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By hellenptrclliw

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➛ A segunda queda: livro 02 da série "The Four Falls". Apaixonar-se não era sequer a última das coisas que Et... More

OWH. #2 Série TFF
sinopse
dedicatória
epígrafe
prólogo
01. quem está julgando?
02. caos com íris cor de avelã.
03. dever e honra.
04. até onde você é capaz...?
05. ethan.jyoung.
06. se você diz.
08. quem é gwen evans?
09.1. eu não sei como você consegue.
09.2
09.3
10. movidos pelo instinto de sobrevivência.
11. precisamos parar de nos encontrar assim.
12. por que se explicar tanto para si mesmo?
13. temos tudo sob controle.
14. a verdade que há e suas promessas.
15. um dia, talvez?
16. até o sol nascer.
17. nada é como se apaixonar pela primeira vez.
18. a reputação que me precede.
19. quando o amor cai em mãos erradas.
20. no meu sangue.
21.1. a garota que me encara de volta.
21.2
22.1. os parágrafos escondidos e descobertos.
22.2
23. a sentença das nossas vidas.
24. misericórdia nunca foi o seu forte.
25. a vida acontecendo através desses sentimentos.
26. as estrelas que testemunham nossa queda.
27. isso é sobre quem eu sou.
28.1. a liberdade do meu verdadeiro eu.
28.2
29. isso muda tudo.
30. e quem a protege de mim?
31. "juntos e essa coisa toda".
32. capítulos em branco.
33. é sempre assim?
34. como viemos parar aqui?
35. o narrador que conta a história.
36. neste momento, ele é o mundo inteiro.
37. aquela filha daquela família.
38. me diga que não é tarde demais.
39. me perdoe, eu me apaixonei.
40. boa fé da mulher que me amou primeiro.
41.1. é como deveria ser.
41.2
42. o monstro debaixo das nossas camas.
43. genuína.
44. o sangue puro e o sangue ruim.
45. julgamento
46. com um coração cheio.
47. rainbow
48.1. as constantes.
48.2
extra: pressentimentos.
49. você vem para o café da manhã?
50. a traição.
51. negação.
52. não esquecer o quanto você o ama.
53. é o único jeito, querida.
54. honra e morte.
55. se apaixonar.
56. este é o meu dever.
57. memórias: nós as construímos e elas nos constroem.
58. sem mais sentir muito.
59. era você que sempre estava lá.
60. o caminho de volta para casa.
epílogo.
nota final.

07. calum young é um menino sábio.

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By hellenptrclliw

Isso pesa mais sobre o coração de alguém
Eu poderia dizer desde o início que
Os mais doces são difíceis de encontrar
Bem, mais do que se possa ver
Coração como o seu é difícil de encontrar

Não se entregue a esse sentimento
Não se entregue à escuridão e à fé
Você deveria estar segura, sim, com outra pessoa
Conte seus segredos para a noite
Você faz o seu e eu faço o meu
Assim, não teremos que manter eles dentro de nós

SAVE YOURSELF | Kaleo

ETHAN YOUNG ESTAVA NO TOPO das escadarias da entrada do prédio principal quando meus passos congelaram na calçada que dava a volta ali. A manhã nublada deixava um céu claro com nuvens cinzentas pairando sobre nossas cabeças enquanto uma brisa ora soprava com força, ora quase frágil. Meu suéter lilás pendia na curva da minha cintura e permitia que uma pequena parte do alto dos meus seios espiasse através da gola em formato de "V". Eu quase aterrissei em minhas mãos quando o identifiquei e precisei de sólidos segundos para refrear minha reação exagerada.

Há meses eu o via por todos os lugares do campus. Nada disso era diferente do que eu estava acostumada, especialmente quando ele e seus outros três amigos - incluindo o que estava cuspindo fogo em sua casa em outra noite - eram o quarteto dos sonhos de qualquer mulher em, provavelmente, toda a cidade. Ele, assim como os outros, parecia ciente do efeito que causava, mas não era tão exibicionista sobre isso como seus amigos.

Balancei minha cabeça e soprei uma respiração densa. Retomando meus passos, forcei-me a ignorar o fato de que agora eu já ouvira sua voz - direcionada a ninguém além de mim - e que sabia exatamente como era o tom calmo e indiferente, grave e masculino que vibrava em seu peito; e em como sua risada agitava algo sob minha pele. Eu daria o crédito a sua beleza e evitaria todo e qualquer contato com ele se nos encontrássemos novamente em sua casa por causa de sua irmã.

Especialmente depois de me encontrar em uma posição de piada para ele na tarde anterior onde, além de mal conseguir exercer minha capacidade de interação social como uma pessoa normal, fui ridicularizada por causa do meu estilo. Estava claro em seu rosto o quanto aquilo era divertido e se eu fosse diferente, não me importaria. Não era grande coisa, certo?

O problema era que meu ressarcimento de confiança era bastante escasso, e me envergonhar na frente - literalmente - de um dos caras mais bonitos do campus?

Doloroso.

