Ninguém

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Hoje escrevi para ninguém. Simplesmente sentei e parei. Respirei. Fazia tempo que não conseguia suspender o tempo. Acho que estamos em um ano que parece um trem sem controle fora dos trilhos. Tudo passou, ao mesmo tempo em que não deixamos nada passar. Perdemos e ganhamos tempo. Tudo ao mesmo tempo.

Pode ser que perdi o rumo, ou talvez esteja o encontrando, mas a questão é que hoje escrevi para ninguém. São tantas redes, mas estamos todos falhando nas conexões. Alguns estão no caminho de entender o que é necessário para mantê-las. Talvez nunca venhamos a entender. Acho que só caímos de cara na vida, que é todo e cada segundo que deixa de ser. Ás vezes a gente esquece.

Hoje pensei nos ciclos que estou encerrando. Agradeci todas as coisas das quais não quero mais. Somos um eterno processo. Estou escolhendo ser cada vez mais eu, pois entendi quão maravilhosa é a profundidade que tenho. Espero que possa continuar comigo mesmo. Meu coração está acelerado com o que eu não sei que vai vir. Achei que nunca estaria feliz em um estado assim.

Esse ano aprendi a ter mais leveza, e só aprendi isso com toda a intensidade que sou. Estou vendo que tudo são contrastes, mas parece que só agora isso está realmente fazendo sentido, no osso e na pele. Acho que a realidade é que estou comprometido, com toda a minha verdade e com toda a minha essência. Encontrei calmaria no meio da tempestade. Entendi que sou o meu abrigo e o meu refúgio, e mais ninguém.

Com carinho,

Para ninguém.

CorrespondênciasWhere stories live. Discover now