Olá

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   Outro dia amanheceu, Amélia se levantou sem que precisasse de ninguém para acorda-la, estava pensando numa desculpa para não precisar sair do quarto o dia inteiro, sentia como se a noite anterior tivesse sido um delírio coletivo, mas saiu do transe no momento em que ouviu da cozinha uma voz familiar.

  "Vovó ?"

    A menina saiu correndo, observou que eles já estavam pondo o café, e lá estava Emília, a menina correu e a envolveu num abraço apertado cheio de carinho, aprendeu a demonstrar mais desde tudo que aconteceu e isso era nítido a cada dia.

- Também senti sua falta- a avó diz já prevendo as palavras da neta.

- Tudo correu bem ?

- Ótimo, mais tarde falamos de problemas, vamos aproveitar o café, mas antes temos que esperar minha encomenda.

- Achei que a senhora tinha atrasado um dia porque foi buscar - ela se mostra confusa.

- Mas foi exatamente isso, bom, já deve estar chegando - A mulher põe um tom de mistério sobre a menina.

Um barulho de aparatação é ouvido, vindo do jardim, Emília vai até lá, e faz um sinal de espera para todos da cozinha, oque trás uma certa tensão e mistério no ar, mas uma grande surpresa está por vir.

- Vem é por aqui - Emília vem guiando zumbi e um garoto loiro de pele clara e olhos verdes, garoto esse que era muito conhecido por Amélia.

- Scorpius ? - Thayná diz ainda descendo as escadas.

- Bom dia a todos- o menino diz sem graça.

- Bem vindo filho, fique a vontade e sinta-se em casa - Luciana da um abraço caloroso no menino- Emília trocou cartas comigo falando de sua vinda, Pedro....- a mulher o chama- leve-o até o quarto no fim do corredor, já está tudo arrumado lá.

Pedro segue a ordem em silêncio, Scorpius ainda não o conhece mas ele sabe muito bem quem o loiro é, já Amélia fica fitando o chão durante toda a passagem do menino, trocando olhares apenas em sua chegada, após ele subir as escadas a menina corre para o balanço no jardim, Thayná vai atrás dela.

- ei - a Índia a alcança

- ele acha que pode só chegar assim, depois de três meses sem dar notícias, três meses fingindo que eu não existo, depois de três meses Thayná - a menina se segura para não derramar algumas lágrimas.

- ei, acho que deveria conversar com ele, você não sabe oque aconteceu com ele nesse tempo, assim como ele não sabe oque aconteceu com você, precisa relaxar, se acalmar e em algum momento escutar oque quer que ele tenha a dizer.

- Pedro me beijou - Amélia diz sabendo o peso de suas palavras como uma bomba.

- que como assim ? - a Índia fica confusa.

- Ontem ele foi até meu quarto e aconteceu, sabe eu achei que nunca mais veria Scorpius, então acabei correspondendo pra tentar, esquecer.

- Você tem muita coisa pra resolver... - a Índia respira fundo. - eu acho que você deveria...- foi interrompida.

- Thayná, com licença será que eu posso ?- Scorpius diz surgindo por trás delas.

- Claro, - a Índia engole o seco - nossa você tá mais branco do que eu me lembre, deveria ter pego um solzinho nessas férias - ela brinca com ele.

- também senti sua falta - ele a responde, mas logo depois seus olhos se voltam a Amélia. - amo seu cabelo assim. - ele solta como um quebra gelo

A menina permanecesse em absoluto silêncio apenas o encarando, esperando explicações ou algo do tipo.

- Eu... eu sei - o menino respira fundo.

- você sumiu por 3 meses Scorpius, 3 meses, e acha que pode simplesmente voltar assim "oii cheguei, vamos fingir que nada aconteceu"

- Eu estava tentando te proteger

- me proteger ? Ou me deixar mal, por que foi isso que você...

- Será que você pode me deixar falar - o menino disse com um tom de voz mais alto, decidido e firme, Amélia fez silêncio - Naquele dia depois que nos despedimos eu...eu fui para o porto, já estava quase entrando na escuna e voltando para Londres mas depois daquilo tudo eu não queria deixar você, tinha medo de te machucar, daquilo que esteve em mim ainda estar em algum lugar então eu fui atrás do zumbi, ele disse que eu fiz a coisa certa, ainda tinha pequenos núcleos em mim, núcleos esses que nunca vão sair - ele respira fundo.

- eu não...

- passei os últimos três meses estudando, treinando para que isso nunca mais me domine , e para que eu consiga um certo domínio sobre ele, pra ajudar na luta. Tinha medo de escrever cartas e minha mente me autosabotar e alguém intercepta-las, por isso não o fiz - ele segura as mãos da menina e observa o bracelete em seu pulso- eu escolhi lutar Amélia, eu escolhi você, sempre escolhi e você sabe, naquele dia eu ouvi você falar aquilo tudo e passei os últimos três meses arrependido de não ter dito duas palavras pra você. - ele agora beija as mãos da menina que o abraça forte em seguida, quase cravando as unhas nas costas dele - Eu te amo.

- Eu sinto muito por - a menina se engasga em suas próprias lágrimas, ele estava ali, com ela em seus braços, do jeito que ela idealizou por tanto tempo, o abraço silencioso durou por um tempo e quando foi desfeito, Scorpius voltou a ser Scorpius.

- Você tá parecendo um zumbi chorando, vem aqui - ele enxuga as lágrimas da menina.

- E quanto ao seu pai, ele deve ter ficado uma fera de você não ter voltado

- Eu falei com ele pela bacia da casa do zumbi todos os dias, ele ficou tão preocupado com tudo que aconteceu na final do torneio que quase veio pra cá me levar de volta arrastado - ele disse rindo de leve - mas zumbi conversou com ele, os dois se entenderam extremamente bem. - ele acariciou o rosto da menina - mas e você, como foram os três meses sem mim, sei a falta da minha ilustre presença deve ter sido insuportável, mas fora a isso.

- ótimos dias de frio, aprendi a tocar piano, fazer biscoitos e algumas coisas de jardinagem com o seu Geraldo.

  As palavras saiam secas, é uma parcela de culpa pesava sobre a garota, mesmo que não fosse culpada de nada, pensar que ele esteve todo o tempo lutando por ela, e ela querendo esquecê-lo, beijando outro.....

- Meu Deus eles realmente torturaram você - ele faz uma careta - Zumbi foi muito legal comigo, aprendi bastante coisa, mas as vezes eu lembro de tudo e parece que eu não sei..., é como se ele ficasse me torturando mentalmente, lembrando de você cheia de sangue no chão e eu só vendo sem conseguir te ajudar.

- A mesma coisa comigo, acho que com todo mundo, só estamos fingindo estar bem, quando na verdade ainda é cedo demais pra isso - ela bufa sabendo que a guerra está muito longe de acabar.

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O clima entre nosso triângulo amoroso vai ferver em, e detalhe em breve estaremos em casa.... novidades em breve

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⏰ Last updated: Dec 02, 2020 ⏰

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