Evitei passar perto da lateral onde ele estava, subindo os intermináveis e largos degraus do canto mais extremo até chegar a entrada plana antes das portas de entrada. Minha mão estava no ar para espalmar o vidro e empurrar quando uma sombra caiu nas minhas costas.

— E aí?

Não.

Muito devagar, eu ergui minha cabeça e olhei para o reflexo atrás de mim pelo vidro polido. E alguns bons trinta centímetros mais alto do que eu estava Ethan, com as mãos posicionadas uma sobre a outra na frente do corpo e os ombros largos em perfeita postura enquanto esperava por minha resposta. Um torpor subiu em minha espinha até minha nuca e transformou-se em um calafrio que me fez estremecer de puro nervosismo.

— Hã... — eu me vi murmurando, meu corpo em desacordo com meu cérebro quando girei nos calcanhares para fitar seu rosto. — E aí?

Calor subiu ao meu rosto quando as íris avelã se conectaram com as minhas. Eu me sentia agitada, trêmula e gelada diante de seu escrutínio imperturbável. Seu rosto não mostrava nada, completamente inexpressivo. Parece que os irmãos Young são muito habilidosos em controlar o quanto de si mesmos se permitem externar mundo afora, e eu não conseguia me decidir se os invejava ou sentia muito por eles.

Nunca consegui medir minhas emoções ou sentimentos e o quanto deles mostrava. Era muito fácil me ver. Qualquer um saberia se eu estava machucada ou irritada ou humorada. Mas perscrutando os traços lisos e relaxados de Ethan Young, onde nenhuma curva mostrava sequer um pedacinho do que ele estava pensando ou a razão pela qual viera até mim?

Era completamente enervante.

— Você conseguiu falar com a Allie? — perguntou ele.

Levei alguns segundos para embarcar na conversa.

— Ainda não — respondi. — Mas sei onde encontrá-la.

Ethan assentiu, seus lábios contraindo-se quando o vento ficou mais forte e soprou a ponta de seus cabelos castanhos e ondulou a simples camiseta de algodão que ele vestia por baixo de uma camisa xadrez em cinza e branco. Tudo sobre sua aparência era simples. Nunca houve roupas de grife, carros novos ou cenas extravagantes para atrair atenção. O tom escuro de seu cabelo acompanhava as sobrancelhas grossas com uma gentil curvatura, o que acentuava qualquer rara expressão que ele soltava.

As íris avelã emolduradas por cílios escuros estavam mais claras do que eu me lembrava, lívidas e ligeiramente curiosas. Desta vez, a barba estava feita e apenas o sombreamento escuro dela cobria sua mandíbula definida e descia pelo pescoço. Quando meus olhos pousaram na ponta de tinta preta que seguia por seu pescoço e se escondia abaixo de suas roupas, ouvi seu pigarreio.

— Eu vou direto ao ponto — disse ele, arqueando uma sobrancelha. — Alyssa comentou sobre esse trabalho comigo e mencionou que sua dupla era uma garota legal. Então eu vi vocês duas outro dia e juntei um mais um e, coincidentemente, você apareceu no meu feed do Instagram como sugestão para seguir, então eu segui. Se você puder me explicar por que isso me faz um idio...

Eu o interrompi.

— Que diabos você está falando?

Tive que lhe dar crédito: ele parecia genuinamente desconfortável de tão confuso.

— Estou falando de você indo até a minha porta e me chamando de idiota porque achei sua camiseta engraçada — explicou ele pausada, mas enfaticamente. — E eu realmente não me lembro de você, o que é curioso, já que você parece ter uma opinião formada sobre mim.

Deus, essa voz.

Eu me remexi em meus pés, cruzando os braços sobre os seios. Tinha o hábito de sempre atirar os homens na sarjeta porque, um: eles são homens. E dois: esperar e assegurar as coisas ruins sobre alguém em primeiro lugar poderia ser um meio para me proteger, uma vez que não seria surpresa quando fosse provado que eu estava certa.

Mas ele estava certo em ficar chateado. Eu o ofendi sem razão alguma por uma mínima atitude quando sequer o conhecia para fazer suposições. Claro, ele era um mulherengo de primeira e pelas opiniões femininas, sabia que ele era um babaca com elas. Eu não me encaixava nessa situação, no entanto.

— Olha, sinto muito, ok? — assegurei, deixando meus braços caírem nas laterais do meu corpo. — Não quis te ofender. Mas você também não tinha que rir da minha roupa...

Sua expressão suavizou, destacando-se sobre os arredores cinzentos dessa manhã.

— Eu não debochei de você — esclareceu, sutilmente inclinando-se na minha direção. — Eu só achei engraçado. — Ethan deu de ombros e coçou a têmpora com o indicador, desconcertado. — Tenho uma camiseta do Muttley que eu ganhei da minha mãe no Natal, quando tinha dezessete.

Eu franzi a testa, reprimindo o riso.

— Muttley como em Muttley da Corrida Maluca?

Diversão brilhou em seus olhos, mas desapareceu quando ele deu o lado para um grupo de alunos passarem. Gentilmente, sem me tocar, sua mão pairou perto do meu ombro como se quisesse garantir que ninguém tropeçaria em mim no caminho.

