Capítulo 20: Contas Pendentes

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NO CAPÍTULO ANTERIOR:

{— Bom dia, filhão — Com os braços abertos, adentrou o meu quarto antes que eu pudesse me levantar.
— É sábado, quero dormir — Resmunguei, cobrindo minha cabeça com o edredom.}

{— Oi amigão.
— Pai, esses são Oliver e Ingrid — Os apresento com o indicador — E esse é o senhor Sérgio Costa.}

{— Então quer dizer que o meu filho é um menino que manda bem nos patins? — Sua voz me tira dos meus pensamentos mais profundos — Está tudo bem?
— E por que não estaria?}

{— Eu nunca encostaria um dedo em uma mulher — O encaro com os olhos cerrados — Minha mãe me ensinou isso enquanto chorava... — O vejo se apavorar com a minha declaração — Pode destrancar a porta agora?}

P.O.V: Arthur

Depois de um final de semana meio perturbador, voltamos a nossa rotina apressada dos estudos na Escola de Filies. Para os professores e alguns alunos tudo estava muito corrido por conta de ser final de ano, porém pra mim estava tudo normal, tirando o fato de que a loirinha ainda estava brava comigo, e como sou orgulhoso, mantive a minha oposição a ela.

— Filho, teve uma emergência no restaurante e por isso terei que deixar vocês sozinhos aqui — Minha mãe dizia as pressas, conferindo tudo que havia na bolsa — Se algo acontecer, é só me chamar que venho rapidinho.

Em menos de segundos, minha mãe já não estava mais em casa. Oliver não tentava nem esconder o quanto me criticava em seus pensamentos e o Paulo simplesmente me olhava com estranheza, já que, provavelmente, não sabe muito bem o que está acontecendo.

— Tá bom, já podem criticar — Me rendo a pressão de seus olhares.

— Você ficou maluco?

Oliver, com a maior rispidez do mundo, foi o primeiro a se pronunciar, batendo de leve na mesa.

— Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas te faço a mesma pergunta que o Oli. — Paulo diz, me encarando.

— Se eu falar que também não sei como e porquê de eu ter me explodido daquele jeito, vão amenizar para o meu lado? — Sem esperanças, indago.

Tento explicar a minha perspectiva daquele dia. Tudo que senti, tudo que fiz, tudo o que falei, principalmente aquilo que eu nem sabia que guardava a mim mesmo.

— Ou seja, você estava incomodado com o seu pai e a sua mãe no mesmo lugar, e usou o seu ciúmes para brigar com alguém, que no caso é a Ingrid — O asiático conclui.

— Não senti ciúmes dela, Paulo — Com rapidez, o corrijo.

— Mas você acabou de dizer que não gostou da forma que o Eduardo olhou para a loirinha. — Ele me retruca — Para mim, isso é sim, ciúmese não tem como negar!

Bufo ao tentar me convencer que os meus amigos não tinham razão e falhando miseravelmente. Me dirijo a geladeira para tomar um pouco de água gelada. O dia estava bem quente, assim como a fumaça que estava a preencher a cozinha.

— De onde está surgindo essa fumaça? — Questiono, em meio a tosses, tanto dos meus amigos, quanto meu.

— Como é que vamos saber? — Com contradição, Oliver pergunta retórico.

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