— Eu acho que é uma menina — declara minha melhor amiga.
— O que te faz pensar que é uma menina? — pergunto curiosa, minha mãe disse a mesma coisa.
— Minha intuição diz que é
— Pois a minha diz que é um menino.
— Algum motivo especial?
— Não, eu só sinto. — dou os ombros.
— Dizem que mãe nunca erra, agora você me deixou confusa. — ela começou a rir.
Somos atendidas, entro na salinha de coleta de sangue estico meu braço e a enfermeira coloca o elástico.
— A senhorita acha que é o que? — a enfermeira pergunta curiosa.
— Um menino. — respondo sorrindo, ela passa o algodão no meu braço pega a seringa e faz a coleta. Logo vejo meu sangue no potinho, ela tira a agulha e pressiona o algodão.
— Aperta um pouco. — faço o que ela pediu. Ela abre o band aid e coloca no meu braço. Me levanto ainda pressionando o curativo. — obrigada senhorita, felicidades. — fala gentil.
— eu que agradeço.
Logo vejo minha amiga na recepção, ela tem fobia de agulha por isso a medrosa não entrou comigo. Ela tava mandando mensagem para alguém quando eu chego ela desliga o celular e se levanta.
— Vamos? — diz ela e eu estreito os olhos.
— O que você está escondendo?
— An? Nada, por que eu esconderia algo? — sua voz sai trêmula o que me deixa desconfiada.
— Rosé — começo
— É sério Liz, está tudo bem. — assegura. — vamos, temos que planejar o chá de bebê. Tudo tem que estar perfeito para o grande dia!
— Roseanne Park, eu te conheço ao ponto de saber quando está escondendo alguma coisa. Então me diz logo, você não quer me ver estressada ou quer? — chantageio ela olha em volta antes de falar.
— Em outro lugar. — fala e me puxa para fora do laboratório.
Caminhamos até a cafeteria mais próxima e pedimos alguns salgados e dois cappuccinos. Assim que nosso pedido chega e a garçonete sai eu falo:
— Então? — ela suspira.
— Minha mãe descobriu uma doença que pode levar ela a morte. — sinto rancor quando escuto ela falar da mãe.
— E o que você tem haver com isso? Ela te abandonou.
— Ela está grávida! — dispara e eu arregalo os olhos. — é uma gravidez de risco Liz, primeiro ela não tem mais idade para isso e segundo ela está doente.
— Ainda estou querendo ver onde você entra nessa história.
— Meu pai foi assassinato mês passado, ele estava devendo e os caras assassinaram ele. — ela suspira. — minha mãe não vai aguentar o parto, nenhum de nossos parentes querem ficar com a criança. Então ela me procurou — solto uma risada sem humor.
— Agora a vadia te procura, eu apoio que você pegue a criança. Mas não me desse essa mulher que é a sua mãe, só te procura quando precisa.
— Lisa, acima de tudo ela é a minha mãe. — ela fala calma. — não posso negar nada a ela, foi ela que me pôs no mundo!
— Foi a única coisa que ela fez que prestou.
— Por isso eu não queria te contar, eu vou ter que cuidar de um neném e de uma mulher já de idade. E de verdade eu espero que os médicos estejam errados e que minha mãe fique viva, mas as chances são pouquíssimas.
— Você tem um coração muito puro Rosé, isso é lindo!
— Liz, só que se minha mãe morrer eu vou ter que me virar nos trinta. Eu não tenho leite materno, tenho um emprego e eu não posso tirar o tempo de quatro meses. Eu não posso pedir para você ficar com a criança enquanto trabalho, você já tem a sua.
— Quantas semanas sua mãe está? — pergunto.
— ela só me falou os meses, ela já está com seis. O médico disse que se tivermos sorte o bebê vem no final do sétimo mês, minha mãe não vai conseguir segurar a criança por mais tempo que isso.
— Vamos dar um jeito, eu estou com você.
Ela sorri, pega na minha mão e fala:
— É uma menina, eu vou ter uma irmãzinha.
Vejo alegria irradiar os seus olhos, mas também tinha preocupação. Rosé não queria que eu soubesse porque ela sabia que eu ia odiar ainda mais sua mãe, ela sabia que eu ia mover céus e terra para ajudar e ela não quer me atrapalhar.
Fico me perguntando se mãe dela não precisasse dela, será que a Rosé saberia que teria uma irmã? A mãe dela está quase parindo e a Rosé descobriu agora, devido aos problemas.
Quando saímos escuto o celular dela tocar, ela pega e abre um sorriso quando vê o nome na tela.
— Jimin? — reviro os olhos. — que horas? — ela morte o lábio inferior. — vou esperar. — ela desliga e suspira.
— acho que vou vomitar — declaro e ela me dá um tapinha. — o que ele queria?
— hoje vou na casa da minha mãe, ele disse que ia me buscar. — coloco a mão no peito ofendida.
— ele sabia? — ela assente com receio. — Roseanne você contou para ele primeiro? — berro
— Porque eu sabia que você ia surtar.
— Surtei hoje?
— Você chamou minha mãe de vadia e provavelmente ia falar mais se eu eu não tivesse explicado. — fico calada pois sei que ela está certa. — fora que eu e o Jimin estamos morando juntos, não posso levar uma criança para lá sem ele saber.
— vocês o que?
— você estava em Busan, não consegui te contar você estava preocupada demais com o caso do aborto e depois com o do Jungkook.
— no dia do hospital você disse para mim dormir na sua casa. — sussurro.
— Lá é minha casa agora.
— ainda bem que eu fiquei no hospital. — ela ri
— Naquele dia eu chamei o Jimin para conversar sobre você dormir lá e sobre minha irmã.
— Você demorou tanto. — falo me lembrando que ela ficou um tempo fora.
— porque eu e o Jimin ligamos para minha mãe, ela tava nos explicando as coisas que o médico tinha dito a ela.
— vocês se pegaram? — ela cora — não é possível que só fizeram isso
— Lalisa! — repreende — não, eu e o Jimin só conversamos sobre o caso. Nós até brigamos por causa do caso da minha mãe, nada demais.
— vocês brigaram?
— Sim, ele ficou falando que minha mãe só estava usando meu tempo e dinheiro.
Nesse momento eu assimilo a parte que ela não me contou, vadia!
— você tá pagando o tratamento da sua mãe. — digo desacreditada.
— Liz, é o mínimo que eu posso fazer.
— Ela ia te expulsar de casa quando você estava grávida, ela te bateu quando você tinha acabado de sofrer um aborto! Você não tem que fazer isso.
— Por isso eu não queria te contar...