— O próprio. — Ele soltou um suspiro dramático. — Na verdade ela tinha comprado outra coisa, o que eu realmente queria, mas Alyssa roubou o comprovante e trocou na loja antes de montarmos a árvore para deixar os presentes.

A risada que eu estava segurando veio em um bufo e eu levantei a mão para cobrir os lábios. Ethan, aparentemente sempre atento a qualquer estremecimento no que o cercava, teve seus olhos seguindo meu movimento como se pudesse antecipá-los. Ele sorriu, mas disfarçou passando a língua entre os lábios corados e desviando o olhar. Algo nisso me fez sentir uma estranha satisfação; ele era intimidante e mesmo assim, tinha sido o único a quebrar o contato visual.

Inspirando, seu peito subiu em conjunto aos seus ombros e desceu quando ele expirou, voltando a me observar com toda sua intensidade.

— Então, se o problema comigo foi por causa da camiseta, peço desculpas.

— Por quê?

Ethan piscou. — O quê?

— Por que você se importa?

O Young mais velho pareceu se perguntar isso a si mesmo com a mesma veemência que eu no instante em que registrou minhas palavras. Talvez ele compartilhasse da mesma educação distante que sua irmã, mas de todos os cenários, nunca poderia imaginar que ele se importaria o suficiente para me rondar na entrada da universidade para me colocar contra a parede. E, mesmo assim, esperava por uma arrogância velada em charme superestimado.

O campus estava ficando mais cheio a cada segundo e, inconscientemente, havíamos nos afastado das portas enquanto conversávamos. Com a proximidade, pude inspirar seu perfume masculino; algo amadeirado e incisivo, mas ainda suave. O tipo de perfume de bom gosto que me fazia querer enterrar o rosto em seu pescoço - e se o pensamento não era a coisa mais esquisita do mundo, eu não sabia o que mais poderia ser.

No entanto, apostava que se eu me aproximasse e em uma realidade diferente, pudesse desvendá-lo lentamente começando por fora, sentiria o cheiro de casa. Sempre me chamou atenção a maneira que cada um de nós, em algum nível, cheirava a nossa casa. Talvez o amaciante usado ou o cheiro de temperos, quem sabe algum incenso ou um perfume constante entre as paredes do lar.

Ethan Young, o cara que observei de longe por meses, agora estava mais próximo do que nunca ao inclinar o rosto para mim e buscar meu olhar.

— Não me entenda mal, Gwen — ele testou meu nome, pela primeira vez parecendo realmente pronunciá-lo. — Eu sou um idiota. Só não pelas razões que você presume.

E, assim , sem me dar a oportunidade de instigar essa informação, ele deu um passo para o lado e se misturou no mar de alunos que adentrava o prédio. Meus olhos, no entanto, ainda permaneceram fixos em suas costas à medida que eu observava se distanciar. Seu caminhar despreocupado e cheio de uma confiança praticamente adornada a ele, sem que parecesse desejar ser notado. Talvez ele não desejasse. Talvez ele fosse diferente?

Ou talvez eu fosse a idiota. Porque independente do que me aconteceu no passado, eu continuava querendo me arriscar com caras de olhares afiados e atitudes questionáveis.

Alyssa não sabia, mas eu tinha visto o chupão em seu pescoço quando ela me encontrou na saída da aula essa manhã. E o pior era que eu nem quis ficar brava; pelo menos alguém aqui estava se divertindo. Eu tinha uma considerável lista de homens querendo sair comigo ou "me conhecer" melhor, mas apenas não conseguia sentir o apelo. Era necessário certo nível de confiança para ir a esses encontros, e eu realmente não estava com vontade de fazê-los perder tempo.

A maioria estava procurando algo casual, e eu não tinha problema com isso. Só não conseguia relaxar o suficiente para encontrar a mulher em mim e sair despreocupadamente para conhecer alguém, talvez prolongar o encontro até um lugar privado e me livrar das amarras que meu ex-namorado deixou em mim.

Porém, essa parte de mim estava seriamente danificada.

— Não, querida — a bibliotecária resmungou. — Não estou procurando ninguém para cobrir meu turno. Muito menos uma menina bonita como você. Vá cometer erros e namorar um pouco, pelo amor de Deus.

Saco.

Eu abri minha boca para refutar, mas a velhinha lançou um olhar aguçado por cima do meu ombro e levantou-se rápido demais para uma senhora de idade como ela. Eu torci os lábios, admirada, e a observei arrastar os pés em uma sapatilha preta e passar por duas estantes antes de rondar um casal conversando em uma mesa afastada, perto das janelas.

Minhas sobrancelhas voaram e ficaram penduradas no teto quando vi Alyssa Young dividindo a mesa com Leon St. John. Sua testa estava enrugada e seu nariz franzido, seus lábios contorcidos com um pouco de desdém. Ela parecia seriamente não se importar em olhar para o loiro com pura impaciência, enquanto ele parecia estar em um parque de diversões: um sorriso aberto e uma expressão divertida, quase como se estivesse em frente ao seu passatempo favorito.

