte assentiu com a cabeça, expelindo o fumo por entre os seus lábios carnudos e rosados. – Estava a pensar em ver agora um filme, queres ver comigo?

- Que estilo de filme é? Não gosto de filmes de terror. – Ela admitiu prontamente, encolhendo os ombros.

- Tens medo, é isso? – Thomás disse com um pequeno sorriso brincalhão, dando-lhe um pequeno encontrão. Charlotte apenas negou com a cabeça, enquanto levava o cigarro novamente até si.

- Então? – ele insistiu.

- Não tenho medo. Honestamente, a maior parte não me assusta de todo, por isso acho-os um pouco desinteressante. – Charlotte confessou, com um pequeno sorriso esboçado. - Mas estraguei-te os planos? Era de terror?

Thomás riu-se e colocou a sua mão sobre a sua cabeça, de um modo carinhoso.

- Não, mas para a próxima já sei o que escolher.

Enquanto ela acabava de fumar, o francês apressou-se a tratar das coisas para ambos verem o filme confortavelmente. O computador foi pousado numa mesa improvisada – a cadeira do seu quarto – pois era a única forma de conseguirem ver o ecrã de um modo aceitável. Além disso, ele lembrara-se também de trazer uma das suas mantas, visto que as noites já começavam a arrefecer e a sala era o lado mais frio da casa, devido à sua grande dimensão. Charlotte colocou-se à vontade, deitando a sua cabeça no encosto do sofá, tocando timidamente com os seus pés nas pernas de Thomás.

-

Thomás acordou devido às dores, numa tentativa de se colocar numa posição melhor, mas, devido às dimensões reduzidas do sofá e, acrescendo que a sua colega de casa estava a ocupar dois terços deste, acabara por não encontrar uma posição suficientemente confortável para continuar ali. A sala estava completamente escura e o computador, depois de tanto tempo, acabou por entrar em hibernação. Thomás procurou pelo seu telemóvel no sofá, com a intenção de ligar a lanterna para conseguir ver e, ao mesmo tempo, não acordar Charlotte que, pela sua respiração profunda, também acabara por adormecer.

Pouco passava das duas da manhã, fazendo-o compreender o motivo de a rua estar tão sossegada. A luz fora apontada para o sofá onde refletiu a imagem da rapariga que dormia encolhida, agarrada à manta que anteriormente o rapaz havia deitado sobre o seu corpo. Thomás pensou em deitá-la melhor no sofá, mas, sabendo o quão desconfortável aquele sofá era, por todas as vezes que acidentalmente adormeceu ali, acabou por pegar delicadamente no corpo da rapariga e levá-lo até à sua cama, uma vez que assim ela poderia dormir muito mais à vontade. As mãos quentes de Thomás seguram fortemente as suas pernas e o seu tronco, de modo a transmitir-lhe estabilidade, porém, o seu batimento acelera abruptamente quando a cabeça de Charlotte se encosta sobre o seu ombro.

Abrir a porta do quarto de Charlotte fora um processo difícil, principalmente porque ela ao mínimo movimento aninhava-se cada vez mais contra o corpo de Thomás. O seu cheiro doce era impossível de ignorar e a sua t-shirt subia ligeiramente cada vez que ela se mexia. Ele queria compô-la, sentindo estar a invadir a sua privacidade sem o seu consentimento, mas também sabia que seria por um bom motivo.

Um suspiro acaba por sair da boca de Thomás quando a deita por fim na sua cama e, ainda que ele também estivesse meio adormecido, a sua preocupação era deixá-la bem e confortável. A sua mão quente e delgada tocou no rosto da morena, afastando os fios de cabelo que se metiam teimosamente à frente do seu rosto e inspirou fundo uma última vez, adorando o cheiro que o seu quarto tinha intrínseco. Cheira tão bem, cheira tanto a ela.

Mal este se preparava para virar costas a sua mão é agarrada no escuro e as palavras da rapariga são proferidas de uma forma doce, meiga, como ele antes nunca tinha ouvido.

- Dorme comigo esta noite.

Thomás não quis questionar. Na verdade, ele queria mesmo deitar-se a seu lado, envolver o seu corpo e adormecer assim, com o seu cheiro doce. Por isso, acabou por não dizer mais nada, dirigindo-se para o outro lado da cama sendo que, antes de entrar, retirara as suas calças, para ficar mais confortável debaixo dos lençóis. A silhueta do seu rosto da britânica captara a sua atenção devido ao estrago do estore e Thomás sentia-se agora desperto, atendo a todos os seus pormenores.

- Char?

