Capítulo 19: A Briga

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NO CAPÍTULO ANTERIOR:

{— Eee aí pessoal, estão curtindo o festival? — Valéria falava pelo microfone}

{— Só eu que estou com medo desse espetáculo? — Paulo ressurge do meio de pessoas e se senta ao lado de seu amigo.
— Estou bem curiosa pra saber, afinal, essa será a surpresa para o Arthur — Respondo, com um sorriso pequeno e simples.}

{— Pois bem, já que será a última apresentação, não há nada de mau em pedir para que chamem a pessoa que mudou seu ano ou que vem mudando a sua vida desde que a conheceu para se divertir na nossa pista de dança.
— E aí — Leila ressurge, com uma fantasia de pirata — Eu estava procurando tesouros e acabei de encontrar.}

{— Olá, filho.}

P.O.V: Arthur

Dormi por muito tempo. Depois do festival, meu pai resolveu aparecer e me parabenizar por todas as coisas emocionantes que ouviu ao meu respeito.

— Bom dia, filhão — Com os braços abertos, adentrou o meu quarto antes que eu pudesse me levantar.

— É sábado, quero dormir — Resmunguei, cobrindo minha cabeça com o edredom.

— Mas hoje é dia de pai e filho, quer dormir o dia todo? — Reclamou, cruzando os braços.

— Se não se importa, sim — Digo me sentando — Ontem foi o dia em que fiquei escutando a Ingrid reclamar o tempo todo, entrei numa luta pra fazer o tonto de um jornalista mirim subir numa escada e ainda por cima tive que ajudar a Amanda a procurar a saia dela em um camarim feminino — Deitei-me novamente enrolado no edredom, bufando.

Senti que o mesmo ainda estava em meu quarto, do lado de minha cama, esperando que eu me incomode tanto com sua presença a ponto de cansar e desistir.

— Não adianta usar seus amigos para continuar deitado, eu nem os conheço. — Se senta na beirada da cama, retirando a coberta de meu rosto rapidamente — E eu me importo... Só quero recompensar o tempo que fiquei distante.

— Se eu levantar dessa cama, você acaba com esse papo de pai arrependido? — O vejo assentir com animação.

Era impossível não perceber como os ombros dela estavam tensos. E assim vemos que quando estamos preocupados ou estressados, a maneira que realizamos as nossas atividades é totalmente diferente.

— Promete não voltar tarde? — Pergunta ao perceber que me aproximei.

— Promete estar aqui quando eu chegar? — A abraço por trás, a fazendo parar de lavar a louça.

Não posso dizer que por um momento achei legal ter um dia pra ficar mais próximo do meu pai, mas vê-la preocupada e tensa só por saber que ele está por perto, me faz sentir culpa... Muita culpa.

— Pra onde quer ir? — Se pronuncia ao dar a partida.

— Vamos para o Fly & Roll — Sugiro depois de uns minutos pensando — Talvez eu encontre algum amigo por lá.

— Ótimo, quero muito conhecer os seus amigos, principalmente aquela maluca que foi sequestrada com você — Franze o cenho ao tentar lembrar — Você disse o nome dela hoje mais cedo...

Começo a rir internamente com as lembranças daquela noite. Foi a pior coisa que poderia acontecer comigo e a última pessoa que eu pensaria que estivesse comigo naquele momento era ela.

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