Quando a bibliotecária passou por eles, ambos tentaram parecer civilizados de acordo com as normas da biblioteca. Mas assim que ela se distanciou, Alyssa sacudiu a cabeça para ele e voltou a se concentrar em sua leitura. Eu não perdi a maneira como ele ainda a observou por longos segundos com uma expressão parecida com saudade antes de retomar sua própria leitura.

Está bem, então.

Sem mais nada para me ocupar no campus, decidi que não seria tão ruim voltar para casa. Minha mãe estava fora pela tarde cuidando de algumas coisas com sua prima, deixando o território vazio para que eu esgueirasse meu minúsculo corpo perto de meu pai. Ele estava dando um tempo de sua carreira, o mais perto que ele poderia chegar de férias, mas ainda trabalhava de casa separando algumas horas do dia para ficar enfurnado em seu escritório com o nariz enfiado em leituras longas, ou na tela do laptop. Ou latindo para alguém pelo celular.

Deus, se eu tivesse o temperamento do meu pai.

Provavelmente a melhor ideia seria ficar em meu quarto estudando do que forçá-lo a passar um tempo comigo, já que isso sempre se mostrava constrangedor pelo silêncio e desconforto. A essa altura do campeonato, eu nem sabia mais porque ele estava bravo, apenas tinha aceitado. Ele estava decepcionado? Triste por mim? Mas se sim, por que não nos dar uma segunda chance quando mudar para cá era um recomeço?

Quero dizer, eu o entendia há alguns meses por ter ficado tão transtornado. Não podia imaginar estar em seu lugar e ter uma filha que acordou um dia e descobriu que tinha fotos íntimas e um vídeo de sexo rodando por toda uma maldita universidade.

Eu estava trabalhando todos os dias para superar. Gabriel Evans não poderia fazer o mesmo por mim?

Pensei que eu estava arruinada para sempre depois daquilo. Pensei que nunca mais poderia me ver no espelho. Pensei que nunca mais conseguiria estar em um ambiente com mais de dez pessoas novamente. Pensei que nunca mais conseguiria fechar meus olhos sem ter as lembranças de todos - todos os olhares voltados para mim em um campus com centenas de alunos.

Eu ainda pensava.

Mas eu estava me recuperando. Era um trabalho árduo e que exigia muito de forças que nem sabia que estavam comigo, mas eu estava conseguindo e me orgulhava de ter vencido o poder que Devon exerceu sobre mim quando fez aquilo comigo na minha primeira vez. Atualmente eu conseguia controlar a fobia social, me adaptando aos arredores lentamente, ainda evitando muita exposição. Tinha diminuído minhas sessões de terapia para apenas uma durante a semana, ouvindo atentamente os conselhos que minha mãe e minha terapeuta ofereciam.

O que eu mais lamentava, portanto, era não conseguir recuperar meu pai.

E ficar perto dele assim me fazia sentir vergonha de mim mesma quando eu não tinha razões para isso. Eu fui a vítima, não a culpada, não a justificativa.

Como eu esperava, lá estava ele no grande assento único de madeira na varanda, com as pernas cruzadas e uma garrafa de água que ele distraidamente brincava entre uma mão e outra. Suas roupas de ginástica diziam-me que ele, provavelmente, acabara de chegar de sua corrida.

- Oi, pai.

Seus olhos escuros voltaram-se para mim com surpresa ao me ver chegar. Sua expressão demorou a se concentrar no presente e eu me perguntei onde, no horizonte que se estendia diante de nós, sua mente estava vagueando. Tomada por uma coragem muito parecida com a que tive para xingar Ethan Young e reconhecer minha atitude essa manhã, eu me aproximei dele e apoiei o quadril no balaústre onde seus pés estavam descansando.

— Ei, Gwen — devolveu ele, contraindo os lábios no mais perto de um sorriso.

Mais parecia como se estivesse com dor de barriga.

Papai costumava me chamar de G.two, enquanto ele era o G.one. Era um hábito ridículo e engraçado que eu não gostava tanto aos quinze anos do que costumava aos dez. Era quase como nosso codinome. No entanto, agora, eu daria tudo para voltar naquela época e ser sua segunda garota favorita. Lembrava com vivacidade de como mamãe e eu monopolizávamos todo o tempo dele, e ele nunca reclamava.

Bons tempos que não voltariam mais.

— Mamãe volta que horas?

— Perto das seis, ela disse — contou ele, observando a rua atrás de mim. — Vou fazer o jantar. O que você quer comer?

— Tacos? Uma colega vai vir, então talvez ela fique para o jantar.

Meu pai fez uma careta. — Tenho que ir ao supermercado, então.

Decidi tentar a abordagem eu sou muito útil, pai.

Colocando a mão em seu ombro, gentilmente o empurrei de volta em sua cadeira e sorri.

— Eu faço isso — afirmei, pondo-me de pé. — Só preciso tomar um banho. Faça uma lista e eu já poupo mamãe de ter que ir amanhã.

Um aceno conciso foi minha resposta, e eu nem lamentei. Pelo menos ele ainda falava comigo.