Todavia, ele não obteve resposta. Charlotte estava completamente adormecida e, apesar de o pedido ter partido dela, ele já esperava que ela fosse acordar de mau-humor. O seu tronco levantou-se para a ver melhor, ainda que não a conseguisse ver de uma forma nítida as suas feições, ele conseguia ver a saliência dos seus lábios. Os seus dedos longos percorrem o rosto macio de Charlotte, que murmurava algo incompreensível. O seu indicador passou de uma forma muito subtil nos seus lábios, percorrendo-os vagarosamente, e, enquanto a sua barriga se revoltava com toda aquele ambiente de tensão que ele própria causara, os seus lábios não resistiram e acabaram por beijar subtilmente nos dela.

O corpo de Charlotte moveu-se com o toque e, achando que ela estaria a acordar e começaria a berrar com ele, acabou por de deitar apressadamente, com o seu coração a mil e com o seu olhar fechado. Porém, o seu coração acelerou ainda bem quando sentiu o braço dela envolver o seu corpo e a sua cabeça pousar-se sobre o seu peito. Não conseguindo evitar, sorriu, com o seu rosto quente pelo momento que estava a viver com ela. Eu devo estar louco.

Charlotte acordou extremamente quente naquele dia, sobressaltando-se quando se apercebera de que Thomás estava a seu lado na cama. Ela queria berrar com ele, sentia-se estranha sabendo que ele tinha dormido no seu quarto, na sua cama, porém ela logo se lembrava de que fora ela a pedir, não podendo por isso fazer muito contra ele. O braço de Thomas envolvia a sua cintura fina, sentindo o seu calor corporal, e o seu rosto logo aquecera apercebendo-se do quão próximos eles estavam um do outro.

- Thomás, larga-me, estou cheia de calor!

Todavia, o seu tom de voz não fora o suficiente para o despertar, vendo-o apenas resmungar algo inaudível e virar-se com uma expressão aborrecida para o outro lado, perdendo o contacto com o corpo dela. As mãos de Charlotte percorreram o seu corpo, tentando compreender o que tinha vestido e o seu coração disparou quando se apercebera que a t-shirt estava completamente subida, expondo o seu corpo até metade da barriga.

- Sai da minha cama!

- Nem comeces, tu é que me pediste para dormir contigo a noite passada. – Thomás disse num tom de voz grave, notando-se perfeitamente que havia acabado de acordar. - Não tenho culpa que estejas carente.

Charlotte olhou para ele com o olhar arregalado, chocada com a sua afirmação. Estava tudo bem até ele ter assumido que ela estava carente pois, num impulso repleto de raiva, os pés de Charlotte foram contra as costas de Thomás, empurrando-o ao ponto de o expulsar da cama.

- Foda-se, Charlotte! É preciso tratares-me assim?

- Eu estava com sono, sabia lá eu o que dizia! – disse completamente amuada com a situação, não conseguindo sequer olhá-lo nos olhos. – Havia de estar carente de quê?

Thomás levantou-se do chão, agora também ele chateado com o comportamento dela, ajeitando os seus boxers. Ele não tinha o melhor humor matinal e se havia coisa que ele detestava era ser acordado de forma sobressaltada, quanto mais ser atirado para o chão.

- Tu é que me pediste para dormir aqui! Eu só queria dormir mais um pouco, foda-se.

Thomás sentia-se a ferver, mas o seu cansaço também não lhe permitia discutir muito mais. Ele lembrara-se do beijo rápido que dera nos seus lábios e na forma como ela adormecera contra o seu peito, achando que se tratava de uma pessoa completamente diferente da rapariga que tinha à sua frente. Ele reparara, no entanto, que o olhar da morena deixara de encarar os seus olhos, focando-se nos seus boxers por breves segundos.

- Depois dizes que não estás carente...

- Como se isso alguma vez fosse acontecer!

Thomás apenas pegou nas suas calças e saiu do quarto, ainda ouvindo os insultos que ela expelia a alto e bom som. Apesar de a manhã ter começado tão mal, o breve olhar de Charlotte fê-lo mudar a sua disposição, não conseguindo, depois disso, voltar a adormecer. 


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Hewoooooo <333

Cada vez gosto mais destes dois, adoro viver/criar cenários imaginários ahahahaha Digam-me o que estão a achar, quero muito saber o que pensam do desenvolvimento das personagens e o que acham que vai acontecer?? ^.^ 

Quero desde já avisar que as próximas duas/três semanas vai ser muito apertado, tenho muitos trabalhos para fazer mas vou tentar postar pelo menos um capítulo (sem promessas) <333

Não se esqueçam de votar <33333 

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