* * *

Riscado as pressas no fim da nota que meu pai me dera ao sair, estava: itens de cuidado feminino. Precisei me apoiar em uma prateleira para poder rir, porque imaginar meu pai, um advogado renomado e um homem de poder, seguindo as ordens de mamãe e sendo forçado a escrever "absorvente" e "camisinha" -— tanto para eles como para mim —, havia sido o ponto alto do meu dia.

Coitado. Deve ser um inferno viver com duas mulheres.

Empurrando meu carrinho pelos corredores enquanto repassava a lista em minha cabeça, porque meu pai sempre esquecia alguma coisa, eu me distraí analisando os preços da prateleira de chocolates e outros doces, o que não me ajudou a ter um reflexo rápido quando algo colidiu em mim.

Uma barra de chocolate branco voou da minha mão com a batida e eu oscilei em meus pés, encolhendo-me ao som da rachadura do doce encontrando o chão de lajotas brancas que refletiam deprimentemente a iluminação das enormes lâmpadas fluorescentes acima das nossas cabeças.

— Você tá com bicho na bunda? — Alguém reclamou, sendo agraciado com uma risadinha displicente. — Eu vou passar com esse carro em cima de você e você me diz se é engraçado.

Essa voz.

Eu conhecia.

Não consegui esboçar nenhuma reação quando me virei na direção de Ethan e o encontrei sussurrando com seu irmão mais novo. O garotinho chegava um pouco acima dos joelhos dele, e Ethan estava debruçado no carrinho com o braço esquerdo para se inclinar e encurtar a distância entre ele o baixinho. Vestia uma calça de moletom cinza e uma camiseta esverdeada puída de algodão, e não pude deixar de sorrir ao perceber que ele usava chinelos vermelhos. Calum não estava diferente, apenas com uma jaqueta de tecido três tamanhos maior que ele em seus ombros — provavelmente do irmão porque se negou a se agasalhar ao sair.

— Oi — Calum foi o primeiro a me ver parada. — Sinto muito por bater em você.

— Não sentirá se não fizer o carro de compras de skate - murmurou Ethan.

— Está tudo bem — apaziguei, abanando a mão no ar. — Eu fazia isso até os treze anos e só parei porque meus pais disseram que iriam me proibir de vir com eles.

Calum bufou, metido. — Minha irmã esquece o que tem que comprar. Ela é obrigada a me aguentar.

Um sorriso terno se esgueirou no rosto de Ethan e, por um segundo, fiquei fascinada com a sutil mudança em sua expressão. Aparentemente, seus irmãos eram os únicos capazes de extorquir alguma coisa dele.

Ethan se agachou para recuperar minha barra de chocolate e a estendeu para mim com um olhar preguiçoso.

— Se fosse um enlatado, você poderia pedir desconto.

— Não me diga que você é um daqueles que danifica as embalagens para conseguir isso.

— Eu não — ele disse, ao mesmo tempo em que Calum se gabou:

— Nosso pai que ensinou.

Ethan bufou um "pestinha" sob uma tosse mal fingida.

— Muito engenhoso — zombei.

— Você parece diferente fora de seu modo social — comentou Ethan, pensativo.

— O que isso deveria significar?

Repassei minha aparência. Uma trança costurada desfiada e um rosto sem maquiagem, um vestido verde-água comprido — que não me obrigava a usar sutiã, yey! — e uma jaqueta jeans por cima eram o que constituíam minha aparência. Encolhi-me com a visão. Certamente não como as garotas que chamavam sua atenção, eu suponho.

Se bem que um batom não teria me feito mal.

— Você parece natural — apontou ele.

Uma bola de nervosismo atolou em minha garganta e eu já sentia o calor subindo por meu pescoço.

— Ah, — foi tudo o que consegui dizer.

— De uma forma boa — acrescentou rapidamente. — Sinto que tenho que ser cuidadoso com o que digo ou vou acordar para beber água de madrugada e você estará na minha cozinha me chamando de idiota.

Droga.

Eu ri novamente e cobri meus lábios.

— Por que você chamou Ethan de idiota? — Calum indagou, chateado comigo. Uma carranca aprofundou suas sobrancelhas. — Ele não é idiota. Só às vezes. Mas só eu ou a Allie podemos dizer isso.

Meu coração inchou com a fofura desse garoto. Inclinando-me para Ethan, eu sussurrei:

— Posso roubar seu irmãozinho para mim?

Uma risada profunda vibrou em seu peito e eu pulei, chocada com o quão perfeito o som era. Seus olhos ainda estavam em seu irmão, como era de se esperar, mas ele sacudiu a cabeça e olhou para mim com o mesmo brilho nos olhos que eu arriscaria dizer ser mais raro do que uma fonte de água livre para um indivíduo perdido no deserto.

— Eu sei. O cara é demais — então ele fingiu seriedade. — Mas não, você não pode. Para levar um, tem que levar todos.

Eu reprimi uma risada e levantei as sobrancelhas. — Certo, essa eu vou passar.

Ethan deu de ombros e eu verbalizei o gesto em um "você quem perde", não conseguindo conter um sorriso. Voltando às suas compras, ele ergueu uma folha de caderno e passou a ler seus itens, desinteressado em continuar nossa breve e estranha interação. Levantei as sobrancelhas, perguntando-me o que esses irmãos tinham contra manter uma conversa normal - e sobre findá-la -, mas optei por fazer o mesmo e empurrar meu carrinho para longe. No entanto, quando dei um sorriso a Calum em despedida, a voz de Ethan me parou.

— Espera.

Olhei de esguelha por cima do ombro, temendo o que viria a seguir por causa do tom firme e brusco que ele usara.

— O quê?

Ethan soltou uma respiração afiada e passou a mão pela nuca, seu rosto brilhando com desconforto.

— Onde diabos eu encontro um absorvente interno?

Não ria.

Não importa se ele parece querer bater a cabeça nos balcões e morrer por perguntar isso.

Eu desatei a rir, guinchando um som rouco e abafado quando comprimi os lábios e lutei para me silenciar. Calum soltou uma risadinha e sacudiu a cabeça como se seu irmão fosse um idiota, e Ethan piscou para o teto, murmurando algo inaudível na direção do céu. De perto, eu poderia jurar que o topo de suas bochechas estava corado. Por que homens são assim? Qual era a dificuldade de entender como os absorventes funcionavam?

— Por favor, ajuda meu irmão — Calum pediu. — Alyssa vai gritar com ele se comprar errado. De novo.

Esperei que Ethan o contradissesse, mas tudo o que ele fez foi franzir o nariz e encolher um ombro. Bem, vou me lembrar de não ser um pé no saco para Alyssa Young.

Eu já tinha praticamente tudo o que precisava, portanto cedi. Dando a volta no meu carrinho, acenei para os dois com a cabeça.

— Vamos lá — chamei-os. — Vou explicar pra você.

Passamos por outros dois corredores até chegar à seção de higiene do supermercado. Fui direto para a parte feminina, sendo seguida por dois Young's pouco satisfeitos com o rumo que suas compras tomaram. Ethan parou atrás, evitando meu olhar mesmo que eu precisasse de sua atenção para que ele entendesse qualquer coisa que fosse útil para seu cérebro compactado.

— Ethan — sibilei, apontando com o indicador para a prateleira.

Calum foi pegar papel higiênico e pasta de dente enquanto seu irmão mais velho se arrastou para perto de mim soando como se estivesse com dor de barriga. Eu balancei minha cabeça.

Homens.

— Absorvente interno vai dentro...

— Meu Deus! Por que você só não me entrega esse negócio? — ele grunhiu suas palavras, cobrindo os olhos com sua mão.

— Porque isso é uma coisa simples, Ethan. Você tem o que, 20 anos? E não compra absorvente?

Ele ergueu as sobrancelhas, encarando-me com seriedade.

— Na verdade, tenho 24. E não, eu não sei, porque se você não reparou, eu não tenho uma vagina.

Porque pensar sobre o que ele tinha entre as pernas era realmente necessário.

— Você é um idiota.

— Parece não ser uma novidade para você, né?

Não estávamos discutindo, mas algo em sua forma de demonstrar a completa animosidade em minha presença me fazia querer descobrir como tirá-lo de sua quietude estoica. Eu ainda não conhecia Alyssa tão bem, mas algumas coisas eram óbvias: algo estava errado com o fato de três irmãos estarem morando sozinhos, e segundo, os dois tinham apenas uma coisa em comum que os tirava de suas expressões geladas e indiferentes: o pequeno Calum.

Mas por quê?

E por que eu estava tão curiosa sobre isso?

Fitando as íris avelã de um tom surpreendentemente claro e nítido esta noite, eu só sabia que queria saber mais.

Mas nunca teria coragem de ir atrás por conta própria.

— Olha, — retomei, com mais suavidade — é só você prestar atenção nas embalagens. Vai dizer nelas e mostrar qual é qual. Interno ou externo.

— Ela quer os dois.

— O que mais diz aí?

Ele virou a lista novamente e franziu a testa ao ler.

Absorvente interno e externo. Observação: o noturno, e se você trouxer errado de novo eu vou te bater pra caralho. É isso aí.

— Ela é um amor, né? — eu zombei divertidamente, empurrando-o delicadamente com o ombro.

O vislumbre de um sorriso contraiu seus lábios para mim.

— Sim, ela é — disse ele.

— Então, o noturno é aquele do pacote azul — apontei na direção dele. — Agora você procura o interno.

Ethan resmungou, mas endireitou os ombros para observar suas opções muito meticulosamente — mais do que dedicado em uma tarefa idiota como essa. Isso me deu a oportunidade de olhar para ele sem ser pega. O perfil de seu rosto era perfeito. O lábio inferior era saliente e corado, e o superior tinha uma curva perfeita no meio, a sombra da barba mais pronunciada do que nessa manhã. Seus cílios, grossos e escuros, estreitavam sua visão enquanto ele se concentrava.

Os cabelos escuros eram maiores na parte superior do que nas laterais de sua cabeça, e ainda estavam úmidos de água. Eu mal chegava na altura de seus ombros, era ridículo.

— É isso aqui? — perguntou finalmente, estendendo a mão com o pacote.

Não, não era.

— É esse — empurrei sua mão de volta, sentindo-me muito divertida. — Muito bem. No máximo você vai levar uns tapas da sua irmã.

— Porra, — ele gemeu, irritado.

Meu sorriso caiu com o som da palavra vindo de sua boca e em sua voz. Um suspiro ficou entalado em minha garganta e eu continuei repetindo a palavra em minha cabeça em um loop constante. Deus, eu precisava de um encontro.

Puxei o certo e coloquei em seu carrinho.

— Pronto. É esse aqui — encenei com as duas mãos ao redor da embalagem. — Não foi difícil, né? Você perdeu a mão ou algo assim?

Para minha surpresa, um largo sorriso humorado irrompeu em seu rosto.

— Obrigado, Gwen.

Gwen.

— Diga isso de novo — eu me vi pedindo.

Ethan arqueou uma sobrancelha. — Obrigado, Gwen.

É isso aí. Eu precisava manter distância de Ethan James Young o mais rápido possível.

— De nada — eu respondi.

Estava prestes a desaparecer quando percebi que Calum não aparecera em minha linha de visão quando Ethan chamou por ele três vezes. Ainda determinada a me afastar, espiei pelo corredor e na direção de onde eu o tinha visto ir antes, mas nenhum menino loiro apareceu diante dos meus olhos.

Eu deveria ir.

Eu deveria ir.

Mas, olhando para um assustado Ethan, não consegui forçar minhas pernas a me levar para longe.

— Ei, calma. Ele provavelmente foi procurar outra coisa — tentei acalmá-lo, tocando seu ombro. — Por que você não vai por aí e eu por aqui?

Ethan assentiu, mas seus olhos continuaram correndo de canto em canto atrás de seu irmão. Era realmente perigoso deixar uma criança longe de sua vista em um supermercado, ou em qualquer lugar, especialmente à noite. Ainda mais um menininho simpático e naturalmente amigável como Calum.

Meu pulso acelerou e eu me obriguei a desacelerar meus pensamentos.

— Sim, você tem razão, — ele não esperou uma resposta antes de abandonar suas compras e ir atrás dele.

Eu meio que corri enquanto ia de corredor em corredor, não querendo perder tempo com possibilidades. Eu nunca fui responsável por ninguém, mas era um fato que ninguém ficaria calmo perdendo uma criança. Pessoas más habitavam em todos os lugares, sempre a espreita para poder colocar suas mãos em algo ou alguém para machucar.

Não sabia muito o quanto havíamos vasculhado até que nos encontramos, cada um em uma ponta do corredor e Calum no meio, perdido em seus pensamentos enquanto folheava um gibi em frente a uma prateleira repleta de muitos outros. Eu não sabia que estava prendendo tanto a respiração até ter que me curvar para frente e apoiar as mãos nos joelhos para me acalmar.

Ethan correu até ele, ficando em um joelho para regular sua altura com o loirinho.

— Você não pode sair sem avisar, Callie — disse ele, seu tom severo por preocupação. — Mas que droga! Você não sabe que é perigoso?

Calum apertou seu gibi contra o peito, parecendo nervoso ao olhar no rosto de seu irmão mais velho.

— Eu só... hum, eu lembrei que tinha visto esses aqui — ele apontou para os livros — mais cedo. Eu só vim olhar. Sinto muito.

A expressão no rosto de Ethan se tornou tão suave, tão terna, que não consegui desviar o olhar. Voltei a ficar em pé, com medo de piscar e descobrir que esse lindo rosto voltou a se fechar. Seus olhos pularam do rosto de Calum para os gibis e dor cintilou nas íris avelã.

— Eu sinto muito, carinha. Mas não posso te dar esses agora — murmurou ele, seu tom áspero e bruto, mas ainda assim, beirando a suavidade.

Calum baixou o olhar e devolveu o gibi uns segundos mais tarde.

— Eu sei — ele colocou a pequena mãozinha no ombro de seu irmão. — Não tem problema. Eu não queria ler tanto assim, mesmo.

Meu. Coração. Quebrou.

— A amiga da Allie te ajudou?

Como se somente agora ele lembrasse de que eu estava aqui, Ethan encontrou meu olhar e o que quer que estivesse estampado em meu rosto foi o suficiente para empurrar aquela expressão única em seu rosto, substituindo-a pela familiar máscara gelada e inexpressiva que alguns segundos atrás, jurei ser praticamente impenetrável. Mas não era. Esse pequeno vislumbre me fez ter certeza de que, na verdade, talvez ele só tivesse muito em seu prato para se preocupar com isso.

Ou, talvez, por exatamente essa razão ele nem percebesse que o fazia.

Calum ainda deu outro olhar na direção dos gibis e uma ideia estalou em minha cabeça.

— Obrigado — disse Ethan, sério.

Eu fiz uma careta. — Não me agradeça por isso.

— Eu sinto que preciso — devolveu, pegando a mão de seu irmão. — Porque essa expressão em seu rosto me faz querer não ter sido educado mais cedo.

E, com isso, ele passou por mim sem dar a chance de me despedir de Calum. Eu ainda acenei para eles antes de perdê-los da minha vista, mas estava desgostosa demais com seu tratamento final para sorrir. Que expressão minha poderia ser tão ofensiva? A admiração que senti por seus cuidados ou sua tentativa de enfeitar a realidade para seu jovem irmão?

A ternura que ele guardava dentro de si apenas para duas pessoas?

Ferir seu orgulho não era nem a última coisa que eu queria, mas não pude deixar de repensar meus atos quando parei em frente aos gibis que Calum estava lendo anteriormente. Eu peguei exatamente o mesmo que estava em suas mãos e olhei a capa e contracapa. Não era um gibi e sim os primeiros mangás de Naruto.

Ah, um garotinho não poder ter Naruto com ele era um crime contra o universo.

Eu peguei todos disponíveis aqui, que eram apenas três, e corri de volta para procurar meu carrinho enquanto verificava se todos estavam em bom estado. Sentindo-me apressada e contente, procurei a menor fila e praticamente empurrei minhas compras para a caixa. Menti que estava com dor de barriga para que ela demonstrasse solidariedade e fosse mais rápida — não foi meu melhor momento.

Eu esperava encontrá-los saindo, mas na verdade eles já estavam na outra rua com suas sacolas de compras quando terminei de enfiar as minhas no carro. Outra corrida — nunca fui tão atlética — me fez uma bagunça ofegante e de músculos ardidos quando finalmente os alcancei. Deus, eles querem causar algum efeito do tipo Edward incentivando Bella a revelar sua descoberta sobre ele ser um vampiro e depois correndo como um idiota pela floresta para se exibir?

Ninguém anda tão rápido assim, droga.

Uh, — Calum riu, chamando a atenção do irmão. — Ela tá passando mal.

— O que... — bastou um olhar para que seu nariz se franzisse como se cheirasse algo ruim. — Mas o que...

— Eu não vim... — ofego — falar... — ofego — com você... — ofego longo. — Idiota.

Mais alguns segundos foram necessários para que meus pulmões saíssem de seu colapso e eu me agachei em frente ao pequeno, erguendo os mangás na altura do meu peito e seus olhos. Mesmo a noite e a falta de iluminação nesta rua não foram capazes de nublar o brilho em suas íris azuladas.

— Presente de aniversário — eu anunciei, incentivando ele a pega-los.

— Meu aniversário é em Abril — argumentou ele, ainda receoso sobre aceitar.

— Mas eu não te conhecia em Abril, né? Por isso, presente de aniversário atrasado — remendei, forçando um sorriso que torci para ser convincente. — O que significa que você não pode recusar.

Contudo, Calum ainda transferiu seu olhar para Ethan e eu gemi interiormente. Se ele o fizesse recusar, seria muito malvado.

Para minha surpresa, ele deu de ombros. — Dizem que se é presente, você aceita e não questiona.

Ethan mal terminou de falar antes que Calum os tomasse de mim e jogasse seus braços ao redor do meu pescoço. Eu comecei a rir quando caí de bundo pelo impacto de embalar seu corpo e ganhei uma série de "obrigado obrigado obrigado" em meu ouvido. Agora eu entendia porque Ethan parecia tão triste com a perspectiva de não poder fornecer o que esse menino queria.

Esse abraço? Eu lhe daria o que quisesse para ganhar um deles.

— Tudo bem, Callie — Ethan interveio, ainda segurando as sacolas pesadas. — Você vai sufocar ela.

Eu queria mais abraços, mas Calum se afastou com algo ainda melhor: o maior e mais brilhante sorriso de todos. Certamente equilibrava as coisas com seus irmãos antipáticos. Levantando-me, passei a mão pelo meu vestido para tirar a sujeira e encarei as mãos cheias de Ethan.

— Eu vim de carro — joguei o polegar por cima do ombro, indicando o estacionamento. — Vocês querem uma carona?

— Eu acho que assumo daqui, Gwen — respondeu ele, ríspido.

Uau.

Ele era mesmo um idiota.

— Tanto faz — esbravejei, meu rosto corando por algo diferente de timidez. — Eu não me importo se você quer ir andando. Ofereci por causa dele.

— A minha irmã não ia estudar na sua casa hoje, de qualquer maneira?

Ah.

Ah.

Merda.

— Sim, a gente se vê — desconversei, embora uma resposta rápida e amarga estivesse pesando em minha língua.

Alyssa iria para minha casa — se já não estivesse lá — e meu pai estava me esperando para fazer o jantar, mas claro que eu teria de me ocupar com um idiota de temperamento quente-frio e me apaixonar por seu irmãozinho. Eu realmente gostaria de roubar Calum Young para mim.

— Você é um idiota, Ethan — ouvi Calum declarar enquanto eu me afastava sem obter uma resposta gentil de seu irmão.

Calum, você é um menino muito, muito sábio.

calum young como sempre roubando a cena ;)

que o Ethan é o orgulho em pessoa a gente sabe, mas é claro que ele vai ter que baixar a bola perto da patroa mais cedo ou mais tarde, né?

vejo vocês no próximo 💜

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